60privada obtidas na década <strong>de</strong> 1990. A criação dos centros universitários foi <strong>de</strong>terminante parao crescimento da re<strong>de</strong> particular <strong>de</strong> ensino. Às instituições agrupadas nesse subgrupo foigarantida a prerrogativa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r "criar, organizar e extinguir, <strong>em</strong> sua se<strong>de</strong>, cursos eprogramas <strong>de</strong> educação superior, assim como r<strong>em</strong>anejar ou ampliar vagas nos cursosexistentes." (Art. 12, § 1º, Decreto 2306/97).A autonomia concedida aos centrosuniversitários, <strong>de</strong>sacompanhada da exigência <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> pesquisa, fez multiplicar onúmero <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong>sse subgrupo.TABELA 2 - Evolução do Número <strong>de</strong> Centros Universitários – Brasil - 1994-2004Ano Total Privados % % Públicos Proporção1994 - - - - - -1995 - - - - - -1996 - - - - - -1997 13 13 100,0 - - -1998 18 18 100,0 38,46 - -1999 39 39 100,0 116,67 - -2000 50 49 98,0 25,64 1 2,02001 66 64 96,9 30,61 2 3,02002 77 74 96,1 15,63 3 3,92003 81 78 96,3 5,41 3 3,72004 107 104 97,2 33,33 3 2,8Fonte: Censo da Educação Superior 2004 - MEC/INEP;DeaesOs dados compilados pelo Censo da Educação Superior 2004 <strong>de</strong>monstram apredominância dos centros universitários na re<strong>de</strong> privada (100% nos três primeiros anos).Consi<strong>de</strong>rando o total <strong>de</strong> instituições particulares e públicas que adotaram essa forma <strong>de</strong>organização, constatamos que o número <strong>de</strong> Centros Universitários aumentou 823,08% <strong>de</strong> 1997a 2004. No mesmo período, o número <strong>de</strong> cursos ofertados por essas instituições cresceu numaproporção b<strong>em</strong> superior, atingindo a cifra <strong>de</strong> 1.432,21%, enquanto o número <strong>de</strong> vagasofertadas cresceu 1.752,32%.O surgimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> instituições organizadas sob a forma <strong>de</strong> centrosuniversitários, após a promulgação da LDB, indica uma indisfarçável predileção dos
61<strong>em</strong>presários da educação por estruturas mais enxutas, <strong>de</strong> preferência <strong>de</strong>sobrigadas do ônus dapesquisa.A mesma lógica po<strong>de</strong> ser observada na expansão dos cursos seqüenciais, previstos noArtigo 44 da LDB. A legislação <strong>em</strong> vigor (Portaria 514/01) <strong>de</strong>fine duas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cursos seqüenciais: a) <strong>de</strong> compl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> estudos e b) <strong>de</strong> formação específica, ambos comduração média <strong>de</strong> dois anos.Como apenas os cursos <strong>de</strong> formação específica sãoregulamentados pelo MEC, a carga horária <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser inferior a 1600horas (200 dias letivos). Os egressos <strong>de</strong> cursos seqüenciais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da modalida<strong>de</strong>escolhida, têm direito a um certificado (nos cursos seqüenciais <strong>de</strong> compl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong>estudos) ou a um diploma (nos cursos seqüenciais <strong>de</strong> formação específica), ambos <strong>de</strong> nívelsuperior. (MARTINS, 2004, p. 19).Os cursos seqüenciais aten<strong>de</strong>m à <strong>de</strong>mandas específicas, que <strong>em</strong> muitas situaçõespo<strong>de</strong>m coincidir com a esfera <strong>de</strong> atuação dos tradicionais cursos <strong>de</strong> graduação. Ainda éincerto o campo <strong>de</strong> trabalho para os egressos <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino <strong>em</strong> profissõessujeitas à regulamentação ou ao controle dos conselhos profissionais, <strong>em</strong>bora <strong>em</strong> outras áreasnão existam restrições legais. Os cursos seqüenciais também habilitam para a realização <strong>de</strong>concursos públicos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os editais não o proíbam. Os concluintes <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>curso superior ainda ganham o direito <strong>de</strong> ingressar <strong>em</strong> cursos <strong>de</strong> pós-graduação lato sensu(Ibid).A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> outras particularida<strong>de</strong>s, importa no momento ressaltar o papel<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhado pelos cursos seqüenciais na expansão da re<strong>de</strong> privada. A carga horária menor<strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> curso acabou contribuindo para a diminuição da evasão nos cursos <strong>de</strong>nível superior, fator que s<strong>em</strong>pre acarretou aumento <strong>de</strong> custos para os sist<strong>em</strong>as público eprivado.A flexibilida<strong>de</strong> dos cursos <strong>de</strong>ssa natureza, no que concerne à <strong>de</strong>finição dosprogramas e currículos, também <strong>de</strong>ve ser ressaltada como fator <strong>de</strong> estímulo à expansão dosist<strong>em</strong>a particular. Como afirma Rubens Martins (2004, p. 36), funcionário da Secretaria <strong>de</strong>
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