131cumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas regras (já ser catador, não usar drogas/álcool, sabertrabalhar <strong>em</strong> equipe, trabalhar com outras pessoas, usar corretamente os EPIs), mas90% <strong>de</strong>les afirmaram não ter realizado qualquer curso específico <strong>de</strong> capacitação,antes <strong>de</strong> se tornar um associado/cooperado.Com características próprias e distintas entre si, as associações ecooperativas formadas traz<strong>em</strong> <strong>em</strong> suas constituições vantagens e <strong>de</strong>svantagenspara aqueles que buscam alguma melhoria <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> trabalho e renda, além<strong>de</strong> uma organização mais estável e duradoura enquanto grupo <strong>de</strong> trabalhadores daca<strong>de</strong>ia produtiva da reciclag<strong>em</strong>. Nesse sentido, segundo o Centro <strong>de</strong> Capacitação eApoio ao Pequeno Empreen<strong>de</strong>dor (CENTROCAPE, 2003), as associações parec<strong>em</strong>ser mais vantajosas na medida <strong>em</strong> que são mais fáceis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> administradas. Pornão possuir capital social, as associações permit<strong>em</strong> uma forma cômoda <strong>de</strong> trabalho,ainda que dificulte a obtenção <strong>de</strong> financiamentos junto às instituições financeiras. Ascooperativas, tendo seu capital social formado por quotas-parte, levariam vantagensquanto à obtenção <strong>de</strong> recursos financeiros externos, mas, ao mesmo t<strong>em</strong>po, setratando <strong>de</strong> um setor com alta rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus trabalhadores, enfrentariamdificulda<strong>de</strong>s quanto a saída <strong>de</strong> m<strong>em</strong>bros que não <strong>de</strong>sejass<strong>em</strong> mais participar dogrupo, já que teriam direito à restituição relativa à sua quota-parte.De acordo com os catadores as maiores vantagens estão relacionadas aofato <strong>de</strong> não precisar<strong>em</strong> exercer seu trabalho nas ruas, sujeito a condições adversas<strong>de</strong> t<strong>em</strong>po e segurança, ou <strong>em</strong> seus locais <strong>de</strong> moradia, uma vez que muitosconviviam com o lixo e com os probl<strong>em</strong>as a ele associados (presença <strong>de</strong> vetores <strong>de</strong>doenças, mau cheiro, situações <strong>de</strong> risco, trabalho infantil) <strong>em</strong> suas próprias casas. Oconvívio coletivo e a troca <strong>de</strong> experiências aparec<strong>em</strong> também como el<strong>em</strong>entosmotivadores para os catadores, permitindo o reconhecimento das diferenças, aaquisição <strong>de</strong> novos conhecimentos a partir das vivências mútuas, além <strong>de</strong> maiorpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos reais com a quantida<strong>de</strong> separada pelo grupo.(E3) Eu acho vantag<strong>em</strong> no seguinte, a primeira vantag<strong>em</strong> é que a cooperativa tá tirandomuita gente da criminalida<strong>de</strong> pra po<strong>de</strong>r trabalhar. Outra vantag<strong>em</strong> é que a cooperativa éuma união, na qual a agente po<strong>de</strong> um ajudar o outro. E outra coisa também é que nacooperativa muita gente não tinha n<strong>em</strong> aon<strong>de</strong> morar, então parou aquele negócio, o própriofuncionário dormir no meio dor bicho, no meio do lixo, no meio <strong>de</strong> não sei o que. Então nãotá existindo. Nós tamo tentando arrumá cada qual um lugar próprio pra si.
132(E10) Uma das melhor vantag<strong>em</strong> não t<strong>em</strong> lixo no meu quintal. Que eu reciclava <strong>em</strong> casa.Então, eu não tenho lixo <strong>em</strong> casa. Meus filhos não precisam ficá se envolvendo com areciclag<strong>em</strong> porque muitas vezes, <strong>em</strong> casa, a gente acaba envolvendo os filhos também. Deuma maneira ou <strong>de</strong> outra acaba envolvendo. Eu acho que a gente trabalhando <strong>de</strong>ntro dacooperativa, como é o meu caso que agora eu fico só na cooperativa, eu não preciso tápegando chuva, tomando sol, puxando peso nas costas que é o que a gente fazia.(E29) A vantag<strong>em</strong> aqui é porque chova ou não chova, a gente tá trabalhando no seco, agente tá <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> um teto, (...) não tá na rua. Porque quando chovia (...) às vezes tinhaque me molhar, trazer o carrinho cheio <strong>de</strong> papel, me molhando. Em dia <strong>de</strong> chuva eu tava narua, quando catava que não tinha barracão e hoje não. A gente não vai pra rua. Só vaiassim quando t<strong>em</strong> uma doação, aí a gente vai buscar com o caminhão e traz pra cá. Eassim a gente ia com o carrinho, agente puxava o carrinho, a gente sofria, era humilhada,se molhava, arriscava tudo na vida, até um carro bater, um monte <strong>de</strong> coisas! Então, agoraajudo muito porque a gente tá aqui <strong>de</strong>ntro, trabalhando aqui <strong>de</strong>ntro do barracão. Se chover,a gente tá aqui protegido, então é muito melhor.Ao mesmo t<strong>em</strong>po, essa nova condição <strong>de</strong> trabalho com uma maiorconvivência no interior dos galpões <strong>de</strong> reciclag<strong>em</strong> aparece como uma das maioresdificulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> relação ao <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho nas organizações recémformadas.Com grupos bastantes heterogêneos formados por indivíduos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>s,experiências <strong>de</strong> vida e conhecimento do trabalho com o lixo variados, os conflitossão quase uma constante. A falta <strong>de</strong> comprometimento <strong>de</strong> alguns companheiros quenão comparec<strong>em</strong> ou não auxiliam nas tarefas coletivas (limpeza e organização dasinstalações) é motivo <strong>de</strong> discórdia e <strong>de</strong> discussões verbais sérias.(E11) Conflito pessoal, enten<strong>de</strong>u. (...) Eu tive já, porque eu no começo que quis tudo b<strong>em</strong>100% certinho, porque eu sou tesoureira da CATAMARE, aí eu queria tudo certinho, horário<strong>de</strong> chegada, horário <strong>de</strong> saída, sabe? Tava assim uma repressão. E eu tive conflito pessoalcom as pessoas, as pessoas me olhavam torto, eu ía fazê alguma coisa, me criticavam... eainda t<strong>em</strong>, até hoje. A maior dificulda<strong>de</strong> é “lida” com o pessoal. Porque eu penso <strong>de</strong> umjeito, você pensa <strong>de</strong> outro, outro pensa <strong>de</strong> outro, é uma divergência <strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong>atitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> gesto. E nunca ninguém concorda com o outro. (...) Então conflitos pessoais é amaior dificulda<strong>de</strong>.(E18) T<strong>em</strong> que saber "levar" os companheiros, buscar a ajuda <strong>de</strong> Deus para que a uniãopermaneça porque n<strong>em</strong> todos faz<strong>em</strong> a sua parte.O trabalho com o lixo <strong>em</strong> si, também é reconhecido por alguns catadorescomo um probl<strong>em</strong>a, uma vez que as exigências quanto à classificação dos materiaisrecicláveis no interior dos galpões é maior, o que implica na adoção <strong>de</strong> critérios maisrigorosos para a separação a fim <strong>de</strong> obter melhores condições <strong>de</strong> comercialização.Dessa forma, ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> passa a exigir uma quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> trabalhodo que habitualmente estavam acostumados, fato esse que ainda não foi percebidocomo um fator positivo na renda auferida.
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