Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...
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pela associação das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e pesquisa; pelo financiamento estatal e pela69preocupação com a preservação e difusão da cultura.A “nova universida<strong>de</strong>” aten<strong>de</strong> ainteresses mais pragmáticos; se preocupa mais com a informação do que com a formação; estámais ligada às <strong>de</strong>mandas do mercado do que interessada <strong>em</strong> resolver os probl<strong>em</strong>as da nação;reproduz conhecimentos, mas não t<strong>em</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzi-los; e, infelizmente, não sesente responsável pelo futuro da humanida<strong>de</strong>, já que seus interesses são imediatos.A “nova universida<strong>de</strong>”, preocupada apenas com a formação dos estudantes para omercado <strong>de</strong> trabalho, não t<strong>em</strong> compromissos com a transmissão <strong>de</strong> valores, com a educaçãohumana integral e com a formação para a cidadania. Os esforços que realiza estão “servindoapenas para facilitar o processo <strong>de</strong> adaptação do indivíduo ao meio, ao invés <strong>de</strong> instrumentálopara compreen<strong>de</strong>r essa realida<strong>de</strong> (...)” (GISI, 2003, p. 111).Nesse processo <strong>de</strong> adaptação, possui um significado importante a difusão dos i<strong>de</strong>aisliberais <strong>de</strong> incentivo à competição, ao individualismo e ao livre mercado, que invadiram asinstituições <strong>de</strong> ensino superior nas últimas décadas. O liberalismo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as suas origens noséculo XVIII, até hoje, “s<strong>em</strong>pre foi radicalmente contrário à busca <strong>de</strong> um maior grau <strong>de</strong>igualda<strong>de</strong> entre os indivíduos e grupos sociais, pela via <strong>de</strong> uma intervenção pública orientadapelo princípio da universalida<strong>de</strong> ou da igualação dos resultados” (FIORI, 1997, p. 212).Entre os liberais (pelo menos entre os legítimos liberais), s<strong>em</strong>pre esteve presente a <strong>de</strong>fesa daigualda<strong>de</strong> nas condições <strong>de</strong> partida. A partir daí, “as diferenças e as competências <strong>de</strong> cada umgerariam inevitavelmente resultados distintos perfeitamente legítimos e necessários para aprópria dinâmica da socieda<strong>de</strong> capitalista” (Id.). A gran<strong>de</strong> questão, no entanto, é que osliberais nunca discutiram sobre o probl<strong>em</strong>a concreto <strong>de</strong> que nas socieda<strong>de</strong>s reais exist<strong>em</strong>enormes diferenças e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s no ponto zero, que dificilmente serão corrigidas (Ibid., p.213).Se consi<strong>de</strong>rarmos a educação superior como uma das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se produzir aigualda<strong>de</strong> nas condições <strong>de</strong> partida, acabar<strong>em</strong>os <strong>de</strong>scobrindo sérias implicações no processo