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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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7como reflexo <strong>de</strong> sua própria realida<strong>de</strong>, que o aliena e impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>rar acercados valores sociais vigentes. Assim, institui-se perversamente uma “sociabilida<strong>de</strong>marginal” que impele um número cada vez maior <strong>de</strong> pessoas – muitas <strong>de</strong>las quetrabalhavam no mercado formal – a viver<strong>em</strong> na/da rua.Dentre essa massa <strong>de</strong> excluídos que sobrevive na rua e que <strong>de</strong>la retira suascondições materiais <strong>de</strong> existência, ganham <strong>de</strong>staque diário os catadores <strong>de</strong> materialreciclável. São novos el<strong>em</strong>entos da paisag<strong>em</strong> urbana, especialmente nos gran<strong>de</strong>scentros urbanos on<strong>de</strong>, junto a mendigos, vagabundos e pedintes, compõ<strong>em</strong> umaparcela consi<strong>de</strong>rável daqueles que não mais encontram possibilida<strong>de</strong> real e concreta<strong>de</strong> inserção social plena.Sob os olhares acusadores da socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> geral, esta parcela cada vezmaior <strong>de</strong> pessoas vive sob ameaças e preconceitos, ao mesmo t<strong>em</strong>po, que <strong>de</strong>maneira contraditória, esses precarizados e excluídos são levados a imaginar suapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> (re)integração social através <strong>de</strong> programas que promet<strong>em</strong> a suainclusão. Assim, são elaborados projetos e ativida<strong>de</strong>s que busqu<strong>em</strong> (re)inventar“alternativas” <strong>de</strong> produção e que, <strong>de</strong> forma concomitante, viabiliz<strong>em</strong> a transformaçãosocial, cultural e política <strong>de</strong> seus partícipes. Sendo assim, a educação como “tábua<strong>de</strong> salvação” passa a ter um papel prepon<strong>de</strong>rante na inclusão social do catador, s<strong>em</strong>que, contudo, se tenham dados confiáveis sobre essa parcela tão “importante e útil”da socieda<strong>de</strong>. Tomando como referência as consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Gramsci (1978) sobreo americanismo e o fordismo, KUENZER (2007, p.1155) explica que:(...) no tocante ao processo <strong>de</strong> valorização do capital por meio dos processos pedagógicos,à medida que, a partir das relações <strong>de</strong> produção e das novas formas <strong>de</strong> organização dotrabalho, são concebidos e veiculados novos modos <strong>de</strong> vida, comportamentos, atitu<strong>de</strong>s,valores.O novo tipo <strong>de</strong> produção racionalizada <strong>de</strong>mandava um novo tipo <strong>de</strong> hom<strong>em</strong>, capaz <strong>de</strong>ajustar-se aos novos métodos da produção, para cuja educação eram insuficientes osmecanismos <strong>de</strong> coerção social; tratava- se <strong>de</strong> articular novas competências a novos modos<strong>de</strong> viver, pensar e sentir, a<strong>de</strong>quados aos novos métodos <strong>de</strong> trabalho caracterizados pelaautomação, ou seja, pela ausência <strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> energias intelectuais e criativas no<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do trabalho. A ciência e o <strong>de</strong>senvolvimento social por ela gerado, pertencendoao capital e aumentando a sua força produtiva, ao se colocar<strong>em</strong> <strong>em</strong> oposição objetiva aotrabalhador, justificavam a distribuição <strong>de</strong>sigual dos conhecimentos científicos e práticos,contribuindo para manter a alienação, tanto da produção e do consumo, quanto da cultura edo po<strong>de</strong>r.O que se quer <strong>de</strong>ixar claro, é que diante da atual crise entre<strong>de</strong>senvolvimento e meio ambiente, a procura por novos padrões sustentáveis <strong>de</strong>

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