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Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...

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114contratos <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> sobretrabalho 60 , ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se reduziram os níveis <strong>de</strong>renda <strong>de</strong>sse segmento da população. A taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego da população jov<strong>em</strong> <strong>em</strong> 2001 erao dobro da população adulta. A <strong>de</strong>terioração das condições <strong>de</strong> trabalho durante todo operíodo mostrou tendência <strong>de</strong> elevação, e as conseqüências mais graves <strong>de</strong>sse processo foramsentidas entre as classes mais baixas. No limiar do novo milênio a taxa <strong>de</strong> acesso aostrabalhos assalariados ainda podia ser consi<strong>de</strong>radas elevada entre os jovens pertencentes àsfamílias <strong>de</strong> maior renda (77,1%), mas era extr<strong>em</strong>amente baixa para os jovens oriundos dossegmentos mais pobres (41,4%).Em relação aos contratos formais <strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>sproporção ainda era maior (49% contra 25,7%). “Percebe-se, [ainda], que as taxas <strong>de</strong><strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego se elevaram a um ritmo mais rápido justamente para os níveis <strong>de</strong> maiorescolarida<strong>de</strong> entre 1992 e 2002. Para os segmentos com 14 anos <strong>de</strong> estudo a <strong>de</strong>socupaçãocresceu 76,9%, três vezes a mais do que o ritmo <strong>de</strong> crescimento do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego para ossegmentos educacionais com até três anos <strong>de</strong> estudo” (POCHMAMM, 2004, p. 3). Nomesmo período, a renda média dos trabalhadores com curso superior caiu 35%, e a renda dostrabalhadores <strong>de</strong> nível médio caiu pela meta<strong>de</strong> (Ibid., p. 4-6).A diminuição da oferta <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego para a população jov<strong>em</strong> e a redução dos níveis <strong>de</strong>renda entre os m<strong>em</strong>bros mais escolarizados <strong>de</strong>ssa faixa etária, na década <strong>de</strong> 1990, são fatosrelevantes do processo <strong>de</strong> reestruturação produtiva ocorrido no Brasil nos anos recentes. Aoanalisar esse cenário, os técnicos do DIEESE concluíram que a tendência <strong>de</strong> queda nasoportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho para a população mais escolarizada“relativiza o argumento <strong>de</strong> que o investimento social e pessoal <strong>em</strong> educação é o principal meio <strong>de</strong>superação do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, pois houve aumento no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego para a população com níveis maiselevados <strong>de</strong> instrução. Num mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>primido e s<strong>em</strong> perspectivas <strong>de</strong> crescimento daoferta <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho, corre-se, <strong>de</strong> um lado, o risco <strong>de</strong> se frustrar<strong>em</strong> as expectativas dosindivíduos que investiram na sua educação e, <strong>de</strong> outro, <strong>de</strong> se protelar socialmente o foco <strong>de</strong>direcionamento <strong>de</strong> políticas econômicas mais eficazes para melhorar a capacida<strong>de</strong> da economia <strong>em</strong>gerar postos <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong> número suficiente para aten<strong>de</strong>r o crescimento da força <strong>de</strong> trabalho”(DIEESE, 2001, p. 58).60 Consi<strong>de</strong>ra-se sobretrabalho as situações relativas aos ocupados com jornada <strong>de</strong> trabalho acima <strong>de</strong> 44 horass<strong>em</strong>anais, aos aposentados e pensionistas que se mantêm ativos no mercado <strong>de</strong> trabalho, aos trabalhadores commais <strong>de</strong> uma ocupação e ao trabalho <strong>de</strong> pessoas abaixo <strong>de</strong> 16 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>” (POCHMAMM, 2004, p. 2).

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