Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...
Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...
Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
6produção <strong>de</strong> bens acaba por gerar uma quantida<strong>de</strong> enorme <strong>de</strong> resíduos sólidos.Com uma maior concentração nos centros urbanos, as populações humanas se<strong>de</strong>param, <strong>de</strong>sta forma, com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada ogigantesco volume <strong>de</strong> resíduos gerados por uma dinâmica <strong>de</strong> consumismo. Naspalavras <strong>de</strong> NÓBREGA (2003, p. 1):O probl<strong>em</strong>a torna-se mais grave <strong>em</strong> cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> inexiste ou há pouca área para adisposição final dos resíduos, como é caso da gran<strong>de</strong> maioria das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio egran<strong>de</strong> portes. A variação na composição <strong>de</strong>stes resíduos v<strong>em</strong> substituindo,gradativamente, a fração orgânica por outra não bio<strong>de</strong>gradável, processo que ocorre,principalmente, nas cida<strong>de</strong>s dos países <strong>de</strong>senvolvidos.De maneira associada, os aspectos acima salientados têm impulsionado asinstituições públicas na procura por processos mais eficazes e eficientes <strong>de</strong>disposição final dos resíduos, o que implica <strong>em</strong> estudos e análises maisaprofundadas dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos (SGRSU) nosentido <strong>de</strong> seu aperfeiçoamento e melhoria. Assim, a ênfase dos SGRSU, que apoucos anos voltava-se praticamente para a coleta e a disposição final, v<strong>em</strong> s<strong>em</strong>odificando na direção do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> tratamento menosimpactantes ao meio ambiente e que diminuam <strong>de</strong> maneira consi<strong>de</strong>rável aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chegada <strong>de</strong> resíduos ao seu <strong>de</strong>stino final.É neste contexto que a reciclag<strong>em</strong> – enquanto técnica – surge como formaalternativa <strong>de</strong> diminuição final <strong>de</strong> lixo e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, enquanto discursoi<strong>de</strong>ológico, apresenta-se como ativida<strong>de</strong> economicamente viável, capaz <strong>de</strong> absorverexternalida<strong>de</strong>s advindas da gestão <strong>de</strong> resíduos, além <strong>de</strong> absorver parcelaconsi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> <strong>de</strong>squalificados e <strong>de</strong>spossuídos, contribuindo sobr<strong>em</strong>aneira para“encaminhamentos mais férteis” no campo da questão social.Contudo, freqüent<strong>em</strong>ente os indivíduos mais precarizados que buscam suaintegração social ao espaço <strong>de</strong> produção – e <strong>de</strong> vida – se confrontam com ummundo que valoriza intensamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo. Mais que acolhimento,o sist<strong>em</strong>a que busca incluir (<strong>de</strong> forma subordinada) o excluído e que exclui oaparent<strong>em</strong>ente incluído socialmente, reforça uma sensação <strong>de</strong> estranhamento e <strong>de</strong><strong>de</strong>sfacelamento do próprio ser. Diante da constatação inequívoca da impossibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> inclusão, a i<strong>de</strong>ologia dominante que ampara e sustenta o modo <strong>de</strong> produçãovigente, forçosamente con<strong>de</strong>na a maioria à aceitação <strong>de</strong> sua condição social inferior