143(E11) Vou classificá <strong>em</strong> duas fases. Há uns 10 anos, na última década era um preconceito,menino! Assim, todo mundo não valia nada, tava catando lixo, porque a gente não prestava,porque a gente era ignorante mesmo. Agora, hoje <strong>em</strong> dia não, porque a socieda<strong>de</strong> já sabeque isso daí é um trabalho necessário pra socieda<strong>de</strong>. Então, agora você vê como t<strong>em</strong> genteinteressada. E t<strong>em</strong> muita gente interessada. T<strong>em</strong> várias classes sociais interessadas.Então, eu acho que agora a socieda<strong>de</strong> tá reconhecendo mais esse trabalho. Muita gente jásepara o material, já sabe que a gente vive disso. A importância ambiental, então agora táb<strong>em</strong> bom já. Já tá b<strong>em</strong> diferente.GRÁFICO 13 – FORMA COMO OS CATADORES ACREDITAM QUE SEUTRABALHO É VISTO PELAS PESSOAS23,1%53,8%12,8%2,6%7,7%com <strong>de</strong>sprezo não reconhec<strong>em</strong> não t<strong>em</strong> respeitocom <strong>de</strong>sconfiança outrosFONTE: O autorNOTA: Em “outros” foram incluídas as formas menos citadas: com preconceito,com discriminação, poucos dão valor, não consi<strong>de</strong>ram que seja um trabalho,com respeito, reconhec<strong>em</strong> o trabalham e elogiam.A fala <strong>de</strong> um dos representantes da Associação Barracão é reveladora dacontradição histórica que acompanha os catadores <strong>de</strong> recicláveis.(E32) (...) t<strong>em</strong> gente que dá valor, mas t<strong>em</strong> gente que pega e até <strong>de</strong>svaloriza a gente, masdaí a gente conversa com eles e acabam acreditando que isso é uma coisa que tá ajudandoCuritiba, né. Porque (...) se não fosse os carrinheiro, o que seria <strong>de</strong> Curitiba? Em 74, 76, euvim trabalhar <strong>de</strong> servente (...) E do lado da escola que nós tava trabalhando tinha unsterreno vazio assim, aquilo tava <strong>de</strong> fogão, gela<strong>de</strong>ira, tudo tomado no bicho, no meio domato, na água porque aquilo era só banhado. Eu falei “meu Deus do céu, será que isso dádinheiro?” (...) “puxa! Mas se tivesse vindo pra Curitiba e eu montasse um negócio <strong>de</strong>sse, iadá dinheiro!”. (...). E aí a gente veio pra cá, só que eu nunca <strong>de</strong>bochava dos carrinheiro. Eufalava que era um serviço digno, ele tá ganhando o pão <strong>de</strong> cada dia <strong>de</strong>le ali. Ele tátrabalhando e não tá roubando. Por hoje <strong>em</strong> dia t<strong>em</strong> carrinheiro que tanto ele cata, tanto elerouba, né. É uma situação precária porque o preço abaixa daí dá aquela mixaria, daí o carafica louco, também aí as vezes t<strong>em</strong> filho <strong>em</strong> casa; (...) faz<strong>em</strong> coisa errada. Por isso que aprefeitura tinha que dá uma solução pros carrinheiro, dá mais valor pros carrinheiro, né.
144No projeto ainda observa-se um último el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> sua composição <strong>de</strong>extr<strong>em</strong>a significância: o atendimento às <strong>de</strong>mandas sociais dos catadores. Com opropósito <strong>de</strong> propiciar um tratamento mais humano e igualitário para um grupo tão<strong>de</strong>sfavorecido, fica implícita a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar um suporte educacional, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>e mesmo social a esse grupo <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong>spossuídos muitas vezes domínimo fundamental para sua dignificação humana. Assim, a promoção doatendimento escolar e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para a família <strong>de</strong>sses trabalhadores, b<strong>em</strong> como oacesso aos programas sociais governamentais ficaram estabelecidos como objetivosbásicos a ser<strong>em</strong> impl<strong>em</strong>entados durante o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s doprojeto.Vivendo quase que exclusivamente do trabalho exercido no interior dosgalpões 99 , 60% dos catadores receb<strong>em</strong> até, no máximo, R$ 450,00 por mês(GRÁFICO 14).Apesar <strong>de</strong> uma r<strong>em</strong>uneração consi<strong>de</strong>rada baixa e do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> muitos <strong>de</strong>receber<strong>em</strong> mais, apenas uma minoria dos catadores (11,7%) está vinculada aprogramas sociais. Contudo, é fato notório o <strong>de</strong>sconhecimento da maioria <strong>de</strong>les dapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concorrer<strong>em</strong> aos benefícios dos inúmeros programas <strong>de</strong> assistênciasocial propiciados pelos governos fe<strong>de</strong>ral, estadual ou municipal 100 .GRÁFICO 14 – RENDIMENTO MENSAL DOS CATADORES (R$)30,025,0porcenteg<strong>em</strong>20,015,010,05,00,0menos <strong>de</strong> 150<strong>de</strong> 151 a 300<strong>de</strong> 301 a 450<strong>de</strong> 451 a 600mais <strong>de</strong> 601não saber<strong>em</strong>uneração mensalFONTE: O autor99Cerca <strong>de</strong> 80% dos catadores na possu<strong>em</strong> outras ativida<strong>de</strong>s r<strong>em</strong>uneradas, além daquela exercidano interior das associações/cooperativas. Uma minoria compl<strong>em</strong>enta a renda exercendo aindaativida<strong>de</strong>s como a <strong>de</strong> diarista, babá, serviços gerais (pintura, consertos) e vendas.100Dentre os catadores entrevistados 13 participam do Bolsa Família, 1 do <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Erradicaçãodo Trabalho Infantil (PETI) e alguns poucos afirmaram participar do Projov<strong>em</strong> ou receber<strong>em</strong> cestasbásicas.
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