100Nesse indicador, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada muito boa a posição ocupada pelo Estado doParaná (<strong>em</strong> termos relativos).Entre os 26 estados da fe<strong>de</strong>ração, mais o Distrito Fe<strong>de</strong>ral, oParaná ocupa a segunda melhor colocação. Em termos <strong>de</strong> escolarização bruta 56 , indicador qu<strong>em</strong>e<strong>de</strong> o total <strong>de</strong> matrículas <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> ensino (<strong>em</strong> relação à população na faixaetária a<strong>de</strong>quada para cursar esse nível), também po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada privilegiada a posiçãoocupada pelo Paraná. Nesse quesito, ele divi<strong>de</strong> a terceira posição nacional com o Rio <strong>de</strong>Janeiro (24,4%), per<strong>de</strong>ndo apenas para o Distrito Fe<strong>de</strong>ral (32,6%) e o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul(25,0%) (vi<strong>de</strong> tabela 20, gráfico 14).Tabela 20 - Taxa <strong>de</strong> escolarização bruta por nível <strong>de</strong> ensino segundo aUnida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração – 2004EstadoTaxa <strong>de</strong> Escolarização Bruta 1Fundamental Médio SuperiorBrasil 117,6 81,4 18,6Distrito 115,4 25,7 34,8Paraná 109,7 75,1 28,3Santa Catarina 109,4 83,6 26,1Rio <strong>de</strong> Janeiro 116,2 96,2 25,5Fonte: IBGE - PNAD 2004. Tabela elaborada pelo EC/INEP/DTDIE.Gráfico 14 - Taxa <strong>de</strong> escolarização bruta por nível <strong>de</strong> ensino segundo aUnida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração – 2004RJSCPR25,526,128,3DF34,8BR18,60 10 20 30 4056 A taxa <strong>de</strong> escolarização bruta é o percentual da matricula total <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminado nível <strong>de</strong> ensino <strong>em</strong> relação àpopulação na faixa etária a<strong>de</strong>quada para cursar o referido nível <strong>de</strong> ensino. Para o ensino fundamental, apopulação a<strong>de</strong>quada consi<strong>de</strong>rada foi <strong>de</strong> 7 a 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>; para o ensino médio, a população <strong>de</strong> 15 a 17 anos;e para o ensino superior, a população <strong>de</strong> 18 a 24 anos.
Os mo<strong>de</strong>stos indicadores brasileiros dão sentido às reivindicações dos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m amassificação pela via da diversificação. Parece não haver outra saída para o atendimento das<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> caráter mais imediato. Mesmo aqueles que se posicionam explicitamente a favor<strong>de</strong> uma formação mais crítica e criativa, reconhec<strong>em</strong> as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se promover ocrescimento apenas através da expansão do mo<strong>de</strong>lo tradicional.101“A complexida<strong>de</strong> das novas tarefas não po<strong>de</strong> ser atendida por um único tipo <strong>de</strong> instituição, como auniversida<strong>de</strong> clássica. É muito complicado a uma única instituição formar, <strong>em</strong> toda extensão e comelevada qualida<strong>de</strong>, tanto os pesquisadores e profissionais <strong>de</strong> ponta, como fornecer a simples capacitação<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra para postos <strong>de</strong> trabalho menos exigentes. É muito difícil respon<strong>de</strong>r a tantas e tãocontraditórias <strong>de</strong>mandas, que lhe chegam <strong>em</strong> estado bruto: <strong>de</strong>senvolver a mais avançada e inovadorapesquisa e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, o conhecimento <strong>de</strong> pronta aplicação, conciliar os valores gerais epermanentes da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática com os interesses imediatos e pragmáticos das <strong>em</strong>presas" (DIASSOBRINHO, 2005, p. 37).O reconhecimento das limitações do mo<strong>de</strong>lo clássico <strong>de</strong> universida<strong>de</strong> no atendimentodas novas e complexas <strong>de</strong>mandas, no entanto, <strong>em</strong> hipótese alguma significa a concordânciacom a flexibilização <strong>de</strong>scompromissada e <strong>de</strong> interesse comercial. A universida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>ficar alheia às novas exigências da socieda<strong>de</strong> e aos recursos proporcionados pelas novastecnologias, mas também não po<strong>de</strong> se submeter passivamente a elas.É claro que a diversificação traz implícito os riscos da reprodução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>ssociais no âmbito do ensino superior, <strong>de</strong>stinando as funções mais simples aos estudantesoriundos <strong>de</strong> extratos mais baixos da socieda<strong>de</strong> 57 .No entanto, se ela é uma realida<strong>de</strong> naeducação superior brasileira, é preciso pelo menos impedir que se consoli<strong>de</strong> <strong>em</strong> versões mais<strong>de</strong>letérias à socieda<strong>de</strong>.No momento <strong>em</strong> que esse texto está sendo escrito (junho/2006), a Rádio CBN Curitibaestá veiculando chamadas do sindicato local convocando professores e alunos <strong>de</strong> um CentroUniversitário da capital para se reunir <strong>em</strong> ass<strong>em</strong>bléia. A pauta anunciada é o atraso nopagamento dos salários e a <strong>de</strong>terioração da qualida<strong>de</strong> do ensino. Essa iniciativa parece nãoabalar a direção da instituição envolvida no escândalo, que já passou por outras situações <strong>de</strong>vexame público. No entanto, se não está sendo suficiente para resolver o probl<strong>em</strong>a específico57 Vi<strong>de</strong> discussão mais aprofundada no capítulo II
- Page 1 and 2:
EMIR GUIMARÃES ANDRICHA EDUCAÇÃO
- Page 3 and 4:
SUMÁRIO31 INTRODUÇÃO............
- Page 5 and 6:
5.6 A CONSOLIDAÇÃO DE UM SISTEMA
- Page 7 and 8:
RESUMO7Este trabalho analisa as tra
- Page 9 and 10:
I - INTRODUÇÃO9A educação super
- Page 11 and 12:
113.17% em 2002 (44% de queda); e n
- Page 13 and 14:
13implementadas por decretos, suces
- Page 15 and 16:
15mudança de perfil de alguns curs
- Page 17 and 18:
CAPÍTULO II17A CRISE DO CAPITALISM
- Page 19 and 20:
crescimento quantitativo do setor p
- Page 21 and 22:
21tempo em que ele assegurou as con
- Page 23 and 24:
era interpretado como um elemento f
- Page 25 and 26:
25anos subseqüentes o problema só
- Page 27 and 28:
27organizacionais, a redução do p
- Page 29 and 30:
29garantiu o acesso ao emprego e mu
- Page 31 and 32:
31possuidor é que ele tem atitude
- Page 33 and 34:
33Inicialmente, a crise iniciada na
- Page 35 and 36:
35pelo modelo de desenvolvimento ec
- Page 37 and 38:
incentivo à privatização do ensi
- Page 39 and 40:
39na implantação de cursos a dist
- Page 41 and 42:
41“quantidade”, “tempo” e
- Page 43 and 44:
43sentido foi a criação do PROUNI
- Page 45 and 46:
45explorando o pluralismo de idéia
- Page 47 and 48:
pesquisas que tivessem interesse co
- Page 49 and 50: financiamento, defende a concepçã
- Page 51 and 52: 51seja creditado à falta de vocaç
- Page 53 and 54: Essa tendência, que não se restri
- Page 55 and 56: superior de ensino, pode ser credit
- Page 57 and 58: 3.1.2 A LDB 36 e os Seus Decretos R
- Page 59 and 60: ) centros universitários e59c) fac
- Page 61 and 62: 61empresários da educação por es
- Page 63 and 64: 63administrativo de cozinha; entre
- Page 65 and 66: 65estimulada pela legislação rece
- Page 67 and 68: 67Estado quase sempre omitem sua im
- Page 69 and 70: pela associação das atividades de
- Page 71 and 72: 71Boa parte da reflexão que Gramsc
- Page 73 and 74: “As várias noções não eram ap
- Page 75 and 76: outrora desempenharam um papel pol
- Page 77 and 78: CAPÍTULO IV77O ENSINO SUPERIOR NO
- Page 79 and 80: 79Gráfico 2 - Evolução do Númer
- Page 81 and 82: 81GRÁFICO 4 - Evolução do Númer
- Page 83 and 84: 834.1.3 CursosA evolução do núme
- Page 85 and 86: 85Todas essas formas de organizaç
- Page 87 and 88: 87GRÁFICO 8 - Evolução do Númer
- Page 89 and 90: 89cursos, de matrículas e institui
- Page 91 and 92: 91GRÁFICO 11 - Evolução do Núme
- Page 93 and 94: De 1999 a 2004, o número de cursos
- Page 95 and 96: 95Tabela 16 - Crescimento da Educa
- Page 97 and 98: 97preservação da cultura e da eru
- Page 99: 99grau. O cenário nacional para as
- Page 103 and 104: 103Gráfico 15 - Evolução da Dema
- Page 105 and 106: 105respectivamente. Quatorze anos d
- Page 107 and 108: na estrutura pública acentuou a de
- Page 109 and 110: privado em 2004 (43.8%). Aparenteme
- Page 111 and 112: CAPÍTULO V111PELOS CAMINHOS DA REF
- Page 113 and 114: finalmente instituir parâmetros pr
- Page 115 and 116: 115Sob o ponto de vista das oportun
- Page 117 and 118: 117aceleração e intensificação
- Page 119 and 120: 119acumulação. “(...) Uma das c
- Page 121 and 122: 5.1.1 A Interação Entre o Decreto
- Page 123 and 124: 123princípios e diretrizes a serem
- Page 125 and 126: 125Nacional”, e que o Decreto-pon
- Page 127 and 128: 127decreto exige a apresentação d
- Page 129 and 130: 129O descumprimento do protocolo de
- Page 131 and 132: 131TABELA 26 - Parâmetros Mínimos
- Page 133 and 134: 133apenas 20% de professores com o
- Page 135 and 136: 1355.4 AUTONOMIA PARA NEGOCIAR COM
- Page 137 and 138: 137ANDES-SN - Associação Nacional
- Page 139 and 140: 139O Projeto de Lei da Reforma prev
- Page 141 and 142: 5.6 A CONSOLIDAÇÃO DE UM SISTEMA
- Page 143 and 144: 143“a adoção [de] um padrão un
- Page 145 and 146: 145as IES possuem um prazo máximo
- Page 147 and 148: 1472004 já dominavam quase 90% do
- Page 149 and 150: 149as rádios e televisões educati
- Page 151 and 152:
151Mas não para a pesquisa cujos r
- Page 153 and 154:
7 REFERÊNCIAS153ABMES - Associaç
- Page 155 and 156:
DECRETO-PONTE para preparar a refor
- Page 157 and 158:
LEHER, Roberto. Reforma universitá
- Page 159 and 160:
____. Educação superior no limiar