Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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129pedestres e catadores com seus carrinhos. Não há pátio de manobras, nem tãopouco local reservado para a disposição temporária de resíduos ou estacionamentopara os carrinhos. Assim, a área pública à frente do galpão e também seu interiorsão usados para ambos os fins, o que motivou o surgimento de alguns conflitos coma população. Apesar da inexistência de janelas laterais, o barracão possui um pédireitoelevado que facilita muito a ventilação do local como um todo.De forma geral, a estrutura administrativa dos PRR está bem organizada doponto de vista pessoal e material, contando com elementos de ligação contratadospela Aliança Empreendedora (coordenador, encarregado administrativo, assistentesocial), além de telefone e computadores nos galpões.O diálogo é uma necessidade constantemente praticada, além de reuniõesperiódicas e do sistema de mural que facilitam a comunicação entre oscoordenadores e os catadores. Ainda é possível perceber que os três locaispesquisados contam com local distinto para a administração das atividades dogalpão, além de outra destinada para reuniões de treinamento e/ouconfraternização.No que diz respeito à mobilização dos catadores, o processo contou cominúmeras reuniões com o propósito de levantar aqueles interessados em participardo projeto, organizando-se em associações ou cooperativas. Durante essa etapa,tratou-se de discutir sobre as vantagens e as dificuldades do projeto em si, visandosensibilizar os catadores de rua para os benefícios do trabalho em gruposorganizados, com representantes eleitos dentre seus pares, desta forma,fortalecendo o movimento nacional e reforçando a importância do papel dotrabalhador informal da reciclagem. Ao longo de seu tempo de existência, o projetoprocurou atrair a atenção de catadores de rua “autônomos”, nas regionais com maiornúmero, a fim de detectar possíveis lideranças e interessados em uma “nova” formade gestão do trabalho, através do associativismo e/ou do cooperativismo. Nessesmomentos de aproximação entre os futuros integrantes das associações/cooperativas foi possível focar nos principais aspectos distintivos entre a forma“autônoma” de trabalho do catador de rua e outra forma organizada, entre asdiferenças do trabalho “livre” na rua e de um regime específico estabelecido comregras, direitos e deveres, com atividades individuais e coletivas, com conflitos epossibilidades de “construções” conjuntas.

130Esta etapa funcionou muito mais como uma ambientação do quepropriamente uma capacitação dos catadores. Com objetivo de apresentar o novomodelo de gestão participativa, os catadores foram levados a reconhecer anecessidade de novas rotinas, a observar atentamente a formação de novos hábitose culturas, a vivenciar trocas de conhecimentos e de experiências, buscando apoiar,fortalecer e intervir nas metodologias apresentadas. Contudo, 80% deles nãofizeram qualquer treinamento específico sobre a atividade de separação de resíduosantes de se integrar ao projeto e metade considerou que não há necessidade derealização de qualquer forma de treinamento ou curso específico. Ao mesmo tempo,70% dos entrevistados afirmaram que, como forma de qualificação para o trabalhonas associações/cooperativas, são realizadas palestras e/ou treinamentos sobretemáticas de importância (GRÁFICO 11) para o trabalho desenvolvido no interior dosgalpões.GRÁFICO 11 – DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS TEMÁTICAS DECAPACITAÇÃO MAIS COMUNS NO INTERIOR DOSGALPÕES (%)23,87,116,735,72,414,3associativismo/cooperativismoempreendedorismosegurança no trabalhorecicláveis e mercado do lixoalfabetização outrosFONTE: O autor, 2008Quando de seu ingresso, a exigência para a maioria dos catadores (92,5%)foi a simples apresentação de documentos pessoais (RG/CPF) e a orientação para o

129pe<strong>de</strong>stres e catadores com seus carrinhos. Não há pátio <strong>de</strong> manobras, n<strong>em</strong> tãopouco local reservado para a disposição t<strong>em</strong>porária <strong>de</strong> resíduos ou estacionamentopara os carrinhos. Assim, a área pública à frente do galpão e também seu interiorsão usados para ambos os fins, o que motivou o surgimento <strong>de</strong> alguns conflitos coma população. Apesar da inexistência <strong>de</strong> janelas laterais, o barracão possui um pédireitoelevado que facilita muito a ventilação do local como um todo.De forma geral, a estrutura administrativa dos PRR está b<strong>em</strong> organizada doponto <strong>de</strong> vista pessoal e material, contando com el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> ligação contratadospela Aliança Empreen<strong>de</strong>dora (coor<strong>de</strong>nador, encarregado administrativo, assistentesocial), além <strong>de</strong> telefone e computadores nos galpões.O diálogo é uma necessida<strong>de</strong> constant<strong>em</strong>ente praticada, além <strong>de</strong> reuniõesperiódicas e do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> mural que facilitam a comunicação entre oscoor<strong>de</strong>nadores e os catadores. Ainda é possível perceber que os três locaispesquisados contam com local distinto para a administração das ativida<strong>de</strong>s dogalpão, além <strong>de</strong> outra <strong>de</strong>stinada para reuniões <strong>de</strong> treinamento e/ouconfraternização.No que diz respeito à mobilização dos catadores, o processo contou cominúmeras reuniões com o propósito <strong>de</strong> levantar aqueles interessados <strong>em</strong> participardo projeto, organizando-se <strong>em</strong> associações ou cooperativas. Durante essa etapa,tratou-se <strong>de</strong> discutir sobre as vantagens e as dificulda<strong>de</strong>s do projeto <strong>em</strong> si, visandosensibilizar os catadores <strong>de</strong> rua para os benefícios do trabalho <strong>em</strong> gruposorganizados, com representantes eleitos <strong>de</strong>ntre seus pares, <strong>de</strong>sta forma,fortalecendo o movimento nacional e reforçando a importância do papel dotrabalhador informal da reciclag<strong>em</strong>. Ao longo <strong>de</strong> seu t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> existência, o projetoprocurou atrair a atenção <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> rua “autônomos”, nas regionais com maiornúmero, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar possíveis li<strong>de</strong>ranças e interessados <strong>em</strong> uma “nova” forma<strong>de</strong> gestão do trabalho, através do associativismo e/ou do cooperativismo. Nessesmomentos <strong>de</strong> aproximação entre os futuros integrantes das associações/cooperativas foi possível focar nos principais aspectos distintivos entre a forma“autônoma” <strong>de</strong> trabalho do catador <strong>de</strong> rua e outra forma organizada, entre asdiferenças do trabalho “livre” na rua e <strong>de</strong> um regime específico estabelecido comregras, direitos e <strong>de</strong>veres, com ativida<strong>de</strong>s individuais e coletivas, com conflitos epossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> “construções” conjuntas.

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