51<strong>de</strong> valorização e <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong> materiais que, tal qual nos dias atuais, é<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte direto da valoração e do incentivo econômico.Durante a primeira meta<strong>de</strong> do século XIX, não havia meios organizados paratratar os resíduos domésticos. Na Inglaterra, o Ato <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública <strong>de</strong> 1848 foi umdos primeiros no mundo a tratar do processo <strong>de</strong> regulação dos resíduos. A soluçãofoi a r<strong>em</strong>oção <strong>de</strong>sses resíduos das habitações para posterior armazenag<strong>em</strong> <strong>em</strong>locais próximos, as estrumeiras. Em verda<strong>de</strong>, tratava-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s buracos que,quando cheios, necessitavam <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> e eliminação <strong>de</strong>sses resíduos. Era umtrabalho duro e penoso, além <strong>de</strong> mal r<strong>em</strong>unerado. Posteriormente, com o surto <strong>de</strong>cólera que tiraria várias vidas, foi promulgado o Ato <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública <strong>de</strong> 1875,<strong>de</strong>terminando ao po<strong>de</strong>r público local o <strong>de</strong>ver pela r<strong>em</strong>oção e eliminação dosresíduos. Durante esse período, foram projetados incineradores <strong>de</strong> lixo capazes <strong>de</strong>produzir vapor e, <strong>de</strong>sta forma, converter a energia da queima <strong>em</strong> energia elétrica. Aolongo <strong>de</strong> 30 anos, mais <strong>de</strong> 250 incineradores foram construídos por toda a Inglaterrausando lixo doméstico como combustível, produzindo vapor e energia <strong>de</strong> movimento<strong>em</strong> muitos processos. Ao todo, cerca <strong>de</strong> 160 toneladas <strong>de</strong> lixo por s<strong>em</strong>ana eramqueimados e convertidos <strong>em</strong> energia capaz <strong>de</strong> movimentar diferentes motores avapor, inclusive impulsionando bombas <strong>de</strong> esgoto <strong>de</strong> alta potência com capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> impulsionar um milhão <strong>de</strong> galões por dia. Essas bombas estiveram ativas atémeados da década <strong>de</strong> 1970, quando os motores elétricos ou a diesel foramgradativamente substituindo os motores a vapor.Como se po<strong>de</strong> constatar, a reutilização e a reciclag<strong>em</strong> <strong>de</strong> resíduos foram<strong>em</strong>pregadas, <strong>em</strong> maior ou menor grau, ao longo da história, até recent<strong>em</strong>entequando <strong>de</strong> seu uso como necessida<strong>de</strong> econômica. Assim, recursos po<strong>de</strong>m sereconomizados por meio da reutilização, enquanto dinheiro po<strong>de</strong> ser gerado atravésdas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong>. Inicialmente era um trabalho intensivo eprincipalmente realizado pelas parcelas mais pobres das populações. Na medida <strong>em</strong>que a economia se <strong>de</strong>senvolveu ao longo do século XIX, a reutilização e areciclag<strong>em</strong> per<strong>de</strong>ram importância, retomando seu papel e significado somente apartir da segunda meta<strong>de</strong> do século XX, quando parcelas cada vez maiores daspopulações gradativamente se tornam mais conscientes da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sepreservar o meio ambiente, <strong>de</strong> se economizar recursos e energia e, <strong>de</strong>sta forma,ressignificando o papel da reciclag<strong>em</strong>, b<strong>em</strong> como daqueles nela envolvidos.
52Na Europa, a queima <strong>de</strong> resíduos <strong>em</strong> fogões domésticos foi amplamente<strong>em</strong>pregada até a década <strong>de</strong> 1950, quando do <strong>de</strong>senvolvimento do aquecimentocentral adotado <strong>em</strong> países frios. A instalação <strong>de</strong> incineradores, <strong>em</strong>bora largamenteadotada até o fim do século XIX, era responsável por uma quantida<strong>de</strong> inaceitável <strong>de</strong>poeira, fumaça e cinzas. Atualmente, esses equipamentos são <strong>de</strong>senvolvidos eregulados para uma produção ambientalmente mais equilibrada na <strong>em</strong>issão <strong>de</strong>partículas, reduzindo a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo enviado para os aterros. Estes, ainda quetomados como método mais antigo <strong>de</strong> eliminação <strong>de</strong> resíduos, ainda sãoamplamente utilizados, <strong>em</strong>bora a gestão <strong>de</strong> resíduos nesses espaços tenha setornado um novo probl<strong>em</strong>a quer pelos custos gerados, quer pelos danos ambientaisprovocados ou pelas exigências espaciais cada vez maiores necessárias aoacúmulo <strong>de</strong> montanhas <strong>de</strong> rejeitos. Desta maneira, soluções têm sido buscadas nosentido da gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos <strong>em</strong> âmbito nacional ou local, <strong>de</strong>terminando ainclusão <strong>de</strong>ssa questão ambiental nas agendas <strong>de</strong> trabalho governamentais queprocuram estabelecer formas mais eficientes <strong>de</strong> eliminação, métodos <strong>de</strong> valoraçãodos rejeitos e, ainda, procedimentos capazes <strong>de</strong> sensibilizar os agentes envolvidos<strong>de</strong> diferentes ca<strong>de</strong>ias produtivas da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se produzir menos e melhor.3.1.2 Lixo e socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumoSe é possível dizer que o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> lixo está associado à noção <strong>de</strong> doençae <strong>de</strong> sofrimento, por outro lado po<strong>de</strong>-se afirmar que é próprio da natureza humana abusca da satisfação <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>sejos mais el<strong>em</strong>entares. Na medida do<strong>de</strong>senvolvimento civilizatório humano, este passou a produzir peças e instrumentoscapazes <strong>de</strong> lhe diminuir o t<strong>em</strong>po gasto com as ativida<strong>de</strong>s laborativas e, ao mesmot<strong>em</strong>po, ampliar seu conforto. Com cada vez mais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conquistar omundo natural ao seu redor, o hom<strong>em</strong> gradativamente dominou o espaço e o meioao seu redor, eliminando <strong>de</strong>sconfortos que tornavam a vida uma tarefa difícil eárdua.Contudo, cabe <strong>de</strong>stacar que, se a primeira gran<strong>de</strong> revolução humana – aRevolução Agrícola – <strong>de</strong>terminou sua fixação no espaço, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> querevelou sua capacida<strong>de</strong> interpretativa dos fenômenos naturais, <strong>de</strong> outro modo, a
- Page 1 and 2:
RONALDO GAZAL ROCHADINÂMICAS ECON
- Page 3 and 4:
AGRADECIMENTOSDefinitivamente o té
- Page 5 and 6:
Aos meus “pais curitibanos”, Fe
- Page 7 and 8:
SUMÁRIOLISTA DE TABELAS ..........
- Page 9 and 10:
LISTA DE QUADROSQUADRO 1 QUANTIDADE
- Page 11 and 12:
RMCRSUSENAISERPROSGRSUSIGRSUSIPARSM
- Page 13 and 14: ABSTRACTDuring this study an emphas
- Page 15 and 16: 21- INTRODUÇÃOAtualmente, vivemos
- Page 17 and 18: 4desenvolvimento da sociedade capit
- Page 19 and 20: 6produção de bens acaba por gerar
- Page 21 and 22: 8produção e de consumo que almeje
- Page 23 and 24: 10política que, antes de permitir
- Page 25 and 26: 12INSTRUMENTOS DE COLETA E ANÁLISE
- Page 27 and 28: 14Como começou no trabalho com o l
- Page 29 and 30: 16vulgarização em seu uso. Envolv
- Page 31 and 32: 18de postos de trabalho ou cancelam
- Page 33 and 34: 20Em princípio, a internacionaliza
- Page 35 and 36: 22Com isso, a dinâmica da globaliz
- Page 37 and 38: 24a toda parte um nexo contábil, q
- Page 39 and 40: 26maior flexibilidade de gerenciame
- Page 41 and 42: 28complexas, o antigo modelo acaba
- Page 43 and 44: 30ideário produtivista flexibiliza
- Page 45 and 46: 32social: uma crônica do salário
- Page 47 and 48: 34Esse é um quadro de crise das/na
- Page 49 and 50: 36A reestruturação dos processos
- Page 51 and 52: 38trabalho, se reconfigura sua “n
- Page 53 and 54: 40(1995), ou na “desaparição do
- Page 55 and 56: 42mais importantes ocorridas nas re
- Page 57 and 58: 44significante lembrar que emprego
- Page 59 and 60: 46Sendo assim, concorda-se com MÉS
- Page 61 and 62: 483 OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (
- Page 63: 50determina profundas alterações
- Page 67 and 68: 54materiais. PENNA (1999, p.28-29)
- Page 69 and 70: 56possuir muitas vezes está na ess
- Page 71 and 72: 58aquilo que se varre da casa, do j
- Page 73 and 74: 60O tema da limpeza urbana está as
- Page 75 and 76: 62capaz de comprometer recursos amb
- Page 77 and 78: 64A PNSB (ibidem, p.49-50) revela q
- Page 79 and 80: 66TABELA 3 - TAXA (EM %) DE LIXO CO
- Page 81 and 82: 68Já em seu art. 24 (ibidem, p.53)
- Page 83 and 84: 70serviços de limpeza, com cobran
- Page 85 and 86: 723.2.2 A gestão de resíduos sól
- Page 87 and 88: 74Inicialmente o projeto de constru
- Page 89 and 90: 76QUADRO 1 - QUANTIDADE DE RESÍDUO
- Page 91 and 92: 78GRÁFICO 3 - QUANTIDADE ANUAL DE
- Page 93 and 94: 80Atualmente o CONRESOL enfrenta um
- Page 95 and 96: 82aterro - como por exemplo os prog
- Page 97 and 98: 843.2.3 Sistemas Integrados de Gere
- Page 99 and 100: 86Como bens ambientais são de dif
- Page 101 and 102: 88duráveis e reparáveis, o que im
- Page 103 and 104: 904 ATORES E INSTITUIÇÕES DA GRSU
- Page 105 and 106: 92número de habitantes. Desta mane
- Page 107 and 108: 94GRÁFICO 7 - EVOLUÇÃO DA COLETA
- Page 109 and 110: 96O exame de determinadas relaçõe
- Page 111 and 112: 98pessoas 67(TABELA 8), com capacid
- Page 113 and 114: 100básicos garantidos por lei e ca
- Page 115 and 116:
102FIGURA 4 - AGENTES QUE INTERAGEM
- Page 117 and 118:
104cidades da Ásia e da América L
- Page 119 and 120:
106O que gostaria de fazer no futur
- Page 121 and 122:
108No denominado Plano Agache, já
- Page 123 and 124:
110importância junto aos programas
- Page 125 and 126:
112buscavam melhores condições de
- Page 127 and 128:
114O importante de se registrar é
- Page 129 and 130:
116dependentes deles - sem uma poss
- Page 131 and 132:
1185.2 A ESTRUTURA IDEALIZADA DO PR
- Page 133 and 134:
120FIGURA 6 - LAYOUT DOS PRRP A R Q
- Page 135 and 136:
122Responsabilizar-se pelo pagament
- Page 137 and 138:
124METAAuto-sustentabilidade dos Pa
- Page 139 and 140:
126Uso de EPIs e EPCs;Direcionament
- Page 141 and 142:
128não seguiu a disposição por n
- Page 143 and 144:
130Esta etapa funcionou muito mais
- Page 145 and 146:
132(E10) Uma das melhor vantagem n
- Page 147 and 148:
134Ao mesmo tempo, quando indagados
- Page 149 and 150:
136estabelecimento de parcerias (GR
- Page 151 and 152:
138para os indivíduos despossuído
- Page 153 and 154:
140seu ingresso no mercado da recic
- Page 155 and 156:
142a estruturação formal dos PRR,
- Page 157 and 158:
144No projeto ainda observa-se um
- Page 159 and 160:
146modalidade de trabalho obedece a
- Page 161 and 162:
1486 - CONCLUSÕESAo longo deste tr
- Page 163 and 164:
150por um processo de valorização
- Page 165 and 166:
152ainda esbarra em questões polí
- Page 167 and 168:
154no qual tais práticas de educa
- Page 169 and 170:
156que não é suficiente para gara
- Page 171 and 172:
158BOSI, A. de P. Catadores de reci
- Page 173 and 174:
160KUENZER, A. Z. Desafios teórico
- Page 175 and 176:
162ROMANI, A. P. de. O poder públi
- Page 177 and 178:
16410. Quais os benefícios que a p
- Page 179 and 180:
16626- Qual é a cobertura de atend
- Page 181 and 182:
168APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO ÀS
- Page 183 and 184:
17016- A parceria com a associaçã
- Page 185 and 186:
172APÊNDICE 3 - QUESTIONÁRIO DAS
- Page 187 and 188:
17417- Os associados/cooperados est
- Page 189 and 190:
17635- Qual o nível de participaç
- Page 191 and 192:
178APÊNDICE 4 - QUESTIONÁRIO AOS
- Page 193 and 194:
18034- Antes de ser um associado/co
- Page 195 and 196:
18269- Como ocorre a escolha do pre
- Page 197 and 198:
184Neste caso, responda: 97- Sobre
- Page 199 and 200:
186PARTICIPAÇÃO SÓCIO-CULTURALSo