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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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150por um processo <strong>de</strong> valorização e assumirá novamente variadas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso,ampliando o seu papel no mundo das mercadorias.Sendo assim, a prefeitura <strong>de</strong> Curitiba, buscando “soluções” para enfrentar aquestão do aumento do número <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> materiais recicláveis na cida<strong>de</strong>,procurou <strong>de</strong>senvolver formas alternativas que pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>plar uma maiorparticipação sócio-econômica daqueles que viv<strong>em</strong> do lixo, concomitante com uma“conscientização” mais eficiente da população no que diz respeito à questão doconsumo e <strong>de</strong>stino final dos materiais recicláveis.Contudo, posto que toda mercadoria seja produto do trabalho humano,quando convertida <strong>em</strong> material reciclável, readquire valor <strong>de</strong> uso e, uma vezinternalizada na ca<strong>de</strong>ia da reciclag<strong>em</strong>, potencializa-se como valor <strong>de</strong> troca.Entretanto, a recuperação do valor <strong>de</strong> uso, não t<strong>em</strong> por finalida<strong>de</strong> precípua,satisfazer a uma <strong>de</strong>manda social, mas sim garantir a efetivação <strong>de</strong> seu valor <strong>de</strong>troca, mesmo que a um preço vil diante da realida<strong>de</strong> dos catadores, masestritamente <strong>de</strong> acordo com as <strong>de</strong>terminações do sist<strong>em</strong>a capitalista. Se asmercadorias recicláveis passass<strong>em</strong> por um processo <strong>de</strong> valorização na base <strong>de</strong> suaca<strong>de</strong>ia produtiva, se foss<strong>em</strong> encaradas como mercadoria <strong>de</strong> valor consi<strong>de</strong>rável já nomomento <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>scarte pela maioria da população, as condições dadas <strong>de</strong>comercialização não aten<strong>de</strong>riam aos estratos superiores quanto à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>retorno econômico e lucrativida<strong>de</strong> para as indústrias. Tal situação parece ter sidoenunciada por MARX (1988, p.148) quando expôs a questão da seguinte forma:(...) para nosso capitalista trata-se <strong>de</strong> duas coisas. Primeiro, ele quer produzir um valor <strong>de</strong>uso que tenha um valor <strong>de</strong> troca, um artigo <strong>de</strong>stinado à venda, uma mercadoria. Segundo,ele quer produzir uma mercadoria cujo valor seja mais alto que a soma dos valores dasmercadorias exigidas para produzi-las, os meios <strong>de</strong> produção e a forca <strong>de</strong> trabalho, para asquais adiantou seu bom dinheiro no mercado. Quer produzir não só um valor <strong>de</strong> uso, masuma mercadoria, não só valor <strong>de</strong> uso, mas valor e não só valor, mas também mais-valia.Neste caso, evi<strong>de</strong>ncia-se a produção <strong>de</strong> mais-valia, quando se faz aapropriação do trabalho não pago ao catador pelo industrial ou pelo intermediário daca<strong>de</strong>ia da reciclag<strong>em</strong>.Para <strong>de</strong>terminados produtos, o aumento na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação dosmateriais está intimamente relacionado a logística estabelecida entre produção econsumo, <strong>de</strong> forma que a aceleração do circuito não implica <strong>em</strong> um uso mais

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