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Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...

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41“quantida<strong>de</strong>”, “t<strong>em</strong>po” e “custo”. A avaliação está vinculada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> publicações,colóquios e congressos. Não importa para qu<strong>em</strong> e o que está se produzindo. O parâmetro quenorteia é o do custo-benefício. Marilena Chuí <strong>de</strong>nomina essa forma <strong>de</strong> organização <strong>de</strong>“Universida<strong>de</strong> operacional”. (CHAUI, 1999, p. 219).O acesso <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong>sfavorecidos e o regime <strong>de</strong> cotas, na visão do documento,aparec<strong>em</strong> como entraves à otimização dos resultados. O suposto <strong>de</strong>spreparo dos alunos queingressam por meio <strong>de</strong>sses artifícios oneraria as instituições com os investimentos necessáriosao nivelamento dos estudantes. Decorre <strong>de</strong>sse posicionamento a lógica da <strong>de</strong>fesa do apoiofinanceiro apenas aos estudantes “académicamente calificados”(BM, 1995, p. 8). Com osoutros o Estado não <strong>de</strong>veria se preocupar, já que o custo-benefício não justificaria osinvestimentos necessários.Outra diretriz que permeia todo o documento é a <strong>de</strong>fesa dos investimentos estatais nare<strong>de</strong> privada, sob a justificativa <strong>de</strong> que essas seriam mais eficientes na gestão dos recursos.Na visão do Banco, “las instituciones privadas constituyen un el<strong>em</strong>ento importante <strong>de</strong>algunos <strong>de</strong> los sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> enseñanza postsecundaria más eficaces que existen actualmente<strong>em</strong> el mundo <strong>em</strong> <strong>de</strong>sarollo.”(BM, 1995, p. 6). A eficiência, naturalmente, está na redução <strong>de</strong>custos, nunca na qualida<strong>de</strong> da formação discente.Dessa crítica do Banco à suposta eficiência da re<strong>de</strong> privada, comparativamente ao<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho das instituições oficiais, surgiu a idéia <strong>de</strong> que a Universida<strong>de</strong> pública éirreformável. A sua forma histórica <strong>de</strong> organização, caracterizada pela indissociabilida<strong>de</strong>entre as esferas <strong>de</strong> ensino, pesquisa e extensão, foi consi<strong>de</strong>rada pelos teóricos doneoliberalismo como excessivamente cara e ina<strong>de</strong>quada, sobretudo aos países pobres.Segundo Deise Mancebo (2004, p. 3), pesquisadora da UERJ, “ao longo <strong>de</strong> 2003 (...)muitos documentos governamentais ocuparam-se da análise da situação financeira daeducação superior, especialmente dos gastos feitos com as universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais”.Nesses

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