Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...
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96Tabela 17 - Crescimento da Educação Superior Pública porRegião – Brasil – 1994 – 2004Região Crescimento em Percentual - %Norte 173,0Nordeste 86,8Sudeste 45,4Sul 37,4Centro-Oeste 144,4Paraná 52,4FONTE: MEC/Inep/DeaesÉ difícil de mensurar o que pesou mais na evolução do ensino superior privado noParaná, se foi o erro de cálculo das escolas privadas, a redução do financiamento público ouas condições sócio-econômicas locais. No entanto, não restam dúvidas de que ela ocorreu empatamares bem superiores ao de outras regiões do país (com exceção do Norte).Diante da expansão acelerada verificada nos últimos anos, começam a surgir dúvidassobre a capacidade do sistema de assegurar níveis elevados de qualidade. Alguns númerosdivulgados pelo INEP sobre a educação superior paranaense oferecem boas pistas para quemestá interessado em desvendar essa importante questão. Passemos a eles.4.3 O DIFÍCIL DESAFIO DE GARANTIR A EXPANSÃO NUM CONTEXTO DEEVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E ATRASO SOCIALTodos os números apresentados comprovam que os processos de privatização e defragmentação das instituições se reproduziram com mais ênfase em âmbito regional. Apesarda tendência à constituição de um modelo fragmentado ter se acentuado nos últimos anos,emerge na contramão desta tendência uma corrente que defende a tese de que odesenvolvimento do ensino superior, em âmbito regional ou nacional, exige a construção deum projeto de nação, que respeite as diversidades locais e ao mesmo tempo atenda aosinteresses da população.“A clássica função de [produção do] conhecimento geral, [de]
97preservação da cultura e da erudição, de formação do pensamento reflexivo, detranscendência civilizacional da universidade, se depara agora com as tendências dafragmentação, da rapidez, da utilidade ou do valor econômico, da aplicabilidade, doinstrumental e organizacional” (DIAS SOBRINHO, 2005, p. 33). Essas novas demandas,impostas pelos interesses empresariais, mas também pelas transformações ocorridas nocapitalismo nas últimas décadas, coloca o ensino superior numa encruzilhada. Em meio atantas dúvidas, ainda pode ser delineada uma questão central, da qual derivam todas as outras:“como manter a idéia de universalidade perante as demandas de curto prazo da formaçãotécnica e profissional, das necessidades de especialização e das divisões do trabalho, dopragmatismo das pesquisas micro-orientadas, do utilitarismo e do particularismo da produçãoe do consumo de conhecimentos?” (Id).Em relação a essa grande questão, percebemos dois posicionamentos distintos.Deum lado, estão os defensores da linha pragmática. Esse grupo critica a suposta ineficiênciada educação superior para atender as exigências do mercado de trabalho, cada vez maiscomplexo. De outro, perfilam-se os defensores de uma formação voltada para o exercício dacidadania crítica e criativa. Esses, por sua vez, lamentam as perdas de referências valorativasna sociedade em geral e na educação superior em especial (Ibid, p. 34).Esse desencontro de opiniões reflete a ambigüidade da própria sociedade.interesses profundamente divergentes que requerem os serviços da universidade.“HáTaisdivergências tornam-se tanto mais acentuadas quanto mais acentuadas forem as contradiçõesda própria sociedade” (GOERGEN, p. 15). Diante de todas as contradições, é preciso certograu de discernimento e isenção para avaliar a relevância de todas as propostas. “Não seencontram fáceis consensos a respeito de temas tão complexos, que envolvem leques deproblemas muito diversos e de enorme importância para os indivíduos e para as sociedades”(DIAS SOBRINHO, 2005, p. 64).
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97preservação da cultura e da erudição, <strong>de</strong> formação do pensamento reflexivo, <strong>de</strong>transcendência civilizacional da universida<strong>de</strong>, se <strong>de</strong>para agora com as tendências dafragmentação, da rapi<strong>de</strong>z, da utilida<strong>de</strong> ou do valor econômico, da aplicabilida<strong>de</strong>, doinstrumental e organizacional” (DIAS SOBRINHO, 2005, p. 33). Essas novas <strong>de</strong>mandas,impostas pelos interesses <strong>em</strong>presariais, mas também pelas transformações ocorridas nocapitalismo nas últimas décadas, coloca o ensino superior numa encruzilhada. Em meio atantas dúvidas, ainda po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>lineada uma questão central, da qual <strong>de</strong>rivam todas as outras:“como manter a idéia <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> perante as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> curto prazo da formaçãotécnica e profissional, das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> especialização e das divisões do trabalho, dopragmatismo das pesquisas micro-orientadas, do utilitarismo e do particularismo da produçãoe do consumo <strong>de</strong> conhecimentos?” (Id).Em relação a essa gran<strong>de</strong> questão, perceb<strong>em</strong>os dois posicionamentos distintos.Deum lado, estão os <strong>de</strong>fensores da linha pragmática. Esse grupo critica a suposta ineficiênciada educação superior para aten<strong>de</strong>r as exigências do mercado <strong>de</strong> trabalho, cada vez maiscomplexo. De outro, perfilam-se os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> uma formação voltada para o exercício dacidadania crítica e criativa. Esses, por sua vez, lamentam as perdas <strong>de</strong> referências valorativasna socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> geral e na educação superior <strong>em</strong> especial (Ibid, p. 34).Esse <strong>de</strong>sencontro <strong>de</strong> opiniões reflete a ambigüida<strong>de</strong> da própria socieda<strong>de</strong>.interesses profundamente divergentes que requer<strong>em</strong> os serviços da universida<strong>de</strong>.“HáTaisdivergências tornam-se tanto mais acentuadas quanto mais acentuadas for<strong>em</strong> as contradiçõesda própria socieda<strong>de</strong>” (GOERGEN, p. 15). Diante <strong>de</strong> todas as contradições, é preciso certograu <strong>de</strong> discernimento e isenção para avaliar a relevância <strong>de</strong> todas as propostas. “Não seencontram fáceis consensos a respeito <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as tão complexos, que envolv<strong>em</strong> leques <strong>de</strong>probl<strong>em</strong>as muito diversos e <strong>de</strong> enorme importância para os indivíduos e para as socieda<strong>de</strong>s”(DIAS SOBRINHO, 2005, p. 64).