31assalariado, da segurida<strong>de</strong> e proteção social, e expõ<strong>em</strong>-se as mazelas dascondições <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> vida.Dito <strong>de</strong> outra forma, o mundo “globalizado” reflete a contradição básica daatual fase do capitalismo, na medida <strong>em</strong> que as <strong>em</strong>presas se integram <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>scorporações e flexibilizam seus processos produtivos como forma <strong>de</strong> rearranjar aprodução da maneira mais eficiente <strong>em</strong> busca por uma maior lucrativida<strong>de</strong>,enquanto que a mão-<strong>de</strong>-obra se <strong>de</strong>sagrega e per<strong>de</strong> seu potencial <strong>de</strong> luta; o capitalse mundializa e se concentra <strong>em</strong> um número cada vez menor <strong>de</strong> transnacionais 28 ,ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que aumenta a massa <strong>de</strong> trabalhadores s<strong>em</strong> <strong>em</strong>prego ou comformas precárias <strong>de</strong> trabalho.Diante <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>(flexibilização) das situações <strong>de</strong> trabalho, da recontratação/repactuação dascondições <strong>de</strong> proteção ao trabalho – com ganhos ao <strong>em</strong>pregador, perdas para oEstado e insegurança para o trabalhador – e aumento consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> uma massa<strong>de</strong> indivíduos precarizados socialmente, <strong>em</strong>pregados <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po parcial, exercendotrabalhos <strong>de</strong>squalificados, s<strong>em</strong> <strong>em</strong>pregabilida<strong>de</strong>, “terceirizados”, v<strong>em</strong> à tona asmetamorfoses cont<strong>em</strong>porâneas do mundo do trabalho, que reflet<strong>em</strong> por sobre aquestão social, ponto crucial para a análise <strong>em</strong> questão.Nesse sentido, é fundamental a caracterização sócio-histórica da condiçãodo trabalhador, especialmente <strong>em</strong> uma socieda<strong>de</strong> constituída historicamente combase no trabalho assalariado 29 , on<strong>de</strong> a perda do <strong>em</strong>prego torna-se sinônimo <strong>de</strong>precarização, pobreza e exclusão. Como forma <strong>de</strong> aprofundar a análise, vale refletirsobre as palavras <strong>de</strong> Robert CASTEL <strong>em</strong> sua obra “As metamorfoses da questão28Conforme afirma CHESNAIS apud POCHMANN (2001, p.27-28): “Na realida<strong>de</strong>, conformam-seoligopólios mundiais, responsáveis pela dominação dos principais mercados, como é o caso nosetor <strong>de</strong> computadores com apenas 10 <strong>em</strong>presas controlando 70% da produção, ou <strong>de</strong> 10<strong>em</strong>presas que respon<strong>de</strong>m por 82% da produção <strong>de</strong> automóveis, ou <strong>de</strong> 8 <strong>em</strong>presas que dominam90% do processamento <strong>de</strong> dados, ou <strong>de</strong> 8 <strong>em</strong>presas que dominam 71% do setor petroquímico ouainda <strong>de</strong> 7 <strong>em</strong>presas que respon<strong>de</strong>m por 92% do setor <strong>de</strong> material <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.29É importante ressaltar que o trabalho assalariado – atualmente exercido pela maioria dostrabalhadores – é estreitamente vinculado às proteções contra riscos sociais, mas n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>prerepresentou uma situação favorável. CASTEL (2005, p. 21-22) nos esclarece que “a condição <strong>de</strong>assalariado, (...) foi, durante muito t<strong>em</strong>po, uma das situações mais incertas e, também, uma dasmais indignas e miseráveis. Alguém era um assalariado quando não era nada e nada tinha paratrocar, exceto a força <strong>de</strong> seus braços. Alguém caia na condição <strong>de</strong> assalariado quando suasituação se <strong>de</strong>gradava: o artesão arruinado, o agricultor que a terra não alimentava mais, oaprendiz que não conseguia chegar a mestre ... Estar ou cair na condição <strong>de</strong> assalariado erainstalar-se na <strong>de</strong>pendência, ser con<strong>de</strong>nado a viver ‘da jornada’, achar-se sob o domínio danecessida<strong>de</strong>”.
32social: uma crônica do salário” quando tenta <strong>de</strong>limitar a nova dimensionalida<strong>de</strong> aque estamos sujeitos.(...) a presença, aparent<strong>em</strong>ente cada vez mais insistente, <strong>de</strong> indivíduos colocados <strong>em</strong>situação <strong>de</strong> flutuação na estrutura social e que povoam seus interstícios s<strong>em</strong> encontrar aíum lugar <strong>de</strong>signado. Silhuetas incertas, à marg<strong>em</strong> do trabalho e nas fronteiras das formas<strong>de</strong> troca socialmente consagradas – <strong>de</strong>s<strong>em</strong>pregados por período longo, moradores <strong>de</strong>subúrbios pobres, beneficiários da renda mínima <strong>de</strong> inserção, vítimas das readaptaçõesindustriais, jovens à procura <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego e que passam <strong>de</strong> estágio <strong>em</strong> estágio, <strong>de</strong> pequenotrabalho à ocupação provisória. CASTEL (2005, p. 23).Historicamente <strong>de</strong>senvolveram-se as condições para a reorganização dasocieda<strong>de</strong>, transformada por trabalhadores s<strong>em</strong> <strong>em</strong>prego, s<strong>em</strong> salário <strong>em</strong> umasocieda<strong>de</strong> salarial. São, portanto, indivíduos que se colocam como <strong>de</strong>squalificadosno plano econômico e, conseqüent<strong>em</strong>ente, que se consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong>possibilida<strong>de</strong>s para exercer seu papel político agindo realmente como atores sociais.Visto por uma ótica mais ampla, o que se coloca <strong>em</strong> “xeque” é a próprianatureza das relações sociais (e salariais) da socieda<strong>de</strong> como um todo, e nãoapenas daqueles <strong>de</strong>spossuídos ou <strong>de</strong>samparados socialmente. Uma lógica maisprodutivista voltada à competição internacional acirra o conflito <strong>de</strong> classes <strong>em</strong>aterializa-se no seio da socieda<strong>de</strong> através do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, da precarização e doindividualismo. Se a diminuição do número <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregos é uma evidência estatísticaincontestável na socieda<strong>de</strong> cont<strong>em</strong>porânea, a precarização do trabalho é suacaracterística mais marcante, ainda que, por vezes, não tão aparente. Impulsionadapela alteração da base material <strong>de</strong> produção, a precarização do trabalho é guiadapelas (novas) necessida<strong>de</strong>s impostas num mundo repleto <strong>de</strong> ciência e <strong>de</strong> tecnologia,<strong>de</strong> relações sociais e culturais conflituosas, <strong>de</strong> “políticas” e sub-políticas, <strong>de</strong><strong>em</strong>po<strong>de</strong>ramento e fortalecimento o capital.Disto resulta, nas palavras <strong>de</strong> CASTEL 30 , uma verda<strong>de</strong>ira “metamorfose”,on<strong>de</strong> as populações s<strong>em</strong> estabilida<strong>de</strong>, expulsas do <strong>em</strong>prego, fragilizadas nas suasproteções sociais, ocupam posição homóloga na estrutura social (os “inúteis para omundo” do século XV, são os “vagabundos” <strong>de</strong> antes da Revolução Industrial e os“in<strong>em</strong>pregávéis” <strong>de</strong> hoje); on<strong>de</strong> os processos que configuram tais condições são30Para esse autor o termo “metamorfose” sintetiza a dialética das relações sociais, qual seja, <strong>de</strong> umasituação que encerra uma mesma essência, mas, ao mesmo t<strong>em</strong>po, apresenta-se com aparênciadiferente. (CASTEL, 2005, p. 27).
- Page 1 and 2: RONALDO GAZAL ROCHADINÂMICAS ECON
- Page 3 and 4: AGRADECIMENTOSDefinitivamente o té
- Page 5 and 6: Aos meus “pais curitibanos”, Fe
- Page 7 and 8: SUMÁRIOLISTA DE TABELAS ..........
- Page 9 and 10: LISTA DE QUADROSQUADRO 1 QUANTIDADE
- Page 11 and 12: RMCRSUSENAISERPROSGRSUSIGRSUSIPARSM
- Page 13 and 14: ABSTRACTDuring this study an emphas
- Page 15 and 16: 21- INTRODUÇÃOAtualmente, vivemos
- Page 17 and 18: 4desenvolvimento da sociedade capit
- Page 19 and 20: 6produção de bens acaba por gerar
- Page 21 and 22: 8produção e de consumo que almeje
- Page 23 and 24: 10política que, antes de permitir
- Page 25 and 26: 12INSTRUMENTOS DE COLETA E ANÁLISE
- Page 27 and 28: 14Como começou no trabalho com o l
- Page 29 and 30: 16vulgarização em seu uso. Envolv
- Page 31 and 32: 18de postos de trabalho ou cancelam
- Page 33 and 34: 20Em princípio, a internacionaliza
- Page 35 and 36: 22Com isso, a dinâmica da globaliz
- Page 37 and 38: 24a toda parte um nexo contábil, q
- Page 39 and 40: 26maior flexibilidade de gerenciame
- Page 41 and 42: 28complexas, o antigo modelo acaba
- Page 43: 30ideário produtivista flexibiliza
- Page 47 and 48: 34Esse é um quadro de crise das/na
- Page 49 and 50: 36A reestruturação dos processos
- Page 51 and 52: 38trabalho, se reconfigura sua “n
- Page 53 and 54: 40(1995), ou na “desaparição do
- Page 55 and 56: 42mais importantes ocorridas nas re
- Page 57 and 58: 44significante lembrar que emprego
- Page 59 and 60: 46Sendo assim, concorda-se com MÉS
- Page 61 and 62: 483 OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (
- Page 63 and 64: 50determina profundas alterações
- Page 65 and 66: 52Na Europa, a queima de resíduos
- Page 67 and 68: 54materiais. PENNA (1999, p.28-29)
- Page 69 and 70: 56possuir muitas vezes está na ess
- Page 71 and 72: 58aquilo que se varre da casa, do j
- Page 73 and 74: 60O tema da limpeza urbana está as
- Page 75 and 76: 62capaz de comprometer recursos amb
- Page 77 and 78: 64A PNSB (ibidem, p.49-50) revela q
- Page 79 and 80: 66TABELA 3 - TAXA (EM %) DE LIXO CO
- Page 81 and 82: 68Já em seu art. 24 (ibidem, p.53)
- Page 83 and 84: 70serviços de limpeza, com cobran
- Page 85 and 86: 723.2.2 A gestão de resíduos sól
- Page 87 and 88: 74Inicialmente o projeto de constru
- Page 89 and 90: 76QUADRO 1 - QUANTIDADE DE RESÍDUO
- Page 91 and 92: 78GRÁFICO 3 - QUANTIDADE ANUAL DE
- Page 93 and 94: 80Atualmente o CONRESOL enfrenta um
- Page 95 and 96:
82aterro - como por exemplo os prog
- Page 97 and 98:
843.2.3 Sistemas Integrados de Gere
- Page 99 and 100:
86Como bens ambientais são de dif
- Page 101 and 102:
88duráveis e reparáveis, o que im
- Page 103 and 104:
904 ATORES E INSTITUIÇÕES DA GRSU
- Page 105 and 106:
92número de habitantes. Desta mane
- Page 107 and 108:
94GRÁFICO 7 - EVOLUÇÃO DA COLETA
- Page 109 and 110:
96O exame de determinadas relaçõe
- Page 111 and 112:
98pessoas 67(TABELA 8), com capacid
- Page 113 and 114:
100básicos garantidos por lei e ca
- Page 115 and 116:
102FIGURA 4 - AGENTES QUE INTERAGEM
- Page 117 and 118:
104cidades da Ásia e da América L
- Page 119 and 120:
106O que gostaria de fazer no futur
- Page 121 and 122:
108No denominado Plano Agache, já
- Page 123 and 124:
110importância junto aos programas
- Page 125 and 126:
112buscavam melhores condições de
- Page 127 and 128:
114O importante de se registrar é
- Page 129 and 130:
116dependentes deles - sem uma poss
- Page 131 and 132:
1185.2 A ESTRUTURA IDEALIZADA DO PR
- Page 133 and 134:
120FIGURA 6 - LAYOUT DOS PRRP A R Q
- Page 135 and 136:
122Responsabilizar-se pelo pagament
- Page 137 and 138:
124METAAuto-sustentabilidade dos Pa
- Page 139 and 140:
126Uso de EPIs e EPCs;Direcionament
- Page 141 and 142:
128não seguiu a disposição por n
- Page 143 and 144:
130Esta etapa funcionou muito mais
- Page 145 and 146:
132(E10) Uma das melhor vantagem n
- Page 147 and 148:
134Ao mesmo tempo, quando indagados
- Page 149 and 150:
136estabelecimento de parcerias (GR
- Page 151 and 152:
138para os indivíduos despossuído
- Page 153 and 154:
140seu ingresso no mercado da recic
- Page 155 and 156:
142a estruturação formal dos PRR,
- Page 157 and 158:
144No projeto ainda observa-se um
- Page 159 and 160:
146modalidade de trabalho obedece a
- Page 161 and 162:
1486 - CONCLUSÕESAo longo deste tr
- Page 163 and 164:
150por um processo de valorização
- Page 165 and 166:
152ainda esbarra em questões polí
- Page 167 and 168:
154no qual tais práticas de educa
- Page 169 and 170:
156que não é suficiente para gara
- Page 171 and 172:
158BOSI, A. de P. Catadores de reci
- Page 173 and 174:
160KUENZER, A. Z. Desafios teórico
- Page 175 and 176:
162ROMANI, A. P. de. O poder públi
- Page 177 and 178:
16410. Quais os benefícios que a p
- Page 179 and 180:
16626- Qual é a cobertura de atend
- Page 181 and 182:
168APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO ÀS
- Page 183 and 184:
17016- A parceria com a associaçã
- Page 185 and 186:
172APÊNDICE 3 - QUESTIONÁRIO DAS
- Page 187 and 188:
17417- Os associados/cooperados est
- Page 189 and 190:
17635- Qual o nível de participaç
- Page 191 and 192:
178APÊNDICE 4 - QUESTIONÁRIO AOS
- Page 193 and 194:
18034- Antes de ser um associado/co
- Page 195 and 196:
18269- Como ocorre a escolha do pre
- Page 197 and 198:
184Neste caso, responda: 97- Sobre
- Page 199 and 200:
186PARTICIPAÇÃO SÓCIO-CULTURALSo