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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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21- INTRODUÇÃOAtualmente, viv<strong>em</strong>os numa fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das forças produtivasque, aparent<strong>em</strong>ente, conceitos como os <strong>de</strong> globalização e <strong>de</strong> exclusão reportar-seiama noções absolutamente antagônicas. Enquanto o primeiro estrutura-se ao redorda idéia <strong>de</strong> crescimento, <strong>de</strong> expansão, o segundo nos leva a imaginar um quadro <strong>de</strong>restrições, <strong>de</strong> reducionismos. Contudo, a análise dos discursos para a explicitaçãodo movimento do capital revela uma realida<strong>de</strong> bastante diferente. Uma realida<strong>de</strong> queexpõe globalização e exclusão como faces distintas, mas <strong>de</strong> um mesmo processo,logo profundamente interligados. A heg<strong>em</strong>onia do capitalismo se revela nos dias <strong>de</strong>hoje através da “globalização” financeira que, por conseqüência, e <strong>em</strong> últimainstância, <strong>de</strong>ixa transparecer um mundo mais dividido, mais restritivo, além <strong>de</strong> umaenorme massa <strong>de</strong> “<strong>de</strong>samparados” pelo sist<strong>em</strong>a.Em verda<strong>de</strong>, a teoria da “globalização” faz muito mais sentido quando daanálise do processo <strong>de</strong> mundialização do capital e <strong>de</strong> internacionalização, entãocompreendida nas palavras <strong>de</strong> CHESNAIS (2005, p.18) “como teoria da formação eda expansão do gran<strong>de</strong> grupo industrial transnacional 1 ”. A “globalização” traz ares<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e avanço para os países periféricos, mas escon<strong>de</strong> uma visãoestreita e fisiológica <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Ao apresentar a história da civilizaçãohumana como uma “simples” sucessão <strong>de</strong> etapas, o processo i<strong>de</strong>ologizado <strong>de</strong>globalização “viabiliza” o sucesso a todos os países (e indivíduos) que adotar<strong>em</strong> as“receitas” <strong>de</strong> ajuste neoliberal (ou seguir<strong>em</strong> as expressões <strong>de</strong> suas orientações),explicando ao mesmo t<strong>em</strong>po, mas <strong>de</strong> maneira inversa, o fracasso daquelesexcluídos.(...) os ‘integrados’ no mundo globalizado são aqueles que consegu<strong>em</strong> incorporar atitu<strong>de</strong>s,valores e novos padrões <strong>de</strong> comportamentos mais a<strong>de</strong>quados ao usufruto dasoportunida<strong>de</strong>s que as socieda<strong>de</strong>s capitalistas oferec<strong>em</strong> a todos os seus cidadãos. (...) todos<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ‘integrar-se’ à re<strong>de</strong> mundial para participar da era global. (SANTOS, 2001, p.171)Assim, escamoteada <strong>de</strong> fenômeno novo, a “globalização” enseja uma carga<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> <strong>em</strong> eventos ass<strong>em</strong>elhados, ou mesmo repetitivos, mas ainda do1CHESNAIS explica que o termo “industrial” só traduz a influência inevitável da economia industrialanglo-saxônica, mas que, na verda<strong>de</strong>, inclui tanto o setor manufatureiro quanto o conjunto dasgran<strong>de</strong>s ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços.

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