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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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33igualmente comparáveis – homólogos <strong>em</strong> sua dinâmica e diferentes <strong>em</strong> suasmanifestações; e apesar disso, não estruturam uma linearida<strong>de</strong> histórica queassegure o continuísmo.Então, a questão social coloca-se como um probl<strong>em</strong>a mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> difícilsolução, um <strong>de</strong>safio que se exterioriza para a socieda<strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong> suaexistência, <strong>de</strong>vido à natureza tensa e <strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pendência das relações sociais quese estabelec<strong>em</strong> por conta <strong>de</strong> um capitalismo selvag<strong>em</strong>. E é no centro <strong>de</strong>ste conflitoque a probl<strong>em</strong>ática da autonomia aparece: como um ator social – se é possívelconsi<strong>de</strong>rarmos <strong>de</strong>sta forma – subordinado e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> tornar-se um sujeitosocial pleno? Concordamos com CASTEL (2005, p. 33) quando este afirma que:“(...) com efeito, não se po<strong>de</strong> autonomizar a situação <strong>de</strong>ssas populações postas àmarg<strong>em</strong>, a não ser para ratificar o corte que se <strong>de</strong>nuncia preten<strong>de</strong>ndo lutar contra aexclusão”. Os excluídos cont<strong>em</strong>porâneos da socieda<strong>de</strong> global são tratados à parteda vida social dos indivíduos, mas são “questão central” da socieda<strong>de</strong> como umtodo. A partir das ações tomadas por aqueles que ocupam o “centro” da socieda<strong>de</strong>,todo um conjunto <strong>de</strong> reações advém da socieda<strong>de</strong> como um todo. Sendo toda<strong>de</strong>cisão política, econômica ou social um ato político, os reflexos sociais sãoiminentes, quer para aqueles que ocupam o ápice ou a base <strong>de</strong> nossa pirâmi<strong>de</strong>societária. Portanto, ricos, po<strong>de</strong>rosos e incluídos não estão livres das mazelas quese abat<strong>em</strong> sobre aqueles pobres, fragilizados e precarizados socialmente. Diante datotalida<strong>de</strong> inexorável, os integrados, “instáveis” e excluídos são partes <strong>de</strong> um mesmoconjunto, mas cuja unida<strong>de</strong> não é a mesma. Os fatos geradores <strong>de</strong>ssa unida<strong>de</strong>probl<strong>em</strong>ática, sua evolução e sua manutenção é que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser a questãofundamental da “questão social”.Com profundas alterações <strong>em</strong> relação ao início da organização social dacivilização industrial, a cont<strong>em</strong>poraneida<strong>de</strong> r<strong>em</strong>o<strong>de</strong>la a mundo do trabalho,construído através <strong>de</strong> lutas coletivas e conquistas históricas, <strong>em</strong> uma “socieda<strong>de</strong> daindividualização”.Este individualismo se metamorfoseia hoje, (...), <strong>em</strong> individualismo <strong>de</strong> massa, mantendo otraço fundamental do individualismo negativo – o <strong>de</strong> ser um individualismo por falta <strong>de</strong>referências. Observa-se, assim, uma espécie <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização que, esten<strong>de</strong>ndo-separa além do trabalho, atravessa o conjunto da vida social, invertendo, assim, a trajetória <strong>de</strong>construção da socieda<strong>de</strong> salarial, <strong>de</strong> se contrapor ao individualismo negativo por meio <strong>de</strong>acréscimos a um ‘puro’ contrato <strong>de</strong> trabalho, buscando superar a frialida<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>mcontratual, para conquistar um status. (TONI, 2003, p. 269-270).

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