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Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...

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29garantiu o acesso ao <strong>em</strong>prego e muito menos uma proteção contra a precarização e<strong>de</strong>terioração dos níveis <strong>de</strong> renda <strong>em</strong> cada estrato” (POCHMAMM, 2004, p. 4-6).E esse não é um probl<strong>em</strong>a exclusivo dos países pobres. Analisando a socieda<strong>de</strong>francesa da segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 90, Tanguy (1999, p. 3) conclui que “o diploma, <strong>em</strong>si, está longe <strong>de</strong> ser uma proteção contra o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, uma vez que um aumento geral dosníveis <strong>de</strong> formação não exclui um aumento geral das taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego nessa faixa etária.”Nesse sentido, ele é condição necessária, mas não suficiente para a obtenção <strong>de</strong> trabalho,protegendo do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego apenas <strong>de</strong> modo relativo. E vai mais longe ao afirmar que a posse<strong>de</strong> um diploma t<strong>em</strong> um significado diferente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da classe social <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> doestudante. As re<strong>de</strong>s locais e familiares são importantes no processo <strong>de</strong> inserção profissional.Acreditamos que esse raciocínio seja válido também para o Brasil. Em nosso país, osrelacionamentos sociais ainda são <strong>de</strong>terminantes para a inserção dos indivíduos no mercado<strong>de</strong> trabalho, muitas vezes <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento da racionalida<strong>de</strong> do mérito e da competência.Seguindo a mesma linha <strong>de</strong> raciocínio, perceb<strong>em</strong>os que não passa <strong>de</strong> um mito a idéia<strong>de</strong> que “o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego é causado pela falta <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação entre os egressos dos vários níveisdo sist<strong>em</strong>a educativo e os recursos requeridos pelas diversas esferas do sist<strong>em</strong>a produtivo. Ataxa geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego t<strong>em</strong> muito pouco a ver com o nível médio <strong>de</strong> educação dapopulação, porque a repercussão <strong>de</strong>sse incr<strong>em</strong>ento sobre o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego seria, <strong>em</strong> qualquercaso, muito mo<strong>de</strong>sta” (SANCHIS, 1997, p. 197)Ou seja, o probl<strong>em</strong>a não está num suposto <strong>de</strong>sajuste (mesmo que isso possa estarocorrendo) entre a formação oferecida e as exigências do mercado. Quando a economiaestava <strong>em</strong> expansão e a mão-<strong>de</strong>-obra era escassa as <strong>em</strong>presas admitiam e treinavam jovensinexperientes. A crise econômica e o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego fizeram com que as <strong>em</strong>presas passass<strong>em</strong> acontratar mão-<strong>de</strong>-obra adulta e experiente, exce<strong>de</strong>nte no mercado.Em muitos paíseseuropeus o Estado procurou suavizar a transição da escola ao trabalho. Apesar disso, o

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