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Emir Guimarães Andrich - Programa de Pós-Graduação em ...

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privado <strong>em</strong> 2004 (43.8%). Aparent<strong>em</strong>ente, as condições sócio-econômicas do país não estãopermitindo que o ensino pago mantenha o ritmo <strong>de</strong> crescimento da década <strong>de</strong> 90.109Alunos interessados <strong>em</strong> ingressar no ensino superior exist<strong>em</strong>.A relaçãocandidatos/vaga cresce a cada ano nas instituições públicas. A baixíssima taxa <strong>de</strong>escolarização líquida brasileira <strong>de</strong>monstra que o sist<strong>em</strong>a teria que quintuplicar para atingir osíndices já alcançados pelos países <strong>de</strong>senvolvidos. Os extratos mais baixos da população, noentanto, só terão o acesso garantido se o Estado aumentar os investimentos no nível superior<strong>de</strong> ensino. No Paraná, dados do ENADE revelam que a maior concentração (70.6% na re<strong>de</strong>pública e 68.7% na particular) dos estudantes matriculados no ensino superior sãoprovenientes <strong>de</strong> famílias cuja faixa <strong>de</strong> renda mensal está entre 0 e 10 salários mínimos. Entreos estudantes que prestaram o exame, boa parte ainda <strong>de</strong>clarou (73.9% nas instituiçõespúblicas e 57.3% nas particulares) que possui seus gastos financiados pela família, nãoexercendo nenhum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> r<strong>em</strong>unerada.Embora o ensino superior ainda possa ser consi<strong>de</strong>rado um privilégio, não há coerênciano discurso daqueles que criticam a universida<strong>de</strong> pública por aten<strong>de</strong>r majoritariamente aosricos. Dez salários mínimos é uma bela r<strong>em</strong>uneração para os padrões brasileiros, mas estáb<strong>em</strong> abaixo da renda auferida pelos m<strong>em</strong>bros da elite econômica paranaense. A orig<strong>em</strong> social<strong>de</strong> alunos da re<strong>de</strong> pública e privada paranaense, segundo os números do ENADE, é muitoparecida. Há poucos pobres nas instituições privadas, mas também não os encontramos commaior facilida<strong>de</strong> no sist<strong>em</strong>a público.Para aprofundar essa análise seria interessante consi<strong>de</strong>rar a orig<strong>em</strong> social dosestudantes e cruzar esse dado com as opções <strong>de</strong> cursos e carreiras. Achamos plausível lançara hipótese <strong>de</strong> que os alunos mais ricos estão freqüentando cursos que proporcionarão, nofuturo, rendimentos superiores no mercado <strong>de</strong> trabalho, ao passo que os mais pobres ten<strong>de</strong>mque forçosamente fazer a opção por carreiras profissionais ou instrumentais.

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