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Ronaldo Gazal Rocha - Programa de Pós-Graduação em Educação ...

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904 ATORES E INSTITUIÇÕES DA GRSU4.1 OS ATORES DA GRSU4.1.1 O contexto cont<strong>em</strong>porâneo da limpeza públicaA questão do lixo é certamente, na atualida<strong>de</strong>, uma das maioresprobl<strong>em</strong>áticas que a socieda<strong>de</strong> e seus entes públicos enfrentam na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.Em rápido retrospecto, pô<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>stacar o quão antiga é a constatação <strong>de</strong> que aprodução <strong>de</strong> lixo pelas populações humanas, <strong>em</strong> diferentes contextos sócio-culturaise ao longo dos t<strong>em</strong>pos, é fato que acompanha seu próprio processo civilizatório ecaracteriza as populações dos diversos países do mundo. Contudo, ao contrário dotipo particular <strong>de</strong> rejeito que os humanos produziam no passado, o lixo dacont<strong>em</strong>poraneida<strong>de</strong> é diferente, é produzido artificialmente, é sintético, resiste à<strong>de</strong>gradação natural, ocupa muito (e cada vez mais) espaço e apresenta-se comoel<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> estudo pela comunida<strong>de</strong> acadêmica e como fonte <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> muitosprofissionais preocupados <strong>de</strong> alguma forma com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umaconsciência ambiental. Contudo, a noção negativa que acompanha a probl<strong>em</strong>áticado lixo é praticamente a mesma – se não maior – do que aquela atrelada a<strong>de</strong>gradação humana dos que sobreviv<strong>em</strong> dos rejeitos e <strong>de</strong>scartes <strong>de</strong> nossa atualsocieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo.Viver no meio da rua não é um probl<strong>em</strong>a novo. Se não é tão antigo quanto a própriaexistência das ruas, da vida urbana, r<strong>em</strong>onta, pelo menos, ao renascimento das cida<strong>de</strong>s, noinício do capitalismo. A existência <strong>de</strong> hordas <strong>de</strong> miseráveis nas cida<strong>de</strong>s pré-industriais – <strong>em</strong>esmo após a Revolução Industrial – chamou a atenção <strong>de</strong> pensadores e romancistas.(...)As ruas eram locais <strong>de</strong> sobrevivência. Muitos ofícios eram <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhados <strong>em</strong> áreaspúblicas. E era ali que se expressavam as condições <strong>de</strong> privação. Findo o sist<strong>em</strong>a servil, jánão interessava a preservação, por parte dos velhos senhores, das classes <strong>de</strong>spossuídas.Cada um teria <strong>de</strong> buscar seu sustento no novo mundo do mercado. E não havia trabalhopara todos, n<strong>em</strong> habitação, n<strong>em</strong> comida. Muitos trabalhavam e viviam no meio da rua 59 .(BURSZTYN, 2000, p.19)Talvez <strong>em</strong> nenhuma outra época da história humana, o consumo <strong>de</strong>mercadorias tenha sido tão estimulado e favorecido por mecanismos que promov<strong>em</strong>59 Grifos no original.

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