Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...
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148Quando o Banco Mundial <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a tese <strong>de</strong> que os recursos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser distribuídos <strong>de</strong>acordo com critérios <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, esquecendo-se <strong>de</strong> que as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s entre asinstituições foram construídas historicamente, está reforçando os i<strong>de</strong>ais liberais e estimulandoa competição.Esse discurso fatalmente acaba sendo incorporado por professores e alunos,que para garantir a sobrevivência dos programas <strong>de</strong> ensino dos quais faz<strong>em</strong> parte lançam-senuma disputa n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre leal por recursos e apoio das entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> financiamento, públicasou privadas. O i<strong>de</strong>ário liberal “s<strong>em</strong>pre foi radicalmente contrário à busca <strong>de</strong> um maior grau<strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> entre os indivíduos e grupos sociais”, s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma intransigente oindividualismo, criticou a intervenção do estado e apoiou a circulação livre dos capitaisprivados (FIORI, 1997, p. 212). Nas reformas recentes promovidas na educação superior, enas que ainda estão <strong>em</strong> <strong>de</strong>bate, perceb<strong>em</strong>os nitidamente a influência <strong>de</strong>ssas idéias, sobretudonas iniciativas que partiram do Estado e da iniciativa privada. Esta última, s<strong>em</strong>pre procuroudificultar o <strong>de</strong>senvolvimento das políticas <strong>de</strong> regulação. O Estado brasileiro, por sua vez,tratou <strong>de</strong> garantir a entrada e expansão dos capitais privados no ensino superior, flexibilizandopor <strong>de</strong>creto as amarras que dificultavam esse processo.O apoio dado pelo governo nos últimos anos à iniciativa privada também serviu para<strong>de</strong>sobrigar o po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong> custear a expansão e manutenção do sist<strong>em</strong>a.O ensinosuperior esteve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início na mira dos neoliberais, <strong>em</strong> razão da amplitu<strong>de</strong> dos gastos<strong>de</strong>stinados a esta área. Em um minucioso estudo realizado sobre o financiamento das IFES,Amaral (2003, p. 80) compara o percentual médio <strong>de</strong> investimentos nesse segmento, <strong>em</strong>relação ao PIB, com outras áreas atendidas pelo governo fe<strong>de</strong>ral. Segundo os cálculos <strong>de</strong>sseautor, <strong>de</strong> 1990 a 2005 a União investiu mais <strong>em</strong> educação superior (0,62%) do que <strong>em</strong>proteção ao trabalhador (0,60%), segurança pública (0,12%), habitação, urbanismo esaneamento (0,07%).O montante <strong>de</strong> recursos investidos na educação superior não foipequeno, mas as críticas s<strong>em</strong>pre esqueceram <strong>de</strong> mencionar os diversos benefíciosproporcionados pelas IFES à socieda<strong>de</strong>, como os hospitais universitários, as escolas técnicas,