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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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17A i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> um mundo só e da al<strong>de</strong>ia global consi<strong>de</strong>ra o t<strong>em</strong>po real como um patrimôniocoletivo da humanida<strong>de</strong>. Mas ainda estamos longe <strong>de</strong>sse i<strong>de</strong>al, todavia alcançável.A história é comandada pelos gran<strong>de</strong>s atores <strong>de</strong>sse t<strong>em</strong>po real, que são, ao mesmo t<strong>em</strong>po,os donos da velocida<strong>de</strong> e os autores do discurso i<strong>de</strong>ológico. Os homens não sãoigualmente atores <strong>de</strong>sse t<strong>em</strong>po real. Fisicamente, isto é, potencialmente, ele existe paratodos. Mas efetivamente, isto é, socialmente, ele é exclu<strong>de</strong>nte e assegura exclusivida<strong>de</strong>s,ou, pelo menos, privilégios <strong>de</strong> uso. (SANTOS, 2007, p. 28)Verda<strong>de</strong>iramente, o que se ressalta é que por trás <strong>de</strong> um processo/discurso<strong>de</strong> globalização (<strong>de</strong> mercados, <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho, da informação, <strong>de</strong> um estilo <strong>de</strong>vida), <strong>em</strong> qualquer caso, a retórica esbarra nas conseqüências políticas daglobalização econômica, o que per se revela que os agentes envolvidos <strong>de</strong>v<strong>em</strong>respon<strong>de</strong>r por sua sujeição ou oposição, mas não mais no antigo esqu<strong>em</strong>a distintivoentre a esquerda e a direita.A globalização viabilizou algo que talvez já fosse latente no capitalismo, mas aindapermanecia oculto no seu estágio <strong>de</strong> submissão ao Estado <strong>de</strong>mocrático do b<strong>em</strong>-estar, asaber: que pertence às <strong>em</strong>presas, especialmente àquelas que atuam globalmente, nãoapenas um papel central na configuração da economia, mas a própria socieda<strong>de</strong> como umtodo – mesmo que seja ‘apenas’ pelo fato <strong>de</strong> que ela po<strong>de</strong> privar a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fontesmateriais (capital, impostos, trabalho). (BECK, 1999, p. 14).Constata-se, <strong>de</strong>sta forma, que o valor real intrínseco ao processo <strong>de</strong>globalização se forja mundialmente através das transações que o capital opera,tanto no setor industrial quanto no financeiro. Assim, faz mais sentido a referência aotermo mundialização do capital posto que é <strong>de</strong> sua predominância que aglobalização se “alimenta”, e não pela efetiva mundialização das trocas. Visto poreste ponto, CHESNAIS (1995, p.5) esclarece que:Em vez <strong>de</strong> usar o termo ‘globalização’ e, portanto, <strong>de</strong> fazer referência à ‘economia’ <strong>de</strong> modovago e impreciso, parece então <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já preferível falar <strong>em</strong> ‘globalização do capital’, sob aforma tanto do capital produtivo aplicado na indústria e nos serviços, quanto do capitalconcentrado que se valoriza conservando a forma dinheiro. Po<strong>de</strong>-se então dar mais umpasso, aquele que consiste <strong>em</strong> falar <strong>de</strong> ‘mundialização’ <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> ‘globalização’.A globalização da economia “aposenta” princípios e fundamentos <strong>de</strong>categorias centrais como o Estado e o Trabalho, <strong>de</strong>terminando novas dimensõesimpensáveis para as formas <strong>de</strong>senvolvidas a partir do século XIX e XX. Por trás <strong>de</strong>um discurso <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s e opulência, criam-se sujeitos in<strong>de</strong>terminados eintangíveis. Ao invés da culpabilização <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada <strong>em</strong>presa por diminuição

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