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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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57receb<strong>em</strong> incentivos para se instalar<strong>em</strong> <strong>em</strong> nosso território, mesmo que a um custoambiental elevado, por <strong>de</strong>mandar<strong>em</strong> mais energia e recursos materiais para aprodução. Com o enfraquecimento dos Estados Nacionais, o capital financeiro passaa comandar indiretamente as ações dos governos, que incapazes <strong>de</strong> cumprir comsuas obrigações mais el<strong>em</strong>entares, passam a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do capital especulativo dosfluxos gerados nas bolsas <strong>de</strong> valores. Desta maneira, a produção brasileira ficoucondicionada às “necessida<strong>de</strong>s” <strong>de</strong> outros países e nossas exportações buscamaten<strong>de</strong>r a um padrão <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong>terminado pela <strong>de</strong>manda do Primeiro Mundo.Com um padrão insustentável por todos os países do mundo, a noção <strong>de</strong> consumoprecisa sofrer modificações, como forma <strong>de</strong> caracterizar nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e nossanecessida<strong>de</strong> real <strong>de</strong> consumo, como aquela que seja compatível com nossaspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e a<strong>de</strong>quado às nossas culturas locais.Mas não se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o consumo apenas como um fenômenoresultante da adoção <strong>de</strong> uma estratégia política. Atualmente, diversos fatoreseconômicos, sociais, culturais, educacionais e psicológicos po<strong>de</strong>m ser levantadoscomo responsáveis pela compulsão <strong>de</strong> ter, <strong>de</strong>ntre os quais se <strong>de</strong>stacariam apropaganda e o marketing.(...) a propaganda <strong>em</strong> escala crescente e a cultura do shopping center encontram-se entreas principais causas que levaram à massificação do consumo e que influ<strong>em</strong> não apenas nasnecessida<strong>de</strong>s e anseios pessoais, mas também alteram as noções <strong>de</strong> autoconfiança eafirmação dos indivíduos.A profunda necessida<strong>de</strong> humana <strong>de</strong> valorizar-se e ser respeitado pelos seus s<strong>em</strong>elhantesmanifesta-se, <strong>de</strong> forma crescente, através do consumo. A simples compra <strong>de</strong> bens seriauma prova <strong>de</strong> auto-estima e um meio <strong>de</strong> aceitação social. Esse aspecto psicossocialpromove, <strong>em</strong> um círculo vicioso, uma competição publicitária cada vez mais acirrada, queestimula as pessoas a comprar<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre mais. (...) as pessoas gastam um dinheiro quenão possu<strong>em</strong>, para comprar coisas <strong>de</strong> que não necessitam, para impressionar pessoas quenão conhec<strong>em</strong>. (PENNA, 1999, p.52).A conseqüência inevitável <strong>de</strong>ssa forma particular <strong>de</strong> pensar e agir é aprodução <strong>de</strong> uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bens, impulsionada continuamente pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>adquirir reforçado pela propaganda e marcada com o selo da obsolescênciaprogramada, resultando <strong>em</strong> uma quantida<strong>de</strong> absurda <strong>de</strong> material <strong>de</strong> toda espécieque acaba <strong>de</strong>stinado ao que se convencionou coloquialmente <strong>de</strong>signar por lixo.Conceitualmente, o dicionário Aurélio Buarque <strong>de</strong> Holanda <strong>de</strong>fine lixo como:

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