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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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28complexas, o antigo mo<strong>de</strong>lo acaba por ser suplantado diante das novas exigências,o que culmina, nas palavras <strong>de</strong> CASTRO (1997, p. 3), com a “superação <strong>de</strong> umantigo mo<strong>de</strong>lo or<strong>de</strong>nador do imaginário – gerencial, sindical e social”.Tal mo<strong>de</strong>lo estivera fundado <strong>em</strong> dois esteios: por um lado, no taylorismo-fordismo enquantonorma <strong>de</strong> produção, da produção rígida <strong>de</strong> massa; por outro lado, no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>institucionalida<strong>de</strong> resultante dos princípios <strong>de</strong> uma ‘or<strong>de</strong>m do b<strong>em</strong>-estar’, um welfare quetinha seu cerne na presença do Estado-regulador marco das bases sociais <strong>de</strong>ssainstitucionalida<strong>de</strong>, mas se estendia, plasmando as próprias políticas <strong>de</strong> <strong>em</strong>presa. (CASTRO,1997, p. 3).Assim, reorganiza-se o espaço da produção, e com ele, modificam-se asformas <strong>de</strong> trabalho e as relações estabelecidas a partir <strong>de</strong>le. Cria-se <strong>de</strong> forma“aligeirada”, veloz, ambientes paradoxalmente mais “flexíveis” para produzir, mas<strong>de</strong>terminados rigidamente <strong>em</strong> sua forma <strong>de</strong> <strong>em</strong>pregar; <strong>de</strong> “produção enxuta”, masamplamente diversificados <strong>em</strong> mercadorias e pela impulsão ao consumoexacerbado que se <strong>de</strong>senvolve <strong>em</strong> um mundo fetichizado pelo “ter”.Desta maneira contraditória, estabelec<strong>em</strong>-se as mediações que implicam <strong>em</strong>um mundo <strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> uma nova or<strong>de</strong>m do trabalho, masimpreterivelmente flexível. Por este fato, a “flexibilida<strong>de</strong>” passou a ser palavra <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m na reestruturação produtiva, ainda que necessite ser mais b<strong>em</strong>compreendida. Etimologicamente, flexibilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como umacaracterística daquilo que se po<strong>de</strong> dobrar, vergar, curvar, mas ao mesmo t<strong>em</strong>po, nosentido figurado, refere-se aquilo que é maleável, dócil, submisso, complacente.Assim, o <strong>em</strong>prego da “flexibilida<strong>de</strong>” como princípio da produção atual, já nasceimpregnado <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia e que se revela pelo seu caráter contraditório.De um lado, estão aqueles que a postulam como característica que <strong>de</strong>ve estar presente nossist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção, na organização do trabalho, na estrutura <strong>de</strong> relações trabalhistas,levando <strong>em</strong>presas e países ao sucesso competitivo e o trabalhador à felicida<strong>de</strong> inesgotável,à realização profissional e pessoal.Na trincheira oposta, a ‘flexibilida<strong>de</strong>’ é <strong>de</strong>nunciada como fonte <strong>de</strong> todos os males,instrumento do lucro voraz, ferramenta do capitalismo <strong>em</strong> sua nova ofensiva <strong>de</strong> final doséculo XX, e apontada como novo nome do trabalho, que é flagelo, tortura e dor.(BRESCIANI, 1997, p. 88).O fato é que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> seu uso, a “flexibilida<strong>de</strong>” tomada comoreferência nos sist<strong>em</strong>as produtivos, conseqüent<strong>em</strong>ente atinge a estrutura social,

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