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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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44significante l<strong>em</strong>brar que <strong>em</strong>prego é o resultado direto <strong>de</strong> um contrato pelo qual o<strong>em</strong>pregador compra a força <strong>de</strong> trabalho ou a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir do <strong>em</strong>pregado.SINGER contextualiza essa perspectiva <strong>de</strong> análise examinando a questãocriticamente:Os <strong>em</strong>presários gostam <strong>de</strong> falar <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego, como se fosse alguma dádiva que afirma faz ao <strong>em</strong>pregado. Na realida<strong>de</strong>, é o contrário: é o trabalhador que oferece, ele que éo ven<strong>de</strong>dor, e a mercadoria não é o <strong>em</strong>prego mas a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir do trabalhador.A firma <strong>em</strong>pregadora é o comprador, o <strong>de</strong>mandante e, como tal, paga o preço damercadoria – o salário 38 . SINGER (2006, p.12).Contudo, KUENZER (2007) nos l<strong>em</strong>bra que as bases do pensamento quejustifica essa prática já estavam dadas por MARX 39 . Assim, a autora se expressa <strong>em</strong>relação aos fundamentos marxistas:os meios <strong>de</strong> produção, por ser<strong>em</strong> proprieda<strong>de</strong> do capitalista, ao ser<strong>em</strong> utilizados pelotrabalhador, com ele se <strong>de</strong>frontam, <strong>em</strong> que pese a força <strong>de</strong> trabalho ser a própriamanifestação vital do trabalhador. É esta força <strong>de</strong> trabalho que, explorada, vai permitir avalorização do capital. No processo <strong>de</strong> trabalho, o trabalhador consome os meios <strong>de</strong>produção ao transformá-lo <strong>em</strong> produto, que aten<strong>de</strong> a uma finalida<strong>de</strong>”. KUENZER (2007,p.1161)É assim que o <strong>de</strong>senvolvimento das economias globalizadas e da“financeirização” do capital atinge diretamente o núcleo dos trabalhadoresindustriais, responsáveis históricos por conquistas significativas no campo dotrabalho (boa r<strong>em</strong>uneração, direito <strong>de</strong> sindicalização, direito <strong>de</strong> greve s<strong>em</strong> risco <strong>de</strong><strong>de</strong>missão, representação junto à direção das <strong>em</strong>presas, etc.). Mais grave ainda é ofato que quanto mais se acentua a crise do (<strong>de</strong>s)<strong>em</strong>prego, mais acirrada acorrelação <strong>de</strong> forças entre os que compram e os que ven<strong>de</strong>m força <strong>de</strong> trabalho, comvantag<strong>em</strong> significativa para os primeiros. E, nesse sentido, KUENZER explica que osurgimento <strong>de</strong> diferentes regimes <strong>de</strong> acumulação está relacionado ao duplo sentidoatribuído ao trabalho humano. Assim:É <strong>de</strong>sta dupla face do trabalho, através da qual o trabalho humano é, ao mesmo t<strong>em</strong>po,modo <strong>de</strong> existência humana e processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> valorização do capital, a este seincorporando, que se origina a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizar e gerir o trabalho diferent<strong>em</strong>entenos distintos regimes <strong>de</strong> acumulação, ou seja, por meio <strong>de</strong> diferentes modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>38 Grifos no original.39Em seu livro O Capital, no capítulo sobre o “Processo <strong>de</strong> Trabalho e Processo <strong>de</strong> Valorização”, oautor <strong>de</strong>ixa claro os fundamentos que subjugam o trabalhador e permit<strong>em</strong> a valorização do capital.

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