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parnaíba caderno da região hidrográfica - Ministério do Meio ...

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PARNAÍBACADERNO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA


MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTESECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOSCADERNO DA REGIÃOHIDROGRÁFICA DOPARNAÍBABRASÍLIA – DF


CADERNO DA REGIÃOHIDROGRÁFICA DOPARNAÍBANOVEMBRO | 2006


Secretaria de Recursos Hídricos <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> AmbienteSGAN 601 – Lote 1 – Edifício Sede <strong>da</strong> Codevasf – 4 o an<strong>da</strong>r70830-901 – Brasília-DFTelefones (61) 4009-1291/1292 – Fax (61) 4009-1820www.mma.gov.br – srh@mma.gov.brhttp://pnrh.cnrh-srh.gov.br – pnrh@mma.gov.brC122Catalogação na FonteInstituto <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente e <strong>do</strong>s Recursos Naturais RenováveisCaderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba / <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente, Secretaria de RecursosHídricos. – Brasília: MMA, 2006.184 p. : il. color. ; 27cmBibliografiaISBN 85-7738-064-51. Brasil - Recursos hídricos. 2. Hidrografia. 3. Região <strong>hidrográfica</strong> <strong>do</strong> Parnaíba. I. <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong><strong>Meio</strong> Ambiente. II. Secretaria de Recursos Hídricos. III. Título.CDU(2.ed.)556.18


República Federativa <strong>do</strong> BrasilPresidente: Luiz Inácio Lula <strong>da</strong> SilvaVice-Presidente: José Alencar Gomes <strong>da</strong> Silva<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> AmbienteMinistra: Marina SilvaSecretário-Executivo: Cláudio Roberto Bertol<strong>do</strong> LangoneSecretaria de Recursos HídricosSecretário: João Bosco SenraChefe de Gabinete: Moacir Moreira <strong>da</strong> AssunçãoDiretoria de Programa de EstruturaçãoDiretor: Márley Caetano de Men<strong>do</strong>nçaDiretoria de Programa de ImplementaçãoDiretor: Júlio Thadeu Silva KettelhutGerência de Apoio à Formulação <strong>da</strong> PolíticaGerente: Luiz Augusto BronzattoGerência de Apoio à Estruturação <strong>do</strong> SistemaGerente: Rogério Soares BigioGerência de Planejamento e CoordenaçãoGerente: Gilberto Duarte XavierGerência de Apoio ao Conselho Nacional deRecursos HídricosGerente: Franklin de Paula JúniorGerência de Gestão de Projetos de ÁguaGerente: Renato Saraiva FerreiraCoordenação Técnica de Combate à DesertificaçãoCoordena<strong>do</strong>r: José Roberto de LimaCOORDENAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PLANO NACIONAL DERECURSOS HÍDRICOS (SRH/MMA)Diretor de Programa de EstruturaçãoMárley Caetano de Men<strong>do</strong>nçaGerente de Apoio à Formulação <strong>da</strong> PolíticaLuiz Augusto BronzattoEquipe TécnicaAdelmo de Oliveira Teixeira MarinhoAndré <strong>do</strong> Vale AbreuAndré PolAdriana Lustosa <strong>da</strong> CostaDaniella Azevê<strong>do</strong> de Albuquerque CostaDanielle Bastos Serra de Alencar RamosFlávio Soares <strong>do</strong> NascimentoGustavo Henrique de Araujo EccardGustavo MeyerHugo <strong>do</strong> Vale ChristofidisJaciara Apareci<strong>da</strong> RezendeMarco Alexandro Silva AndréMarco José Melo NevesPercy Baptista Soares NetoRoberto Moreira CoimbraRodrigo Laborne MattioliRoseli <strong>do</strong>s Santos SouzaSimone VendruscoloValdemir de Mace<strong>do</strong> VieiraViviani Pineli AlvesEquipe de ApoioLucimar Cantanhede VeranoMarcus Vinícius Teixeira Men<strong>do</strong>nçaRosângela de Souza SantosProjetos de ApoioProjeto BID/MMA (Coordena<strong>do</strong>r: Rodrigo Speziali de Carvalho)Projeto TAL AMBIENTAL (Coordena<strong>do</strong>r: Fabrício Barreto)Projeto BRA/OEA 01/002 (Coordena<strong>do</strong>r: Moacir Moreira <strong>da</strong> Assunção)ConsultoraBrandina de Amorim


Projeto Gráfico / Programação VisualProjects Brasil MultimídiaCapaArte: Projects Brasil MultimídiaFoto: Banco de Imagens <strong>da</strong> Codevasf (Delta <strong>do</strong> Parnaíba, PI/MA)RevisãoProjects Brasil MultimídiaEdiçãoProjects Brasil MultimídiaMyrian Luiz Alves (SRH/MMA)Priscila Maria Wanderley Pereira (SRH/MMA)ImpressãoGrafimaq


PrefácioO Brasil é um país megadiverso e privilegia<strong>do</strong> em termos de disponibili<strong>da</strong>de hídrica, abrigan<strong>do</strong> cerca de 12% <strong>da</strong>s reservasmundiais de água <strong>do</strong>ce, sen<strong>do</strong> que, se considerarmos as águas provenientes de outros países, esse índice se aproxima de 18%.No entanto, apresenta situações contrastantes de abundância e escassez de água, o que exige <strong>do</strong>s governos, <strong>do</strong>s usuários e <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de civil cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais, organização e planejamento na gestão de sua utilização.Neste senti<strong>do</strong>, a elaboração <strong>do</strong> Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH configura importante marco para a consoli<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e, conseqüentemente, para a gestão sustentável de nossas águas. Ademais,seu estabelecimento atende aos compromissos assumi<strong>do</strong>s pelo Brasil na Cúpula Mundial de Joanesburgo (Rio+10), que apontou paraa necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s países elaborarem seus planos de gestão integra<strong>da</strong> de recursos hídricos até 2005.A construção <strong>do</strong> PNRH contou com a participação de to<strong>do</strong>s os segmentos envolvi<strong>do</strong>s na utilização de recursos hídricos e tevecomo pressupostos a busca <strong>do</strong> fortalecimento <strong>da</strong> Política Nacional de Recursos Hídricos, a promoção de um amplo processo deenvolvimento e participação social, além <strong>da</strong> elaboração de uma base técnica consistente.Para subsidiar o processo de elaboração <strong>do</strong> PNRH, foram desenvolvi<strong>do</strong>s diversos estu<strong>do</strong>s, dentre eles <strong>do</strong>cumentos decaracterização denomina<strong>do</strong>s Cadernos Regionais para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 12 Regiões Hidrográficas, defini<strong>da</strong>s pela Resolução<strong>do</strong> Conselho Nacional de Recursos Hídricos nº 32/2003, que configuram a base físico-territorial para elaboração e implementação<strong>do</strong> Plano.É importante ressaltar a efetiva colaboração <strong>da</strong>s Comissões Executivas Regionais (CERs), instituí<strong>da</strong>s por meio <strong>da</strong> Portarian.º 274/2004, integra<strong>da</strong>s por representantes <strong>da</strong> União, <strong>do</strong>s Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, <strong>do</strong>s usuários e organizaçõescivis de recursos hídricos.Neste contexto, a ampla divulgação <strong>do</strong> CADERNO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARNAÍBA visa contribuir para a socializaçãode informações, bem como para o aperfeiçoamento <strong>do</strong> PNRH, cujo processo é contínuo, dinâmico e participativo.Marina SilvaMinistra <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente


SumárioPrefácio ................................................................................................................................................................................. 7Sumário ................................................................................................................................................................................. 8Apresentação ........................................................................................................................................................................151 | Plano Nacional de Recursos Hídricos .....................................................................................................................................172 | Concepção Geral ................................................................................................................................................................193 | Água: Desafios Regionais ....................................................................................................................................................214 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica ..................................................................................................234.1 | Caracterização <strong>da</strong>s Disponibili<strong>da</strong>des Hídricas .......................................................................................................................544.2 | Principais Biomas e Ecossistemas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .....................................................................................904.3 | Caracterização <strong>do</strong> Solo, <strong>do</strong> seu Uso e Ocupação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ................................................................ 1044.4 | Evolução Sociocultural ................................................................................................................................................... 1194.5 | Desenvolvimento Econômico Regional e os Usos <strong>da</strong> Água .................................................................................................... 1534.6 | Histórico <strong>do</strong>s Conflitos pelo Uso <strong>da</strong> Água .......................................................................................................................... 1624.7 | A Implantação <strong>da</strong> Política de Recursos Hídricos e <strong>da</strong> Política Ambiental ................................................................................ 1625 | Análise de Conjuntura ...................................................................................................................................................... 1695.1 | Principais Problemas <strong>do</strong> Uso Hegemônico <strong>da</strong> Água ............................................................................................................. 1695.2 | Principais Problemas e Conflitos pelo Uso <strong>da</strong> Água ............................................................................................................. 1705.3 | Vocações Regionais e seus Reflexos sobre os Recursos Hídricos ............................................................................................ 1756 | Conclusões ..................................................................................................................................................................... 179Referências ......................................................................................................................................................................... 185


Lista de QuadrosQuadro 1 - Relação <strong>da</strong>s Sub-bacias principais de nível 1 com os Esta<strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................25Quadro 2 - Relação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba e os Esta<strong>do</strong>s integrantes .........................................................28Quadro 3 - Relação percentual <strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong>s Sub-bacias em relação aos Esta<strong>do</strong>s ..............................................................................28Quadro 4 - Divisão territorial utiliza<strong>da</strong> pelo Planap/Codevasf e as divisões utiliza<strong>da</strong>s pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos para a RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .........................................................................................................................................................29Quadro 5 - Barragens previstas pela Chesf para aproveitamento hidroelétrico <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..................................48Quadro 6 - Principais infra-estruturas hídricas projeta<strong>da</strong>s, construí<strong>da</strong>s e em construção na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................52Quadro 7 - Valores médios <strong>da</strong> precipitação anual para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................56Quadro 8 - Valores de Balanço Hídrico Simplifica<strong>do</strong> para a Região Nordeste .....................................................................................58Quadro 9 - Valores de Evapotranspiração Real nas Regiões Hidrográficas <strong>do</strong> Brasil .............................................................................59Quadro 10 - Estimativa de Evapotranspiração Real para as Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................60Quadro 11 - Evaporação média mensal (mm) nas estações meteorológicas localiza<strong>da</strong>s na Sub-bacia Parnaíba 05 (Canindé/Piauí).............62Quadro 12 - Evaporação média mensal (mm) nas Sub-bacias <strong>do</strong>s Rios Poti e Longá ...........................................................................63Quadro 13 - Vazões nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ...........................................................................................64Quadro 14 - Relação <strong>do</strong>s postos fluviométricos utiliza<strong>do</strong>s para a determinação <strong>da</strong> vazão específica média em ca<strong>da</strong> Sub-bacia ..................65Quadro 15 - Vazões médias para as Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica Parnaíba ................................................................................68Quadro 16 - Disponibili<strong>da</strong>de hídrica (m 3 /s) <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Poti ..................................................................................70Quadro 17 - Disponibili<strong>da</strong>de hídrica (m 3 /s) <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Longá ................................................................................71Quadro 18 - Produtivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s poços e parâmetros hidrodinâmicos <strong>do</strong>s principais Sistemas Aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..... 72Quadro 19 - Disponibili<strong>da</strong>de de águas subterrâneas nos principais aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..................................72Quadro 20 - Vazão com 95% de garantia para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .......................................................74Quadro 21 - Lagoas mais importantes no Vale <strong>do</strong> Gurguéia ............................................................................................................75Quadro 22 - Principais barragens construí<strong>da</strong>s e em operação na Sub-bacia <strong>do</strong> Canindé/Piauí ..............................................................76Quadro 23 - Principais lagoas <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Canindé/Piauí ........................................................................................................77Quadro 24 - Disponibili<strong>da</strong>de hídrica superficial para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ...............................................78Quadro 25 - Reservas explotáveis nos Aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..........................................................................78Quadro 26 - Áreas de recarga <strong>do</strong>s aqüíferos em ca<strong>da</strong> Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba ...................................................................................79Quadro 27 - Reserva Hídrica em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba (m 3 /s e L/s/Km 2 ) .................................................79Quadro 28 - Valores médios de Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> (mg/L) nas estações opera<strong>da</strong>s pela Agência Nacional de Águas – ANA .......................82Quadro 29 - Valores de DBO5 dias, 20 o C para as Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba ..........................................................................................83Quadro 30 - Área planta<strong>da</strong> <strong>da</strong>s principais culturas, quanti<strong>da</strong>de de fertilizantes entregues ao consumi<strong>do</strong>r final e utilização por uni<strong>da</strong>de de área,por tipo de nutriente utiliza<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> as Grandes Regiões e Uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Federação – 2002 ...........................................................86Quadro 31 - Estimativa <strong>da</strong> produção de sedimento nas estações sedimentométricas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .........................87Quadro 32 - Uni<strong>da</strong>des de Conservação <strong>do</strong> bioma Caatinga na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................................95


Lista de QuadrosQuadro 33 - Áreas prioritárias para a conservação <strong>da</strong> Caatinga na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ......................................................95Quadro 34 - Uso <strong>da</strong> terra na macror<strong>região</strong> de desenvolvimento <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> para os anos de 2001 e 2003 ............................................ 107Quadro 35 - Área para ca<strong>da</strong> classe de uso <strong>do</strong> solo nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí e Maranhão na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> dentro <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Parnaíba .... 108Quadro 36 - Núcleo de desertificação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ...................................................................................... 110Quadro 37 - Distribuição <strong>da</strong> população <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................................................... 121Quadro 38 - Principais Municípios localiza<strong>do</strong>s nas Sub-bacias de nível 2 (Sub 2) <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................... 125Quadro 39 - Efetivo de rebanho (cabeças) nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .......................................................... 129Quadro 40 - Áreas planta<strong>da</strong>s, em hectares, nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ......................................................... 130Quadro 41 - Principais lavouras temporárias existentes na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................................. 137Quadro 42 - Extrativismo vegetal nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ...................................................................... 139Quadro 43 - Indústrias extrativistas e de transformação existentes no Piauí em 2002 ...................................................................... 141Quadro 44 - Alguns indica<strong>do</strong>res <strong>da</strong> situação <strong>do</strong>s serviços de saúde nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ......................... 153Quadro 45 - Deman<strong>da</strong>s de recursos hídricos por Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .......................................................... 154Quadro 46 - Relação entre vazão média e população em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................................... 155Quadro 47 - Balanço deman<strong>da</strong>/vazão média acumula<strong>da</strong> e deman<strong>da</strong>/disponibili<strong>da</strong>de ........................................................................ 157Quadro 48 - Razão entre a deman<strong>da</strong> e a reserva explotável nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................... 160Quadro 49 - Situação legal <strong>do</strong> sistema de gestão de recursos hídricos no Piauí ............................................................................... 163Quadro 50 - Outorgas concedi<strong>da</strong>s atualmente na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................... 167


Lista de FigurasFigura 1 - Localização <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................................................................................24Figura 2 - Caracterização <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................................................26Figura 3 - Divisão <strong>hidrográfica</strong> <strong>do</strong> rio Parnaíba em Sub-bacias de nível 1 e nível 2 ............................................................................27Figura 4 - Divisão <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba conforme macrorregiões defini<strong>da</strong>s em Codevasf (2005b) e divisões por Sub-bacias ..30Figura 5 - Drenagem (escala 1:2.500.000) <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, com divisões em Sub-bacias nível 1 ...............................35Figura 6 - Drenagem, em escala 1:1.000.000, <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Alto Parnaíba ...................................................................................36Figura 7 - Drenagem, em escala 1:1.000.000, <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Baixo Parnaíba .................................................................................37Figura 8 - Características geológicas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .........................................................................................39Figura 9 - Coluna litoestratigráfica generaliza<strong>da</strong> <strong>da</strong> Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Parnaíba ............................................................................40Figura 10 - Balanço Hídrico para a Região Nordeste <strong>do</strong> Brasil ........................................................................................................41Figura 11 - Relevo <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................................................................................43Figura 12 - Uni<strong>da</strong>des geomorfológicas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .......................................................................................44Figura 13 - Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD) ....................................................................................................................45Figura 14 - Área com intenso processo de erosão ........................................................................................................................46Figura 15 - Área com intenso processo de erosão em fase de plantio ..............................................................................................47Figura 16 - Infra-estrutura hídrica na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................................................................49Figura 17 - Distribuição de poços na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................................................................50Figura 18 - Infra-estrutura de deslocamento na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..............................................................................51Figura 19 - Distribuição <strong>da</strong> precipitação média mensal (mm) na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................55Figura 20 - Comparação entre volume precipita<strong>do</strong> (10 6 m 3 /ano) e área (Km 2 ) de ca<strong>da</strong> Sub-bacia .........................................................56Figura 21 - Precipitação anual média (mm) sobre a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .........................................................................57Figura 22 - Localização <strong>da</strong>s estações de monitoramento de variáveis ambientais ..............................................................................61Figura 23. - Vazões médias para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba .........................................................................................................66Figura 24 - Distribuição mensal <strong>da</strong>s vazões máximas médias estima<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba ..............................................66Figura 25 - Distribuição mensal <strong>da</strong>s vazões mínimas médias estima<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba ..............................................67Figura 26 - Vazões médias, máximas e mínimas em postos fluviométricos localiza<strong>do</strong>s nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..69Figura 27 - Principais sistemas aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ...................................................................................73Figura 28 - Localização <strong>da</strong>s estações de medi<strong>da</strong>s de Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> (OD) opera<strong>da</strong>s pela Agência Nacional de Águas (ANA), na RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .........................................................................................................................................................81Figura 29 - Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................................................................84Figura 30 - Principais fertilizantes utiliza<strong>do</strong>s na agricultura brasileira .............................................................................................85Figura 31 - Principais fontes potenciais de poluição <strong>do</strong>s recursos hídricos na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, modifica<strong>do</strong> de ANA (2005)..... 89Figura 32 - Vegetação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................................................................................91Figura 33 - Principais biomas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..................................................................................................93


Lista de FigurasFigura 34 - Ecorregiões terrestres <strong>do</strong> bioma Caatinga, segun<strong>do</strong> MMA (2004) ....................................................................................94Figura 35 - Áreas prioritárias para a conservação <strong>da</strong> Caatinga ........................................................................................................96Figura 36 - Situação ambiental <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................................................................. 100Figura 37 - Ecorregiões aquáticas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................................... 103Figura 38 - Caracterização <strong>do</strong>s solos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................................................................................... 105Figura 39 - Uso <strong>da</strong> terra no Cerra<strong>do</strong>, em 2003, na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, segun<strong>do</strong> Codevasf (2005c) ................................... 111Figura 40 - Uso <strong>da</strong> terra no Médio Parnaíba .............................................................................................................................. 113Figura 41 - Uso <strong>da</strong> terra <strong>da</strong> Sub-bacia Baixo Parnaíba ................................................................................................................. 115Figura 42 - Uso <strong>da</strong> terra na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................................................ 118Figura 43 - Distribuição <strong>da</strong> população na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ..................................................................................... 122Figura 44 - Distribuição <strong>da</strong> população sobre a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................................................. 123Figura 45 - Representação gráfica <strong>da</strong> variação <strong>do</strong>s índices representativos <strong>da</strong> desigual<strong>da</strong>de <strong>da</strong> distribuição de ren<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> Sub-bacia .. 124Figura 46 - Variação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> per capita em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................................................... 124Figura 47 - Índice de Desenvolvimento Humano para a educação, longevi<strong>da</strong>de e ren<strong>da</strong> para a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............. 127Figura 48 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal para a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................... 128Figura 49 - Percentuais de ren<strong>da</strong> oriun<strong>do</strong> de transferências governamentais e <strong>do</strong> rendimento <strong>do</strong> trabalho na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....128Figura 50 - Demonstração gráfica <strong>do</strong> efetivo de rebanho nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................................... 130Figura 51 - Áreas planta<strong>da</strong>s, em hectares, nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .......................................................... 131Figura 52 - Lavouras permanentes de banana na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................... 132Figura 53 - Lavouras permanentes de caju na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................................................... 133Figura 54 - Lavouras temporárias de arroz na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ............................................................................... 134Figura 55 - Lavouras temporárias de cana-de-açúcar na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................................. 135Figura 56 - Lavouras temporária de soja na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................................................. 136Figura 57 - Produção de leite nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................................................... 138Figura 58 - Produção de leite nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................................................... 138Figura 59 - Extrativismo vegetal nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................................................................... 139Figura 60 - Extração de madeira nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................................................................... 140Figura 61 - Uni<strong>da</strong>des de indústrias extrativistas na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ........................................................................ 142Figura 62 - Uni<strong>da</strong>des de indústrias de transformação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ................................................................. 143Figura 63 - Percentual de pessoas que vivem em <strong>do</strong>micílios com serviços de água encana<strong>da</strong>, energia elétrica e coleta de lixo ............... 145Figura 64 - Quanti<strong>da</strong>de de <strong>do</strong>micílios conforme o tipo de destino final <strong>do</strong>s esgotos sanitários ......................................................... 146Figura 65 - Domicílios com sistema de abastecimento de água na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................... 147Figura 66 - Domicílios com instalação sanitária e coleta de esgoto na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................. 148


Lista de FigurasFigura 67 - Domicílios com coleta de lixo na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ................................................................................ 149Figura 68 - Número de médicos residentes para ca<strong>da</strong> mil habitantes nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ....................... 150Figura 69 - Morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças parasitárias e infecciosas em 2002 .......................................................................................... 151Figura 70 - Morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> sistema circulatório em 2002 ............................................................................................. 152Figura 71 - Situação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba segun<strong>do</strong> a razão entre a vazão média e população .................................................. 155Figura 72 - Situação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba segun<strong>do</strong> a razão entre a deman<strong>da</strong> e a vazão média acumula<strong>da</strong> .................................. 157Figura 73 - Situação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba conforme a relação Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de ........................................................ 158Figura 74 - Balanço entre deman<strong>da</strong> e vazão média acumula<strong>da</strong> ..................................................................................................... 159Figura 75 - Razão entre a deman<strong>da</strong> e reserva explotável nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba ....................................................................... 161Figura 76 - Situação <strong>do</strong>s Comitês de Bacia no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará .................................................................................................... 164Figura 77 - Aspectos institucionais relaciona<strong>do</strong>s aos recursos hídricos na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ......................................... 168Figura 78 - Principais problemas e conflitos pelo uso <strong>da</strong> água na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .................................................... 173Figura 79 - Condicionantes para o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba ...................................... 174Figura 80 - Vocações Regionais <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba .............................................................................................. 177


Lista de SiglasAgespisa – Águas e Esgotos <strong>do</strong> Piauí S.A.ANA – Agência Nacional de ÁguasAPA – Área de Proteção AmbientalBEC – Banco <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> CearáCE – CearáCERH-PI – Conselho Estadual de Recursos Hídricos – PiauíChesf – Companhia Hidrelétrica <strong>do</strong> São FranciscoCNPq – Conselho Nacional de PesquisaCodevasf – Companhia de Desenvolvimento <strong>do</strong>s Vales <strong>do</strong> SãoFrancisco e ParnaíbaCOGERH – Companhia de Gestão de Recursos HídricosComdepi – Companhia de Desenvolvimento <strong>do</strong> PiauíConama – Conselho Nacional de <strong>Meio</strong> AmbienteCPRM – Centro de Pesquisas em Recursos MineraisCPTEC – Centro de Pesquisas de Tempo e ClimaCT-HIDRO – Fun<strong>do</strong> Setorial de Recursos HídricosDBO – Deman<strong>da</strong> Bioquímica de OxigênioDBR – Documento Base de ReferênciaDNIT – Departamento Nacional de TrânsitoDNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a SecaEE – Estação EcológicaEmbrapa – Empresa Brasileira de Pesquisas AgropecuáriasFunai – Fun<strong>da</strong>ção Nacional de Assistência ao ÍndioFunceme – Fun<strong>da</strong>ção Cearense de Meteorologia e RecursosHídricosFUNORH – Fun<strong>do</strong> Estadual de Recursos HídricosIbama – Instituto Brasileiro de <strong>Meio</strong> AmbienteIBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIDH – Índice de Desenvolvimento HumanoINMET – Instituto Nacional de MeteorologiaINPE – Instituto Nacional de Pesquisas EspaciaisLIT – Linhas de Instabili<strong>da</strong>de TropicalMa – Milhões de anosMA – MaranhãoMMA – <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> AmbienteNE – NordesteNE-SW – Nordeste – Su<strong>do</strong>esteOD – Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>ONU – Organização <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>sPI – PiauíPlanap – Plano de Desenvolvimento <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> ParnaíbaPN – Parque NacionalPNRH – Plano Nacional de Recursos HídricosPNUD – Programa <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para o DesenvolvimentoProagua – Programa Água para o Semi-ári<strong>do</strong>Proclima – Programa Clima no NordesteSeinfra – Secretaria de Infra-estrutura <strong>do</strong> PiauíSema – Secretaria de <strong>Meio</strong> AmbienteSemar-PI – Secretaria de <strong>Meio</strong> Ambiente e Recursos Hídricos– PiauíSIGERH – Sistema de Gestão de Recursos HídricosSINGREH – Sistema Nacional de Gerenciamento em RecursosHídricosSisnama – Sistema Nacional de <strong>Meio</strong> AmbienteSohidra – Superintendência de Obras HidráulicasSRH/MMA – Secretaria de Recursos Hídricos <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong><strong>Meio</strong> AmbienteSRH-CE – Secretaria de Recursos Hídricos – CearáUC – Uni<strong>da</strong>de de ConservaçãoUFPE – Universi<strong>da</strong>de Federal de PernambucoZCIT – Zona de Convergência Inter-TropicalZEE – Zoneamento Ecológico Econômico


ApresentaçãoEste <strong>do</strong>cumento tem por base os estu<strong>do</strong>s regionais desenvolvi<strong>do</strong>spara subsidiar a elaboração <strong>do</strong> Plano Nacionalde Recursos Hídricos.Os Cadernos <strong>da</strong>s Regiões Hidrográficas são estu<strong>do</strong>s volta<strong>do</strong>spara o estabelecimento de um Diagnóstico Básicoe de uma Visão Regional <strong>do</strong>s Recursos Hídricos de ca<strong>da</strong>uma <strong>da</strong>s 12 Regiões Hidrográficas Brasileiras, destacan<strong>do</strong>-seseu forte caráter estratégico.Dentro <strong>do</strong>s trabalhos <strong>do</strong> Plano Nacional de RecursosHídricos – PNRH, ca<strong>da</strong> Caderno de Região Hidrográficaapresenta estu<strong>do</strong>s retrospectivos, avaliação de conjunturae uma proposição de diretrizes e priori<strong>da</strong>des regionais.Para consubstanciar estes produtos, os <strong>do</strong>cumentos trazemuma análise de aspectos pertinentes à inserção macrorregional<strong>da</strong> <strong>região</strong> estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, em vista <strong>da</strong>s possíveisarticulações com regiões vizinhas.O Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH, previstona Lei Federal n.º 9.433/1997, constitui-se em umplanejamento estratégico para o perío<strong>do</strong> de 2005-2020,que estabelece diretrizes, metas e programas, pactua<strong>do</strong>ssocialmente por meio de um amplo processo de discussão,de forma a assegurar a disponibili<strong>da</strong>de de água necessáriaàs gerações atuais e futuras, com padrão de quali<strong>da</strong>deadequa<strong>do</strong> aos diversos usos. É neste contexto que se insereo Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.Para a elaboração <strong>do</strong> Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba foram obti<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s e informações conti<strong>da</strong>sem diversos <strong>do</strong>cumentos forneci<strong>do</strong>s principalmente pelaSecretaria de Recursos Hídricos <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong>Ambiente – SRH/MMA, <strong>da</strong> Secretaria de <strong>Meio</strong> Ambientee de Recursos Hídricos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí – Semar-PIe <strong>do</strong> Plano de Desenvolvimento <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Parnaíba –Planap, executa<strong>do</strong> pela Companhia de Desenvolvimento<strong>do</strong>s Vales <strong>do</strong> São Francisco e <strong>do</strong> Parnaíba – Codevasf.As informações foram sintetiza<strong>da</strong>s por Sub-bacias, dividi<strong>da</strong>sem nível 1 e nível 2. Foram três Sub-bacias denível 1: Alto, Médio e Baixo Parnaíba; e sete Sub-baciasde nível 2: Parnaíba 01 (Balsas), Parnaíba 02 (Alto Parnaíba),Parnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 04 (Itaueiras),Parnaíba 05 (Piauí/Canindé), Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba)e o Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba).Na primeira parte procurou-se abor<strong>da</strong>r as característicasgerais e análise retrospectiva <strong>da</strong> <strong>região</strong>, partin<strong>do</strong> deuma caracterização geral, mostran<strong>do</strong> as divisões por Subbacias,os Esta<strong>do</strong>s integrantes e contextualizan<strong>do</strong> diante<strong>do</strong> Planap/Codevasf. Em segui<strong>da</strong> procurou-se caracterizaro meio físico, com a apresentação <strong>da</strong> hidrografia, geologia,clima, relevo e geomorfologia, infra-estrutura hídricae de transportes existentes na <strong>região</strong>. Foram abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s,ain<strong>da</strong>, aspectos relaciona<strong>do</strong>s à desertificação que ocorreno sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.Na fase de caracterização foram levanta<strong>da</strong>s as disponibili<strong>da</strong>deshídricas, abor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> aspectos <strong>da</strong> distribuiçãoespacial e temporal <strong>da</strong> precipitação, análise <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>spor evapotranspiração, vazões máximas, médias e mínimasao longo <strong>do</strong> ano, vazões de estiagem, avaliação <strong>do</strong>potencial hidrogeológico na <strong>região</strong> e, por fim, aspectos relaciona<strong>do</strong>sà quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água.Os biomas e ecossistemas <strong>da</strong> <strong>região</strong> também foram identifica<strong>do</strong>s,procuran<strong>do</strong> caracterizar os principais biomas:Cerra<strong>do</strong>, Caatinga e Costeiro, além de apresentar a situaçãoambiental quanto à conservação destes biomas,levantan<strong>do</strong> as Uni<strong>da</strong>des de Conservação existentes dentro<strong>da</strong> <strong>região</strong>. As ecorregiões aquáticas defini<strong>da</strong>s por meio <strong>da</strong>ictiofauna também foram apresenta<strong>da</strong>s para a <strong>região</strong>.Também foram apresenta<strong>do</strong>s os diversos tipos de solose identifica<strong>do</strong>s os respectivos usos <strong>da</strong> terra em ca<strong>da</strong> Subbaciade nível 1. Houve uma certa dificul<strong>da</strong>de em espacializaros usos <strong>da</strong> terra, pois apenas a Sub-bacia AltoParnaíba possui um estu<strong>do</strong> detalha<strong>do</strong> a respeito. Para asoutras duas Sub-bacias utilizou-se informações de coberturavegetal georreferencia<strong>da</strong>s.


Continuan<strong>do</strong> com a caracterização e análise retrospectiva,foram abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao desenvolvimentoeconômico e aos usos <strong>da</strong> água, analisan<strong>do</strong> questões de deman<strong>da</strong>,balanço entre deman<strong>da</strong> e disponibili<strong>da</strong>de, procuran<strong>do</strong>verificar a disponibili<strong>da</strong>de tanto de águas superficiais,como subterrâneas e em segui<strong>da</strong> foi feito uma análise <strong>do</strong>sprincipais usos <strong>da</strong> água em ca<strong>da</strong> Sub-bacia de nível 2.Para finalizar o item caracterização e análise retrospectiva,foram abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s aspectos históricos <strong>do</strong>s conflitospelo uso <strong>da</strong> água e a implantação <strong>da</strong> política de recursoshídricos na <strong>região</strong>. Procurou-se apresentar as leis estaduais<strong>do</strong>s três Esta<strong>do</strong>s e os instrumentos de gestão já implanta<strong>do</strong>sna Região Hidrográfica.Na segun<strong>da</strong> parte foram abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s os principais problemase usos exclusivos <strong>da</strong> água, problemas e conflitoscom os usos <strong>da</strong> água e as vocações regionais e os usos<strong>da</strong> água, procuran<strong>do</strong> analisar por Sub-bacia de nível 2 eem segui<strong>da</strong> agrupar por Sub-bacias de nível 1. Em ca<strong>da</strong>um destes itens foram elabora<strong>do</strong>s mapas sínteses para a<strong>região</strong>, destacan<strong>do</strong> as divisões por Sub-bacias.Na parte final <strong>do</strong> relatório são apresenta<strong>da</strong>s as conclusões.Conforme as diretrizes para a elaboração <strong>do</strong> PlanoNacional de Recursos Hídricos (CNRH, 2000), “maisimportante <strong>do</strong> que se contar imediatamente com to<strong>da</strong>s asinformações necessárias ao PNRH, com o nível de precisãodesejável, é programar a sua elaboração de formaa obter aperfeiçoamentos progressivos, indican<strong>do</strong>-se semprea necessi<strong>da</strong>de de obtenção de melhores <strong>da</strong><strong>do</strong>s”. Nessecontexto, os Cadernos Regionais apresentam informaçõesmais detalha<strong>da</strong>s <strong>do</strong> que aquelas constantes <strong>da</strong> primeiraversão <strong>do</strong> PNRH (2006), que servirão de subsídio às revisõesperiódicas <strong>do</strong> Plano, previstas na resolução CNRHn.º 58/2006. Também, a integração de bancos de <strong>da</strong><strong>do</strong>s<strong>da</strong>s diversas instituições gera<strong>do</strong>ras de informações, conformesuas respectivas competências, conduzirá a um progressivorefinamento e harmonização dessas informações,a serem incorpora<strong>do</strong>s nas sucessivas reedições <strong>do</strong> PNRH.


1 | Plano Nacional de Recursos HídricosA Lei nº 9.433/1997 criou o Sistema Nacional de Gerenciamentode Recursos Hídricos – SINGREH e estabeleceuos instrumentos <strong>da</strong> Política Nacional de Recursos Hídricos,entre os quais se destacam os Planos de Recursos Hídricos,defini<strong>do</strong>s como planos diretores que visam a fun<strong>da</strong>mentare orientar a implementação <strong>da</strong> Política Nacional de RecursosHídricos e o Gerenciamento <strong>do</strong>s recursos hídricos (art.6º), deven<strong>do</strong> ser elabora<strong>do</strong>s por bacia <strong>hidrográfica</strong> (Planode Bacia), por Esta<strong>do</strong> (Planos Estaduais) e para o País (PlanoNacional), conforme o art. 8 o <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> lei. O PlanoNacional de Recursos Hídricos – PNRH, constitui-se emum planejamento estratégico para o perío<strong>do</strong> de 2005-2020,que estabelece diretrizes, metas e programas, pactua<strong>do</strong>s socialmentepor meio de um amplo processo de discussão,que visam assegurar às atuais e futuras gerações a necessáriadisponibili<strong>da</strong>de de água, em padrões de quali<strong>da</strong>de adequa<strong>do</strong>saos respectivos usos, com base no manejo integra<strong>do</strong><strong>do</strong>s Recursos Hídricos.O PNRH deverá orientar a implementação <strong>da</strong> PolíticaNacional de Recursos Hídricos, bem como o Gerenciamento<strong>do</strong>s Recursos Hídricos no País, apontan<strong>do</strong> os caminhospara o uso <strong>da</strong> água no Brasil. Da<strong>da</strong> a natureza <strong>do</strong> PNRH,coube à SRH/MMA, a coordenação para a sua elaboração(Decreto nº 4.755 de 20 de junho de 2003, substituí<strong>do</strong> peloDecreto n. o 5776, de 12 de maio de 2006).O Plano encontra-se inseri<strong>do</strong> no PPA 2004-2007 e configura-secomo uma <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong>des <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong>Ambiente e <strong>do</strong> Governo Federal. Cabe ressaltar o carátercontinua<strong>do</strong> que deve ser conferi<strong>do</strong> a esse Plano Nacional deRecursos Hídricos, incorporan<strong>do</strong> o progresso ocorri<strong>do</strong> e asnovas perspectivas e decisões que se apresentarem.Com a atribuição de acompanhar, analisar e emitir parecersobre o Plano Nacional de Recursos Hídricos, foi cria<strong>da</strong>,no âmbito <strong>do</strong> Conselho Nacional de Recursos Hídricos, aCâmara Técnica <strong>do</strong> PNRH – CTPNRH/CNRH, por meio <strong>da</strong>Resolução CNRH nº 4, de 10 de junho de 1999. Para provera necessária função executiva de elaboração <strong>do</strong> PNRH, aCTPNRH/ CNRH criou o Grupo Técnico de Coordenaçãoe Elaboração <strong>do</strong> Plano – GTCE/PNRH, composto pela Secretariade Recursos Hídricos – SRH/MMA e pela AgênciaNacional de Águas – ANA. O GTCE/PNRH configura-se,portanto, como o Núcleo Executor <strong>do</strong> PNRH, assumin<strong>do</strong> afunção de suporte à sua execução técnica.A base físico-territorial utiliza<strong>da</strong> pelo PNRH segue as diretrizesestabeleci<strong>da</strong>s pela Resolução CNRH nº 30, de 11 dedezembro de 2002, a<strong>do</strong>ta como recorte geográfico para seunível 1 a Divisão Hidrográfica Nacional, estabeleci<strong>da</strong> pelaResolução CNRH nº 32, de 15 de outubro de 2003, quedefine 12 regiões <strong>hidrográfica</strong>s para o País.No âmbito <strong>da</strong>s 12 Regiões Hidrográficas Nacionais foiestabeleci<strong>do</strong> um processo de discussão regional <strong>do</strong> PNRH.Essa etapa é fun<strong>da</strong>mentalmente basea<strong>da</strong> na estruturação de12 Comissões Executivas Regionais – CERs, na realizaçãode 12 Seminários Regionais de Prospectiva e de 27 EncontrosPúblicos Estaduais. As CERs, instituí<strong>da</strong>s através <strong>da</strong> PortariaMinisterial nº 274, de 4 de novembro de 2004, têm afunção de auxiliar regionalmente na elaboração <strong>do</strong> PNRH,bem como participar em suas diversas etapas.Sua composição obedece a um equilíbrio entre representantes<strong>do</strong>s Sistemas Estaduais de Gerenciamento de RecursosHídricos, <strong>do</strong>s segmentos usuários <strong>da</strong> água, <strong>da</strong>s organizações<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil e <strong>da</strong> União.O processo de elaboração <strong>do</strong> PNRH baseou-se num conjuntode discussões, informações técnicas que amparam oprocesso de articulação política, proporcionan<strong>do</strong> a consoli<strong>da</strong>çãoe a difusão <strong>do</strong> conhecimento existente nas diversasorganizações que atuam no Sistema Nacional e nos SistemasEstaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos.17


Foto: Banco de Imagens <strong>da</strong> Codevasf (Delta <strong>do</strong> Parnaíba, PI/MA)


2 | Concepção GeralO Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba foi concebi<strong>do</strong>a partir de informações conti<strong>da</strong>s no DocumentoBase de Referência <strong>do</strong> Plano Nacional de Recursos Hídricos(MMA, 2003) e <strong>da</strong><strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s em PNRH (2005, 2005a),em forma georreferencia<strong>da</strong>: delimitação <strong>da</strong> <strong>região</strong> e suasSub-bacias de nível 1 e 2; <strong>da</strong><strong>do</strong>s socioeconômicos e populacionais;área <strong>da</strong>s Sub-bacias; vazão média nas Sub-bacias;vazão de estiagem; ecorregiões aquáticas; localização depostos pluviométricos e fluviométricos.Durante a primeira reunião <strong>da</strong> Comissão Executiva Regional-Parnaíbaforam apresenta<strong>da</strong>s informações sobre osrecursos hídricos adquiri<strong>da</strong>s junto à Secretaria de <strong>Meio</strong>Ambiente de Recursos Hídricos <strong>do</strong> Piauí, como o “Planodiretor <strong>do</strong>s Recursos Hídricos <strong>do</strong>s rios Canindé e Piauí”,“Diagnóstico hidro-ambiental <strong>da</strong>s bacias <strong>hidrográfica</strong>s<strong>do</strong>s rios Poti e Longá”, “Cenários para o bioma Caatinga”,“Obras hídricas <strong>do</strong> Piauí”, “Atlas <strong>do</strong> abastecimento deágua <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí”, “Programa Nacional de Combateà Desertificação e Mitigação <strong>do</strong>s Efeitos <strong>da</strong> Seca – PAN-Brasil”, “Zoneamento Ecológico Econômico <strong>do</strong> Baixo RioParnaíba”, entre outros.Junto à Codevasf, no Piauí, foram obti<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>Planap, com informações socioeconômicas <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Outros <strong>da</strong><strong>do</strong>s em forma georreferencia<strong>da</strong> foram obti<strong>do</strong>sjunto ao Planap, em Brasília, como mapas de vegetação,solo, geologia, relevo, entre outros.Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s pluviométricos e fluviométricos, conti<strong>do</strong>s nabase de <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Planap e Hidroweb (2005), foram utiliza<strong>do</strong>spara traçar os principais aspectos <strong>do</strong>s recursos hídricosem ca<strong>da</strong> Sub-bacia de nível 2 <strong>da</strong> <strong>região</strong>, como variação sazonal<strong>da</strong>s precipitações e vazões máximas, médias e mínimas.Estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela ANA também foram utiliza<strong>do</strong>spara a elaboração <strong>da</strong>s disponibili<strong>da</strong>des hídricas, bem comoinformações conti<strong>da</strong>s no projeto Ari<strong>da</strong>s-PI.To<strong>da</strong>s as informações obti<strong>da</strong>s foram consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s parasete Sub-bacias de nível 2 e para três de nível 1, defini<strong>da</strong>sem PNRH (2005, 2005a) para a Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba. Com a base de <strong>da</strong><strong>do</strong>s georreferencia<strong>da</strong> foram confecciona<strong>do</strong>svários mapas <strong>da</strong> <strong>região</strong> utilizan<strong>do</strong> os softwaresARC GIS 9.0 e Global Mapper 6.0.19


Foto: Marcos Oliveira Santana (Bacia <strong>do</strong> Rio Gurgueia - Monte Alegre <strong>do</strong> Piaui)


Foto: Banco de Imagens <strong>da</strong> Codevasf (Delta <strong>do</strong> Parnaíba, PI/MA)


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> RegiãoHidrográficaA Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba configura-se comouma <strong>da</strong>s mais importantes <strong>da</strong> Região Nordeste <strong>do</strong> Brasil,sen<strong>do</strong> ocupa<strong>da</strong> pelos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará, Piauí e Maranhão(Figura 1), entre as coordena<strong>da</strong>s 02 o 21’S e 11 o 06’S de latitudee 47 o 21’W e 39 o 44’W de longitude, ocupan<strong>do</strong> uma áreade 331.441 Km 2 , sen<strong>do</strong> 249.497 Km 2 no Piauí, 65.492 Km 2no Maranhão, 13.690 Km 2 no Ceará e 2.762 Km 2 de áreaem litígio entre Piauí e Ceará.Suas águas atravessam diferentes biomas, como o Cerra<strong>do</strong>,no Alto Parnaíba, a Caatinga, no Médio e Baixo Parnaíba,e o Costeiro, no Baixo Parnaíba, tornan<strong>do</strong> diferencia<strong>da</strong>sas características hidrológicas de ca<strong>da</strong> uma destas regiões.A maior parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí (99%) está inseri<strong>da</strong> naBacia <strong>do</strong> Parnaíba, sen<strong>do</strong> que apenas o Município de LuizCorreia não se encontra dentro <strong>da</strong> Região Hidrográfica. Aoto<strong>do</strong> são 220 municípios. Os principais centros urbanos sãoTeresina, com mais de 655 mil habitantes (cerca de 25% <strong>da</strong>população <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>); Parnaíba, com 131 mil; Picos, com65 mil; Piripiri com 60 mil; e Floriano com 53 mil. Quantoaos demais há pre<strong>do</strong>minância de ci<strong>da</strong>des com menos de 10mil habitantes (IBGE, 2003).O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão participa com 35 municípios. Osmais populosos são os Municípios de Balsas, com 60.139habitantes, Timon, com 121.858 habitantes e Caxias, com10.781 habitantes. O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará tem 20 municípiosinseri<strong>do</strong>s na área <strong>da</strong> Bacia, sen<strong>do</strong> os mais populosos Crateús,com 70.898 habitantes e Tianguá, com 58.069 habitantes,conforme IBGE (2003).23


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba24Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 1 - Localização <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaUma <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> <strong>região</strong> é o grande contingentepopulacional viven<strong>do</strong> na área litorânea, em especial no centrosub-regional representa<strong>do</strong> pela ci<strong>da</strong>de de Parnaíba. A <strong>região</strong>possui a única capital fora <strong>da</strong> área litorânea no Nordeste,a ci<strong>da</strong>de de Teresina, situa<strong>da</strong> às margens <strong>do</strong> rio Parnaíba. AFigura 2 mostra as características gerais <strong>da</strong> <strong>região</strong> apresentan<strong>do</strong>os Municípios com mais de 40 mil habitantes, as ci<strong>da</strong>desrelevantes, os povoa<strong>do</strong>s e as vilas. Observa-se maior concentração<strong>da</strong> população próxima aos Municípios de Teresina,Parnaíba e Crateús.“As principais ativi<strong>da</strong>des econômicas <strong>da</strong> área estãoliga<strong>da</strong>s a agropecuária, com maior destaque para aagricultura de sequeiro (soja, arroz, feijão, milho, caju,algodão, cana-de-açúcar). A agricultura irriga<strong>da</strong> ain<strong>da</strong>não é significativa, apesar <strong>do</strong> grande potencial para afruticultura (manga, coco, maracujá e banana).As ativi<strong>da</strong>des extrativas vegetais são representa<strong>da</strong>sprincipalmente pela carnaúba e pelo coco babaçu.Também merece registro a madeira e o carvão.No Piauí, a produção de mel – apicultura – tem sedesenvolvi<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente e espera-se uma grandeexpansão associa<strong>da</strong> à cultura <strong>do</strong> caju.A aqüicultura concentra-se principalmente na <strong>região</strong><strong>do</strong> Delta e a carcinicultura encontra-se em expansão.Entretanto, ain<strong>da</strong> não existe pesca comercialna Bacia. Quanto à pecuária, as ativi<strong>da</strong>des relevantessão a bovinocultura, a caprinocultura e a aviculturaO setor secundário é ain<strong>da</strong> pouco expressivo, comdestaque para a agroindústria de açúcar, álcool ecouro. Algumas ci<strong>da</strong>des possuem zonas industriaisem fase de expansão, como Teresina, Floriano, Parnaíbae Picos, no Piauí, e Balsas, no Maranhão.”(CODEVASF, 2005)O setor terciário é o que apresenta maior expressão nos<strong>do</strong>is Esta<strong>do</strong>s. Mais de 60% <strong>da</strong> população economicamenteativa encontram-se no setor informal <strong>da</strong> economia.”A Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba foi dividi<strong>da</strong> em trêsgrandes Sub-bacias (Figura 3): Alto Parnaíba, Médio Parnaíbae Baixo Parnaíba, que, por sua vez, subdividem-seem sete Sub-bacias, delimita<strong>da</strong>s segun<strong>do</strong> a importância<strong>do</strong>s seus rios principais e características ambientais, conformePNRH (2005). No Quadro 1 são apresenta<strong>do</strong>s osvalores percentuais relativos à área de ca<strong>da</strong> Sub-bacianos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí, Maranhão e Ceará.25Quadro 1 - Relação <strong>da</strong>s Sub-bacias principais de nível 1 com os Esta<strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaCeará Maranhão PiauíLitígioCeará/Piauí(Km 2 ) % (Km 2 ) % (Km 2 ) % (Km 2 ) %Total (Km 2 )Alto Parnaíba 0,0 0,0 49.901,8 15,1 101.728,5 30,7 0,0 0,0 151.630,3Médio Parnaíba 12.121,2 3,7 6.179,4 1,9 116.735,0 35,2 19.65,2 0,6 137.000,8Baixo Parnaíba 1.568,9 0,5 9.410,5 2,8 310.33,7 9,4 7.97,3 0,2 42.810,4Total 13.690,1 4,1 65.491,7 19,8 249.497,2 75,3 2.762,4 0,8 331.441,5Observa-se que o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí ocupa a maior parte <strong>da</strong> Bacia,corresponden<strong>do</strong> a 75,3% de sua área, enquanto que o Maranhãoocupa 19,8% e o Ceará 4,1%. No entanto, é importante tambémanalisar a participação de ca<strong>da</strong> Esta<strong>do</strong> em termos de potencial hídrico<strong>da</strong>s Sub-bacias.Ca<strong>da</strong> Sub-bacia foi dividi<strong>da</strong> em Bacias menores, conformemostra o Quadro 2, no qual são mostra<strong>da</strong>s as áreas deca<strong>da</strong> divisão e os principais rios. O Quadro 3 mostra osvalores percentuais de ca<strong>da</strong> Sub-bacia em relação à área <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> <strong>região</strong>.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba26Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 2 - Caracterização <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica27Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 3 - Divisão <strong>hidrográfica</strong> <strong>do</strong> rio Parnaíba em Sub-bacias de nível 1 e nível 2


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 2 - Relação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba e os Esta<strong>do</strong>s integrantesEsta<strong>do</strong> / ÁreaSub 1 Sub 2 Rio PrincipalCeará Maranhão PiauíLitígioCeará/PiauíÁrea Total(Km 2 ) (Km 2 ) (Km 2 ) (Km 2 ) (Km 2 )Parnaíba 01 Balsas 25.570,6 25.578,3Alto ParnaíbaParnaíba 02 Alto Parnaíba 21.915,0 37.119,8 59.052,6Parnaíba 03 Gurguéia 159,0 52.140,5 52.315,3Parnaíba 04 Itaueiras 2.257,2 12.468,3 14.729,9Médio ParnaíbaParnaíba 05 Piauí/Canindé 75.067,2 75.089,9Parnaíba 06 Poti/Parnaíba 12.121,2 6.179,4 41.667,8 1.965,2 61.951,7Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Longá/Parnaíba 1.568,9 9.410,5 31.033,7 797,3 42.823,1Total 13.690,1 65.491,7 249.497,2 2.762,4 331.441,5Quadro 3 - Relação percentual <strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong>s Sub-bacias em relação aos Esta<strong>do</strong>s28Sub-baciasSub 1 Sub 2Área (Km 2 ) Ceará Maranhão PiauíLitígioCeará/PiauíParnaíba 01 25.558,09 0,0 100,0 0,0 0,0Alto ParnaíbaParnaíba 02 59.003,13 0,0 37,1 62,9 0,0Parnaíba 03 52.245,06 0,0 0,3 99,7 0,0Parnaíba 04 14.726,59 0,0 15,3 84,7 0,0Médio ParnaíbaParnaíba 05 75.026,44 0,0 0,0 100,0 0,0Parnaíba 06 61.940,89 19,6 10,0 67,3 3,2Baixo Parnaíba Parnaíba 07 42.808,31 3,7 22,0 72,5 1,9A partir <strong>do</strong> ano 2000 a Bacia <strong>do</strong> Rio Parnaíba passou aser área de atuação <strong>da</strong> Codevasf ten<strong>do</strong> início um programaintitula<strong>do</strong> Plano de Ação para a Bacia <strong>do</strong> Rio Parnaíba(Planap). A Bacia foi sub-dividi<strong>da</strong> em quatro Macrorregiões,com base em suas características físicas, potenciali<strong>da</strong>des deprodução e dinâmica de desenvolvimento:• Macror<strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> – abrange a <strong>região</strong> quevai <strong>da</strong> nascente <strong>do</strong> rio Parnaíba até a ci<strong>da</strong>de de Floriano,no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, incluin<strong>do</strong> as Sub-bacias<strong>do</strong>s rios Balsas, Uruçuí Preto, Gurguéia e Mucaitá,na <strong>região</strong> de Itaueiras;• Macror<strong>região</strong> <strong>do</strong> Semi-ári<strong>do</strong> – localiza-se no centro


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica<strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Parnaíba, em sua parte sudeste, onde cortamos rios Guaribas, Canindé e Oeiras;• Macror<strong>região</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Norte – abrange parte <strong>da</strong>s bacias<strong>do</strong> Poti e <strong>do</strong> Longá. É o epicentro <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Parnaíba,com as ci<strong>da</strong>des de Teresina e Piripiri no Piauí,Crateús no Ceará e Caxias no Maranhão, estratégica noque se refere a escoamento <strong>da</strong> produção e deslocamentopara os centros mais desenvolvi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> País;• Macror<strong>região</strong> <strong>do</strong> Litoral – na <strong>região</strong> <strong>da</strong> foz <strong>do</strong> Parnaíba,amplian<strong>do</strong>-se para além <strong>da</strong> praia, limitan<strong>do</strong>-sepelo Piauí em Murici <strong>do</strong>s Portelas, Caxingó, Caraúbas<strong>do</strong> Piauí, Cocal e Cocal <strong>do</strong>s Alves, pelo Maranhãoem Tutóia, Água Doce <strong>do</strong> Maranhão e Araioses e peloCeará com Granja e Viçosa <strong>do</strong> Ceará.Frente ao planejamento de desenvolvimento <strong>da</strong> Região Hidrográficaque vem sen<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong> pela Codevasf é necessáriocontextualizá-lo dentro <strong>do</strong> Plano Nacional de Recursos Hídricoscom a finali<strong>da</strong>de de integrar as ações relaciona<strong>da</strong>s aos recursoshídricos, principalmente com relação aos diversos usos <strong>da</strong> águanas bacias <strong>hidrográfica</strong>s. A Figura 4 mostra a sobreposição <strong>da</strong>sdivisões territoriais utiliza<strong>da</strong>s pelo Planap e pelo PNRH.Observa-se que as Sub-bacias <strong>do</strong> Alto Parnaíba (Parnaíba 01-Balsas, Parnaíba 02 – Alto Parnaíba, Parnaíba 03 – Gurguéia e Parnaíba04 – Itaueiras) situam-se quase que totalmente na macror<strong>região</strong><strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, enquanto que a Sub-bacia <strong>do</strong> Médio Parnaíbaencontra-se inseri<strong>da</strong> nas macrorregiões <strong>do</strong> Semi-ári<strong>do</strong> e <strong>Meio</strong>-Norte (Parnaíba 05 – Piauí/Canindé fica quase totalmente inseri<strong>da</strong>na macror<strong>região</strong> <strong>do</strong> Semi-ári<strong>do</strong> e Parnaíba 06 – Poti/Parnaíba seinsere em sua maioria na macror<strong>região</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Norte e uma parteno Semi-ári<strong>do</strong>) e a Sub-bacia <strong>do</strong> Baixo Parnaíba (Parnaíba 07– Rio Longá/Parnaíba) insere-se, em sua maioria, na Macror<strong>região</strong><strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Norte e Litoral (Quadro 4).Quadro 4 - Divisão territorial utiliza<strong>da</strong> pelo Planap/Codevasf e as divisões utiliza<strong>da</strong>s pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos para aRegião Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub-bacia (Sub 1) Sub-bacia (Sub 2) Macror<strong>região</strong>29Alto ParnaíbaMédio ParnaíbaParnaíba 01 – BalsasParnaíba 02 – Alto ParnaíbaParnaíba 03 – ItaueirasParnaíba 04 – GurguéiaParnaíba 05 – Piauí/CanindéParnaíba 06 – Poti/ParnaíbaCerra<strong>do</strong>Cerra<strong>do</strong>Cerra<strong>do</strong>Cerra<strong>do</strong> e Semi-ári<strong>do</strong>Semi-ári<strong>do</strong> e Cerra<strong>do</strong>Semi-ári<strong>do</strong> e <strong>Meio</strong> NorteBaixo Parnaíba Parnaíba 07 – Longá/Parnaíba <strong>Meio</strong> Norte e Litoral


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba30Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 4 - Divisão <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba conforme macrorregiões defini<strong>da</strong>s em Codevasf (2005b) e divisões por Sub-baciasconforme sistema de informação <strong>do</strong> PNRH (2005)


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaHidrografiaO rio Parnaíba tem a extensão de aproxima<strong>da</strong>mente1.400Km e é perene na maioria de seus trechos. Seus principaisafluentes são alimenta<strong>do</strong>s por águas superficiais e subterrâneas,destacan<strong>do</strong>-se os rios Balsas, Gurguéia, Piauí, Canindé,Poti e Longá.A drenagem <strong>da</strong> <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba, na escala 1:2.500.000,com a divisão por bacias, segun<strong>do</strong> PNRH (2005), é apresenta<strong>da</strong>na Figura 5, indican<strong>do</strong> os principais rios <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Nas Figuras 6 e 7 são apresenta<strong>do</strong>s os mapas de drenagem,em escala 1:1.000.000, <strong>da</strong>s Sub-bacias nível 1: Alto, Médioe Baixo Parnaíba, respectivamente.Alto ParnaíbaSegun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), as águas de superfície destaSub-bacia (Figura 6) são representa<strong>da</strong>s por rios principaise seus afluentes perenes e por algumas lagoas. Estes riossão o Balsas, Parnaíba, Uruçuí Preto, Uruçuí Vermelho,Gurguéia e Itaueiras.Rio <strong>da</strong>s Balsas – Nasce no ponto de encontro <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong><strong>da</strong>s Mangabeiras com a Serra <strong>do</strong> Penitente, em altitudes superioresa 700, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. Sua extensão total éde 525Km, aproxima<strong>da</strong>mente. Corre, inicialmente, em rumonordeste com declivi<strong>da</strong>de e sinuosi<strong>da</strong>de fortes, descen<strong>do</strong> emcerca de 130Km para a cota de 300m. Em segui<strong>da</strong>, tomarumo norte até as imediações <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Balsas, na cotade cerca de 224m, percorren<strong>do</strong> neste trecho 170Km aproxima<strong>da</strong>mente.Das cabeceiras até a ci<strong>da</strong>de de Balsas, o vale érelativamente estreito, os afluentes descem com forte declivi<strong>da</strong>de,tanto os <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong>, que provém <strong>da</strong> Serra<strong>do</strong> Ga<strong>do</strong> Bravo, como os <strong>da</strong> margem direita, que nascem naSerra <strong>do</strong> Penitente. A partir <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Balsas, o rio segueem rumo nordeste até as proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Loreto,onde começa a percorrer uma grande volta para desaguar norio Parnaíba, em rumo sudeste, logo à montante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dede Uruçuí. Nesse último trecho o vale se alarga. A acentua<strong>da</strong>declivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> rio carrega grande quanti<strong>da</strong>de de material,que se deposita em determina<strong>do</strong>s locais forman<strong>do</strong> bancos deareia e de seixos (MATO GROSSO, 2005).Rio Uruçuí Vermelho – Nasce ao sopé <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>sMangabeiras, próximo às nascentes <strong>do</strong> rio Gurguéia, percorrecerca de 100Km até desaguar no rio Água Quente(nome inicial <strong>do</strong> rio Parnaíba), à montante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de deSanta Filomena. É um rio perene em 50% de seu curso esua vazão média anual é estima<strong>da</strong> em cerca de 28m 3 /sRio Uruçuí Preto – Nasce em uma altitude de 550m, entreas Serras Grande e Vermelha/Uruçuí, e o seu curso apresentaum traça<strong>do</strong> paralelo ao rio Parnaíba, direciona<strong>do</strong> parao norte, até desaguar no Parnaíba, cerca de 10Km à montante<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Urucuí. Sua extensão é de, aproxima<strong>da</strong>mente,270Km (na escala de 1:1.000.000) <strong>do</strong>s quais 70Km são perenes(trecho final) e apresenta deflúvio médio anual em tornode 34,20m 3 /s. Seus principais afluentes são o riacho <strong>da</strong> Estivae o riacho Corrente, ambos perenes no seu curso inferior. Algumaspequenas lagoas são encontra<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong>s várzeas<strong>do</strong>s cursos de água, como as lagoas <strong>do</strong> Choro, <strong>da</strong> Velha, <strong>do</strong>Félix e Sete Lagoas.Rio Parnaíba – O rio Parnaíba nasce na <strong>região</strong> <strong>do</strong> AltoParnaíba, nos contrafortes <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras, a 800mde altitude, com denominação de rio Água Quente. Limita aBacia numa extensão aproxima<strong>da</strong> de 560Km e é barra<strong>do</strong> emGua<strong>da</strong>lupe, forman<strong>do</strong> o lago de Boa Esperança, com 5,085bilhões de m 3 , para a geração de energia elétrica. A largura desterio em Santa Filomena é de 92m com uma profundi<strong>da</strong>de emtorno de 2,2m; em Ribeiro Gonçalves ele atinge cerca de 19mde largura e 4,5m de profundi<strong>da</strong>de; e em Gua<strong>da</strong>lupe, a largurachega a 104m, com uma profundi<strong>da</strong>de em torno de 12m.Rio Gurguéia – Nasce no sopé <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras,no Município de Barreiras <strong>do</strong> Piauí, e orienta o seu curso para onorte. Drena to<strong>do</strong> o extremo sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, captan<strong>do</strong> as águas<strong>da</strong>s vertentes <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras, no extremo su<strong>do</strong>este,e as águas <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Tabatinga, no trecho fronteiriço com oEsta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia. Nessa Serra, a drenagem é feita por meio <strong>do</strong> seutributário mais representativo, que é o rio Paraim, que, por suavez, recebe outros inúmeros tributários. É um rio perene, violentona estação chuvosa que apresenta baixa vazão na estação seca.As cheias médias máximas ocorrem com descarga de 200m³/se descarga média anual em torno de 39m³/s. Ao longo <strong>do</strong> vale<strong>do</strong> rio foram ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s 11 lagoas com expressiva capaci<strong>da</strong>de,destacan<strong>do</strong> a lagoa de Parnaguá e <strong>do</strong> Peixe, com 74 milhões dem 3 e 11,9 milhões de m 3 , respectivamente.31


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba32Rio Itaueira – Nasce no Município de Caracol, no sudeste<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, junto às elevações <strong>da</strong> Serra <strong>do</strong> Bom Jesus <strong>do</strong>Gurguéia. Tem seu curso orienta<strong>do</strong> para oeste/noroeste edescreve uma trajatória de linha suave ligeiramente arquea<strong>da</strong>.Apresenta um curso de, aproxima<strong>da</strong>mente, 290Km edeságua no rio Parnaíba cerca de 13Km à jusante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dede Floriano. É um rio de caráter intermitente, barra<strong>do</strong> noMunicípio de Flores pela Barragem de Poços, com 30 milhõesde m 3 . Seus principais tributários são os rios Salinas,Uica, Papagaio e Paracati.Médio ParnaíbaEsta Sub-bacia (Figura 7) compreende os rios Canindé/Piauí e o rio Poti, que desembocam no rio Parnaíba. O Canindé/Piauípróximo à ci<strong>da</strong>de de Regeneração e o Poti noMunicípio de Teresina.Segun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995, p. 33), a Sub-bacia <strong>do</strong> rio Canindé/Piauíé uma <strong>da</strong>s mais complexas em termos de recursoshídricos, por uma série de fatores:• Os solos são originários de rochas sedimentares e rochas<strong>do</strong> cristalino;• A vegetação se desenvolve sob diferentes condiçõesde clima, e áreas marca<strong>da</strong>s por severas variações dechuvas, temporal e espacial;• Regime de intermitência <strong>do</strong>s rios;• Dificul<strong>da</strong>des de obtenção de água para parte <strong>da</strong> populaçãorural durante o perío<strong>do</strong> seco;• Dificul<strong>da</strong>de de captação de água subterrânea no cristalino,em volume e em quali<strong>da</strong>de.Ain<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995, p.35), os rios mais importantessão: Piauí; Canindé, que recebe o rio Piauí; Fi<strong>da</strong>lgo, afluente<strong>do</strong> Piauí; e Itaim, que recebe o Guaribas, ambos afluentes <strong>do</strong> Canindé.Esse conjunto de rios tem como afluentes uma bem teci<strong>da</strong>rede de cursos de água menores e drenam intensamente aparte mais genuína <strong>do</strong> Semi-ári<strong>do</strong>, e conduz to<strong>da</strong> a água para orio Parnaíba, por meio <strong>do</strong> coletor final que é o rio Canindé. Umacaracterística comum a to<strong>do</strong>s os rios <strong>da</strong> Sub-bacia é o caráter deintermitência, pois to<strong>do</strong>s têm suas nascentes situa<strong>da</strong>s no Semiári<strong>do</strong>e sobre o cristalino. Uma exceção é feita ao rio Guaribas, notrecho médio a partir <strong>da</strong> Barragem Bocaina, onde é manti<strong>do</strong> umfilete de água corrente origina<strong>da</strong> <strong>da</strong> barragem e que se destina amanter os cultivos de alho feitos no leito <strong>da</strong>quele rio, a partir demaio/junho. A seguir se faz uma descrição <strong>do</strong>s principais rios <strong>da</strong>Sub-bacia <strong>do</strong> Canindé/Piauí.Rio Piauí – Têm suas nascentes defini<strong>da</strong>s no sudeste piauiense,junto à fronteira com o Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia, no sopé <strong>da</strong>s Serras<strong>da</strong>s Confusões e Bom Jesus <strong>do</strong> Gurguéia, no Município deCaracol. No seu alto curso tangencia as sedes municipais deAnísio de Abreu e São Raimun<strong>do</strong> Nonato, recebe, em segui<strong>da</strong>,o rio São Lourenço e segue para noroeste até desembocar norio Canindé, já nas proximi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> rio Parnaíba, após percorrercerca de 380Km. No seu trajeto, atravessa cerca de 17Municípios e alimenta algumas lagoas importantes, como asde Nazaré, Quartel e Jenipapo. É um rio torrencial e seco e temcomo tributários principais os rios São Lourenço, Itacoatiara,Fi<strong>da</strong>lgo, Caché, Fun<strong>do</strong> e Mucaitá.Rio Canindé – Nasce no Município de Paulistana, sudeste<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, na fronteira com o Esta<strong>do</strong> de Pernambuco, ao sopé<strong>do</strong> prolongamento <strong>da</strong> Serra <strong>do</strong>s Dois Irmãos. Apresenta cursoorienta<strong>do</strong> para noroeste e no trajeto corta cerca de 31 Municípios.É um rio torrencial que seca nos meses sem chuva e,segun<strong>do</strong> “Recursos Hídricos – Parte A – Diagnóstico” (apudARIDAS/PIAUÍ, 1995), tem-se o Canindé como perene a partir<strong>do</strong> Município de Francisco Aires, com deflúvio mínimo de10m³/s e sua extensão é de, aproxima<strong>da</strong>mente, 350Km.Rio Itaim – Nasce, também, no Município de Paulistana,ao sopé <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong> Araripe, fronteira com o Esta<strong>do</strong> dePernambuco. Suas nascentes estão situa<strong>da</strong>s a pouco mais de12Km <strong>da</strong>s nascentes <strong>do</strong> rio Canindé e correm paralelos atése encontrarem a cerca de 190Km abaixo. Drena uma <strong>região</strong>muito seca <strong>do</strong> Semi-ári<strong>do</strong>, entretanto oferece pequeno fluxode água ao rio Canindé, mesmo na estação seca.Rio Fi<strong>da</strong>lgo – Nasce no Município de São João <strong>do</strong> Piauí,corre para noroeste e conflui com o rio Piauí, no Município deSão José <strong>do</strong> Peixe, após atravessar a lagoa <strong>do</strong> Riacho. Alimentacerca de 12 lagoas, quase to<strong>da</strong>s temporárias. Sua extensão é de,aproxima<strong>da</strong>mente, 150Km.Rio Guaribas – Nasce no Município de Pio IX e corre nosenti<strong>do</strong> su<strong>do</strong>este até o limite su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Município de Picos,após o que deflete para oeste e se reúne ao rio Itaim. O seucurso total é de, aproxima<strong>da</strong>mente, 160Km. Trata-se de um riocau<strong>da</strong>loso no perío<strong>do</strong> chuvoso que inun<strong>da</strong> to<strong>da</strong> a sua planície


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográficaaluvial sen<strong>do</strong>, atualmente, controla<strong>do</strong> pela Barragem Bocaina.Seus afluentes mais importantes são o rio Marçal e o riachoSão João, pela margem esquer<strong>da</strong>, e os riachos Bananeiras e <strong>do</strong>sMacacos, pela margem direita.Rio Poti – Nasce no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, no Município NovoOriente, corre inicialmente, para norte e após percorrer100Km, receben<strong>do</strong> inúmeros tributários menores, seguepara oeste e penetra no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, através <strong>do</strong> canyonque corta a Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ibiapaba, no Município de Castelo<strong>do</strong> Piauí. Nesse trecho e até as proximi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de deCastelo corta terrenos rochosos e apresenta pouca largura.Após transpor a Chapa<strong>da</strong>, toma rumo sul por aproxima<strong>da</strong>mente50Km e em segui<strong>da</strong> dirige o curso para su<strong>do</strong>este esuavemente define um arco cuja curvatura maior se acentuajunto à ci<strong>da</strong>de de Prata <strong>do</strong> Piauí. Daí ele se volta lentamentepara noroeste até atingir a capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e penetrar norio Parnaíba.Os tributários mais importantes são os rios Sambito, Berlengas,São Nicolau e Cais pela margem esquer<strong>da</strong> e os riosCapivara e Canu<strong>do</strong>s pela margem direita. A maioria <strong>do</strong>s riose riachos tem suas nascentes no Semi-ári<strong>do</strong>, quase sempreapresentan<strong>do</strong> caráter de torrenciali<strong>da</strong>de e intermitência.Essa torrenciali<strong>da</strong>de está associa<strong>da</strong> ao regime <strong>da</strong>s chuvase a eventual abun<strong>da</strong>ncia com que caem. À semelhança <strong>do</strong>sseus tributários, o rio Poti é um rio que depende <strong>da</strong>s chuvas,portanto suas águas evoluem conforme o desenrolar <strong>da</strong>estação chuvosa, como costuma acontecer com os rios <strong>do</strong>Semi-ári<strong>do</strong>.Rio Sambito – Nasce no Município de Pimenteiras, nosopé <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong>s Almas, e tem o curso orienta<strong>do</strong> para noroeste.Recebe o riacho São Vicente e desemboca no rio Potiapós receber o rio São Nicolau, próximo à ci<strong>da</strong>de de Prata<strong>do</strong> Piauí. Trata-se de um rio cau<strong>da</strong>loso na estação chuvosa,dependente <strong>do</strong> regime <strong>da</strong>s chuvas. Seca quase que inteiramentea partir de junho.Rio Berlengas – tem suas nascentes drenan<strong>do</strong> os Municípiosde Novo Oriente <strong>do</strong> Piauí e Várzea Grande. Orientao curso no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> oeste para, após a ci<strong>da</strong>de de VárzeaGrande, seguir para noroeste e, finalmente, para norte, atéconfluir com o rio Poti, cerca de 12Km à jusante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dede Prata <strong>do</strong> Piauí.Rio São Nicolau – Nasce no Município de São Miguel <strong>do</strong>Tapuio e percorre cerca de 150Km antes de confluir com orio Sambito, no Município de São Félix <strong>do</strong> Piauí. É intermitente.Apresenta o curso inicialmente orienta<strong>do</strong> para oeste,depois para sul por 40Km, e, em segui<strong>da</strong>, corre para oesteaté encontrar o rio Sambito.Baixo ParnaíbaEsta Sub-bacia (Figura 8) é composta, principalmente,pelos rios Longá, o próprio rio Parnaíba e uma série de pequenosriachos que desembocam no Parnaíba, além <strong>do</strong> delta<strong>do</strong> rio Parnaíba. Em Ari<strong>da</strong>s/PI (1995) tem-se a descrição<strong>do</strong>s principais rios desta Sub-bacia, transcritas a seguir:Rio Longá – As nascentes <strong>do</strong> rio Longá estão situa<strong>da</strong>s noMunicípio de Alto Longá e recebem contribuições oriun<strong>da</strong>s<strong>do</strong>s Municípios de Altos e Campo Maior. Orienta inicialmenteo curso para noroeste, em segui<strong>da</strong> para norte, até tangenciar aci<strong>da</strong>de de Esperantina, na qual segue para leste num percursode 30Km, após o que toma rumo norte. Nos municípios deJoaquim Pires e Buriti <strong>do</strong>s Lopes ele apresenta muitos meandrose desemboca no rio Parnaíba, após percorrer cerca de250Km. Trata-se de um rio perene no médio e baixo curso ealimenta inúmeras lagoas de pequeno porte. Seus principaisafluentes, são, pela margem esquer<strong>da</strong>, os rios Surubim e Maratoan;pela margem direita, os rios Jenipapo, Corrente, <strong>do</strong>sMatos, Caldeirão, (barra<strong>do</strong> no Município de Piripiri, formaum corpo de água de 54,6 milhões de m 3 ), e o rio Piracuruca,barra<strong>do</strong> no Município <strong>do</strong> mesmo nome forman<strong>do</strong> um lago de250 milhões de m 3 .São registra<strong>da</strong>s importantes lagoas ao la<strong>do</strong> de outras menoresao longo <strong>do</strong> rio Longá e de alguns tributários, destacan<strong>do</strong>-sea Lagoa <strong>do</strong> Angelim e Lagoa <strong>da</strong> Mata, ambas emBuriti <strong>do</strong>s Lopes, com 11,5 milhões de m 3 e 39 milhões dem cúbicos, respectivamente.Rio Parnaíba (trecho entre Teresina e Buriti <strong>do</strong>s Lopes) –Compreende uma faixa de terra paralela ao rio Parnaíba, quese inicia na altura de Teresina, no limite com a Sub-bacia Poti,e se estende até a confluência <strong>da</strong> Sub-bacia Longá, próximoao rio Longá, no Município de Buriti <strong>do</strong>s Lopes. Abrange, em33


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba34particular, os pequenos cursos de água que, desde Teresina,desembocam diretamente no rio Parnaíba, sem a intermediaçãode nenhum outro tributário mais importante, destacan<strong>do</strong>-seo rio Buriti, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. Não há, portanto,nenhum curso de água de maior importância nesta Sub-bacia,exceto o próprio rio Parnaíba que no trecho apresenta a suamaior largura.Entre Teresina e a foz <strong>do</strong> Longá (e até o Delta) o rio Parnaíbase comporta como um efetivo rio de planície, comdeclivi<strong>da</strong>de muito baixa (até 50cm/Km) na estação secae reduzi<strong>do</strong> perfil batimétrico. As águas apresentam baixaveloci<strong>da</strong>de e em alguns trechos, com extensa largura. Sãonotórias as ocorrências de grandes bancos de areia em seuleito, deposita<strong>do</strong>s pelas próprias águas.Nesta Sub-bacia concentra-se uma grande quanti<strong>da</strong>de delagoas perenes, forma<strong>da</strong>s na área de <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> rio ou nostrechos abacia<strong>do</strong>s alimenta<strong>do</strong>s por riachos que desembocamno Parnaíba. As mais importantes dessas lagoas, emvolume de água, portanto pelo significa<strong>do</strong> que desempenhajunto à população, são a Lagoa <strong>da</strong> Salinas, Lagoa de CampoLargo e Lagoa <strong>da</strong> Estiva, com 13,3 milhões, 12,95 milhõese 17,6 milhões de m 3 , respectivamente.Na faixa litorânea <strong>do</strong> Baixo Parnaíba, os cursos de águase apresentam perenes pela própria influência marítima,e essa influência faz com que as águas sejam salobras. Osrios mais importantes são o Igarassú, que margeia a ci<strong>da</strong>dede Parnaíba, o Camurupim, Timonha, e o Utatuba, este últimona fronteira com o vizinho Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará. Na orlalitorânea, destacam-se algumas lagoas: Mutucas, Portinho,Santana, São Bento e Alagadiço. Duas áreas mostram especialfragili<strong>da</strong>de na Sub-bacia: as dunas e os manguezais.As dunas paralelas ao mar formam um cordão de areia aolongo <strong>da</strong> costa, quase to<strong>da</strong>s móveis, portanto, pouco estáveis.A especulação imobiliária põe em risco sua estabilizaçãoao eliminar a vegetação que as sustenta, expon<strong>do</strong>astotalmente às forças <strong>do</strong>s ventos. A segun<strong>da</strong> área frágilcompreende o manguezal que sofre pressões de projetospara desenvolvimento <strong>da</strong> carcinocultura de exportação,com prejuízos para a fauna e flora.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica35Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 5 - Drenagem (escala 1:2.500.000) <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, com divisões em Bacias nível 1


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba36Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 6 - Drenagem, em escala 1:1.000.000, <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Alto Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica37Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 7 - Drenagem, em escala 1:1.000.000, <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Baixo Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba38GeologiaA configuração espacial <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíbaé um reflexo de sua compartimentação geotectônica que,por sua vez, controla os aspectos morfológicos, pe<strong>do</strong>lógicose a organização <strong>da</strong> drenagem. A Região encontra-se instala<strong>da</strong>em duas grandes uni<strong>da</strong>des estruturais: o escu<strong>do</strong> cristalino(cerca de 15% <strong>da</strong> área) e a Bacia sedimentar <strong>do</strong> Parnaíba(85%). Caracteriza-se, principalmente, por sedimentos decobertura Cenozóico (areias e argilas), Rochas Sedimentares<strong>do</strong> Mesozóico e Paleozóico (arenitos e argilitos) e RochasPré-Cambrianas (gnaises, granitos e migmatitos).A <strong>região</strong> está inseri<strong>da</strong> em três províncias geológicas: Parnaíba,Borborema e São Francisco Norte, destacan<strong>do</strong>-se aprovíncia <strong>do</strong> Parnaíba que ocupa a maior parte <strong>da</strong> <strong>região</strong>,conforme se observa na Figura 8.A província <strong>do</strong> Parnaíba ocupa parte <strong>da</strong>s regiões Nordeste,Norte e Centro-Oeste <strong>do</strong> Brasil, em uma área de aproxima<strong>da</strong>mente600 mil Km 2 e encontra-se instala<strong>da</strong> na porção oriental<strong>da</strong> Plataforma Sul-Americana, defini<strong>da</strong> por Almei<strong>da</strong> (1977).Possui forma elipsoi<strong>da</strong>l, com diâmetro maior orienta<strong>do</strong> segun<strong>do</strong>a direção nordeste-su<strong>do</strong>este, sen<strong>do</strong> estruturalmenteassimétrica em direção ao eixo principal (CPRM, 2005).Bordejan<strong>do</strong> as suas porções nordeste, leste, sudeste e su<strong>do</strong>esteencontram-se rochas <strong>do</strong> Proterozóico e <strong>do</strong> Arqueano,constituin<strong>do</strong> maciços medianos. A oeste é separa<strong>da</strong> <strong>do</strong>Cráton Amazônico pela Geoestrutura Tocantins-Araguaia;ao norte, <strong>da</strong> Bacia de Barreirinhas, pelo Arco Ferrer-UrbanoSantos e, ao sul <strong>da</strong> Bacia de São Francisco pelo Arco de SãoFrancisco. Esses arcos são constituí<strong>do</strong>s de metamorfitos debaixo a médio grau, compon<strong>do</strong> faixas de <strong>do</strong>bramentos <strong>do</strong>Proterozóico Médio-Superior.A coluna sedimentar <strong>da</strong> Bacia pode ser dividi<strong>da</strong> em cincoseqüências deposicionais (Figura 9) denomina<strong>da</strong>s de seqüênciassiluriana, devoniana, permo-carbonífera, jurássica ecretácica, separa<strong>da</strong>s por discordâncias regionais e correlacionáveisa eventos de natureza global (GÓES et al., 1994apud CPRM, 2005).As formações clásticas <strong>do</strong> Grupo Serra Grande (formaçõesIpu, Tianguá e Jaicós), deposita<strong>da</strong>s sob condições fluviodeltaicasà marinha rasa, marcaram o início <strong>da</strong> deposiçãona Bacia. O final <strong>da</strong> deposição deste grupo é marca<strong>do</strong> poruma discordância erosiva, ocasiona<strong>da</strong> pelo soerguimento<strong>da</strong> <strong>região</strong>, causa<strong>da</strong> pela Orogênese Cale<strong>do</strong>niana, provavelmenteentre o Siluriano e o Devoniano. A deposição <strong>do</strong>Grupo Canindé (formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças,Longá e Poti) foi o evento seguinte, e indica nova fase desubsidência, ten<strong>do</strong> se desenvolvi<strong>do</strong> pela alternância de episódiostransgressivos e regressivos, refletin<strong>do</strong> as oscilações<strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar (CPRM, 2005).A distribuição <strong>do</strong>s constituintes dessas seqüências evidenciaa influência de feições preexistentes (grabens e lineamentos)no processo deposicional. No final <strong>do</strong> Mississipiano, a <strong>região</strong>passou por novo soerguimento epirogenético, que, associa<strong>do</strong> amu<strong>da</strong>nças climáticas profun<strong>da</strong>s, nas quais imperavam climasquente e úmi<strong>do</strong>, expôs totalmente a Bacia, originan<strong>do</strong> umaampla discordância de caráter regional e a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>demarinha. No Carbonífero Médio, a Bacia sofreu fraca inversão,depositan<strong>do</strong>-se os clásticos <strong>do</strong> Grupo Balsas (formações Piauí,Pedra de Fogo, Motuca e Sambaíba), (CPRM, 2005).A província de Borborema, como um to<strong>do</strong>, cobre umasuperfície superior a 380 mil Km 2 <strong>da</strong> Região Nordeste <strong>do</strong>Brasil e exibe um quadro composto por conjuntos de intrinca<strong>da</strong>evolução geológica em tempos arqueanos-proterozóicos.Extensas zonas de cisalhamento dividem a provínciaem diversos blocos (<strong>do</strong>mínios) orogênicos, caracteriza<strong>do</strong>spor associações litológicas e evolução tectono-metamórficaespecíficas (CABY et al., 1991 apud CPRM, 2005a).Esse regime, de caráter pre<strong>do</strong>minantemente transcorrente,é responsável por seu atual arcabouço regional, produto <strong>da</strong>justaposição de blocos e/ou faixas de diferentes graus metamórficose, muitos deles, com história evolutiva característica,distinta <strong>da</strong> <strong>do</strong>s blocos adjacentes. A sua <strong>região</strong> de abrangênciatem si<strong>do</strong>, nas últimas déca<strong>da</strong>s, palco de inúmeros trabalhos decunho geológico, geotectônico e geocronológico; infelizmenteain<strong>da</strong> insuficientes para solucionar os diversos problemas inerentesà sua história evolutiva (CPRM, 2005a).A Bacia Sanfranciscana (BARCELOS e SUGUIO, 1980), dei<strong>da</strong>de cretácea, abrange extensos chapadões que se projetampelos Esta<strong>do</strong>s: Bahia, Piauí, Minas Gerais, Goiás e Tocantins(CPRM, 2005b). Na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, essa Baciaestá representa<strong>da</strong> pelas formações Area<strong>do</strong> e Urucaia.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica39Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 8 - Características geológicas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba40Fonte: Góes et al. (1994), apud CPRM (2005)Figura 9 - Coluna litoestratigráfica generaliza<strong>da</strong> <strong>da</strong> Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaClimaConforme Codevasf (2005a, p.5), consideran<strong>do</strong> a pluviometriana <strong>região</strong>, com intervalo de classe de 300mm, o climana <strong>região</strong> é classifica<strong>do</strong> em quatro classes diferencia<strong>da</strong>s:a) clima semi-ári<strong>do</strong> com pluviometria inferior a 700mm;b) clima semi-ári<strong>do</strong> a sub-úmi<strong>do</strong> com pluviometria entre1.000 a 1.300mm;c) clima sub-úmi<strong>do</strong> a úmi<strong>do</strong> com pluviometria entre1.300 a 1.500mm; ed) clima úmi<strong>do</strong> com pluviometria superior a 1.500mm.De acor<strong>do</strong> com MMA (2003, p.170), a temperatura média<strong>da</strong> <strong>região</strong> é de 27 o C, a precipitação anual média é de1.726 mm/ano e a evapotranspiração anual média é de1.517mm/ano. Vale ressaltar que a <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba, nanascente <strong>do</strong>s rios Parnaíba e Gurguéia, ao sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>do</strong> Piauí, apresenta um <strong>do</strong>s valores mais baixos de umi<strong>da</strong>derelativa <strong>do</strong> ar e um <strong>do</strong>s maiores valores de evapotranspiração,57% e 3.000mm/ano, respectivamente.Para exemplificar a distribuição irregular <strong>da</strong>s precipitaçõese o déficit hídrico na <strong>região</strong> apresenta-se na Figura 10valores médios de precipitação e evapotranspiração para operío<strong>do</strong> de 1971 a 1990 nos meses de setembro (mais seco)e março (mais úmi<strong>do</strong>). Observa-se a quase ausência de águano solo no perío<strong>do</strong> seco, enquanto que no perío<strong>do</strong> úmi<strong>do</strong>,encontram-se valores superiores a 80mm de água, evidencian<strong>do</strong>a importância <strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s precipitações na<strong>região</strong> e <strong>da</strong>s altas taxas de evapotranspiração.41Fonte: PROCLIMA/CPTEC/INPE (http://www.cptec.inpe.br/proclima)Figura 10 - Balanço Hídrico para a Região Nordeste <strong>do</strong> BrasilSegun<strong>do</strong> MMA (2003, p. 169), a classificação climáticade Köeppen para a <strong>região</strong> é dividi<strong>da</strong> em três tipos:a) O megatérmico chuvoso (variação AW’), ou seja, quentee úmi<strong>do</strong>, com chuvas entre fevereiro e maio e comtemperaturas mais baixas nos meses de março e abril,ocorren<strong>do</strong> na <strong>região</strong> litorânea e no baixo Parnaíba;b) O Semi-ári<strong>do</strong> (varie<strong>da</strong>de BS) caracteriza<strong>do</strong> por temperaturaseleva<strong>da</strong>s e estáveis, superiores a 18 o C, baixasprecipitações médias anuais com distribuição irregulardurante o ano, corresponden<strong>do</strong> às áreas decaatinga hiperxerófita; ec) Uma varie<strong>da</strong>de <strong>do</strong> clima AW’, o BSwh’, que é <strong>do</strong> tipo semiári<strong>do</strong>e se caracteriza por possuir uma curta estação chuvosano verão e atuação no sudeste <strong>da</strong> Região Hidrográfica.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba42Os sistemas climáticos que atuam na <strong>região</strong>, responsáveispela ocorrência <strong>da</strong>s precipitações pluviométricas, são a Zonade Convergência Inter-Tropical (ZCIT) e as Linhas de Instabili<strong>da</strong>deTropical (LIT) provenientes <strong>da</strong> Amazônia Oriental.O “El Niño” e “La Niña” são fenômenos que ocorrem comfreqüência e com intensi<strong>da</strong>des variáveis influencian<strong>do</strong> ascondições de clima na Região Nordeste, diminuin<strong>do</strong> ou aumentan<strong>do</strong>os totais de chuva, respectivamente. Nas últimasdéca<strong>da</strong>s vêm se observan<strong>do</strong> um aumento <strong>da</strong> freqüência deocorrência destes fenômenos.Relevo e geomorfologiaO relevo <strong>da</strong> Bacia é defini<strong>do</strong> pela estrutura geológica,com vales inseri<strong>do</strong>s entre chapa<strong>da</strong>s e chapadões (tabuleiros)e com altitude inferiores a 1.300m. A Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba tem como divisor de águas no limite sul aSerra <strong>da</strong> Tabatinga, que a separa <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong>São Francisco. No limite su<strong>do</strong>este faz fronteira com a Bacia<strong>do</strong> Tocantins e os seus divisores a leste (Serra Grande) e aOeste (Serra <strong>da</strong>s Alpercatas) a separam de outras uni<strong>da</strong>des<strong>hidrográfica</strong>s <strong>da</strong> vertente Nordeste. Na Figura 11 é apresenta<strong>do</strong>um mapa de relevo <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba.Segun<strong>do</strong> FGV (1998), as superfícies litorâneas são constituí<strong>da</strong>spor terraços de 2 a 7 metros acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar,onde se encontram restingas arenosas intercala<strong>da</strong>s por valesfluviais, com várzeas, de largura varia<strong>da</strong>, <strong>do</strong>mina<strong>da</strong> por solosaluviais argilosos e turfosos. A este terreno segue-se umasuperfície aplaina<strong>da</strong>, chama<strong>da</strong> de tabuleiros, principalmentequan<strong>do</strong> o clima semi-ári<strong>do</strong> chega até o litoral.Sobre o cristalino apresentam-se seqüências sedimentaressob a forma de chapa<strong>da</strong>s, com o topo tabular, escarpa beminclina<strong>da</strong> em uma face e inclinação suave na outra, forman<strong>do</strong>“cuestas”, destacan<strong>do</strong>-se a chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong> Araripe, entre oCeará e Pernambuco (FGV, 1998).A Bacia Sedimentar <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Norte, que compreende oMaranhão e o Piauí, apresenta uma inclinação para o centro,que não coincide com a calha <strong>do</strong> rio Parnaíba e se elevagra<strong>da</strong>tivamente para as regiões circunvizinhas, forman<strong>do</strong>uma sucessão de “cuestas” que têm as escarpas volta<strong>da</strong>spara fora <strong>da</strong> Bacia e as inclinações suaves na direção <strong>do</strong>centro <strong>da</strong> mesma. Entre Fortaleza e Teresina, observa-seuma grande escarpa que após atravessar o vale <strong>do</strong> rio Acaraú,forma uma encosta suave em direção às margens <strong>do</strong> rioParnaíba (FGV, 1998).Na margem oeste <strong>do</strong> rio Parnaíba, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão,observam-se chapa<strong>da</strong>s isola<strong>da</strong>s com pequenas “cuestas”esculpi<strong>da</strong>s em rochas areníticas <strong>do</strong> Cretáceo, enquantona porção sul ocorre em rochas intrusivas. Entre estas chapa<strong>da</strong>sdestacam-se a <strong>da</strong>s Mangabeiras e as chama<strong>da</strong>s impropriamentede “serras” <strong>do</strong> Penitente <strong>da</strong>s Alpercatas, Negra,<strong>do</strong> Gurupi e de Piracambu (FGV, 1998).Além destas formas <strong>do</strong> relevo salientam-se, ain<strong>da</strong>, asdepressões periféricas que se formam geralmente entre asformações sedimentares e cristalinas, face à intensificação<strong>da</strong> erosão nessas áreas. As de maior importância, estão localiza<strong>da</strong>spróximas ao Maciço <strong>da</strong> Borborema, à Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong>Araripe, à “Cuesta” <strong>da</strong> Ibiapaba e aos Maciços Cristalinos <strong>do</strong>Ceará (FGV, 1998).Na Figura 12 observam-se as uni<strong>da</strong>des morfológicas <strong>da</strong>Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica43Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 11 - Relevo <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba44Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 12 - Uni<strong>da</strong>des geomorfológicas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaA desertificaçãoConforme figura apresenta<strong>da</strong> em MMA (2004a, p. 24) aRegião Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba está quase totalmente inseri<strong>da</strong>na área delimita<strong>da</strong> como suscetível à desertificação,com exceção de alguns Municípios <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba01 (Balsas) e Parnaíba 02 (Alto Parnaíba). Estas áreas estãopreferencialmente no bioma Caatinga, regiões Semi-ári<strong>da</strong>se Sub-úmi<strong>da</strong>s Secas e áreas ao entorno destas, como podeser observa<strong>do</strong> na Figura 13. A delimitação desta Regiãolevou em consideração aspectos de clima, solo, vegetaçãoe manejo <strong>do</strong> solo.45Fonte: IBGE (1993); IBGE (2003); Carvalho e Egler (2003); Brito (2000); Bezerra (2004)Figura 13 - Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), conforme MMA (2004a, p.24)


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba46Conforme MMA (2004a), no Piauí são 215 Municípiossusceptíveis à desertificação, sen<strong>do</strong> 96 localiza<strong>do</strong>s em áreasde clima semi-ári<strong>do</strong>, 48 em áreas sub-úmi<strong>da</strong>s secas e 71ao entorno. No Maranhão, são 27 Municípios, sen<strong>do</strong> umlocaliza<strong>do</strong> em área com clima sub-úmi<strong>do</strong> e outros 26 ao entorno.Já no Ceará, são 184 Municípios susceptíveis à desertificação,sen<strong>do</strong> a grande maioria em área semi-ári<strong>da</strong>, com105 Municípios, 41 em áreas sub-úmi<strong>da</strong>s e 38 ao entorno.No entanto, apenas os Municípios <strong>da</strong>s áreas sub-úmi<strong>da</strong>s esemi-ári<strong>da</strong>s estão na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.O estabelecimento <strong>do</strong>s processos de desertificação iniciasecom a destruição <strong>da</strong> vegetação natural associa<strong>do</strong> às condiçõesde clima e manejo <strong>do</strong> solo. Em MMA (2004a), uma<strong>da</strong>s evidências marcantes sobre a ocorrência de processos dedesertificação é <strong>da</strong><strong>da</strong> pela forma com que aparecem manchasde solos no Semi-ári<strong>do</strong> nordestino. São áreas de solos rasos,quase que reduzi<strong>do</strong>s ao afloramento rochoso, sem capaci<strong>da</strong>dede retenção de água, apresentan<strong>do</strong>, também, deficiência denutrientes, potencializan<strong>do</strong> sua vocação para a desertificação.É a ocorrência, isola<strong>da</strong> ou agrega<strong>da</strong>, destas manchas de soloque determina a constituição <strong>do</strong>s Núcleos de Desertificação,denomina<strong>do</strong>s por Vasconcelos Sobrinho.Em 1977, conforme MMA (2004a), a Sudene iniciou umestu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s áreas em processo de desertificação e identificouáreas mais críticas em relação à este fenômeno. Na RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, foram selecionas áreas nos Municípiosde Gilbués, Simplício Mendes, Cristino Castro, RibeirãoGonçalves, Correntes, Bom Jesus e Municípios vizinhos, to<strong>do</strong>sno Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí. Nestas áreas constatou-se que as causasprincipais para a intensa degra<strong>da</strong>ção foram: substituição <strong>da</strong>vegetação natural pela agricultura e pecuária, mineração, principalmenteem Gilbués, e retira<strong>da</strong> de lenha e madeira.Ain<strong>da</strong> em MMA (2004a), a <strong>região</strong> de Gilbués foi considera<strong>da</strong>pelo Projeto BRA 93/036 – “Preparação para o Plano Nacionalde Combate à Desertificação – PNCD” como área de alto risco àdesertificação, estabelecen<strong>do</strong> aí um Núcleo de Desertificação.No Piauí foi cria<strong>do</strong>, em 2003, pela Semar-PI, o Núcleo dePesquisa de Recuperação de Áreas Degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s – Nuperade,em Gilbués. Tem como finali<strong>da</strong>de principal pesquisa de tecnologiasque detenham a desertificação em áreas <strong>do</strong> Municípiode Gilbués e proximi<strong>da</strong>des, já em esta<strong>do</strong> avança<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong>o entendimento <strong>do</strong> processo de desertificação.Na Figura 14 pode-se observar áreas em processo avança<strong>do</strong>de desertificação. A Figura 15 mostra a aplicação detécnicas de recuperação de áreas degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s em Gilbués-PI,estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo Nuperade.Autoria: Salviano et al. (2005)Figura 14 - Área com intenso processo de erosão


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaAutoria: Salviano et al. (2005a)Figura 15 - Área com intenso processo de erosão em fase de plantioInfra-estruturaA infra-estrutura hídrica <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Parnaíba é compostapor várias barragens e adutoras construí<strong>da</strong>s nos cursosde água (Figura 16), com capaci<strong>da</strong>de de acumulação de12.417.062.890m³, <strong>do</strong>s quais, 6.904.502.890m³ já estãoconstruí<strong>da</strong>s, 1,369 milhões de m 3 estão em construção e4.143.560.000m³ estão em projeto, licita<strong>da</strong>s ou em estu<strong>do</strong>(Quadro 6).Da capaci<strong>da</strong>de de acumulação construí<strong>da</strong>, 5,085 milhõesde m 3 são relativos à barragem Boa Esperança, a maior emais importante <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Parnaíba. Esta barragem drenauma área de 87.500Km 2 e mantém o regime fluvial <strong>do</strong> rioParnaíba com vazão média anual de 301m³/s, corresponden<strong>do</strong>a 66% <strong>da</strong> vazão média de longo perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bacia decontribuição. Existem, ain<strong>da</strong>, segun<strong>do</strong> ca<strong>da</strong>stros efetua<strong>do</strong>spela CPRM, mais de 23 mil poços tubulares profun<strong>do</strong>s. NaFigura 17, é possível observar maior concentração de poçosna porção oriental <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba,principalmente nos Aqüíferos Serra Grande e Cabeças,no Semi-ári<strong>do</strong>.Com o objetivo de ampliar o parque energético <strong>da</strong> RegiãoNordeste, a Chesf elaborou um estu<strong>do</strong> de inventário para aconstrução de barragens visan<strong>do</strong> o aproveitamento hidrelétricona Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba. Neste estu<strong>do</strong>,Chesf (2003, p.39), a alternativa de divisão de que<strong>da</strong> considera<strong>da</strong>como a mais atrativa na fase <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s Finais deInventário é composta por oito aproveitamentos, sen<strong>do</strong> seteno curso <strong>do</strong> rio Parnaíba e um no curso <strong>do</strong> rio Balsas. NaFigura 18 mostra-se a localização destes empreendimentos.No Quadro 5 são apresenta<strong>da</strong>s as barragens idealiza<strong>da</strong>s.47


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 5 - Barragens previstas pela Chesf para aproveitamento hidroelétrico <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaAproveitamento Sub-bacia RioMontanteNíveis de água (m)JusantePotência (MW)Taquara Parnaíba 02 Parnaíba 300,00 271,00 43Canto <strong>do</strong> Rio Parnaíba 02 Parnaíba 271,00 243,00 65Ribeiro Gonçalves Parnaíba 02 Parnaíba 243,00 190,00 174Taboa Parnaíba 01 Balsas 230,00 190,00 98Uruçuí Parnaíba 02 Parnaíba 190,00 160,42 164Cachoeira Parnaíba 04 Parnaíba 116,42 101,00 93Estreito Parnaíba 04 Parnaíba 101,00 86,00 86Castelhano Parnaíba 06 Parnaíba 86,00 70,50 94Fonte: Chesf (2003, p. 39)48As principais ro<strong>do</strong>vias federais (conforme DNIT) são aBR-343, que liga o litoral <strong>do</strong> Piauí até Floriano, passan<strong>do</strong>por Teresina, BR-222, que em conjunto com a BR-343, ligaTeresina a Fortaleza, cortan<strong>do</strong> Piripiri, a BR-316, que dáacesso a São Luís e Belém e a BR-320 que atravessa o Piauícortan<strong>do</strong> Floriano, Oeiras e Picos. As BRs 020, 407 e 135 sedirigem a Brasília e a Salva<strong>do</strong>r, respectivamente. As estra<strong>da</strong>sestaduais completam as ligações ro<strong>do</strong>viárias necessárias aodeslocamento entre as ci<strong>da</strong>des.A rede ferroviária (conforme DNIT) é reduzi<strong>da</strong>, carecen<strong>do</strong>de interligações fun<strong>da</strong>mentais para o desenvolvimento<strong>da</strong> Bacia. Existem ramais entre Teresina/Porto de Mucuripe/Fortaleza e Teresina/São Luís/Porto de Itaqui.Os únicos aeroportos com vôos comerciais na Bacia estãolocaliza<strong>do</strong>s em Teresina e Parnaíba. Ci<strong>da</strong>des como São Raimun<strong>do</strong>Nonato, Floriano, Caxias, Alvora<strong>da</strong> <strong>do</strong> Gurguéia eBalsas, entre outras, possuem pistas de pouso.A infra-estrutura de deslocamento na <strong>região</strong> é mostra<strong>da</strong>na Figura 19. Ressalta-se a importância <strong>do</strong> transportefluvial no rio Parnaíba e Balsas. Conforme <strong>do</strong>cumento <strong>da</strong>Agência Nacional de Águas, sob o título “Navegação e suasinterfaces com o setor de recursos hídricos” (ANA, 2005d)os rios Parnaíba e Balsas possuem alto potencial hidroviáriopara o escoamento de grãos produzi<strong>do</strong>s no sul <strong>do</strong> Piauí,sudeste <strong>do</strong> Maranhão e noroeste <strong>da</strong> Bahia.Os trechos navegáveis possuem uma extensão de 1.176Kmentre a foz <strong>do</strong> rio Parnaíba e o Município de Santa Filomena e225Km entre a foz <strong>do</strong> rio Balsas e o Município de Balsas. Osprincipais problemas são a implantação de sistemas de sinalizaçãoe balizamento, bem como a conclusão <strong>do</strong> sistema detransposição de desnível <strong>da</strong> barragem Boa Esperança que tornaa navegação descontinua<strong>da</strong>. Outro problema é o assoreamentoe afloramentos rochosos em alguns trechos <strong>do</strong> rio Parnaíba.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica49Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 16 - Infra-estrutura hídrica na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba50Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 17 - Distribuição de poços na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, conforme Siagas (Sistema de Informações de Águas Subterrâneas) <strong>da</strong> CPRM


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica51Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 18 - Infra-estrutura de deslocamento na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 6 - Principais infra-estruturas hídricas projeta<strong>da</strong>s, construí<strong>da</strong>s e em construção na Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub-bacia Nome Município UF Situação Rio Barra<strong>do</strong> Tipo Capaci<strong>da</strong>de (m 3 ) Finali<strong>da</strong>de ResponsávelParnaíba 02 Boa Esperança Gua<strong>da</strong>lupe PI/MA Operação Parnaíba Barragem 5.085.000.000 EE CHESF5.085.000.000Parnaíba 03 Algodões II Curimatá PI Est. Preliminar Curimatá Barragem 80.000.000 A; I; P; LParnaíba 03 Atalaia Corrente PI Est. Preliminar Paraim Barragem 120.000.000 I; CC; P; LParnaíba 03 Angicos Parnaguá PI Est. Preliminar Rio Fun<strong>do</strong>/Frio Barragem 125.000.000 I; CC; P; L52Parnaíba 03Parnaíba 03ContratoRangelM. Alegre <strong>do</strong>PiauíRed. <strong>do</strong>GurguéiaParnaíba 03 Algodões II PIPI Projeta<strong>da</strong> Gurguéia Barragem 280.000.000 I; CC; P; LPI Em construção Paraim Barragem 780.000.000 I; CC; P; L ComdepiEst. Viabili<strong>da</strong>deAdutora1.385.000.000Parnaíba 04 Poços Itaueira PI Construí<strong>da</strong> Itaueira Barragem 43.000.000Parnaíba 04 Vere<strong>da</strong> Grande Floriano PI Est. Preliminar Rio Itaueira Barragem 250.000.000 I; P; L ComdepiParnaíba 04 Poços PI Est. Viabili<strong>da</strong>de Adutora Semar293.000.000Parnaíba 05 Dos Poços Simp. Mendes PI Construí<strong>da</strong> Rio Salinas Barragem 911.140Parnaíba 05 Estreito Padre Marcos PI Em construção Boa Esperança Barragem 19.000.000 AA; A; P; I ComdepiParnaíba 05 Cajazeiras Pio IX PI Construí<strong>da</strong> Con<strong>da</strong><strong>do</strong> Barragem 24.702.000Parnaíba 05 Salgadinho Simões PI Projeta<strong>da</strong> Riacho <strong>do</strong> Gentio Barragem 25.000.000 A; PParnaíba 05 Ingazeiras Paulistana PI Construí<strong>da</strong> Canindé Barragem 25.719.750 EE; A; P; CCParnaíba 05 Barreiras Fronteiras PI Construí<strong>da</strong> Catolé Barragem 52.800.000 A; PParnaíba 05 Bocaina Bocaina PI Construí<strong>da</strong> Guaribas Barragem 106.000.000 I; A; PParnaíba 05Parnaíba 05Parnaíba 05Petrônio PortelaJenipapoPedra Re<strong>do</strong>n<strong>da</strong>S. Raimun<strong>do</strong>NonatoS. João <strong>do</strong>PiauíCom. <strong>do</strong>CanindéPI Construí<strong>da</strong> Rio Piauí Barragem 181.000.000 I; CC; P; LSemarPI Em construção Piauí Barragem 185.000.000 I; CC; P; L DNOCSPIConstruí<strong>da</strong>Canindé Barragem 216.000.000 I; CC; P; L ComdepiParnaíba 05 Poço <strong>do</strong> Marruá Patos <strong>do</strong> Piauí PI Projeta<strong>da</strong> Rio Itaim Barragem 293.000.000I; A; P;L; RComdepiParnaíba 05SalinasS. Fco. <strong>do</strong>PiauíPI Em construção Rio Salinas Barragem 385.000.000 I; A; CC; P ComdepiParnaíba 05 Sudeste PI Em construção Adutora Seinfra-PIParnaíba 05 Bocaina PI Proj. Básico Adutora SemarParnaíba 05 Garrincho PIParnaíba 05 Jenipapo PIParnaíba 05 Pedra Re<strong>do</strong>n<strong>da</strong> PIParnaíba 05 Piaus PIEm contrataçãoEst. Viabili<strong>da</strong>deEst. Viabili<strong>da</strong>deEst. Viabili<strong>da</strong>deAdutoraAdutoraAdutoraAdutoraParnaíba 05 Poço <strong>do</strong> Marruá PI Em construção Adutora ComdepiParnaíba 05 Salinas PI Est. Viabili<strong>da</strong>de Adutora SemarSemarSemarSemarSemar(Continua)


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaSub-bacia Nome Município UF Situação Rio Barra<strong>do</strong> Tipo Capaci<strong>da</strong>de (m 3 ) Finali<strong>da</strong>de ResponsávelParnaíba 05 Acauã PI Construí<strong>da</strong> Adutora AgepisaParnaíba 05 Santa Cruz PI Traç. Proposto Adutora SemarParnaíba 06Colina1.514.132.890CE Construí<strong>da</strong> Poti Barragem 3.200.000 SRH-CEParnaíba 06 Cascavel Poranga CE Construí<strong>da</strong> Macambira Barragem 3.500.000 SRH-CEParnaíba 06CupimCE Construí<strong>da</strong> Rio Cupim Barragem 4.500.000 SRH-CEParnaíba 06 Realejo Crateús CE Construí<strong>da</strong> Riacho Carrapate Barragem 31.500.000 SRH-CEParnaíba 06Mesa de PedraValença <strong>do</strong>PiauíPI Construí<strong>da</strong> Sambito Barragem 55.000.000 ComdepiParnaíba 06 Carnaubal Crateús CE Construí<strong>da</strong> Poti Barragem 87.600.000 SRH-CEParnaíba 06Barra VelhaCEConstruí<strong>da</strong>Riacho SantaCruzBarragem 99.500.000 SRH-CEParnaíba 06 Flor <strong>do</strong> Campo Novo Oriente CE Construí<strong>da</strong> Rio Poti Barragem 111.300.000 SRH-CEParnaíba 06Jaburu IIQuiterianópolisIndependênciaIndependênciaIndependênciaCE Construí<strong>da</strong> Jaburu Barragem 116.000.000 SRH-CEParnaíba 06 Lontras Ipueiras CE Projeta<strong>da</strong> Inhuçu Barragem 134.700.000 SRH-CEParnaíba 06 Jaburu I Tianguá CE Construí<strong>da</strong> Catarina Barragem 210.000.000 SRH-CEParnaíba 06 Inhuçu Croatá CEParnaíba 06Dos MilagresS. C. <strong>do</strong>sMilagresProjeta<strong>da</strong>Inhuçu Barragem 320.860.000 SRH-CEPI Projeta<strong>da</strong> São Nicolau Barragem 480.000.000 A; AA; I; P ComdepiParnaíba 06 Fronteiras* Crateús CE Projeta<strong>da</strong> Poti Barragem 490.000.000 SRH-CEParnaíba 06Castelo*Castelo <strong>do</strong>PiauíPI Proj. Execut. Poti Barragem 1.250.000.000 I; P; A; AA Seinfra53Parnaíba 06 Mesa de Pedra PI Licita<strong>da</strong> Adutora ComdepiParnaíba 06 Milagres PI Licita<strong>da</strong> Adutora Comdepi3.397.660.000Parnaíba 07 Sucesso Tamboril CE Construí<strong>da</strong> Pajeú Barragem 10.000.000 SRH-CEParnaíba 07 Joana Pedro II PI Construí<strong>da</strong> Corrente Barragem 10.670.000 A; P; L Sec. Obras – PIParnaíba 07BezerrosJosé deFreitasPI Construí<strong>da</strong> Barragem 11.000.000Parnaíba 07 Algodões I Cocal PI Construí<strong>da</strong> Piranji Barragem 51.000.000 A; I; P; L ComdepiParnaíba 07 Caldeirão Piripiri PI Construí<strong>da</strong> Caldeirão Barragem 54.600.000Parnaíba 07 Corre<strong>do</strong>res Campo Maior PI Construí<strong>da</strong> Jenipapo Barragem 60.000.000 ComdepiParnaíba 07 Piracuruca Piracuruca PI Construí<strong>da</strong> Rio Piracuruca Barragem 250.000.000 A; AA; I; PParnaíba 07 Tinguis Piracuruca PI Est. Preliminar Dos Matos Barragem 295.000.000 I; P; L ComdepiParnaíba 07 Corre<strong>do</strong>res PI Projeto Básico Adutora Comdepi74.2270.000Fonte: Semar-PI, SRH-CE, Chesf, ANA (2004)I: irrigação CC: controle de cheias A: abastecimento humanoP: piscicultura L: lazer EE: energia elétricaR: regularização de vazão AA: abastecimento animal* Volume acor<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo GTO <strong>do</strong> Poti-Longá envolven<strong>do</strong> o Ceará e Piauí, com interveniência <strong>da</strong> ANA


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba4.1 | Caracterização <strong>da</strong>s Disponibili<strong>da</strong>des HídricasCom base em informações obti<strong>da</strong>s em PNRH (2005,2005a), ANA (2005a), ANA (2005b), ANA (2005c), bemcomo <strong>do</strong> Plano Diretor <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Canindé/Piauí (MMA,2000 e 2000a), Estu<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Poti/Longá (ANA,2004), Atlas <strong>do</strong> Abastecimento de Água <strong>do</strong> Piauí. (Semar/ANA, 2005) e <strong>da</strong><strong>do</strong>s de estações pluviométricas e fluviométricasdisponibiliza<strong>do</strong>s em Hidroweb (2005), trabalhan<strong>do</strong>sobre as Sub-bacias de nível 2, identificou-se deman<strong>da</strong>s edisponibili<strong>da</strong>des de recursos hídricos para ca<strong>da</strong> Sub-bacia.rio Piauí/Canindé, quan<strong>do</strong> se observam valores próximosa 500mm anuais, coincidin<strong>do</strong> com a <strong>região</strong> de clima maisári<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>região</strong>, na fronteira com o Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia.Os valores médios anuais de precipitação para ca<strong>da</strong> Subbacia,estima<strong>do</strong>s pelo méto<strong>do</strong> <strong>da</strong>s isoietas, através <strong>da</strong> interpolação<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s de precipitação média anual <strong>do</strong>s postospluviométricos, são apresenta<strong>do</strong>s no Quadro 7.Precipitação54Com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s de pluviometria <strong>da</strong>s estações <strong>do</strong> Parnaíbafoi possível traçar as isolinhas de precipitação média mensal(Figura 19), com o objetivo de avaliar as variações sazonaissobre as Sub-bacias.Observa-se que o perío<strong>do</strong> chuvoso inicia-se no mês desetembro nas Sub-bacias Parnaíba 01 (rio Balsas) e Parnaíba02 (Alto Parnaíba), situa<strong>do</strong>s mais a su<strong>do</strong>este <strong>da</strong> Região Hidrográfica.Já em outubro as chuvas se espalham pelas SubbaciasParnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 04 (Itaueiras) eParnaíba 05 (Piauí/Canindé), enquanto que nas Sub-baciasParnaíba 06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba)as chuvas se intensificam no mês de dezembro, cobrin<strong>do</strong>to<strong>da</strong>s as Sub-bacias.As chuvas começam a diminuir, primeiramente nas Subbacias<strong>do</strong> Balsas e Alto Parnaíba, no mês de maio, chegan<strong>do</strong>a seus maiores valores na parte ocidental <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong>Longá (aproxima<strong>da</strong>mente 200mm), tornan<strong>do</strong>-se escassa nomês de agosto, quan<strong>do</strong> são observa<strong>do</strong>s os menores valoresde precipitação em to<strong>da</strong>s as Sub-bacias. Existe um regimediferencia<strong>do</strong> de chuvas sobre a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.Percebe-se claramente um regime de chuvas de transiçãoentre a <strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong> e a <strong>região</strong> úmi<strong>da</strong>.A Figura 21 apresenta as precipitações médias anuais sobrea Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba. Observa-se que osmaiores valores ocorrem nas Sub-bacias <strong>do</strong> Balsas e <strong>do</strong> AltoParnaíba, bem como na <strong>região</strong> litorânea <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> rioLongá. Os menores totais anuais ocorrem na Sub-bacia <strong>do</strong>


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica55Fonte: Hidroweb (2005)Figura 19 - Distribuição <strong>da</strong> precipitação média mensal (mm) na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 7 - Valores médios <strong>da</strong> precipitação anual para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub-baciaSub 1 Sub 2Precipitação Anual Média (mm)Parnaíba 01 (Balsas) 1.235,6Alto ParnaíbaParnaíba 02 (Alto Parnaíba) 1.179,0Parnaíba 03 (Gurguéia) 947,2Parnaíba 04 (Itaueiras) 1.011,8Médio ParnaíbaParnaíba 05 (Piauí/Canindé) 746,5Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) 984,7Baixo Parnaíba Parnaíba 07 (Longa/Parnaíba) 1.370,456Em termos de área e volume precipita<strong>do</strong> sobre asSub-bacias (Figura 20) verifica-se que a Sub-bacia commaior potencial volumétrico de precipitação é a Sub-baciaParnaíba 02 (Alto Parnaíba). A Sub-bacia Parnaíba05 (Piauí/Canindé), apesar de possuir a maior área, nãoapresenta o maior potencial volumétrico de precipitaçãoem decorrências <strong>do</strong>s baixos valores de precipitação nasnascentes <strong>do</strong>s seus principais rios. A Sub-bacia <strong>do</strong> RioParnaíba 04 (Itaueiras) apresenta a menor área e o menorpotencial volumétrico de precipitação. Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 20 - Comparação entre volume precipita<strong>do</strong> (10 6 m 3 /ano) e área (Km 2 ) de ca<strong>da</strong> Sub-bacia


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica57Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 21 - Precipitação anual média (mm) sobre a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaEvaporação e evapotranspiraçãoO balanço entre a Precipitação e Evapotranspiração apresenta<strong>do</strong>em ANA (2005, p.34), indica que na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba,94% <strong>da</strong> precipitação anual é transforma<strong>da</strong> em evapotranspiraçãoreal, maior valor quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com outras regiões<strong>do</strong> país, cuja média é de 63%. No Quadro 8 são apresenta<strong>do</strong>sos valores obti<strong>do</strong>s para a Região Nordeste e para o Brasil.Quadro 8 - Valores de Balanço Hídrico Simplifica<strong>do</strong> para a Região NordesteRegião Hidrográfica Precipitação (mm)* Vazão (m 3 /s)*(mm)Evapotranspiração% PAtlântico Nordeste Ocidental 1.790 2.683 1.482 83Parnaíba 1.117 763 1.045 94Atlântico Nordeste Oriental 1.218 779 1.132 93São Francisco 1.037 2.850 896 86Brasil 1.797 179.374 1.134 63*Média de longo perío<strong>do</strong> % P: Valor Percentual <strong>da</strong> Evapotranspiração real com relação à PrecipitaçãoFonte: ANA (2005, p. 34)58Um <strong>do</strong>s fatores ambientais que mais interferem nadisponibili<strong>da</strong>de hídrica <strong>da</strong>s bacias <strong>hidrográfica</strong>s é, semdúvi<strong>da</strong>, a evapotranspiração <strong>da</strong>s bacias <strong>hidrográfica</strong>s e aevaporação <strong>do</strong>s corpos de água. A evaporação <strong>do</strong>s ambientesaquáticos é um <strong>do</strong>s principais fatores que afetama quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s suas águas, promoven<strong>do</strong> maior concentraçãode íons, como o cloreto, favorecen<strong>do</strong> a salinização<strong>do</strong>s mesmos, quan<strong>do</strong> não utiliza<strong>do</strong>s.A Região Nordeste <strong>do</strong> Brasil apresenta altos índices deevapotranspiração e evaporação e não pode ser excluí<strong>do</strong>de uma análise de disponibili<strong>da</strong>de hídrica. No Quadro9 apresenta-se uma comparação entre valores de evapotranspiraçãopara as diversas Regiões Hidrográficas brasileiras.Observam-se altos índices nas Regiões Hidrográficas<strong>do</strong> Nordeste, clima pre<strong>do</strong>minantemente semi-ári<strong>do</strong>e na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Paraguai, com altas temperaturase extensas áreas com espelho d’água, representa<strong>da</strong>pelo Pantanal Matogrossense.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 9 - Valores de Evapotranspiração Real nas Regiões Hidrográficas <strong>do</strong> BrasilRegião Evapotranspiração Anual (mm) Evapotranspiração/Precipitação (%)Parnaíba 1.045 94Atlântico Nordeste Oriental 1.132 93Atlântico Leste 937 89São Francisco 896 86Paraguai 1.193 85Atlântico Nordeste Ocidental 1.482 83Tocantins-Araguaia 1.371 75Paraná 1.101 73Atlântico Sudeste 882 65Uruguai 1.040 58Atlântico Sul 886 55Amazônica 1.164 5259Brasil 1134 83Fonte: ANA (2005a, p. 34)Uma análise similar ao que foi realiza<strong>do</strong> em ANA(2005a) para a determinação <strong>da</strong> evapotranspiração realatravés de balanço hídrico simplifica<strong>do</strong> é possível fazerpara as Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.Este balanço consiste na diferença entre o volume escoa<strong>do</strong>médio na Sub-bacia e o volume precipita<strong>do</strong> sobre amesma. Os valores obti<strong>do</strong>s para ca<strong>da</strong> Sub-bacia são apresenta<strong>do</strong>sno Quadro 10.As Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas) e Parnaíba 02 (AltoParnaíba) apresentaram valores percentuais de evapotranspiraçãoreal em relação à precipitação semelhanteà Região Hidrográfica <strong>do</strong> São Francisco. As outras Subbaciasapresentam valores acima de 90% <strong>da</strong> precipitação,típico <strong>da</strong>s regiões semi-ári<strong>da</strong>s nordestinas, como pode seobservar no Quadro 10.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 10 - Estimativa de Evapotranspiração Real para as Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaMêsEstaçõesCaracol Picos Paulistana Floriano Morro <strong>do</strong>s Cavalos São João <strong>do</strong> PiauíJan 119,8 133,1 234,5 75,4 126,4 165,6Fev 90,7 108,9 197,0 71,3 93,0 204,7Mar 92,6 94,2 169,7 76,8 100,6 143,3Abr 97,6 117,8 208,3 90,6 124,4 185,0Mai 136,3 173,4 306,7 141,9 173,9 196,8Jun 223,8 236,7 359,1 209,7 249,9 331,8Jul 287,4 256,6 424,8 289,8 298,4 316,3Ago 327,1 315,3 496,4 345,3 345,8 333,8Set 352,3 328,4 515,9 327,0 349,9 342,0Out 300,6 318,9 499,2 247,3 313,8 262,160Nov 218,4 285,5 395,2 173,9 241,4 224,3Dez 175,8 212,3 298,2 112,3 196,1 211,7Total 2.422,40 2.411,40 4.105,00 2.161,00 2.613,50 2.917,401A: Área <strong>da</strong> Sub-bacia (Km 2 ) 2 PREC.:Precipitação média anual (mm) 3 Q: Vazão média (m 3 /s)4H: Altura escoa<strong>da</strong> média (mm) 5 EVT: Evapotranspiração Real (mm)Estes altos valores encontra<strong>do</strong>s ressaltam a importância dese considerar a evaporação <strong>do</strong>s lagos e reservatórios e a evapotranspiração<strong>da</strong>s superfícies com solo e vegetação existentesem ca<strong>da</strong> Sub-bacia. Para tanto é necessário o monitoramentode variáveis ambientais, como Temperatura, Evaporação, Umi<strong>da</strong>deRelativa <strong>do</strong> Ar, Veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s ventos, entre outras. Estasvariáveis são medi<strong>da</strong>s pelo Instituto Nacional de Meteorologia– INMET que possui na <strong>região</strong> e proximi<strong>da</strong>des, 21 estaçõesclimatológicas convencionais, cinco agroclimatológicas, trêsautomáticas e uma estação de superfície classe II.Na Figura 22, apresenta-se a localização <strong>da</strong>s estações meteorológicasopera<strong>da</strong>s pelo INMET, bem como outras estaçõesde monitoramento de variáveis ambientais. Observa-seuma boa distribuição de estações meteorológicas na RegiãoHidrográfica, apesar de pouca quanti<strong>da</strong>de. Quanto aos postospluviométricos verificam-se alguns vazios, com poucospostos e outros locais, com grande quanti<strong>da</strong>de de postospluviométricos, como nas nascentes <strong>do</strong>s rios Poti e Longá,no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, onde o monitoramento pluviométricoestá bem avança<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pela Fun<strong>da</strong>ção Cearensede Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme.Quanto aos postos fluviométricos, observa-se que algumasSub-bacias estão bem monitora<strong>da</strong>s, como no Alto Parnaíba eoutras, como as Sub-bacias <strong>do</strong>s rios Itaueiras, Poti, Longá ePiauí, ain<strong>da</strong> necessitam de monitoramento mais detalha<strong>do</strong>.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica61Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 22 - Localização <strong>da</strong>s estações de monitoramento de variáveis ambientais


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaNos Quadros 11 e 12 são apresenta<strong>do</strong>s valores de evaporaçãonas estações localiza<strong>da</strong>s na Sub-bacia Parnaíba05 (Canindé/Piauí), Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba07 (Longá/Parnaíba). Os valores encontra<strong>do</strong>s naestação de Paulistana são considera<strong>do</strong>s altos quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s a outras estações localiza<strong>da</strong>s na <strong>região</strong> <strong>do</strong>Semi-ári<strong>do</strong>. A ativi<strong>da</strong>de agrícola, neste caso, só é viávelcom a utilização de irrigação.Quadro 11 - Evaporação média mensal (mm) nas estações meteorológicas localiza<strong>da</strong>s na Sub-bacia Parnaíba 05 (Canindé/Piauí)MêsEstaçõesCaracol Picos Paulistana Floriano Morro <strong>do</strong>s Cavalos São João <strong>do</strong> PiauíJan 119,8 133,1 234,5 75,4 126,4 165,6Fev 90,7 108,9 197,0 71,3 93,0 204,7Mar 92,6 94,2 169,7 76,8 100,6 143,3Abr 97,6 117,8 208,3 90,6 124,4 185,0Mai 136,3 173,4 306,7 141,9 173,9 196,8Jun 223,8 236,7 359,1 209,7 249,9 331,862Jul 287,4 256,6 424,8 289,8 298,4 316,3Ago 327,1 315,3 496,4 345,3 345,8 333,8Set 352,3 328,4 515,9 327,0 349,9 342,0Out 300,6 318,9 499,2 247,3 313,8 262,1Nov 218,4 285,5 395,2 173,9 241,4 224,3Dez 175,8 212,3 298,2 112,3 196,1 211,7Total 2.422,40 2.411,40 4.105,00 2.161,00 2.613,50 2.917,40Fonte: MMA (2000a, p. 48)


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 12 - Evaporação média mensal (mm) nas Sub-bacias <strong>do</strong>s Rios Poti e LongáMêsEstaçõesPiripiri (tanque classe A) Teresina (atmômetro Piche) Crateús (tanque classe A)Jan 203,0 89,0 250,0Fev 161,0 61,0 147,0Mar 167,0 67,0 112,0Abr 154,0 59,0 97,0Mai 144,0 77,0 134,0Jun 150,0 111,0 188,0Jul 187,0 167,0 275,0Ago 214,0 192,0 327,0Set 259,0 207,0 358,0Out 270,0 252,0 395,0Nov 240,0 184,0 372,063Dez 223,0 141,0 334,0Total 2.372,0 1.606,0 2.989,0Fonte: ANA (2004, p. 25)Águas superficiaisConforme estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pela ANA sobre Disponibili<strong>da</strong>dee Deman<strong>da</strong> de Recursos Hídricos no Brasil (ANA,2005, p.21), a <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba apresenta uma vazãomédia anual de contribuição de 763m 3 /s e 24,1Km 3 /ano,corresponden<strong>do</strong> a 0,4% <strong>da</strong> vazão média <strong>do</strong> país, a menorem comparação com as outras Regiões Hidrográficas brasileiras.A vazão média de estiagem, ou seja, com garantia deocorrência de 95% é de 294m 3 /s.Valores de vazão para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba, conforme PNRH (2005), que são apresenta<strong>do</strong>sno Quadro 13, no qual se observa que os maioresvalores são no Alto Parnaíba e no Balsas, onde ocorrem asmaiores precipitações e o clima é mais úmi<strong>do</strong>.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 13 - Vazões nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2 Nome P Q Q 95% q q 95%Parnaíba 01 Balsas 118.966 133,6 65,3 5,22 2,55Alto ParnaíbaParnaíba 02 Alto Parnaíba 130.021 308,3 150,6 5,22 2,55Parnaíba 03 Gurguéia 238.687 68,7 16,7 1,31 0,32Parnaíba 04 Itaueiras 102.862 19,3 4,7 1,31 0,32Médio ParnaíbaParnaíba 05 Piauí/Canindé 627.517 98,7 24,0 1,31 0,32Parnaíba 06 Poti/Parnaíba 1.715.876 79,1 19,2 1,27 0,31Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Longá/Parnaíba 1.053.171 55,4 13,7 1,29 0,32Total 3.987.100Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Q: vazão média de longo prazo (m 3 /s); Q 95%: vazão com garantia de 95%(m 3 /s); q: vazão específica (L/s/Km 2 ) e q 95%: vazão específica com 95% de garantia (L/s/Km 2 ); P: PopulaçãoTotal (CENSO 2000).64Com o objetivo de avaliar a distribuição de vazões aolongo <strong>do</strong> ano em ca<strong>da</strong> Sub-bacia, bem como as variaçõesentre vazões máximas e mínimas, obteve-se os <strong>da</strong><strong>do</strong>s de fluviometria<strong>da</strong>s estações localiza<strong>da</strong>s na Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba em Hidroweb (2005). Foram seleciona<strong>do</strong>s ospostos representativos de ca<strong>da</strong> Sub-bacia, com mais de 20anos de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, lista<strong>do</strong>s no Quadro 14.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 14 - Relação <strong>do</strong>s postos fluviométricos utiliza<strong>do</strong>s para a determinação <strong>da</strong> vazão específica média em ca<strong>da</strong> Sub-baciaSub-baciaSub 1 Sub 2Código <strong>do</strong> PostoFluviométrico (ANA)Perío<strong>do</strong> de <strong>da</strong><strong>do</strong>sconsisti<strong>do</strong>Área de drenagem(Km 2 )Parnaíba 0134170000 07/1963 a 12/2003 22.80034130000 01/1966 a 12/2003 8.800Alto ParnaíbaParnaíba 02Parnaíba 03Parnaíba 0434090000 11/1965 a 12/2002 14.70034070000 07/1968 a 11/2003 36.00034020000 01/1973 a 01/2004 13.60034270000 01/1973 a 12/2003 48.40034251000 04/1975 a 12/2003 31.500Não tem postos com <strong>da</strong><strong>do</strong>s consisti<strong>do</strong>s34480000 01/1973 a 12/2003 28.70034450000 01/1973 a 12/2003 7.210Parnaíba 0534410000 10/1966 a 12/1999 4.76034571000 04/1983 a 12/2003 35.0006534600000 06/1982 a 12/2003 73.900Médio Parnaíba34660000 06/1967 a 12/2003 242.50034730000 02/1962 a 12/2003 1.150Parnaíba 0634750000 01/1965 a 12/2003 19.30034770000 01/1973 a 12/2003 42.20034690000 03/1981 a 12/2003 270.00034790000 06/1963 a 02/1991 50.00034980000 01/1965 a 12/2002 24.100Baixo Parnaíba Parnaíba 0734940000 01/1973 a 02/2004 11.00034880000 08/1963 a 12/1981 282.000


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaEm ca<strong>da</strong> estação fluviométrica foram determina<strong>da</strong>s asvazões específicas média, máxima e mínima e a vazão específicacom 95% de garantia. Em segui<strong>da</strong>, para ca<strong>da</strong> Subbacia,consideran<strong>do</strong> os postos mais representativos, foramdetermina<strong>do</strong>s os valores médios destas vazões. As vazõesmáximas, médias, mínimas e com 95% de garantia foram,então, estima<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> Sub-bacia.Na Sub-bacia Parnaíba 04 (Itaueiras) não existiam postosfluviométricos com <strong>da</strong><strong>do</strong>s consisti<strong>do</strong>s, então foram utiliza<strong>da</strong>sas vazões específicas <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba 03 (Gurguéia),por apresentarem características semelhantes de climae ambas estarem situa<strong>da</strong>s na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.Nas Figuras 23, 24 e 25 são apresenta<strong>da</strong>s vazões médias, máximase mínimas que ocorrem ao longo <strong>do</strong> ano nas sete Sub-bacias.Q (m 3 /s) 66Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 23. - Vazões médias para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba Q (m 3 /s) Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 24 - Distribuição mensal <strong>da</strong>s vazões máximas médias estima<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica Q (m 3 /s) Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 25 - Distribuição mensal <strong>da</strong>s vazões mínimas médias estima<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> ParnaíbaNas Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas) e Parnaíba 02 (AltoParnaíba) as vazões médias começam a aumentar no mês deoutubro, logo após o início <strong>da</strong>s precipitações em setembro,atingem seus maiores valores no mês de março, quan<strong>do</strong> começama declinar até atingir os menores valores em agostoe setembro, como pode ser observa<strong>do</strong> na Figura 24.As Sub-bacias Parnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 04(Itaueiras) e Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) apresentam osmenores valores de vazão média, com os maiores valoresocorren<strong>do</strong> nos meses de março e abril, declinan<strong>do</strong> até omenor valor, em junho. Estas três Sub-bacias apresentamos menores índices pluviométricos <strong>do</strong> Parnaíba, principalmentea Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé). A maioriade seus rios é intermitente e estão inseri<strong>do</strong>s na <strong>região</strong> <strong>do</strong>Semi-ári<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.A Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), que nasce noEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, e termina nas proximi<strong>da</strong>des de Teresina,apresenta um Regime de vazões médias similar ao regimede vazões <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) eParnaíba 03 (Gurguéia), no entanto atinge seu maior valorno mês de abril e declina rapi<strong>da</strong>mente quan<strong>do</strong> cessam aschuvas, com grande variação entre os maiores e menoresvalores que ocorrem durante o ano.A Sub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) apresenta osmaiores valores de vazão média <strong>da</strong> <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba, em tornode 1.000 m 3 /s, no mês de abril, quan<strong>do</strong> ocorrem os maioresvalores de precipitação. Também apresenta a distribuiçãomais irregular, com valores próximos a zero a partir <strong>do</strong> mês dejunho, principalmente no rio Longá, demonstran<strong>do</strong> característicasde torrenciali<strong>da</strong>de, com variação muito grande entre osmaiores e menores valores que ocorrem durante o ano.A partir <strong>da</strong> análise <strong>do</strong>s valores máximos e mínimos de vazõesdistribuí<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong> ano, Figuras 25 e 26, respectivamente,pode-se perceber a grande variabili<strong>da</strong>de inter-anual de vazões noperío<strong>do</strong> chuvoso, entre os meses de fevereiro a maio para as SubbaciasParnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 04 (Itaueiras), Parnaíba05 (Canindé/Piauí), Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 07(Longá/Parnaíba) e entre os meses de dezembro e abril para asbacias Parnaíba 01 (Balsas) e Parnaíba 02 (Alto Parnaíba).As Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas) e Parnaíba 02 (Alto Parnaíba)apresentam o regime de vazões mais estável, com as menoresdiferenças entre mínimos e máximos, já as Sub-bacias Parnaíba06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) apresentam osregimes de vazão mais instáveis, com grande variabili<strong>da</strong>de interanual,indican<strong>do</strong> a grande influência <strong>da</strong>s variações climáticas sobreo regime de vazões (Figuras 25 e 26).67


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaCom relação ao regime de vazões <strong>da</strong>s Sub-bacias pode-sesepara-las em três tipos diferentes:a) Regime mais estável: Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas)e Parnaíba 02 (Alto Parnaíba);b) Regime intermediário: Sub-bacias <strong>do</strong>s rios Parnaíba03 (Gurguéia), Parnaíba 04 (Itaueiras) e Parnaíba 05(Piauí/Canindé);c) Regime instável: Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba)e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba).Para ilustrar a distribuição de vazões na Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba, mostran<strong>do</strong> os diferentes regimes hídricos, é apresenta<strong>da</strong>,na Figura 26, a distribuição <strong>da</strong>s vazões médias, máximas emínimas em alguns postos fluviométricos localiza<strong>do</strong>s nas Sub-bacias.Observam-se as baixas vazões que ocorrem no rio Gurguéia(34270000) e Piauí/Canindé (34270000) e a grande variabili<strong>da</strong>dede vazões médias mensais nos rios Poti (34770000) e Longá(34980000), típicos de <strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong> que apresenta forteschuvas concentra<strong>da</strong>s em quatro meses <strong>do</strong> ano. Já as Sub-baciasBalsas (34170000) e Alto Parnaíba (34070000), apresentam vazõescom pouca variabili<strong>da</strong>de ao longo <strong>do</strong> ano. Pode-se observar,também, a grande variação de vazão ao longo <strong>do</strong> curso <strong>do</strong> rioParnaíba (34070000, 34311000 e 34880000).Considerações sobre a vazão média anualA seguir se faz uma análise <strong>da</strong> vazão média anual nas Subbacias<strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba. Para calcular avazão média em ca<strong>da</strong> Sub-bacia obteve-se, primeiramente,<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s postos fluviométricos, como descrito anteriormente.Comparan<strong>do</strong> os valores obti<strong>do</strong>s desta maneira comos valores forneci<strong>do</strong>s em PNRH (2005) observou-se grandediscrepância, como pode ser observa<strong>do</strong> no Quadro 15.Por meio de estu<strong>do</strong>s já realiza<strong>do</strong>s em algumas Sub-bacias,como o Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), Plano Diretor <strong>da</strong>s Bacias <strong>do</strong>srios Piauí e Canindé (MMA, 2000) e Estu<strong>do</strong>s Hidrológicos<strong>do</strong> Poti-Longá, ANA (2004a), outros valores foram obti<strong>do</strong>s,demonstran<strong>do</strong> novamente, grande discrepância de valores.68Quadro 15 - Vazões médias para as Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica ParnaíbaSub 1 Sub 2 Área (Km 2 ) Q (m 3 /s) 1 Q (m 3 /s) 2 Q (m 3 /s) 3Parnaíba 01 (Balsas) 25.590 133,6 252,9Alto ParnaíbaParnaíba 02 (Alto Parnaíba) 59.032 308,3 339,8Parnaíba 03 (Gurguéia) 52.297 68,7 37,9 39,0Parnaíba 04 (Itaueiras) 14.726 19,3 2,0Médio ParnaíbaParnaíba 05 (Piauí/Canindé) 75.193 98,7 34,2 41,3Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) 62.143 79,1 128,2 77,0Baixo Parnaíba Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) 42.821 55,4 272,0 94,91Valores forneci<strong>do</strong>s em PNRH (2005)2Valores obti<strong>do</strong>s através <strong>da</strong> vazão específica média <strong>do</strong>s postos fluviométricos com mais de 20 anos de <strong>da</strong><strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong> Sub-bacia3Valores obti<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s específicosA vazão média <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba),consideran<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s específicos conti<strong>do</strong>s em ANA (2004a,p.28), foi estima<strong>da</strong> adicionan<strong>do</strong> a vazão média <strong>do</strong> trecho sema Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> rio Poti com a vazão média <strong>do</strong> rio Potiapresenta<strong>da</strong> no Quadro 16. A vazão média no trecho <strong>da</strong> Subbaciasem o rio Poti, cuja área é de 10.409,73Km 2 , foi estima<strong>da</strong>com <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> posto 34660000 (Consisti<strong>do</strong>, Média Diária,06/1967 – 12/2003), opera<strong>do</strong> pela ANA sobre o rio Parnaíba.Da mesma maneira, a vazão média <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba07 (Longá/Parnaíba) foi estima<strong>da</strong> consideran<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>sconti<strong>do</strong>s em ANA (2004a, p.29) para as vazões afluentesaos açudes <strong>da</strong> <strong>região</strong>, apresenta<strong>da</strong> no Quadro 17, adiciona<strong>da</strong>ao valor obti<strong>do</strong> de vazão média utilizan<strong>do</strong> o posto34880000 (Consisti<strong>do</strong>, Média Diária, 08/1963 – 12/1981)<strong>do</strong> rio Parnaíba, no trecho <strong>da</strong> Sub-bacia sem o rio Longá,com área de 18.780Km 2 .


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica69Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 26 - Vazões médias, máximas e mínimas em postos fluviométricos localiza<strong>do</strong>s nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaPara a Sub-bacia Parnaíba 03 (Gurguéia) a diferença entreos <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> PNRH (2005) e <strong>da</strong>s médias <strong>do</strong>s postos fluviométricosfoi muito grande, sen<strong>do</strong> necessário recorrer a<strong>da</strong><strong>do</strong>s de outros estu<strong>do</strong>s para título de comparação. Nestecaso, foram compara<strong>do</strong>s com os valores sugeri<strong>do</strong>s em Ari<strong>da</strong>s/PI(1995, p. 20). Conforme este projeto, o rio Gurguéiaé um rio violento na estação chuvosa e apresenta vazãobaixa na estação seca. As cheias médias máximas são de200m³/s e descarga média anual em torno de 39m³/s. Estesvalores estão mais similares aos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na análise<strong>do</strong>s postos fluviométricos.Na Sub-bacia Parnaíba 04 (Itaueiras) não existem postos fluviométricoscom mais de 20 anos de <strong>da</strong><strong>do</strong>s consisti<strong>do</strong>s. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s dePNRH (2005) foram então compara<strong>do</strong>s com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>sem Ari<strong>da</strong>s/PI (1995, p. 28), observan<strong>do</strong>, também, grandediscrepância, como pode se observar no Quadro 15.Em MMA (2000, p.19) a vazão média para a Sub-baciaParnaíba 05 (Canindé/Piauí) foi de 41,3m 3 /s, neste estu<strong>do</strong> consideraram-sevários postos fluviométricos <strong>da</strong>s bacias <strong>do</strong>s riosCanindé e Piauí. Observa-se, também a discrepância <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>sapesar de haver maior semelhança com os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s através<strong>da</strong>s médias <strong>da</strong>s vazões específicas <strong>do</strong>s postos fluviométricos.Quadro 16 - Disponibili<strong>da</strong>de hídrica (m 3 /s) <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio PotiAçudeCenário 1: Séries naturais afluentes aos açudesCenário 2: Infra-estrutura atualQ 100Q 95Q 90Q mlt2Q 100Q 95Q 90Colina 0 0,02 0,03 0,43 0,07 0,15 0,18Flor <strong>do</strong> Campo 0,01 0,04 0,06 0,79 0,19 0,33 0,3970Carnaubal 0,04 0,18 0,27 3,19 1,10 1,68 1,86Jaburu II 0,02 0,08 0,11 1,09 0,35 0,57 0,66Cupim 0 0,02 0,03 0,28 0,11 0,15 0,17Barra Velha 0 0,03 0,05 1,07 0,36 0,53 0,64Sucesso 0,01 0,03 0,04 0,57 0,19 0,25 0,29Realejo 0,01 0,03 0,04 0,54 0,21 0,29 0,34Fronteiras 0,25 0,83 0,54 14,53 - - -Inhuçu 0,05 0,28 0,39 4,25 - - -Lontras 0,08 0,43 0,60 6,30 - - -Castelo 0,32 1,44 2,01 35,06 - - -Mesa de Pedra 0,24 0,78 1,07 10,73 3,72 4,95 5,63Milagres 0,1 0,47 0,68 7,14 - - -Total** 0,66 2,69 3,76 52,93 6,30 8,90 10,16Fonte: ANA (2004, p. 29)** Bacia <strong>do</strong> rio Poti até o açude Castelo + bacias <strong>do</strong>s açudes <strong>do</strong> rio Sambito (Milagres e Mesa de Pedra)2Q mlt:Vazão Média de Longo Prazo


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 17 - Disponibili<strong>da</strong>de hídrica (m 3 /s) <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio LongáAçudeCenário 1: Séries naturais afluentes aos açudes 1Cenário 2: Infra-estrutura atualQ 100Q 95Q 902Q mltQ 100Q 95Q 90Jaburu I 0,06 0,19 0,25 5,23 2,40 3,60 4,20Piracuruca 0,84 2,49 3,16 18,02 8,05 11,25 13,08Caldeirão 0,09 0,29 0,37 2,27 1,10 1,38 1,55Tinguis 0,58 1,78 2,20 12,36 - - -Corre<strong>do</strong>res 0,10 0,37 0,52 3,40 1,45 2,00 2,23Joana 0,03 0,13 0,18 1,64 0,45 0,63 0,74Total* 1,55 4,77 6,06 42,92 13,45 18,86 21,80Fonte: ANA (2004, p. 28)1Afluências naturais <strong>da</strong> área de contribuição à montante <strong>do</strong> açude, inclui as áreas de contribuição aos açudes de montante.2Q mlt: Vazão média de longo termo* Bacia <strong>do</strong> Rio Piracuruca + Rio <strong>do</strong>s Matos + Bacias <strong>do</strong>s açudes Corre<strong>do</strong>res e JoanaA discrepância entre as informações obti<strong>da</strong>s é conseqüênciade diversos fatores como: (i) a correspondência de áreas <strong>da</strong>sSub-bacias entre os diversos estu<strong>do</strong>s; (ii) postos fluviométricosutiliza<strong>do</strong>s e; (iii) meto<strong>do</strong>logias diferencia<strong>da</strong>s. Assim sen<strong>do</strong>,pode-se concluir que a vazão média anual não é um parâmetroconfiável para avaliar a disponibili<strong>da</strong>de hídrica na <strong>região</strong>.Consideran<strong>do</strong> que a finali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>caderno</strong> regional é traçarum panorama geral <strong>da</strong> Região Hidrográfica para facilitaro entendimento <strong>da</strong>s questões regionais quanto à gestão<strong>do</strong>s recursos hídricos e que a meto<strong>do</strong>logia de elaboração<strong>do</strong> PNRH leva em conta a uniformização <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s parato<strong>da</strong>s as Regiões Hidrográficas <strong>do</strong> país, foram considera<strong>da</strong>s,neste trabalho, as vazões forneci<strong>da</strong>s em PNRH (2005), conformeapresenta<strong>do</strong> no Quadro 13.Águas subterrâneasQuanto às águas subterrâneas, é importante ressaltarque mais de 90% <strong>da</strong> área <strong>da</strong> <strong>região</strong> encontra-se em terrenossedimentares, de origem Paleozóica (540 a 250 Ma)e com grande potencial aqüífero, representa<strong>do</strong> pela BaciaSedimentar <strong>do</strong> Parnaíba, que ocupa, também, grandeparte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. O desenvolvimento destaBacia permitiu a formação de cama<strong>da</strong>s com eleva<strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong>dee porosi<strong>da</strong>de intercala<strong>da</strong>s com cama<strong>da</strong>s demenor permeabili<strong>da</strong>de, originan<strong>do</strong> sistemas alterna<strong>do</strong>sde aqüíferos e aqüitarde/aqüiclude. Formam aqüíferosporosos e apresentam condições livres e confina<strong>da</strong>s, poden<strong>do</strong>ser, localmente, jorrantes.Dentro <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, os principaisSistemas Aqüíferos são o Serra Grande, Cabeças e Poti-Piauí(Figura 27) utiliza<strong>do</strong>s, pre<strong>do</strong>minantemente, pelo esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Piauí, representan<strong>do</strong> a principal fonte de abastecimentode água para as populações residentes, principalmente, nosemi-ári<strong>do</strong>, onde os rios são intermitentes.A porção aflorante <strong>do</strong> aqüífero Serra Grande ocorre na <strong>região</strong>limítrofe entre os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí e Ceará, bem comono sul <strong>do</strong> Piauí, totalizan<strong>do</strong> 30.450Km 2 de área. São freqüentescondições de artesianismo ao longo <strong>da</strong> bor<strong>da</strong> orientalneste aqüífero. As vazões médias neste sistema variamentre 6,3 e 13,7m 3 /h em condições livres e confina<strong>da</strong>s, respectivamente(Quadro 18), com espessura média de 300me reserva explotável de 12,7m 3 /s (Quadro 19). Parâmetroshidrodinâmicos são apresenta<strong>do</strong>s no Quadro 18. Os principaisusos <strong>da</strong> água são o abastecimento humano, principalmentepoços públicos, e irrigação.71


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaO Sistema Aqüífero Cabeças é considera<strong>do</strong> o de melhorpotencial hidrogeológico <strong>da</strong> Bacia Sedimentar <strong>do</strong>Parnaíba e tem comportamento livre e confina<strong>do</strong>. Suaárea é estima<strong>da</strong> em 34.318Km 2 , adentran<strong>do</strong> os Esta<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Tocantins e Bahia, além <strong>do</strong> Piauí. Sua espessura médiaé de 300m, com reserva explotável de 7,2m 3 /s (Quadro19). No Vale <strong>do</strong> Gurguéia ocorre artesianismo jorrante,ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> perfura<strong>do</strong>s vários poços nesta <strong>região</strong>, aproxima<strong>da</strong>mente264, sem projetos construtivos adequa<strong>do</strong>s,nas déca<strong>da</strong>s de 1970 e 1980, em projetos de irrigação,ocasionan<strong>do</strong> desperdício de água. As vazões médias <strong>do</strong>spoços neste sistema variam entre 12m 3 /h na porção livrea 50,2m 3 /h na porção confina<strong>da</strong>. Parâmetros hidrodinâmicosdeste aqüífero são apresenta<strong>do</strong>s no Quadro 18.O sitema Poti-Piauí aflora em grande parte <strong>da</strong> porçãoocidental <strong>do</strong> Piauí, atingin<strong>do</strong> o sul <strong>do</strong> Pará e o nordeste<strong>do</strong> Tocantins, totalizan<strong>do</strong> 117.012Km 2 de área, commaior abrangência de área na Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Parnaíba.Sua espessura média é de 400m, com reserva explotávelestima<strong>da</strong> em 130m 3 /s (Quadro 19). As vazõesmédias <strong>do</strong>s poços localiza<strong>do</strong>s nesta <strong>região</strong> variam entre18m 3 /h na porção semi-livre e 40m 3 /h na porção semiconfina<strong>da</strong>(Quadro 18). Este quadro também apresentaparâmetros hidrodinâmicos.Quadro 18 - Produtivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s poços e parâmetros hidrodinâmicos <strong>do</strong>s principais Sistemas Aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaDescriçãoSerra Grande Cabeças Poti-PiauíLivre Confina<strong>do</strong> Livre Confina<strong>do</strong> Livre Confina<strong>do</strong>Profundi<strong>da</strong>de Média (m) 158 172 109 284 140 226Vazão Média (m 3 /h) 6,3 14,7 12,0 50,2 18,0 40,072Cap. Esp. Média (m 3 /h/m) 0,439 2,406 1,774 8,179 1,390 2,576Poços Consulta<strong>do</strong>s 111 111 87 34 49 10Transmissivi<strong>da</strong>de (m 2 /s) 3,0.10 -3 - 1,3.10 -2 - 1,7.10 -3 -Cond. Hidráulica (m/s) 1,0.10 -5 - 5,4.10 -5 - 1,7.10 -5 -Coef. de Armazenamento - 4,3.10 -4 - 3,7.10 -4 2,0.10 -3 -Fonte: ANA (2005, p. 53)Quadro 19 - Disponibili<strong>da</strong>de de águas subterrâneas nos principais Aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaAqüífero Tipo 1 Área de Recarga(Km 2 )EspessuraMédia (m)Precipitação(mm/ano)Reserva (m 3 /s)Renovável Explotável 2Cor<strong>da</strong> P, L, C 35.266 160 1.371 46,0 9,2Motuca P, L 10.717 - 1.470 15,0 3,0Poti-Piauí P, L, C 117.012 400 1.342 650,0 130,0Cabeças P, L, C 34.318 300 1.104 36,0 7,2Serra Grande P, L, C 30.450 500 943 63,5 12,7Fonte: ANA (2005, p. 44)1P: Poroso; L: Livre; C: Confina<strong>do</strong>. 2 20% <strong>da</strong>s reservas renováveis


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica73Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 27 - Principais sistemas aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaDisponibili<strong>da</strong>de hídricaSuperficiaisNesta análise foram considera<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s de vazões com95% de garantia forneci<strong>do</strong>s em PNRH (2005) para ca<strong>da</strong> Subbacia.Aplicou-se a meto<strong>do</strong>logia descrita em ANA (2005a, p. 6),em que se considera que a vazão de estiagem (vazão com 95%de garantia), acresci<strong>da</strong> <strong>da</strong> vazão regulariza<strong>da</strong> pelos reservatóriosexistentes, representa a disponibili<strong>da</strong>de hídrica <strong>da</strong> Bacia. Adicionalmente,procurou-se obter <strong>da</strong><strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>s já existentessobre disponibili<strong>da</strong>de hídrica em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> <strong>região</strong>.No Quadro 20 são apresenta<strong>do</strong>s os valores de vazões deestiagem e vazão regulariza<strong>da</strong> pelos reservatórios para asSub-bacias <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Quadro 20 - Vazão com 95% de garantia para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2 Rios PrincipaisQ 95%(m 3 /s)q 95% (L/s/Km 2 )*Q regulariza<strong>da</strong>(m 3 /s)Parnaíba 01 Balsas 65,29 2,55Alto ParnaíbaParnaíba 02 Alto Parnaíba 150,61 2,55Parnaíba 03 Gurguéia 16,68 0,32Parnaíba 04 Itaueiras 4,70 0,32 301,0074Médio ParnaíbaParnaíba 05 Piauí/Canindé 23,98 0,32Parnaíba 06 Poti/Parnaíba 19,20 0,31 301,00Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Longá/Parnaíba 13,66 0,32 301,00Fonte: SRH/MMA *Fonte: ANA (2005a, p. 29)Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Quadro 20 não representam necessariamentea reali<strong>da</strong>de em termos de disponibili<strong>da</strong>de hídrica superficialpois, além <strong>da</strong>s vazões, existem as águas armazena<strong>da</strong>sem lagos e reservatórios. Com base em estu<strong>do</strong>s existentesprocurou-se quantificar estas reservas para ca<strong>da</strong> Sub-bacia.(a) Sub-bacia Parnaíba 01 (Balsas): nenhum estu<strong>do</strong> foiidentifica<strong>do</strong> que quantifique os reservatórios ou lagoasnesta Sub-bacia;(b) Sub-bacia Parnaíba 02 (Alto Parnaíba): conformeAri<strong>da</strong>s/PI (1995) algumas pequenas lagoas são encontra<strong>da</strong>sao longo <strong>da</strong>s várzeas <strong>do</strong>s cursos de água<strong>do</strong> rio Uruçuí Preto, to<strong>da</strong>via, não representam mananciaishídricos relevantes em volume. Podem sercita<strong>da</strong>s as lagoas <strong>do</strong> Choro, <strong>da</strong> Velha, <strong>do</strong> Félix e SeteLagoas. Já no exutório <strong>da</strong> Sub-bacia encontra-se o reservatório<strong>da</strong> Boa Esperança, com 5,085 bilhões dem 3 , para a geração de energia elétrica, com capaci<strong>da</strong>depara 237mil kW e com volume útil de 1,917bilhões de m 3 , poden<strong>do</strong> considerá-lo como o volumedisponível para uso;(c) Sub-bacia Parnaíba 03 (Gurguéia): conforme Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), foram identifica<strong>da</strong>s 11 lagoas naturais naSub-bacia, cujo volume de água utilizável é <strong>da</strong> ordemde 16,3 milhões de m³/ano, correspondente a 15,13%<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de acumula<strong>da</strong>, utilizan<strong>do</strong>-se um coeficientevariável de 0,10 a 0,17, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong>s características<strong>da</strong> lagoa e <strong>do</strong> meio ambiente. No Quadro 21 sãoapresenta<strong>do</strong>s as principais lagoas com seus volumes eos respectivos volumes utilizáveis. Transforman<strong>do</strong> estesvalores em vazões, tem-se uma vazão de 0,52m 3 /s, quedeverá ser adiciona<strong>da</strong> à vazão com 95% de garantia naBacia para representar a disponibili<strong>da</strong>de hídrica.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 21 - Lagoas mais importantes no Vale <strong>do</strong> GurguéiaLagoa Município Rio A (Km²) Cap. Vol.Lagoa <strong>do</strong> Peixe Redenção Paraim 3,4 11.900 1.190Lagoa <strong>do</strong> Mesquita Redenção Gurguéia 1,0 3.500 350Lagoa <strong>do</strong> Pau d’ Arco Curimatá Curimatá 1,4 4000 400Lagoa <strong>do</strong> Dionísio D. Arcoverde Paraim 0,5 1.750 175Lagoa <strong>da</strong> Várzea Gilbués Pedregulho 1,0 3.600 262Lagoa Calaloca Gilbués Gurguéia 0,5 1.550 232Lagoa <strong>da</strong> Ilha Gilbués Gurguéia 0,5 1.550 232Sem Nome Gilbués Gurguéia 0,7 2.170 326Lagoa <strong>do</strong> Alegre Gilbués Gurguéia 0,4 1.240 186Lagoa <strong>do</strong> Arraial Gilbués Gurguéia 0,9 2.790 418Lagoa de Parnaguá Parnaguá Paraim 20,0 74.000 12.580TOTAL 30,3 108.050 16.351Fonte: Ari<strong>da</strong>s/PI (1995)Vol.: Volume Utilizável (10 6 m 3 ) por anoCap.: Capaci<strong>da</strong>de (10 6 m 3 )75(a) Sub-bacia Parnaíba 04 (Itaueiras): nesta Sub-bacia,também foram extraí<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995)que apresenta um volume utilizável <strong>da</strong>s lagoas e reservatórios<strong>da</strong> ordem de 11,444 mil m 3 /ano, corresponden<strong>do</strong>a uma vazão de 0,36m 3 /s. A lagoa <strong>do</strong> Pavuçúestá situa<strong>da</strong> no Município de Rio Grande <strong>do</strong> Piauí. Suacapaci<strong>da</strong>de de armazenamento é de 3,7 milhões de m 3e apresenta um volume utilizável de 444 mil m³/ano.As águas <strong>da</strong> barragem de Poços, no rio Itaueira, constituemum volume de 30 milhões de m 3 <strong>do</strong>s quais cercade 9 milhões por ano podem ser utiliza<strong>do</strong>s para uso<strong>do</strong>méstico. Outras duas lagoas – de Flores e de RioGrande – armazenam juntas 17 milhões de m 3 comum aproveitamento em torno de 2 milhões de m³. Adisponibili<strong>da</strong>de hídrica desta Sub-bacia será a vazãocom 95% de garantia mais o volume de água disponívelnos lagos e açudes, totalizan<strong>do</strong> 1,03m 3 /s. NestaSub-bacia será considera<strong>da</strong>, também, a vazão regulariza<strong>da</strong>pelo reservatório Boa Esperança.(e) Sub-bacia Parnaíba 05 (Canindé/Piauí): conformeestu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), existem vários açudes ealgumas lagoas nesta Sub-bacia. Consideran<strong>do</strong> que os<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto Ari<strong>da</strong>s são de 1995 e que algumasbarragens foram construí<strong>da</strong>s neste intervalo de tempo,obteve-se <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Planap/Codevasf para a Subbacia.No Quadro 22 apresenta-se a capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>sreservatórios construí<strong>do</strong>s e em operação nesta Subbacia.Consideran<strong>do</strong> um volume utilizável de 10%<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de total, tem-se uma disponibili<strong>da</strong>de derecursos hídricos de 106.505.980m 3 /ano, corresponden<strong>do</strong>a uma vazão de 3,38m 3 /s. Existem, também,um conjunto de lagoas com capaci<strong>da</strong>de considerável(Quadro 23) e segun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995) o volumeanual utilizável destas lagoas é de 12.370 mil m³/ano,corresponden<strong>do</strong> à vazão de 0,39m 3 /s. Soman<strong>do</strong>-seambas disponibili<strong>da</strong>des, tem-se 3,77m 3 /s.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 22 - Principais barragens construí<strong>da</strong>s e em operação na Sub-bacia <strong>do</strong> Canindé/PiauíNome Município Capaci<strong>da</strong>de (m³)Aldeia Jurema 7.236.200Baixa Fun<strong>da</strong> São Raimun<strong>do</strong> Nonato 2.300.000Barreiras Fronteiras 52.800.000Barro Vermelho Jaicós 2.600.000Beneditinos Beneditinos 4.290.000Bocaína S. José <strong>do</strong> Piauí 106.200.000Bonfim São Raimun<strong>do</strong> Nonato 3.821.000Cacimbas Campinas <strong>do</strong> Piauí 6.987.000Cajazeiras Pio IX 24700000Canário São Raimun<strong>do</strong> Nonato 2.000.000Caracol São Raimun<strong>do</strong> Nonato 585.000Castelo Simplício Mendes 2.400.000Faz. <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> São Raimun<strong>do</strong> Nonato 9.000.00076Ingazeiras Paulistana 25.700.000Inharé Pio IX 1.500.000Merca<strong>do</strong>r Fronteiras 2.400.000Nonato São Raimun<strong>do</strong> Nonato 9.021.000Palma Jaicós 1.100.000Pedra Re<strong>do</strong>n<strong>da</strong> Conceição <strong>do</strong> Canindé 216.000.000Petrônio Portela São Raimun<strong>do</strong> Nonato 181.248.096Pimenteiras Pimenteiras 2.160.000Poços S. Mendes 911.000Saco Grande Picos 73.091Salinas São Francisco <strong>do</strong> Piauí 387.407.413Tinguis 1 Pimenteiras 1.920.000Tinguis 2 Pimenteiras 2.500.000Tiririca Jaicós 4.800.000Várzea <strong>da</strong> Cruz Fronteiras 3.400.000Capaci<strong>da</strong>de Total 1.065.059.800Volume Utilizável (10%) 106.505.980Fonte: Ari<strong>da</strong>s/PI (1995); Codevasf (2005)


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 23 - Principais lagoas <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Canindé/PiauíNome <strong>da</strong> lagoa Município RIO Capaci<strong>da</strong>de(m 3 )Caracol Caracol Baixão <strong>do</strong> Tapúio 1.600.000Grande <strong>do</strong> Boqueirão S. J. <strong>do</strong> Piauí Baixão <strong>da</strong> B. Esperança 43.700.000Do Muquém S. J. <strong>do</strong> Piauí Baixão <strong>da</strong> B. Esperança 4.180.000Do Boqueirão S. J. <strong>do</strong> Piauí Riacho S. Domingos 4.500.000Do Peixe S. J. <strong>do</strong> Piauí Riacho <strong>do</strong> Peixe 2.500.000Do Quartel Nazaré <strong>do</strong> Piauí Piauí 7.980.000De Nazaré Nazaré <strong>do</strong> Piauí Piauí 35.000.000Do Mussolini Oeiras Salinas 12.040.000Feitoria Oeiras Salinas 6.450.000Tapera Oeiras Salinas 2.150.000Da Várzea D. Arcoverde Riacho Pedregulho 3.600.000Do Riacho S. José <strong>do</strong> Peixe Fi<strong>da</strong>lgo77Total (m³) 123.700.000Utilizável (m³) 12.370.000Fonte: Ari<strong>da</strong>s/PI (1995)(f) Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba): em ANA(2004, p. 29) é apresenta<strong>da</strong> a disponibili<strong>da</strong>de hídricapara a Bacia <strong>hidrográfica</strong> <strong>do</strong> rio Poti consideran<strong>do</strong> avazão regulariza<strong>da</strong> pelos açudes existentes na Bacia(Quadro 16), onde o valor de vazão, com 95% degarantia, é 8,9m 3 /s. No entanto, neste estu<strong>do</strong> não foiconsidera<strong>do</strong> o trecho desta Sub-bacia correspondenteao rio Parnaíba. Desta maneira, considerou-se avazão de estiagem (95% de garantia) forneci<strong>da</strong> emPNRH (2005) para esta Sub-bacia adiciona<strong>da</strong> à vazãoregulariza<strong>da</strong> pelo reservatório Boa Esperança, cujovalor é de 301m 3 /s, conforme ANA (2005a, p. 29);(g) Sub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba): foi determina<strong>da</strong>a disponibili<strong>da</strong>de hídrica <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica<strong>do</strong> rio Longá em ANA (2004, p. 28), cujo valorfoi de 18,86m 3 /s (Quadro 17). Da mesma maneiraque ocorreu com a Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba),este estu<strong>do</strong> não contempla o trecho onde escoao rio Parnaíba. Assim, considerou-se que a disponibili<strong>da</strong>dehídrica nesta Sub-bacia é a vazão com 95%de garantia forneci<strong>da</strong> em PNRH (2005) adiciona<strong>da</strong> àvazão regulariza<strong>da</strong> pelo Reservatório Boa Esperança.O Quadro 24 apresenta a disponibili<strong>da</strong>de hídrica paraca<strong>da</strong> Sub-bacia consideran<strong>do</strong> os volumes disponíveis noslagos e reservatórios.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 24 - Disponibili<strong>da</strong>de hídrica superficial para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2Q 95%(m 3 /s)Vazão Regulariza<strong>da</strong>(m 3 /s)Disponibili<strong>da</strong>de em Lagose Reservatórios (m 3 /s)Disponibili<strong>da</strong>de Total(m 3 /s)Parnaíba 01 65,29 - - 65,29Alto ParnaíbaParnaíba 02 150,61 - - 150,61Parnaíba 03 16,68 - 0,52 17,20Parnaíba 04 4,70 301,0 0,36 306,06Médio ParnaíbaParnaíba 05 23,98 - 3,77 27,75Parnaíba 06 19,20 301,0 - 320,20Baixo Parnaíba Parnaíba 07 13,66 301,0 - 314,6678SubterrâneasPara estimar a disponibili<strong>da</strong>de hídrica subterrânea emca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba, determinou-se a área de recarga<strong>do</strong>s Aqüíferos pertencentes às Sub-bacias. Estas áreasforam determina<strong>da</strong>s utilizan<strong>do</strong> o mapa hidrogeológico(1:250.000) <strong>da</strong> <strong>região</strong>. Para ca<strong>da</strong> Sub-bacia foi calcula<strong>do</strong> ovalor percentual em área <strong>do</strong>s Aqüíferos.Foram aplica<strong>do</strong>s os valores percentuais em área à reservaexplotável, corresponden<strong>do</strong> a 20% <strong>da</strong>s reservas renováveisde ca<strong>da</strong> Aqüífero, apresenta<strong>da</strong> em ANA (2005a), conformeQuadro 25. No Quadro 26 são apresenta<strong>do</strong>s os valorespercentuais de ca<strong>da</strong> Aqüífero nas Sub-bacias. Por fim,foi possível obter a reserva explotável para ca<strong>da</strong> Sub-bacia,apresenta<strong>da</strong> no Quadro 27.Esta é uma aproximação, haja vista que, em alguns casos,a área de recarga pode ser pequena na Sub-bacia, mas aparte confina<strong>da</strong> <strong>do</strong> Aqüífero pode ser maior.Quadro 25 - Reservas explotáveis nos Aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSistema aqüíferoTipoÁrea de Recarga(Km 2 )Espessuramédia (m)Precipitação(mm/ano)RenovávelReserva (m 3 /s)Explotável*Itapecuru P, L 204.979 100 1.836 1074,0 214,8Cor<strong>da</strong> P, L, C 35.266 160 1.371 46,0 9,2Motuca P, L 10.717 - 1.470 15,0 3,0Poti-Piauí P, L, C 117.012 400 1.342 650,0 130,0Cabeças P, L, C 34.318 300 1.104 36,0 7,2Serra Grande P, L, C 30.450 500 943 63,5 12,7Urucaia-Area<strong>do</strong> P, L 144.086 300 1.294 1182,0 236,4Exu P, L 6.397 - 777 3,0 0,6Barreiras P, L, C 176.532 60 1.938 1085,0 217,0Fonte: ANA (2005a, p. 44)* reserva explotável = 20% <strong>da</strong> reserva renovável; P: Poroso; L: Livre; C: Confina<strong>do</strong>


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 26 - Áreas de recarga <strong>do</strong>s aqüíferos em ca<strong>da</strong> Sub-bacias <strong>do</strong> ParnaíbaAqüífero Área (Km 2 )Parnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07 Parnaíba(Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%) (Km 2 ) (%)Barreiras (CE) 176.532 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 331 0,2 331 0,2Barreiras (MA-PA) 176.532 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5.824 3,3 5.824 3,3Cabeças 34.318 0,0 0,0 3.481 10,1 0,0 11.190 32,6 8.203 23,9 6.123 17,8 28.996 84,5Cor<strong>da</strong> 35.266 1.440 4,1 575 1,6 0,0 460 1,3 327 0,9 3.390 9,6 168 0,5 6.361 18,0Dunas (MA) 22.119 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3.319 15,0 3.319 15,0Exu 6.397 0,0 0,0 0,0 0,0 520 8,1 0,0 0,0 520 8,1Itapecuru 204.979 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 91 0,0 91 0,0Motuca 10.717 915 8,5 168 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 790 7,4 1.874 17,5Poti-Piauí 117.012 6.277 5,4 29.101 24,9 23.367 20,0 3.011 2,6 3.721 3,2 10.589 9,0 9.749 8,3 85.814 73,3Serra Grande 30.450 0,0 0,0 1.575 5,2 0,0 7.543 24,8 14.298 47,0 5.058 16,6 28.474 93,5Urucuia-Area<strong>do</strong> 144.086 0,0 393 2,7 3.305 2,3 0,0 0,0 0,0 0,0 7.248 5,0Quadro 27 - Reserva Hídrica em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba (m 3 /s e L/s/Km 2 )79AqüíferoRes. Exp.(m 3 /s)Alto Parnaíba Médio Parnaíba Baixo ParnaíbaTotalParnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2 m 3 /s L/s/Km 2Barreiras (CE) 217 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,4 1,230 0,4 1,230Barreiras (MA-PA) 217 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7,2 1,229 7,2 1,229Cabeças 7,2 0 0 0 0 0,7 0,210 0 0 2,38 0,210 1,7 0,210 1,3 0,210 6,1 0,210Cor<strong>da</strong> 9,2 0,4 0,261 0,1 0,261 0 0 0,1 0,261 0,1 0,261 0,9 0,261 0,1 0,261 1,7 0,261Dunas (MA) - - - - - - - - - - - - - - - - -Exu 0,6 0 0 0 0 0 0 0 0 0,05 0,094 0 0 0 0 0,05 0,094Itapecuru 214,8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,1 1,044 0,1 1,044Motuca 3 0,3 0,280 0,05 0,280 0 0 0 0 0 0 0 0 0,2 0,280 0,5 0,280Poti-Piauí 130 7,0 1,111 32,3 1,111 26, 0 1,111 3,3 1,109 4,1 1,111 11,8 1,111 10,8 1,111 95,3 1,111Serra Grande 12,7 0 0 0 0 0,7 0,417 0 0 3,1 0,417 6,0 0,417 2,1 0,417 11,9 0,417Urucaia-Area<strong>do</strong> 236,4 0 0 6,5 1,641 5,4 1,641 0 0 0 0 0 0 0 0 11,9 1,641Total 7,6 1,652 39,0 3,292 32,7 3,378 3,5 1,370 9,8 2,092 20,3 2,000 22,1 5,782 135,1 7,516


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba80Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águasMuitas vezes a disponibili<strong>da</strong>de de água é limita<strong>da</strong> por suaprópria quali<strong>da</strong>de. Assim, é necessário avaliar, com mais detalhes,a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba.Um <strong>do</strong>s fatores mais freqüentes que contribuem para a degra<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água é o lançamento de esgoto innatura nos rios, reservatório e lagos, poden<strong>do</strong> provocar umaumento <strong>do</strong>s processos de eutrofização nos lagos e reservatóriose um rápi<strong>do</strong> decaimento <strong>do</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong> nos rios.A falta de oxigênio na água promove processos de degra<strong>da</strong>ção<strong>da</strong> matéria orgânica de forma anaeróbia, resultan<strong>do</strong> em eliminaçãode gases como o metano e o gás sulfídrico, fazen<strong>do</strong> comque a água se torne inadequa<strong>da</strong> para o uso <strong>do</strong>méstico, haja umencarecimento <strong>do</strong>s sistemas de tratamento de água e aumentea mortali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> biota aquática.O teor de oxigênio dissolvi<strong>do</strong> na água pode ser um ótimoindica<strong>do</strong>r <strong>da</strong> sua quali<strong>da</strong>de, tanto para o uso <strong>do</strong>méstico quantopara a preservação <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de aquática. Águas com oxigêniopróximo à saturação indicam equilíbrio entre consumoe respiração <strong>da</strong>s espécies aquáticas, enquanto que águas combaixos teores de oxigênio, indicam maior consumo, ou sejamaior disponibili<strong>da</strong>de de matéria orgânica. Por outro la<strong>do</strong>,águas com oxigênio acima <strong>da</strong> saturação indicam desequilíbrio<strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de biológica, poden<strong>do</strong> ocorrer a pre<strong>do</strong>minância dealgumas espécies fitoplânctônicas, sugerin<strong>do</strong> processos de eutrofização,por excesso de nutrientes, principalmente em águaslentas, como lagos e reservatórios.Na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba existem 33 estaçõesde medição de oxigênio dissolvi<strong>do</strong> opera<strong>da</strong>s pela AgênciaNacional de Águas – ANA. A análise de <strong>da</strong><strong>do</strong>s já coleta<strong>do</strong>s,indica teores aceitáveis de OD em quase to<strong>da</strong> a <strong>região</strong>, conformeResolução Conama n.º 357, de 17 de março de 2005,que define 5mg/L de O 2para águas de classe 2. No Quadro28 são apresenta<strong>do</strong>s os valores médios determina<strong>do</strong>s com os<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong>s estações localiza<strong>da</strong>s no Parnaíba (Figura 28).Valores abaixo de 5,0mg/L foram encontra<strong>do</strong>s nas Subbacias<strong>do</strong> Parnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 05 (Piauí/Canindé)e Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba). Estas Sub-bacias têmuma varie<strong>da</strong>de de rios intermitentes e em épocas de estiagema vazão é muito baixa, com limita<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de deassimilar as cargas orgânicas, consumin<strong>do</strong> grande parte <strong>do</strong>oxigênio disponível. O despejo <strong>do</strong> esgoto sanitário diretamentenos rios é, provavelmente, o principal fator para odecaimento deste parâmetro nestas locali<strong>da</strong>des.Na ci<strong>da</strong>de de Teresina existem duas estações de medi<strong>da</strong>,uma delas apresenta valor bem acima <strong>do</strong> proposto paraáguas de classe 2 e a outra estação apresenta valor próximoao mínimo aceitável para a classe. Esta diferença deve-se àlocalização <strong>da</strong>s estações, pois a estação 34790000 está localiza<strong>da</strong>no rio Poti, que drena uma <strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong> combaixas vazões de estiagem e, conseqüentemente, limita<strong>da</strong>capaci<strong>da</strong>de de assimilação <strong>da</strong> matéria orgânica, enquantoque a estação 34780000 está localiza<strong>da</strong> no rio Parnaíba,mais cau<strong>da</strong>loso e com alta capaci<strong>da</strong>de de assimilação <strong>da</strong>matéria orgânica.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica81Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 28 - Localização <strong>da</strong>s estações de medi<strong>da</strong>s de Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> (OD) opera<strong>da</strong>s pela Agência Nacional de Águas (ANA), na RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuadro 28 - Valores médios de Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> (mg/L) nas estações opera<strong>da</strong>s pela Agência Nacional de Águas – ANACódigo Latitude Longitude OD (mg/L)82Parnaíba 01Balsas 34130000 -46,0358 -7,5344 9,75Balsas 34140000 -46,0000 -7,4667 8,80São Raimun<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras 34145000 -45,5008 -7,0372 9,50São Félix de Balsas 34170000 -44,8125 -7,0814 6,50Parnaíba 02Alto Parnaiba 34020000 -45,9261 -9,1131 9,35Alto Parnaiba 34030000 -46,0058 -9,0083 8,75Ribeiro Gonçalves 34040000 -45,6667 -8,2808 9,25Ribeiro Gonçalves 34040500 -45,6683 -8,2708 9,00Parnaíba 03Monte Alegre <strong>do</strong> Piauí 34230000 -45,0292 -9,5781 6,10Cristino Castro 34251000 -44,2058 -8,7925 7,30Manoel Emídio 34261000 -43,8050 -8,0975 3,70Jerumenha 34270000 -43,6489 -7,2475 6,92Parnaíba 04Barão de Grajaú 34311000 -43,0264 -6,7622 7,14Parnaíba 05Santo Inácio <strong>do</strong> Piauí 34420000 -41,8653 -7,4681 4,55Jaicos 34450000 -41,2950 -7,5464 7,20Picos 34465000 -41,4544 -7,0728 6,75Santa Cruz <strong>do</strong> Piauí 34471000 -41,7703 -7,1894 8,10Oeiras 34480000 -42,1061 -6,9733 4,30São Francisco <strong>do</strong> Piauí 34571000 -42,5444 -7,2331 4,50Francisco Ayres 34600000 -42,6978 -6,6250 5,69Parnaíba 06Barro Duro 34620000 -42,4356 -5,8583 5,95Palmeirais 34660000 -43,0242 -5,5728 6,55Teresina 34690000 -42,8119 -5,1356 7,50Croata 34730000 -40,9117 -4,4156 3,55São Miguel <strong>do</strong> Tapuio 34760000 -42,1000 -5,7139 7,65Prata <strong>do</strong> Piauí 34770000 -42,2056 -5,6625 7,05Teresina 34789000 -42,6967 -5,2025 9,48Teresina 34790000 -42,7167 -5,2000 5,59Parnaíba 07Coelho Neto 34820000 -42,9856 -4,2881 6,50Luzilândia 34879500 -42,3694 -3,4525 5,92Esperantina 34940000 -42,2297 -3,9028 5,20Piracuruca 34980000 -41,9742 -3,7239 6,25São Bernar<strong>do</strong> 34988000 -42,4197 -3,3600 7,10


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaOutro parâmetro indicativo <strong>da</strong> poluição por esgotos <strong>do</strong>mésticosé a carga de DBO5 dias, 20 o C, ou seja, Deman<strong>da</strong>Bioquímica de Oxigênio com cinco dias a uma temperaturaconstante de 20 o C. No Quadro 29 pode-se observar valoresde carga de DBO para as Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba.Quadro 29 - Valores de DBO5 dias, 20 o C para as Sub-bacias <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2 Área (Km 2 )População(2000)*Q 95(m 3 /s)*Carga(t DBO/dia)Carga(mg/L)Parnaíba 01 25.590 118.966 65,29 4,62 0,819Alto ParnaíbaParnaíba 02 59.032 130.021 150,61 3,11 0,239Parnaíba 03 52.297 238.687 16,68 4,62 3,200Parnaíba 04 14.726 102.862 4,70 3,70 9,110Médio ParnaíbaParnaíba 05 75.193 627.517 23,98 14,83 7,100Parnaíba 06 62.143 1.715.876 19,20 72,54 43,700Baixo Parnaíba Parnaíba 07 42.821 1.053.171 13,66 30,77 26,070*Fonte: Base de <strong>da</strong><strong>do</strong>s PNRH (2005)Observa-se que os maiores valores ocorrem nas Sub-baciasque drenam regiões semi-ári<strong>da</strong>s, ou seja, Sub-bacias Parnaíba05 (Piauí/Canindé), Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 07(Longá/Parnaíba), as quais apresentam baixas vazões de estiageme Sub-bacias com os maiores contingentes populacionais,como as Sub-bacias Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), onde se localizao Município de Teresina, o mais populoso <strong>da</strong> Região Hidrográfica,e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) onde está localiza<strong>do</strong>o Município de Parnaíba, segun<strong>do</strong> maior em população.Para se ter uma idéia, se fossem lança<strong>da</strong>s to<strong>da</strong> a carga deDBO em um único ponto <strong>da</strong> Sub-bacia, no perío<strong>do</strong> de estiagem(pior condição de vazão para a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água), igual avazão com 95% de garantia, a Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba),em seu ponto de lançamento teria 43,7mg/L de DBOpara ser auto-depura<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, fazen<strong>do</strong> a mesma análisepara a Sub-bacia Parnaíba 02 (Alto Parnaíba), a concentraçãono ponto de lançamento seria 0,239mg/L. Já na Sub-baciaParnaíba 04 (Itaueiras), com pequena carga de DBO, a concentraçãono ponto de lançamento seria 9,11mg/L, maior que naSub-bacia Parnaíba 05 (Canindé/Piauí) que possui uma cargade DBO cinco vezes maior. Assim é de fun<strong>da</strong>mental importânciaavaliar o potencial de auto-depuração <strong>do</strong>s cursos de água,consideran<strong>do</strong> a vazão de estiagem.A Figura 29 apresenta a situação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água naRegião Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, consideran<strong>do</strong> as cargas deDeman<strong>da</strong> Biológica de Oxigênio (DBO), teores médios deoxigênio dissolvi<strong>do</strong> (OD) nas estações de monitoramentoopera<strong>da</strong>s pela ANA e a classificação, consideran<strong>do</strong> apenas oparâmetro OD, conforme Resolução Conama n.º 357/2005.Alguns pontos nas Sub-bacias apresentaram Classe 4, principalmentenas Sub-bacias Parnaíba 03 (Gurguéia) e Parnaíba06 (Poti/Parnaíba), não significan<strong>do</strong>, no entanto, queestas águas deveriam estar nesta classificação.Conforme a Resolução Conama n.º 357/2005, as águas deClasse 4 não podem ser utiliza<strong>da</strong>s para abastecimento urbano,sen<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> apenas à navegação e à harmonia paisagística. Valesalientar que os valores de OD obti<strong>do</strong>s nestas estações não representam,necessariamente, a reali<strong>da</strong>de, pois a quanti<strong>da</strong>de de <strong>da</strong><strong>do</strong>sain<strong>da</strong> é muito pequena. As classes estabeleci<strong>da</strong>s pelo Conama sãodetermina<strong>da</strong>s em função <strong>do</strong>s diversos usos <strong>da</strong> água, privilegian<strong>do</strong>o uso para o abastecimento humano. Logo, é necessário classificara água conforme o uso e não de acor<strong>do</strong> com as concentraçõesde parâmetros indicativos de quali<strong>da</strong>de, existentes. Os valores deconcentrações são requisitos necessários para os diversos usos,conforme a classe determina<strong>da</strong>. Para que ocorra a manutenção<strong>da</strong> classe de água são necessários o monitoramento e medi<strong>da</strong>scorretivas, de forma que o corpo hídrico se mantenha na classedetermina<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com seu uso.83


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba84Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 29 - Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaAlém <strong>do</strong>s esgotos <strong>do</strong>mésticos, a lixiviação de nutrientes utiliza<strong>do</strong>sna agricultura para os corpos de água, como o fósforo eo nitrogênio, contribui de maneira indireta para o decaimento<strong>do</strong> oxigênio dissolvi<strong>do</strong>. Estes nutrientes são essenciais à biotaaquática, que em presença de matéria orgânica consomem oxigênio,principalmente em ambientes lóticos com altas temperaturas,diminuin<strong>do</strong> a capaci<strong>da</strong>de de reaeração.Segun<strong>do</strong> Codevasf (2005b), o Cerra<strong>do</strong> piauiense é uma <strong>da</strong>sregiões <strong>do</strong> país com maior produtivi<strong>da</strong>de de soja, apesar <strong>da</strong>pequena área planta<strong>da</strong>, tornan<strong>do</strong>-se assim uma <strong>região</strong> potencialmentepolui<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s recursos hídricos, através <strong>do</strong> uso deinsumos agrícolas, como agrotóxicos e fertilizantes.Segun<strong>do</strong> o Panorama <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s Águas Superficiais<strong>do</strong> Brasil (ANA, 2005b), a <strong>região</strong> de Balsas tem si<strong>do</strong> alvo <strong>da</strong>implantação de grandes projetos agrícolas. Atualmente vemsofren<strong>do</strong> um processo de degra<strong>da</strong>ção ambiental pelo uso intensivo<strong>do</strong> solo para práticas agrícolas. A <strong>região</strong> é conheci<strong>da</strong>como grande produtora de soja <strong>do</strong> Maranhão e quase to<strong>do</strong>sos empreendimentos desta natureza têm utiliza<strong>do</strong> tecnologiasavança<strong>da</strong>s, com o objetivo de aumentar os índices de produtivi<strong>da</strong>dee minimizar os custos de produção. Neste caso,também, se depara com possíveis impacto sobre os recursoshídricos <strong>da</strong> <strong>região</strong>, tanto em cargas de nutrientes, como noassoreamento <strong>do</strong>s rios pela erosão <strong>do</strong>s solos.De acor<strong>do</strong> com IBGE (2004), o uso de fertilizantes na agriculturapode ser um indica<strong>do</strong>r <strong>do</strong> risco à quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água <strong>do</strong>s rios,lagos, reservatórios e aqüíferos subterrâneos. Embora a quanti<strong>da</strong>dede fertilizantes comercializa<strong>da</strong> por área tenha cresci<strong>do</strong> muitoentre 1992 e 2002, há algumas oscilações no perío<strong>do</strong> que podemser explica<strong>da</strong>s por diversos fatores, destacan<strong>do</strong>-se entre esses asdificul<strong>da</strong>des cambiais e as mu<strong>da</strong>nças na política de crédito rural(variações no valor <strong>da</strong>s taxas de juros e nas exigências de aporte derecursos próprios <strong>do</strong>s produtores).Entre os fertilizantes, o potássio apresentou o maior crescimentorelativo entre 1992 e 2002, embora o consumo deto<strong>do</strong>s os nutrientes tenha cresci<strong>do</strong> em torno de duas vezes noperío<strong>do</strong> (Figura 30). O potássio e o fósforo apresentam consumosimilar e mais alto que o nitrogênio. O menor consumo denitrogênio está associa<strong>do</strong> a seu baixo uso na cultura de soja,que se aproveita <strong>da</strong> fixação biológica deste nutriente. Esta éuma <strong>da</strong>s vantagens ambientais <strong>da</strong> agricultura brasileira, pois osnitratos, resultantes <strong>do</strong>s processos de utilização <strong>do</strong>s nutrientespelas plantas são altamente prejudiciais aos corpos de água,tanto superficiais, como subterrâneos.85Fonte: IBGE (2004, p. 34)Figura 30 - Principais fertilizantes utiliza<strong>do</strong>s na agricultura brasileira


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaPara construir um índice que avalie o uso de fertilizantes,o IBGE a<strong>da</strong>ptou informações sobre ven<strong>da</strong>s de fertilizantes eárea planta<strong>da</strong>. No Quadro 30, apresentam-se os principaisfertilizantes utiliza<strong>do</strong>s na Região Nordeste e no Brasil.Quadro 30 - Área planta<strong>da</strong> <strong>da</strong>s principais culturas, quanti<strong>da</strong>de de fertilizantes entregues ao consumi<strong>do</strong>r final e utilização por uni<strong>da</strong>de de área,por tipo de nutriente utiliza<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> as Grandes Regiões e Uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Federação – 200286Utilização por uni<strong>da</strong>de de área (Kg/ha)Grandes Regiões e Uni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> FederaçãoTipo de nutriente utiliza<strong>do</strong>TotalNitrogênio (N) Fósforo (P 2O 5) Potássio (K 2O)Brasil 143,62 33,93 52,50 57,19Norte 43,82 8,13 18,13 17,56Rondônia 22,64 3,21 10,55 8,88Acre 2,03 0,94 0,59 0,50Amazonas 13,00 3,55 3,60 5,85Roraima 230,13 32,60 107,26 90,27Pará 30,75 6,81 11,88 12,06Amapá 105,79 19,53 27,90 58,37Tocantins 112,00 19,09 47,68 45,23Nordeste 59,86 15,21 19,80 24,84Maranhão 61,41 8,53 26,93 25,95Piauí 26,74 2,98 11,82 11,94Ceará 6,00 2,68 1,31 2,00Rio Grande <strong>do</strong> Norte 41,87 13,71 9,46 18,70Paraíba 32,00 10,66 5,38 15,96Pernambuco 56,27 20,53 11,24 24,50Alagoas 118,25 42,06 20,98 55,20Sergipe 30,36 11,55 8,25 10,56Bahia 91,41 21,08 34,19 36,14Sudeste 207,96 67,50 58,04 82,42Minas Gerais 220,55 67,17 70,10 83,27Espírito Santo 110,73 39,32 19,69 51,71Rio de Janeiro 61,30 19,44 15,65 26,22São Paulo 217,91 73,48 56,19 88,24Sul 134,60 32,75 50,63 51,23Paraná 124,51 29,14 48,50 46,87Santa Catarina 148,94 56,35 47,96 44,64Rio Grande <strong>do</strong> Sul 142,89 31,41 53,70 57,78Centro-Oeste 199,81 27,38 89,89 82,54Mato Grosso <strong>do</strong> Sul 168,09 28,08 70,15 69,87Mato Grosso 208,77 23,28 97,42 88,07Goiás 202,43 32,91 88,71 80,82Distrito Federal 273,91 59,31 119,69 94,91Fontes: Anuário estatístico <strong>do</strong> setor de fertilizantes (2002); São Paulo: Associação Nacional para Difusão de Adubos (2003); Levantamento sistemático <strong>da</strong> produção agrícola: pesquisa mensalde previsão e acompanhamento <strong>da</strong>s safras agrícolas no ano civil 2002. Rio de Janeiro: IBGE, v. 14, 2002-2003. Disponível em: apud IBGE (2004, p. 36)


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaObserva-se no Quadro 30 que nos Esta<strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong>Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba a maior utilização de fertilizantesé no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí e Ceará.Comparan<strong>do</strong> com Esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Região Norte, aponta<strong>do</strong>s comofronteiras agrícolas, com crescentes áreas planta<strong>da</strong>s com soja,como Roraima, Amapá e Tocantins, os Esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba estão ain<strong>da</strong> muito abaixo e bem abaixo<strong>da</strong> média nacional.O nutriente mais utiliza<strong>do</strong> pelos Esta<strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> <strong>região</strong><strong>do</strong> Parnaíba é o fosfato. Este nutriente pode agregar-se àspartículas de solos por adsorção e serem carrea<strong>do</strong>s pelos escoamentossuperficiais aos corpos de água, principalmente lagose reservatórios, que possuem águas mais para<strong>da</strong>s, de maneiraque estes elementos vão sen<strong>do</strong> armazena<strong>do</strong>s nos sedimentosde fun<strong>do</strong> destes ambientes. Quan<strong>do</strong> ocorrem os processos decirculação de águas, em função <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças de densi<strong>da</strong>deou <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong>s escoamentos superficiais, estes nutrientesse tornam disponíveis à biota aquática, favorecen<strong>do</strong> seu crescimentoe, muitas vezes, a floração de espécies indeseja<strong>da</strong>s queproduzem toxinas na água.Assim, o uso de fertilizantes na agricultura associa<strong>do</strong> aosprocessos de erosão <strong>do</strong> solo, encontra<strong>do</strong>s nas Sub-baciasParnaíba 01 (Balsas) e Parnaíba 02 (Alto Parnaíba) podemser potencialmente polui<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s ambientes aquáticos,principalmente para as diversas lagoas e reservatórios existentesna Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.O Quadro 31 mostra valores de descarga sóli<strong>da</strong> na RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba. Com a área de contribuição<strong>da</strong>s estações sedimentométricas foi possível estimar aprodução de sedimentos. Verifica-se que os maiores valoresde produção de sedimento ocorrem na Sub-bacia Parnaíba02 (Alto Parnaíba), com uma produção de 115,3 t/ano/Km 2 no rio Parnaíba e 34,7 t/ano/Km 2 no rio UruçuíPreto. Em segui<strong>da</strong> vem o Parnaíba 01 (Balsas) com umaprodução de 25,4 t/ano/Km 2 . Esta produção de sedimentonas duas Sub-bacias contribuirá para o assoreamento<strong>do</strong> reservatório Boa Esperança, diminuin<strong>do</strong> sua capaci<strong>da</strong>dede acumulação. Em média são 29,2 t/ano/Km 2 desedimentos produzi<strong>do</strong>s na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba.87Quadro 31 - Estimativa <strong>da</strong> produção de sedimento nas estações sedimentométricas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaCódigo Sub 2 RioQss(10 6 t/ano)Q (m 3 /s) Área (Km 2 )Produçãot/ano/Km 234060000 Parnaíba 02 Parnaíba 3,77 203 32.700 115,334090000 Parnaíba 02 Uruçui Preto 0,51 36 14.700 34,734170000 Parnaíba 01 Das Balsas 0,58 166 22.800 25,434270000 Parnaíba 03 Gurguéia 0,29 28 48.400 6,034600000 Parnaíba 05 Canindé 0,29 39 73.900 3,934690000 Parnaíba 06 Parnaíba 3,4 516 270.000 12,634789000 Parnaíba 06 Poti 0,62 76 50.000 12,434879500 Parnaíba 06 Parnaíba 7,42 612 322.800 23,0Fonte: Planap/Hidroweb


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba88Na maioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des <strong>da</strong> <strong>região</strong> não existe sistema decoleta e disposição adequa<strong>da</strong> <strong>do</strong> lixo produzi<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong>possuem coleta <strong>do</strong>miciliar, o lixo é deposita<strong>do</strong> a céu aberto(lixões) sem qualquer controle e tratamento <strong>do</strong> chorume,altamente tóxico para as fontes hídricas, em função<strong>da</strong> alta concentração de nitratos, nitritos, amônio, entreoutros elementos polui<strong>do</strong>res oriun<strong>do</strong>s <strong>da</strong> decomposição<strong>da</strong> matéria orgânica.Nas águas subterrâneas, principalmente nos aqüíferoslivres, um <strong>do</strong>s principais fatores de contaminação é o lançamentode lixo sem controle e fossas negras. Este tipode poluição pode provocar um aumento <strong>da</strong>s concentraçõesde nitratos nas águas subterrâneas, os quais, quan<strong>do</strong>utiliza<strong>do</strong>s constantemente e em altas concentrações podemprovocar <strong>da</strong>nos à saúde. A Resolução Conama n.º357/2005 determina um valor de 10mg/L para o Nitratoem águas de classe 2.Outro fator que condiciona o uso <strong>da</strong>s águas subterrâneasé a concentração eleva<strong>da</strong> de íons (principalmente os Cloretos)pois, além de não ser adequa<strong>da</strong> ao consumo humano eanimal, seu uso é restrito na irrigação, poden<strong>do</strong> provocar asalinização <strong>do</strong>s solos, conforme as concentrações encontra<strong>da</strong>se o méto<strong>do</strong> pratica<strong>do</strong>.Do estu<strong>do</strong>: Panorama <strong>da</strong>s Águas Subterrâneas no Brasil,ANA (2005c), obteve-se algumas características hidroquímicas<strong>do</strong>s principais Aqüíferos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba. A seguir descreve-se estas características:José de Freitas, em um poço que captava o Sistema Aqüíferoentre 490 e 707 metros de profundi<strong>da</strong>de, que apresentousóli<strong>do</strong>s totais dissolvi<strong>do</strong>s superiores a 2.600mg/L.• Sistema Aqüífero Poti-PiauíApresenta águas de boa quali<strong>da</strong>de, com resíduo seco médiode 200mg/L.• Sistema Aqüífero Cor<strong>da</strong>Apresenta boa quali<strong>da</strong>de química, com resíduo seco, emgeral, inferior a 400mg/L.• Sistema Aqüífero Urucuia-Area<strong>do</strong>As águas <strong>do</strong> Sistema Aqüífero Urucuia-Area<strong>do</strong> são de boaquali<strong>da</strong>de, pre<strong>do</strong>minantemente bicarbonata<strong>da</strong>s cálcicas,pouco mineraliza<strong>da</strong>s, com condutivi<strong>da</strong>de elétrica média de82,2µS/cm, e com pH inferior ou igual a 7, média de 6,75.Com base no estu<strong>do</strong> “Panorama <strong>da</strong>s Águas Superficiaisno Brasil” ANA (2005) e informações obti<strong>da</strong>s emCodevasf (2005a, 2005b e 2005c) e Ari<strong>da</strong>s/PI (1995) foielabora<strong>do</strong> o mapa apresenta<strong>do</strong> na Figura 31, mostran<strong>do</strong>as áreas com potencial de poluição <strong>da</strong>s águas na RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.• Sistema Aqüífero Serra GrandeNa <strong>região</strong> de Itainópolis (PI), o Aqüífero Serra Grandeapresenta valor médio de salini<strong>da</strong>de de 282,50mg/L, com valormínimo de 76,00mg/L e máximo de 1.217,00mg/L, e pHmédio de 7,75 com máximo de 8,50 e mínimo de 7,13;• Sistema Aqüífero CabeçasApresenta boa quali<strong>da</strong>de química. São pre<strong>do</strong>minantementecloreta<strong>da</strong>s mistas e cloreta<strong>da</strong>s magnesianas, fracamentemineraliza<strong>da</strong>s, apresentan<strong>do</strong> valores de condutivi<strong>da</strong>deelétrica, em geral inferiores a 50 µS/cm. Nas porçõesconfina<strong>da</strong>s, mais profun<strong>da</strong>s <strong>do</strong> aqüífero, a salini<strong>da</strong>de podeser bastante eleva<strong>da</strong>, como foi observa<strong>do</strong> no Município de


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica89Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 31 - Principais fontes potenciais de poluição <strong>do</strong>s recursos hídricos na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba904.2 | Principais Biomas e Ecossistemas <strong>da</strong> RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaVegetaçãoConforme Codevasf (2005, p. 6), o clima semi-ári<strong>do</strong>, comprecipitações até 700mm, é constituí<strong>do</strong> por vegetação xerófita,característica <strong>da</strong> Savana Estépica (Caatinga). Nas áreas compluviosi<strong>da</strong>de entre 700 e 1.000mm, estão presentes a FlorestaEstacional Decidual e áreas de Tensão Ecológica Savana/FlorestaEstacional e Savana Estépica/Floresta Estacional. O <strong>do</strong>míniofitoecológico <strong>da</strong> Savana (Cerra<strong>do</strong>), desenvolve-se na faixa depluviosi<strong>da</strong>de de 1.000 a 1.300mm. Onde as precipitações sãomaiores que 1.500mm, como na Serra <strong>da</strong> Ibiapaba, ocorre aFloresta Ombrófila Aberta. As uni<strong>da</strong>des de vegetação <strong>da</strong> RegiãoHidrográfica, conforme IBGE (2005), em escala 1:5.000.000,são apresenta<strong>da</strong>s na Figura 34.Conforme projeto Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), na Região Nordeste, o Piauíé, por excelência, a área <strong>da</strong>s transições vegetais. A seguir, descreveseas características <strong>da</strong> vegetação em ca<strong>da</strong> Sub-bacia de nível 1, <strong>da</strong><strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba, conforme projeto acima cita<strong>do</strong>.Alto ParnaíbaA vegetação <strong>da</strong> Sub-bacia é tipicamente constituí<strong>da</strong> porelementos de Savana (Cerra<strong>do</strong>), mais exatamente <strong>do</strong>s camposcerra<strong>do</strong>s. As árvores são distribuí<strong>da</strong>s com pequena densi<strong>da</strong>de,distancia<strong>da</strong>s entre si por espaços abertos, onde asuperfície <strong>do</strong> terreno é completamente recoberta por umestrato arbustivo e herbáceo, de moitas e gramíneas.No topo <strong>da</strong>s chapa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio Gurguéia<strong>do</strong>mina a Savana que se estende até o rio Parnaíba. As demaisáreas são <strong>do</strong>mina<strong>da</strong>s pela floresta subcaducifólia e elementosde Savana, A mistura é fracamente percebi<strong>da</strong> pela presençaprincipalmente de leguminosas provi<strong>da</strong>s de espinhos.Estão associa<strong>da</strong>s espécies <strong>da</strong> Savana Estépica (Caatinga),particularmente ao longo <strong>do</strong> rio Itaueira, e espécies <strong>da</strong> Savana(Cerra<strong>do</strong>) nas áreas <strong>do</strong>mina<strong>da</strong>s pelas chapa<strong>da</strong>s. A vegetaçãode Savana pode, também, estar associa<strong>da</strong> à florestasubcaducifolia onde ocorre o Caneleiro (Cenostigma gardnerianum),pau d’arco, mofumbo, entre outros.Médio ParnaíbaNa Sub-bacia Parnaíba 05 (Canindé/PI), de sudeste paraoeste, tem-se uma grande varie<strong>da</strong>de de vegetação defini<strong>da</strong>,no Semi-ári<strong>do</strong>, como Savana Estépica (Caatinga), bastanteuniforme, com presença <strong>da</strong> favela (Cni<strong>do</strong>scolus phyllacanthos)e xique-xique (Piloscereus gounellei), além de outros,seguin<strong>do</strong>-se um grupamento hipoxerófilo com catingueira(Caesalpinia pyrami<strong>da</strong>lis), rama de bezerro (Piptadeniaoblíqua) e marmeleiro (Croton hemiargyreus).Aprofun<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-se para oeste começam a aparecer elementos<strong>da</strong>s Savanas (Cerra<strong>do</strong>s) associa<strong>do</strong>s aos <strong>da</strong> Savana Estépica(Caatinga) até que surgem os campos cerra<strong>do</strong>s e o cerra<strong>do</strong> propriamentedito, com faveira de bolota (Parkia platycephala),pau terra (Qualea grandiflora) e gramíneas, além de outras.Na Sub-bacia <strong>do</strong> Poti, a vegetação é constituí<strong>da</strong> basicamentepelo Cerra<strong>do</strong>/Campos e Cerra<strong>do</strong>s, como ocorre entrePedro II e Domingos Mourão e ain<strong>da</strong> em São João <strong>da</strong> Serrae Alto Longá. Ocorre, também, nos vales intermontanos, na<strong>região</strong> de Altos, o babaçu. O Cerra<strong>do</strong> (Savana) é bem característicona <strong>região</strong> de Demerval Lobão e, associa<strong>do</strong> à florestasubcaducifolia no trecho sul, também ocorre babaçu. EmElesbão Veloso ocorre a Savana Estépica/Savana.Existe uma grande área antropiza<strong>da</strong>, ou seja, com vegetaçãosecundária, reflorestamento, pastagens ou tratos agrícolasde ciclo curto ou longo (Figura 32).Baixo ParnaíbaNa Sub-bacia <strong>do</strong> Longá, ao leste e a sul, pre<strong>do</strong>mina a vegetaçãode Savana (Cerra<strong>do</strong>), ao centro destaca-se o complexode Campo Maior, às vezes situa<strong>do</strong> em superfícies topograficamentebaixas, alagáveis e que servem de suportepara gramíneas aquáticas e carnaubeiras (Copernicia prunífera).Ocorrem, neste complexo, Savana Estépica/Savana,Floresta/Savana, com bastante mistura <strong>do</strong>s seus diferentesrepresentantes.No trecho mais baixo <strong>do</strong> rio Parnaíba, a fitofisionomiamais importante espacial e economicamente <strong>da</strong> área está representa<strong>da</strong>pela Floresta dicótilo-palmácea com acentua<strong>da</strong>presença <strong>do</strong> Babaçu (Orbignya sp.). Essa vegetação, ain<strong>da</strong>preserva<strong>da</strong>, ocupa praticamente to<strong>do</strong> o espaço físico, desdeTeresina até as proximi<strong>da</strong>des de Luzilândia.O Babaçu tem si<strong>do</strong> substituí<strong>do</strong> pela agricultura em Teresinae, em União, onde se cultiva alguns milhares de hectares decana-de-açúcar para o processamento em usina de álcool.Na faixa litorânea <strong>do</strong> Parnaíba a vegetação é melhor representa<strong>da</strong>pelo complexo vegetacional <strong>da</strong> zona litorânearestinga,dunas e mangues. Compõe-se, na ver<strong>da</strong>de, de


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográficauma particular Caatinga Litorânea, vegetação nas dunas,com gramíneas e convolvuláceas e a vegetação que compõeo mangue-floresta palu<strong>do</strong>sa inun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelas águas <strong>do</strong> marmistura<strong>da</strong>s a águas <strong>do</strong>ce <strong>do</strong>s rios e riachos, que formamo estuário <strong>do</strong> Parnaíba. Estão presentes nestes mangues aAhizophora mangue, Languncularia racenosa e Avicenia sp.91Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 32 - Vegetação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba92Principais biomasOs principais biomas <strong>da</strong> <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba são a Caatinga,que ocupa grande parte <strong>da</strong>s Sub-bacias Parnaíba 05(Piauí/Canindé) e Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), o Cerra<strong>do</strong>,que ocupa to<strong>da</strong> a Sub-bacia Parnaíba 01 (Balsas), Parnaíba02 (Alto Parnaíba), e a maior parte <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba03 (Gurguéia) e o Costeiro, exclusivamente na Sub-baciaParnaíba 07 (Longá/Parnaíba). Dois ecótonos dividem as regiõesde Cerra<strong>do</strong> com a Caatinga, na Sub-bacia Parnaíba 03(Gurguéia) e Parnaíba 04 (Itaueiras) e entre a Caatinga e aAmazônia, principalmente na Sub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba),conforme pode se observar na Figura 33.CaatingaO espaço territorial chama<strong>do</strong> bioma Caatinga é integra<strong>do</strong>pelas regiões naturais conheci<strong>da</strong>s como Sertão, Seridó,Curimataú, Caatinga e Carrasco. As diferenças específicasentre ca<strong>da</strong> uma dessas regiões naturais são ofereci<strong>da</strong>s pelovolume e variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s precipitações pluviométricas,assim como pela maior ou menor fertili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s solos aolongo e no interior <strong>do</strong>s quais também variam os tipos derocha e o relevo <strong>do</strong> terreno. Este bioma é o principal ecossistemaexistente na Região Nordeste <strong>do</strong> Brasil e abrangeuma área de 73.683.649ha, 6,83% <strong>do</strong> território nacional.O termo Caatinga é originário <strong>do</strong> tupi-guarani e significamata branca. É um bioma único pois, apesar de estar localiza<strong>do</strong>em área de clima semi-ári<strong>do</strong>, apresenta grande varie<strong>da</strong>dede paisagens, relativa riqueza biológica e endemismo.A ocorrência de secas estacionais e periódicas estabeleceregime intermitente aos rios e deixa a vegetação sem folhas.A folhagem <strong>da</strong>s plantas volta a brotar e fica verde nos curtosperío<strong>do</strong>s de chuvas.A Caatinga é <strong>do</strong>mina<strong>da</strong> por tipos de vegetação com característicasxerofíticas – formações vegetais secas, quecompõem uma paisagem cáli<strong>da</strong> e espinhosa – com estratoscompostos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixoou médio (3 a 7 metros de altura), caducifólias (folhasque caem), com grande quanti<strong>da</strong>de de plantas espinhosas(exemplo: leguminosas), entremea<strong>da</strong>s de outras espéciescomo as cactáceas e as bromeliáceas.Levantamentos sobre a fauna <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> Caatinga revelama existência de 40 espécies de lagartos, sete espéciesde anfibenídeos (espécies de lagartos sem pés), 45 espéciesde serpentes, quatro de quelônios, uma de Crocodylia, 44anfíbios anuros e uma de Gymnophiona.A Caatinga tem si<strong>do</strong> ocupa<strong>da</strong> desde os tempos <strong>do</strong> Brasil-Colôniacom o regime de sesmarias e sistema de capitaniashereditárias, por meio de <strong>do</strong>ações de terras, crian<strong>do</strong>-secondições para a concentração fundiária. De acor<strong>do</strong> com oIBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono<strong>da</strong>s secas. A extração de madeira, a monocultura <strong>da</strong> canade-açúcare a pecuária nas grandes proprie<strong>da</strong>des (latifúndios)deram origem à exploração econômica. Na <strong>região</strong> <strong>da</strong>Caatinga, ain<strong>da</strong> é pratica<strong>da</strong> a agricultura de sequeiro.Os ecossistemas <strong>do</strong> bioma Caatinga encontram-se bastantealtera<strong>do</strong>s, com a substituição de espécies vegetais nativaspor cultivos e pastagens. O desmatamento e as queima<strong>da</strong>ssão ain<strong>da</strong> práticas comuns no preparo <strong>da</strong> terra para a agropecuáriaque, além de destruir a cobertura vegetal, prejudicaa manutenção de populações <strong>da</strong> fauna silvestre, a quali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> água, e o equilíbrio <strong>do</strong> clima e <strong>do</strong> solo. Aproxima<strong>da</strong>mente80% <strong>do</strong>s ecossistemas originais já foram antropiza<strong>do</strong>s.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica93Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 33 - Principais biomas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaDe acor<strong>do</strong> com as conclusões <strong>do</strong>s seminários: Biodiversi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> Caatinga e Aldeia, constante em MMA (2004), obioma Caatinga pode ser subdividi<strong>do</strong> em oito ecorregiõesterrestres, apresenta<strong>da</strong> na Figura 34:• Campo Maior;• Ibiapaba-Araripe;• Depressão Sertaneja Setentrional;• Planalto <strong>da</strong> Borborema;• Depressão Sertaneja Meridional;• Dunas <strong>do</strong> São Francisco;• Chapa<strong>da</strong> Diamantina;• Raso <strong>da</strong> Catarina.94Fonte: Seminário <strong>do</strong> Planejamento Ecorregional (2001)Figura 34 - Ecorregiões terrestres <strong>do</strong> bioma Caatinga, segun<strong>do</strong> MMA (2004)Destas oito ecorregiões terrestres as que se encontramdentro <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba são o Complexode Campo Maior, Complexo Ibiapaba-Araripe, parte<strong>da</strong> Depressão Sertaneja Meridional e parte <strong>da</strong> DepressãoSertaneja Setentrional.No bioma Caatinga, dentro <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba, existem oito Uni<strong>da</strong>des de Conservação (UC),como mostra o Quadro 32.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 32 - Uni<strong>da</strong>des de Conservação <strong>do</strong> bioma Caatinga na Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaUni<strong>da</strong>de de Conservação Municípios UF Responsável Área (ha) Ecor<strong>região</strong> TerrestrePN <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong>s Confusões Guaribas, Jurema e Tamboril PI Federal 502.411 Complexo Ibiapaba-AraripePN <strong>da</strong>s Sete Ci<strong>da</strong>des Piraruruca e Brasileira PI Federal 7.700 Complexo de Campo MaiorPN Serra <strong>da</strong> Capivara S. Raimun<strong>do</strong> Nonato e outros PI Federal 100.000 Complexo Ibiapaba-AraripeAPA Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong> Araripe Simões, Castro, Salitre e outros PI, CE, PE Federal 1.063.000 Complexo Ibiapaba-AraripeAPA Delta <strong>do</strong> Parnaíba Araioses, Parnaíba e outros CE, PI, MA Federal 313.800 Depressão Sertaneja SetentrionalAPA Serra <strong>da</strong> Ibiapaba Pedro II, Piripiri, Granja e outros CE, PI Federal 1.522.550 Complexo Ibiapaba-AraripeFaz. Boqueirão <strong>do</strong>s Frades Altos PI Particular 1.735 Complexo de Campo MaiorFazen<strong>da</strong> Centro Buriti <strong>do</strong>s Lopes PI Particular 139 Complexo de Campo MaiorPN: Parque Nacional; APA: Área de Preservação AmbientalFonte: “Cenários para o bioma Caatinga”A partir <strong>do</strong> projeto “Avaliação e ações prioritárias paraa conservação <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Caatinga”, realiza<strong>do</strong>por Conservation International, Universi<strong>da</strong>de Federal dePernambuco – UFPE e Fun<strong>da</strong>ção Biodiversitas, em 2000,cita<strong>do</strong>s em MMA (2004), foram traça<strong>da</strong>s áreas prioritáriaspara a conservação <strong>da</strong> Caatinga, conforme mostra a Figura35. Observa-se que na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba encontram-senove regiões, sen<strong>do</strong> três de priori<strong>da</strong>de Extrema,quatro de priori<strong>da</strong>de Muito Alta e três de priori<strong>da</strong>de Alta.No Quadro 33 são apresenta<strong>da</strong>s estas áreas.95Quadro 33 - Áreas prioritárias para a conservação <strong>da</strong> Caatinga na Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaÁrea de Conservação Área (ha) Ecor<strong>região</strong> Terrestre1 Bacia <strong>do</strong> Rio Preguiça 360.166 Fora <strong>do</strong>s novos limites propostos2 Complexo de Campo Maior 1.005.402 Complexo de Campo Maior3 Médio Poti 220.790 Complexo de Campo Maior4 Serra <strong>da</strong>s Flores 209.028 Depressão Sertaneja Setentrional5 Ibiapaba <strong>do</strong> Norte 446.910 Complexo Ibiapaba-Araripe6 Reserva Serra <strong>da</strong>s Almas 181.857 Complexo Ibiapaba-Araripe11 Picos 530.121 Complexo Ibiapaba-Araripe35 Parque Nacional Serra <strong>da</strong> Capivara 188.190 Complexo Ibiapaba-Araripe36 Corre<strong>do</strong>r Capivara-Confusões 29.546 Complexo Ibiapaba-Araripe37 Parque Nacional Serra <strong>da</strong>s Confusões 519.385 Complexo Ibiapaba-AraripeFonte: MMA (2004)


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba96Fonte: MMA (2004)Figura 35 - Áreas prioritárias para a conservação <strong>da</strong> CaatingaCerra<strong>do</strong>Outro bioma de grande importância para a Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba é o Cerra<strong>do</strong>. Este bioma está presente, segun<strong>do</strong>Ibama (2005), em vários Esta<strong>do</strong>s brasileiros, perfazen<strong>do</strong>uma área de 196.776.853ha, além de áreas periféricas ou ecótonosentre os biomas Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga.Ain<strong>da</strong> em Ibama (2005) os Cerra<strong>do</strong>s são assim reconheci<strong>do</strong>sdevi<strong>do</strong> às suas diversas formações ecossistêmicas. Sob oponto de vista fisionômico tem-se: o cerradão, o cerra<strong>do</strong> típico,o campo cerra<strong>do</strong>, o campo sujo de cerra<strong>do</strong>, e o campolimpo que apresentam altura e biomassa vegetal em ordemdecrescente. O cerradão é a única formação florestal.O Cerra<strong>do</strong> típico é constituí<strong>do</strong> por árvores relativamentebaixas (até vinte metros), esparsas, dissemina<strong>da</strong>s em meioa arbustos, subarbustos e uma vegetação baixa constituí<strong>da</strong>,em geral, por gramíneas. Assim, o Cerra<strong>do</strong> contém basicamente<strong>do</strong>is estratos: um superior, forma<strong>do</strong> por árvores earbustos <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de raízes profun<strong>da</strong>s que lhes permitematingir o lençol freático, situa<strong>do</strong> entre 15 a 20 metros; e uminferior, composto por um tapete de gramíneas de aspectorasteiro, com raízes pouco profun<strong>da</strong>s, no qual a intensi<strong>da</strong>deluminosa que as atinge é alta, em relação ao espaçamento.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaNa época seca, este tapete rasteiro parece palha, favorecen<strong>do</strong>,sobremaneira, a propagação de incêndios.A típica vegetação que ocorre no Cerra<strong>do</strong> possui seustroncos tortuosos, de baixo porte, ramos retorci<strong>do</strong>s, cascasespessas e folhas grossas. Os estu<strong>do</strong>s efetua<strong>do</strong>s consideramque a vegetação nativa <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> não apresenta essa característicapela falta de água – pois, ali encontra-se umagrande e densa rede hídrica – mas sim, devi<strong>do</strong> a outros fatoresedáficos (de solo), como o desequilíbrio no teor demicronutrientes, a exemplo <strong>do</strong> alumínio.Segun<strong>do</strong> Castro (1996, 2000) e Castro e Martins (1998,1999), no Piauí e no Maranhão as áreas de transição (ecótonos)são significativas, estabelecen<strong>do</strong>-se riquíssimas áreasecotonais. Nos <strong>do</strong>is Esta<strong>do</strong>s, o cerra<strong>do</strong> sensu lato (no senti<strong>do</strong>amplo <strong>do</strong> conceito) apresenta-se na forma <strong>do</strong>s subtipos“campo sujo de cerra<strong>do</strong>”, “campo cerra<strong>do</strong>”, “cerra<strong>do</strong> sensustricto (no senti<strong>do</strong> restrito <strong>do</strong> conceito)” e “cerradão decerra<strong>do</strong>” (com fisionomia florestal e flora de/<strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>),principalmente. Estes subtipos são determina<strong>do</strong>s por questõesnaturais (<strong>da</strong> própria natureza), primárias (sem efeitosde secun<strong>da</strong>rização), pe<strong>do</strong>lógicas (relaciona<strong>da</strong>s aos tipos desolos), fitogeográficas (relaciona<strong>da</strong>s à distribuição geográficade espécies vegetais), ou por questões antrópicas (liga<strong>da</strong>sà ação humana), uma vez que níveis de secun<strong>da</strong>rização (níveisde alteração <strong>da</strong>s condições primárias), quan<strong>do</strong> presentes,acabam por influir sobre a estrutura (organização).Na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, o Cerra<strong>do</strong> está presentenas Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas), pelo Parnaíba 02(Alto Parnaíba) e parte <strong>da</strong> Parnaíba 03 (Gurguéia). Nesta <strong>região</strong>,tanto no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão, como no Piauí, a partir<strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, iniciou-se o processo de ocupação como plantio <strong>da</strong> soja, milho e arroz. Os <strong>do</strong>is últimos produtos,de cultivo tradicional na <strong>região</strong> ganharam novo impulso devi<strong>do</strong>sua importância na abertura <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s e na rotaçãocom a cultura <strong>da</strong> soja.Conforme SEMARH (2004), a ocupação e o conseqüenteuso produtivo <strong>do</strong>s cerra<strong>do</strong>s piauienses é algo irreversível,face à grande quanti<strong>da</strong>de de terras potencialmente produtivas,a mão de obra abun<strong>da</strong>nte e o grande potencial derecursos hídricos que garantem a viabili<strong>da</strong>de econômica <strong>da</strong><strong>região</strong>. Os cerra<strong>do</strong>s detêm potencial econômico expressivo,vocaciona<strong>do</strong> para a agricultura de grãos, pastagens e fruticulturatropical, além de baixa densi<strong>da</strong>de demográfica.CosteiroO bioma Costeiro <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba écaracteriza<strong>do</strong>, principalmente, pelas áreas de mangues noestuário forma<strong>do</strong> pela foz <strong>do</strong> rio Parnaíba. Os manguezaissão ambientes de fun<strong>da</strong>mental importância econômica paraa <strong>região</strong>, principalmente para a carcinocultura que está emfranco crescimento. No entanto é uma ativi<strong>da</strong>de que deveser trata<strong>da</strong> com muita precaução, pois é altamente degra<strong>da</strong><strong>do</strong>ra<strong>do</strong> meio. Os mangues são tipicamente reduto de espéciesaquáticas em seu perío<strong>do</strong> reprodutivo, estes encontramnestes ambientes nutrientes e alimentos necessários à suasobrevivência. Também são exporta<strong>do</strong>res de nutrientes aosambientes marinhos, decorrentes <strong>do</strong> encontro <strong>do</strong> mar comas águas continentais. É um equilíbrio delica<strong>do</strong> que podeser ameaça<strong>do</strong> com a ativi<strong>da</strong>de exploratória descontrola<strong>da</strong>,poden<strong>do</strong>, a curto prazo, tornar-se um ambiente degra<strong>da</strong><strong>do</strong>e sem função econômica.Conforme relatório final <strong>do</strong> Projeto-Piloto ZoneamentoEcológico-Econômico <strong>do</strong> Baixo Rio Parnaíba, o Delta <strong>do</strong>Parnaíba, integrante <strong>do</strong> bioma Costeiro, caracteriza-se porapresentar extensas planícies flúvio-marinhas corta<strong>da</strong>s poruma rede de canais, forma<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s ilhas <strong>do</strong> Delta. Estespodem se apresentar meandrantes, anastomosa<strong>do</strong>s e mesmosob forma de canais aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s. Resulta<strong>do</strong> de processosde acumulação flúvio-marinha, e sob influência <strong>da</strong>scaracterísticas destes ambientes, desenvolvem-se extensasáreas de mangues, com uma vegetação altamente especializa<strong>da</strong>,<strong>do</strong>mina<strong>da</strong> por um clima quente e úmi<strong>do</strong>.O Delta <strong>do</strong> Parnaíba comporta ain<strong>da</strong> em seu interior amploscampos de dunas móveis, resultantes <strong>da</strong> sedimentaçãoeólica, com orientação pre<strong>do</strong>minantemente Nordeste-Su<strong>do</strong>este.Alguns desses campos encontram-se fixa<strong>do</strong>s por vegetaçãorastejante e arbustiva. Estão sujeitos a uma intensadinâmica resultante <strong>da</strong> ação construtivas e destrutivas <strong>da</strong>smarés, ventos e rios, cujas interações o caracterizam comoum ambiente fortemente instável. O complexo deltáico <strong>da</strong>foz <strong>do</strong> Rio Parnaíba é um importante ecossistema, por suadinâmica flúvio-marinha e por abrigar importantes comu-97


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba98ni<strong>da</strong>des vegetais e animais. Pela estrutura arquitetônica deseus componentes vegetais, as raízes escoras e pneumatóforosconstituem anteparos eficazes para a retenção de sedimentose proteção <strong>da</strong>s margens onde estão instala<strong>do</strong>s, oumesmo como proteção às áreas agricultáveis adjacentes.A <strong>região</strong> litorânea <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba éforma<strong>da</strong> pela tensão ecológica entre as formações de Caatingaao Leste, Cerra<strong>do</strong>s a su<strong>do</strong>este e sistemas marinhosa norte, apresentan<strong>do</strong> situação impar no litoral brasileiro.Essa configuração complexa de ecossistemas imprime àárea uma importância global para sua conservação.Conforme Projeto-Piloto Zoneamento Ecológico-Econômico<strong>do</strong> Baixo Rio Parnaíba, algumas áreas <strong>da</strong> <strong>região</strong> estãosofren<strong>do</strong> problemas em função <strong>da</strong> utilização inadequa<strong>da</strong><strong>do</strong>s recursos naturais. Abaixo segue uma relação <strong>do</strong>s principaisproblemas, conforme a área:Marinha (área marítima e praia) – problemas com assoreamento,pesca pre<strong>da</strong>tória, a construção <strong>do</strong> Porto LuizCorrea (molhe) vem ocasionan<strong>do</strong> erosão marinha e recuo<strong>da</strong> linha de costa e por fim a per<strong>da</strong> <strong>do</strong>s atrativos turísticos;Mangue – aterramento, desmatamento e per<strong>da</strong> <strong>da</strong>diversi<strong>da</strong>de biológica, coleta desordena<strong>da</strong> de materialbiológico, como o caranguejo para comercialização nosgrandes centros urbanos;Salga<strong>do</strong>s ou Apicuns – conversão para tanques de carcinoculturae impactos relaciona<strong>do</strong>s a esta ativi<strong>da</strong>de;Lagoas Costeiras – poluição <strong>da</strong> água por efluentes <strong>do</strong>mésticose lixiviação de “lixões”, mineração desordena<strong>da</strong>,agravamento de cheias periódicas, aterramento <strong>da</strong>slagoas por áreas de dunas móveis (Lagoa <strong>do</strong> Portinho) eper<strong>da</strong> de atrativos turísticos e recreação;Dunas Móveis – ocupação desordena<strong>da</strong> provocan<strong>do</strong>o desmonte ou interrupção de deslocamento <strong>da</strong>s dunas,intensificação <strong>da</strong> erosão costeira, alteração <strong>da</strong> hidrodinâmicacosteira e per<strong>da</strong> de atrativos turísticos;Dunas Fixas – desmatamento e erosão intensifican<strong>do</strong>o trânsito de sedimentos arenosos, assoreamento e soterramentode mangues, áreas urbanas, agricultáveis elagoas em função <strong>do</strong> avanço <strong>da</strong>s dunas, per<strong>da</strong> de espéciesendêmicas, sobrepastoreio de caprinos e asininos eexploração ilegal de areia;Planície Fluvial – degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> mata ciliar, desmonte de diquesmarginais aos rios, assoreamento <strong>do</strong> leito fluvial, poluição hídrica,salinização <strong>do</strong>s solos, impacto <strong>da</strong> mineração sem controle,ocupação urbana nos terraços baixos, erosão em áreas degra<strong>da</strong><strong>da</strong>se poluição <strong>do</strong>s lagos por agrotóxicos na rizicultura;Tabuleiros Costeiros Ocidentais com Paleodunas – desmatamentodesencadean<strong>do</strong> erosão e trânsito de sedimentosarenosos, per<strong>da</strong> de espécies endêmicas, sobrepastorio decaprinos e asininos, impacto <strong>da</strong> mineração a céu aberto,contaminação <strong>do</strong> lençol freático por resíduo urbanos e ruraise por agrotóxicos.O Delta <strong>do</strong> Parnaíba foi considera<strong>do</strong> pela ANA como áreade extrema importância, caracteriza<strong>do</strong> por expressivo manguezal,sen<strong>do</strong> um ambiente rico em diversi<strong>da</strong>de biológicafilética e abrigan<strong>do</strong> o peixe-boi-marinho. Esse ecossistematem sofri<strong>do</strong> grandes pressões antrópicas de salinas, carciniculturas,riziculturas com o uso inadequa<strong>do</strong> de agrotóxicos,desmatamentos e sobrepesca de caranguejos e camarões.Áreas de preservação ambientalAs Áreas de Proteção Ambiental procuram conciliar a preservação<strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de biológica e <strong>do</strong>s recursos naturaiscom o uso sustenta<strong>do</strong> de parte de seus recursos. A alteração<strong>do</strong> ecossistema por parte <strong>da</strong> ação antrópica é limita<strong>da</strong> pelasobrevivência de comuni<strong>da</strong>des animais e vegetais. Podemser públicas ou priva<strong>da</strong>s. As Reservas Particulares <strong>do</strong> PatrimônioNatural são reconheci<strong>da</strong>s pelo poder público comoáreas especialmente protegi<strong>da</strong>s.As terras indígenas ocupam cerca de 11% <strong>do</strong> territórionacional. Se compara<strong>do</strong> com os territórios de áreas de preservaçãoambiental (2%), é bem maior. De maneira geralestas áreas estão bem próximas <strong>da</strong>s condições naturais, compouca alteração, existin<strong>do</strong> em seu interior zonas de grandeimportância biológica.Na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba existem cinco uni<strong>da</strong>desde Conservação, <strong>do</strong>s quais quatro são Parques Nacionais(PN) e uma é estação Ecológica (EE). Existem, também,três Áreas de Proteção Ambiental (APA) e três ReservasIndígenas registra<strong>da</strong>s pela Funai, além de interceptar <strong>do</strong>isCorre<strong>do</strong>res Ecológicos (Figura 36).


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaO Parque Nacional (PN) e a Estação Ecológica (EE)são Uni<strong>da</strong>des de Conservação de Uso Indireto, ou seja,totalmente restritos à exploração ou aproveitamento <strong>do</strong>srecursos naturais. Os Parques Nacionais são uni<strong>da</strong>des deconservação destina<strong>da</strong>s à preservação integral de áreasnaturais com características de grande relevância nos aspectosecológicos, cênicos, científicos, cultural, recreacionale educacional, sem permitir modificação <strong>do</strong> meioou intervenções antrópicas indiretas, somente em casode recuperação de área degra<strong>da</strong><strong>da</strong>.As Estações Ecológicas (EE) destinam-se à preservaçãointegral <strong>da</strong> biota e demais atributos naturaisexistentes em seus limites e às pesquisas científicas.Não é permiti<strong>da</strong> visitação pública para recreação, masé possível, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> comitê gestor, ser abertopara fins educacionais.Os quatro Parques Nacionais situa<strong>do</strong>s na Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba são: Parque Nacional <strong>da</strong>s Nascentes <strong>do</strong>Parnaíba, Serra <strong>da</strong> Capivara, Serra <strong>da</strong>s Confusões e SeteCi<strong>da</strong>des. O Parque Nacional <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Capivara, localiza<strong>do</strong>ao sul <strong>do</strong> Piauí, nos Municípios de São Raimun<strong>do</strong>Nonato, Brejo <strong>do</strong> Piauí, Coronel Dias e João Costa,foi considera<strong>do</strong> pelas Nações Uni<strong>da</strong>s como a Uni<strong>da</strong>de deConservação (UC) com melhor infra-estrutura <strong>da</strong> AméricaLatina. Com 97.933ha de Caatinga, o parque abriga 105sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravurasrupestres. Foi cria<strong>do</strong> em 1979 com o objetivo de protegeruma área coberta de Caatinga virgem, onde se encontra amaior concentração de sítios pré-históricos <strong>da</strong> América.O Parque Nacional <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong>s Confusões, com 526.108ha,foi cria<strong>do</strong> em 1998 e abriga somente a Caatinga. A área ain<strong>da</strong>encontra-se bem conserva<strong>da</strong>, poden<strong>do</strong> ser encontra<strong>do</strong>s inúmerossítios arqueológicos em cavernas e grutas com litogravurasnos paredões rochosos de grande valor pré-histórico,científico e cultural.O Parque Nacional <strong>da</strong>s Nascentes <strong>do</strong> Rio Parnaíba, com733.160ha e localiza<strong>do</strong> entre os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí, Maranhão,Bahia e Tocantins, representa a <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>Nordestino e o Parque Nacional Sete Ci<strong>da</strong>des, com 6.331ha,localiza<strong>do</strong> no Município de Piracuruca, representa um ecótonoentre a Amazônia e a Caatinga.99


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba100Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 36 - Situação ambiental <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaA Estação Ecológica Uruçuí-Una possui 135 mil hectarese localiza-se no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí. Foi cria<strong>da</strong> em 1981 eabrange duas uni<strong>da</strong>des principais de relevo: uma chapa<strong>da</strong>plana, com altitudes varian<strong>do</strong> entre 600 e 480 metros, euma planície, em terrenos mais baixos, de 315 a 400 metros.O contato entre essas duas uni<strong>da</strong>des de relevo ocorrede forma abrupta, em escarpas e paredões de arenito. Nasáreas de chapa<strong>da</strong> pre<strong>do</strong>minam formas mais abertas de cerra<strong>do</strong>,como campos sujos e cerra<strong>do</strong>s. Já nas regiões maisbaixas, a vegetação pre<strong>do</strong>minante é o cerra<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> restrito.Apresenta a fauna encontra<strong>da</strong> no Cerra<strong>do</strong>, mas tambémelementos comuns ao bioma Caatinga.A APA <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>do</strong> Araripe está localiza<strong>da</strong> entre osEsta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará, Piauí e Pernambuco, ocupan<strong>do</strong> umaárea de 976.730ha no bioma Caatinga. A APA <strong>do</strong> Delta <strong>do</strong>Parnaíba, possui 308.957ha, nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará, Piauí eMaranhão, representa o bioma Costeiro. A APA <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong>Ibiapaba está localiza<strong>da</strong> em um ecótono entre a Amazônia ea Caatinga e possui 1.631.347ha.Além <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de Conservação, existem na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba<strong>do</strong>is Corre<strong>do</strong>res Ecológicos: o <strong>da</strong> Caatinga e o Jalapão.O Corre<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Jalapão possui uma área de aproxima<strong>da</strong>mentetrês milhões de hectares. Localiza-se na porção lestede Tocantins, na divisa entre Piauí, Maranhão e Bahia. O Jalapãoé conheci<strong>do</strong> por sua beleza paisagística e pelas ótimasalternativas de ecoturismo. O Corre<strong>do</strong>r é caracteriza<strong>do</strong> poruma grande diversi<strong>da</strong>de de ambientes e pela alta biodiversi<strong>da</strong>de.Abriga espécies endêmicas, que só ocorrem nessa<strong>região</strong>, e espécies ameaça<strong>da</strong>s.Cinco Uni<strong>da</strong>des de Conservação integram o corre<strong>do</strong>r, totalizan<strong>do</strong>uma área de 1.912.416ha. São elas: o Parque Estadual<strong>do</strong> Jalapão, o Parque Nacional <strong>da</strong>s Nascentes <strong>do</strong> RioParnaíba, a Estação Ecológica <strong>da</strong> Serra Geral <strong>do</strong> Tocantins, aÁrea de Proteção Ambiental Estadual <strong>do</strong> Jalapão e a ReservaParticular <strong>do</strong> Patrimônio Natural Minnehaha.O Corre<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Caatinga liga as porções de Caatinga protegia<strong>da</strong>spelo Parque Nacional <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Capivara e <strong>da</strong> Serra<strong>da</strong>s Confusões, localiza<strong>do</strong> ao sul <strong>do</strong> Piauí, com 412ha, visa adispersão de vegetais e a circulação de animais de vários tamanhos.Entre as duas áreas de conservação ambiental ocorrevegetação intensa e diversos animais nativos <strong>da</strong> <strong>região</strong>, muitosdeles até mesmo ameaça<strong>do</strong>s de extinção, como é o caso <strong>do</strong>tamanduá-bandeira, o vea<strong>do</strong>-campeiro e o tatu-canastra.A Fazen<strong>da</strong> Boqueirão <strong>do</strong>s Frades, com 1.735ha, localiza<strong>da</strong>no Município de Altos, no Piauí, é uma Reserva Particular<strong>do</strong> Patrimônio Natural, bem como a Fazen<strong>da</strong> Centro, emBuriti <strong>do</strong>s Lopes, no Piauí, com 139ha.Ecorregiões aquáticasSegun<strong>do</strong> MMA (2005a), os ambientes aquáticos, marinhose continentais abrigam grande diversi<strong>da</strong>de de seres,incluin<strong>do</strong> algas, bactérias, macrófitas, artrópodes (crustáceose insetos) e vertebra<strong>do</strong>s. A rede <strong>hidrográfica</strong> brasileiraapresenta um grau de diversi<strong>da</strong>de de grande riqueza e eleva<strong>da</strong>complexi<strong>da</strong>de. Trata-se de um conjunto de Bacias eRegiões Hidrográficas com características de ecossistemasbastante diferencia<strong>do</strong>s, o que propicia o desenvolvimentode múltiplas espécies vivas <strong>da</strong> flora e <strong>da</strong> fauna aquática.Ain<strong>da</strong> em MMA (2005a), os ecossistemas são analisa<strong>do</strong>sconforme o bioma ao qual pertencem, ou seja: Floresta Amazônica,Caatinga, Cerra<strong>do</strong> e Pantanal, Mata Atlântica e CamposSulinos e as Zonas Costeiras e Marinhas. No caso <strong>da</strong> RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, os biomas representativos sãoa Caatinga, o Cerra<strong>do</strong> e as Zonas Costeiras e Marinhas.Áreas prioritárias para peixes foram identifica<strong>da</strong>s, consideran<strong>do</strong>a distribuição <strong>da</strong> ictiofauna, resultan<strong>do</strong> na divisão<strong>da</strong> Caatinga em quatro ecorregiões: Maranhão/Piauí, NordesteMédio-Oriental, Bacia <strong>do</strong> Rio São Francisco e Bacias<strong>do</strong> Leste. Em ca<strong>da</strong> uma delas foram seleciona<strong>da</strong>s áreas prioritáriaspara a conservação <strong>da</strong> biota aquática, sen<strong>do</strong> identifica<strong>da</strong>s29 áreas e classifica<strong>da</strong>s conforme a importância <strong>da</strong>biota e sua localização. As cabeceiras <strong>do</strong> rio Parnaíba sãoindica<strong>da</strong>s como área prioritária para conservação <strong>do</strong> ecossistemaaquático no bioma Cerra<strong>do</strong> (MMA, 2005a).Os ecossistemas <strong>da</strong> Zona Costeira de maior relevância sãoos estuários, manguezais e lagoas costeiras, bem como osbanha<strong>do</strong>s e áreas úmi<strong>da</strong>s costeiras que possuem eleva<strong>do</strong>grau de interferência com a gestão de recursos hídricos. NaRegião Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba o seu delta foi indica<strong>do</strong>como área de extrema importância, caracteriza<strong>do</strong> por expressivomanguezal (MMA, 2005a).101


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba102A SRH/MMA delimitou, recentemente, as ecorregiõesaquáticas no Brasil levan<strong>do</strong> em consideração a meto<strong>do</strong>logiaproposta pelo Dr. Paulo Petry – The Nature Conservancy– TNC/ World Wildlife Fund – WWF. Foi utiliza<strong>da</strong> a distribuiçãogeográfica de peixes como fonte primária de riquezabiótica e informação distintiva para a delimitação <strong>da</strong>s ecorregiõesaquáticas.Considerou-se que os peixes de água <strong>do</strong>ce têm especialimportância no levantamento <strong>da</strong> biodiversi<strong>da</strong>de aquática,pois são, fisiologica e historicamente, confina<strong>do</strong>s às suasbacias <strong>hidrográfica</strong>s nativas e são mais conheci<strong>do</strong>s que outrosgrupos de invertebra<strong>do</strong>s. Para a distinção <strong>da</strong>s ecorregiõesaquáticas foram considera<strong>do</strong>s o número de espécies,endemismo e aspectos <strong>da</strong> história natural e ecologia <strong>da</strong>sdiversas espécies.A Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba está to<strong>da</strong> inseri<strong>da</strong> naecor<strong>região</strong> aquática Maranhão-Piauí, proposta no estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>SRH/MMA, conforme observa-se na Figura 37. Esta ecor<strong>região</strong>aquática é composta de to<strong>da</strong> a bacia de drenagem<strong>do</strong> rio Parnaíba e drenagens costeiras desde a Bacia <strong>do</strong> RioMunim, no Maranhão, até a Bacia <strong>do</strong> Rio Piranji, com cabeceirasno Ceará, em senti<strong>do</strong> longitudinal. Os principais riossão: Parnaíba, Poti, Longá, Piauí, Gurguéia, Munim, Balsas.A ecor<strong>região</strong> contém a capital <strong>do</strong> Piauí, Teresina, e a UsinaHidroelétrica de Boa Esperança.Conforme MMA (2006), <strong>do</strong> ponto de vista <strong>da</strong> ictiofaunadulcícola, a ecor<strong>região</strong> possivelmente representa uma transiçãoentre as faunas mais ocidentais, desde o Escu<strong>do</strong> <strong>da</strong>sGuianas ao Golfão Maranhense, e a fauna <strong>da</strong> ecor<strong>região</strong> <strong>da</strong>Caatinga-Costa Nordeste. O nível de endemismo <strong>da</strong> ictiofaunaé considerável, chegan<strong>do</strong> a 22% de seu total de espéciesconheci<strong>da</strong>s. São conheci<strong>da</strong>s 86 espécies de peixes destaecor<strong>região</strong>, <strong>da</strong>s quais 19 possivelmente são endêmicas.As informações sobre diversi<strong>da</strong>de de peixes, conformeMMA (2006), são parcial para o Médio e Baixo Parnaíba,insuficiente ou inexistente para os tributários (Poti, Gurguéia,Balsas) e drenagens costeiras. As possíveis relaçõesbiogeográficas <strong>da</strong> fauna aquática <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> Parnaíba comas outras ecorregiões aquáticas, incluin<strong>do</strong> a <strong>do</strong> Escu<strong>do</strong> <strong>da</strong>sGuianas, Caatinga-Costa Nordeste e São Francisco são degrande interesse.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica103Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 37 - Ecorregiões aquáticas <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba1044.3 | Caracterização <strong>do</strong> Solo, <strong>do</strong> seu Uso e Ocupação naRegião Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaTipos de solosOs grupos de solos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíbaestão apresenta<strong>do</strong>s na Figura 38. Os solos que pre<strong>do</strong>minamna <strong>região</strong> são:a) Solos de baixa fertili<strong>da</strong>de, profun<strong>do</strong>s, de textura médiaou arenosa, deriva<strong>do</strong>s de coberturas tércio-quaternárias;b) Solos pouco profun<strong>do</strong>s com baixa fertili<strong>da</strong>de, restriçãode drenagem caracteriza<strong>da</strong> pela presença deplintita e concreções ferruginosas, desenvolvi<strong>do</strong>s <strong>da</strong>srochas sedimentares paleozóicas mesozóicas;c) Solos de eleva<strong>da</strong> fertili<strong>da</strong>de natural, relaciona<strong>do</strong>s àalteração de rochas vulcânicas básicas e pelitos carbonata<strong>do</strong>se;d) Solos pouco desenvolvi<strong>do</strong>s, oriun<strong>do</strong>s de sedimentosfluviais presentes em terraços e planícies.Com base em estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s em Ari<strong>da</strong>s/PI (1995)apresenta-se uma descrição simplifica<strong>da</strong> <strong>do</strong>s tipos de solospara ca<strong>da</strong> Sub-bacia de nível 1: Alto, Médio e Baixo Parnaíba,a seguir.Alto ParnaíbaOs solos pre<strong>do</strong>minantes estão associa<strong>do</strong>s à classe LatossoloAmarelo, comuns no topo <strong>da</strong>s chapa<strong>da</strong>s, muito freqüentesno su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Piauí. Apresentam textura comtendência para argilosa, perfil profun<strong>do</strong>, drenagem boa àmodera<strong>da</strong>. Eles apresentam baixa saturação de base (distróficos),baixos teores de ferro ou completa ausência dehematita, níveis medianos e eventualmente eleva<strong>do</strong>s dealumínio trocável tornan<strong>do</strong>-os áci<strong>do</strong>s a muito áci<strong>do</strong>s. Sãocomuns carências de nutrientes essenciais às plantas, comonitrogênio, fósforo e potássio e quan<strong>do</strong> associa<strong>do</strong>s ao relevolevemente inclina<strong>do</strong> tornam-se exporta<strong>do</strong>res de nutrientesatravés <strong>da</strong> erosão.Os Neossolos Quartzarênicos constituem outra classede solos muito importante, por ocupar to<strong>do</strong> o espaço<strong>do</strong> extremo su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Piauí. Trata-se de solos de texturaessencialmente arenosa, onde pre<strong>do</strong>minam os grãos dequartzo muito finos, com pouca participação de fração argilano complexo granulométrico e apresentam um poderde retenção de umi<strong>da</strong>de muito baixo e níveis acentua<strong>do</strong>sde drenagem. Associa<strong>do</strong>s a estes solos podem ocorrer solosNeossolos Litólicos, Latossolos e Argissolos, nota<strong>da</strong>menteem Monte Alegre, Gilbués e Barreiras <strong>do</strong> Piauí.Sobre os chapadões (serras) <strong>da</strong> margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong>Gurguéia pre<strong>do</strong>mina o Latossolo Amarelo ou VermelhoAmarelo, de textura média a argilosa, de boa drenagem.No fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> talvegue e na margem direita, com menoraltitude, pre<strong>do</strong>mina o Latossolo Amarelo ou VermelhoAmarelo de textura média associa<strong>do</strong> a Aluviões antigosou mais recentes, Neossolos Quartzarênicos e NeossolosLitólicos. São bem drena<strong>do</strong>s e levemente inclina<strong>do</strong>s paraa calha <strong>do</strong> rio Gurguéia.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica105Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 38 - Caracterização <strong>do</strong>s solos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba106Ao longo <strong>do</strong>s rios Uruçuí Vermelho, Uruçuí Preto e algunsriachos formam-se estreitas áreas de Solos Aluviais, detextura varia<strong>da</strong> e cuja fertili<strong>da</strong>de natural está associa<strong>da</strong> aotipo de rocha que lhes deu origem, e em geral a fertili<strong>da</strong>de ébaixa ou média. No Vale <strong>do</strong> Gurguéia, as aluviões recentes,situa<strong>do</strong>s ao nível <strong>do</strong> rio, sofrem alagamentos periódicos,principalmente entre os meses de janeiro a abril e possuembons níveis de fertili<strong>da</strong>de natural.Do ponto de vista de utilização com agricultura, os solosde maior importância estão representa<strong>do</strong>s pelas Aluviões(em geral argilosos), Vertissolos e Cambissolos que <strong>do</strong>minamas várzeas e áreas vizinhas, ao longo <strong>do</strong> rio Itaueira.Trata-se de solos de eleva<strong>do</strong>s níveis de fertili<strong>da</strong>de naturale são responsáveis diretos pela grande produção de milho<strong>do</strong>s Municípios de Itaueira e Rio Grande <strong>do</strong> Piauí.Ocorrem outras classes de solos espacial e economicamentepouco significativa. É o caso <strong>do</strong> Podzólico VermelhoAmarelo e <strong>do</strong>s Neossolos Litólicos, que podem ocorrersepara<strong>do</strong>s ou uni<strong>do</strong>s em intrinca<strong>da</strong> associação. Estes solosapresentam boas condições de fertili<strong>da</strong>de natural.Médio ParnaíbaApresenta uma grande diversi<strong>da</strong>de pe<strong>do</strong>lógica, principalmenteno sudeste, mas as maiores superfícies de exposiçãocompreendem Latossolo Amarelo/Latossolo Vermelho Amarelo,especialmente sob <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong>s rochas sedimentares, ondetambém ocorrem Neossolos Quartzarênicos. As rochas cristalinas<strong>do</strong>minantes no semi-ári<strong>do</strong> originam Latossolo VermelhoAmarelo, Podzolico Vermelho Escuro, Neossolos Litólicos, solosLuvissolos Crômicos e Vertissolo.Os Latossolos origina<strong>do</strong>s <strong>do</strong> arenito são pobres e áci<strong>do</strong>s;aqueles deriva<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s rochas <strong>do</strong> cristalino são, em geral, deboa fertili<strong>da</strong>de, fato que se repete com o Podzólico VermelhoEscuro, em geral eutrófico e com bons níveis de fertili<strong>da</strong>denatural.Os Luvissolos Crômicos apresentam textura argilosa, excepcionaisníveis de fertili<strong>da</strong>de natural e têm, em contraparti<strong>da</strong>,relevo desfavorável, pouca profundi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> perfile pedimento desértico.Os solos aluviais são mapeáveis ao longo <strong>do</strong>s rios Canindé,Piauí, Itaim e Guaribas, com muita variação textural,situações diversas de drenagem e, quan<strong>do</strong> não arenosos,apresentam níveis eleva<strong>do</strong>s de fertili<strong>da</strong>de natural. Ocorrem,também problemas relaciona<strong>do</strong>s com excessos de sais e desódio trocável. Trata-se de solos muito procura<strong>do</strong>s para utilizaçãocom agricultura em to<strong>da</strong> a Sub-bacia.O trecho <strong>do</strong> Alto Poti, nos <strong>do</strong>mínios piauienses, é constituí<strong>do</strong>por uma associação de Neossolos Quartzarênicos,como principal elemento, solos Neossolos Litólicos e Latossolos,incluin<strong>do</strong> o trecho eleva<strong>do</strong> na fronteira com o Ceará,onde mu<strong>da</strong> apenas a cor <strong>do</strong>s solos arenosos, passan<strong>do</strong> decinza muito claro para vermelho. Os Latossolos estão presentesprincipalmente entre Altos e Campo Maior e Altos eTeresina, no Baixo Poti. No trecho sul pre<strong>do</strong>minam os Latossolos,e em Elesbão Veloso pre<strong>do</strong>minam Solos Litólicos eVertissolos pedregosos.Baixo ParnaíbaNa Bacia <strong>do</strong> Rio Longa ocorrem Neossolos Quartzarênicosnas áreas planas, Latossolo, Neossolos Litólicos, Plintossolos,Vertissolos e Aluviões. Os Neossolos Quartzarênicos eLatossolos ocupam as superfícies mais extensas.Os Neossolos Litólicos estão presentes principalmentenos trechos de relevo movimenta<strong>do</strong>. Os Vertissolos ocorremem Piracuruca e Buriti <strong>do</strong>s Lopes, e as Aluviões acompanhamos rios <strong>da</strong> Sub-bacia. Os Vertissolos e as Aluviõessão os mais férteis e apresentam boas condições para usocom agricultura. Os arenosos são muito permeáveis, nãoretém umi<strong>da</strong>de e o nível de fertili<strong>da</strong>de é muito baixo.Os solos, na parte mais baixa <strong>da</strong> Bacia consistem de umaassociação de Latossolo, Podzólicos, Aluviões e solos NeossolosLitólicos, de textura média a argilosa. São, em geral,profun<strong>do</strong>s ou medianamente profun<strong>do</strong>s, de drenagem modera<strong>da</strong>e níveis de fertili<strong>da</strong>de baixos ou médios. Na margem<strong>do</strong> rio Parnaíba – que se transforma em rio de planície – formam-sesolos aluviais e solos gleiza<strong>do</strong>s ou hidromórficos.Na sua parte litorânea ocorrem Latossolos Amarelos, Plintossolos,Neossolos Quartzarênicos, Neossolos QuartzarênicosMarinhos, Planossolos, Planossolos Nátricos e Dunas.Nas margens <strong>do</strong> Parnaíba ocorrem aluviões com eleva<strong>do</strong>teor de sais. Nos pequenos rios que deságuam a nordesteocorrem Solonchak e Solos Hidromórficos. Em geral os


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográficasolos apresentam textura grosseira, exceto nos Latossolose Plintossolos com maior teor de argila, e eleva<strong>da</strong>s taxasde drenagem. Os níveis de fertili<strong>da</strong>de são muito baixos e,em alguns trechos, o sódio e outros sais estão presentes emníveis muito eleva<strong>do</strong>s.Uso e ocupação <strong>do</strong> soloAlto ParnaíbaConsideran<strong>do</strong> que as Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas),Parnaíba 02 (Alto Parnaíba), Parnaíba 03 (Gurguéia) eParnaíba 04 (Itaueiras) estão quase totalmente inseri<strong>da</strong>sno bioma Cerra<strong>do</strong>, foi possível obter muitas informaçõesrelativas ao uso e ocupação <strong>do</strong> solo em um trabalho recenterealiza<strong>do</strong> por Codevasf (2005c) sob o título de “Análisemultitemporal de uso <strong>da</strong> terra na macror<strong>região</strong> de desenvolvimento<strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>: anos 2001 /2003”.Neste estu<strong>do</strong> foi realiza<strong>do</strong> o mapeamento <strong>do</strong> uso e ocupação<strong>do</strong> solo para o Cerra<strong>do</strong>, nos anos 2001 e 2003, bemcomo a análise <strong>do</strong>s quantitativos relativos a ca<strong>da</strong> classe deuso, com o objetivo de verificar as mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s noperío<strong>do</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s foram apresenta<strong>do</strong>s para to<strong>da</strong> a macror<strong>região</strong><strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, para as áreas de ca<strong>da</strong> Esta<strong>do</strong> (Piauíe Maranhão) inseri<strong>da</strong> na macror<strong>região</strong> e, finalmente, paraca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s territórios <strong>da</strong> macror<strong>região</strong> (Tabuleiros <strong>do</strong> AltoParnaíba, Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras e vales <strong>do</strong>s rios Piauí eItaueiras). Na Figura 40 são apresenta<strong>da</strong>s as classes de uso<strong>do</strong> solo para a <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, dentro <strong>da</strong> Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba, para o ano 2003.As classes de uso analisa<strong>da</strong>s no estu<strong>do</strong> foram: agriculturamecaniza<strong>da</strong>, agricultura irriga<strong>da</strong>, ativi<strong>da</strong>de agropecuária,vegetação de Caatinga, Cerra<strong>do</strong> e de transição, corpos deágua, área urbaniza<strong>da</strong>, vegetação de mata ciliar e solo exposto.No Quadro 34 encontram-se os valores de áreas encontra<strong>do</strong>spara ca<strong>da</strong> classe de uso nos anos 2001 e 2003.Conforme o estu<strong>do</strong>, o percentual de avanço <strong>da</strong> agriculturamecaniza<strong>da</strong>, 34,70%, representa<strong>da</strong> pela cultura <strong>da</strong> soja, traduzas informações gerais de que está ocorren<strong>do</strong> um incrementode cerca de 20% ao ano na área planta<strong>da</strong> na <strong>região</strong>, como umto<strong>do</strong>. A área de cerra<strong>do</strong> está sofren<strong>do</strong> um desmatamento volta<strong>do</strong>,em sua grande maioria, para uma futura ativi<strong>da</strong>de deplantio, principalmente, de soja, embora seja perceptível oaumento de ativi<strong>da</strong>de de agropecuária na <strong>região</strong>, de 29,22%,com quase 800 mil hectares em 2003. No entanto, a pecuáriase dá principalmente de forma extensiva, sem eliminar totalmentea vegetação natural. A agricultura irriga<strong>da</strong> apresentouum avanço de cerca de 10,6% entre os <strong>do</strong>is anos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s,apresentan<strong>do</strong> tendências de crescimento para os próximosanos em função de influências de Municípios localiza<strong>do</strong>s naBahia e <strong>da</strong> presença <strong>da</strong> Codevasf na <strong>região</strong>.107Quadro 34 - Uso <strong>da</strong> terra na macror<strong>região</strong> de desenvolvimento <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> para os anos de 2001 e 2003Classes de UsoÁrea (ha)Variação2001 2003 Área (ha) %Agricultura mecaniza<strong>da</strong> 414.857 558.805 143.948 34,70Agricultura irriga<strong>da</strong> 5.539 6.126 587 10,60Ativi<strong>da</strong>de de agropecuária 618.945 799.782 180.837 29,22Vegetação de Caatinga 2.824.878 2.776.560 -48.318 -1,71Vegetação de Cerra<strong>do</strong> 11.318.503 11.052.069 -266.436 -2,35Vegetação de transição 267.768 271.325 3.557 1,33Área urbaniza<strong>da</strong> 13.871 14.137 266 1,92Corpos de água 62.430 64.024 1.594 2,55Vegetação de mata ciliar 447.099 431.036 -16.063 -3,59Solo exposto 95.853 95.879 26 0,03Total 16.069.743 16.069.743Fonte: Codevasf (2005c)


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaUma outra análise feita foi entre os <strong>do</strong>is Esta<strong>do</strong>s integrantes<strong>da</strong> macror<strong>região</strong>. No Quadro 35 apresenta-se a taxa decrescimento no perío<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong> para ca<strong>da</strong> classe de uso<strong>do</strong> solo <strong>da</strong> <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.Codevasf (2005c) concluíram, como espera<strong>do</strong>, a relevância<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de de agricultura mecaniza<strong>da</strong>, com pre<strong>do</strong>minânciapara a cultura <strong>da</strong> soja. Há necessi<strong>da</strong>de de um arranjoinstitucional, envolven<strong>do</strong> governo e enti<strong>da</strong>des civis, paraorientar o plantio de novas áreas, uma vez que se têm identifica<strong>do</strong>áreas cultiva<strong>da</strong>s em locais que necessitam de melhoravaliação <strong>do</strong> ponto de vista ambiental, e até mesmo <strong>do</strong>econômico, principalmente com relação ao uso <strong>do</strong>s solos<strong>do</strong> tipo Neossolos Quartzarênicos existentes na <strong>região</strong> e quevem sen<strong>do</strong> utiliza<strong>da</strong> de forma inadequa<strong>da</strong>. A observação deáreas de cerra<strong>do</strong> remanescentes e <strong>da</strong> dinâmica socioeconômicaque se notou nas ci<strong>da</strong>des mais importantes <strong>da</strong> macror<strong>região</strong>,como Balsas e Uruçuí, apontam para uma continui<strong>da</strong>de<strong>da</strong> expansão <strong>do</strong> agronegócio <strong>da</strong> soja na <strong>região</strong>.O incremento percentual <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong> no Piauí tem si<strong>do</strong>maior <strong>do</strong> que o que ocorre no Maranhão. Os valores foramde cerca de 38% para o primeiro Esta<strong>do</strong>, com 207.532ha em2003, e de 33% para o segun<strong>do</strong>, com 351.273ha em 2003. Aárea planta<strong>da</strong> no Maranhão é maior que a <strong>do</strong> Piauí e o percentualde avanço <strong>da</strong> fronteira agrícola é menor.Quadro 35 - Área para ca<strong>da</strong> classe de uso <strong>do</strong> solo nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí e Maranhão na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> dentro <strong>da</strong> Bacia <strong>do</strong> ParnaíbaClasses de UsoÁrea (ha)2001 2003% de usoPI MA PI MA PI MA108Agricultura mecaniza<strong>da</strong> 150.759 264.098 207.532 351.273 37,66 33,01Agricultura irriga<strong>da</strong> 3.932 1.607 4.095 2.031 4,13 26,44Ativi<strong>da</strong>de de agropecuária 525.694 93.251 685.300 114.482 30,36 22,77Vegetação de Caatinga 2.821.602 3.276 2.773.265 3.295 -1,71 0,58Vegetação de Cerra<strong>do</strong> 7.115.258 4.203.245 6.950.967 4.101.102 -2,31 -2,43Vegetação de transição 267.768 271.325 1,33Área urbaniza<strong>da</strong> 9.138 4.733 9.285 4.852 1,62 2,51Corpos de água 35.342 27.088 35.841 28.183 1,41 4,04Mata ciliar 128.478 318.621 120.335 310.701 -6,34 -2,49Solo exposto 95.853 95.879 0,03Fonte: Codevasf (2005c)Entre os fatores que explicam o maior crescimento percentual<strong>do</strong> plantio de soja no Piauí em relação ao Maranhãoestá, a maior área de cerra<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> sem exploraçãoe a maior produtivi<strong>da</strong>de obti<strong>da</strong> naquele Esta<strong>do</strong>, inclusivecomparan<strong>do</strong>-se com o restante <strong>do</strong> País, de acor<strong>do</strong> com informações<strong>da</strong> Embrapa.O território <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras, quase coincidentecom a Sub-bacia Parnaíba 03 (Gurguéia), apresentou o maiorcrescimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, com significativos 42,4%. Isso pode serexplica<strong>do</strong>, em termos econômicos, por ser a grande fronteira parao agronegócio <strong>da</strong> soja, já que possui maior área disponível paraexpansão e por apresentar maior produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cultura.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaNo território <strong>do</strong>s Tabuleiros <strong>do</strong> Alto Parnaíba, coincidin<strong>do</strong>com as Sub-bacias Parnaíba 02 (Alto Parnaíba) eParnaíba 01 (Balsas) verificou-se um crescimento de 33%.Nessa <strong>região</strong>, encontra-se a melhor infra-estrutura paraapoio à ativi<strong>da</strong>de, com maiores centros urbanos e rede deestra<strong>da</strong>s, no entanto possui a menor área indica<strong>da</strong> para aexpansão <strong>do</strong> negócio.O território <strong>do</strong>s vales <strong>do</strong>s rios Piauí e Itaueiras, coincidin<strong>do</strong>com parte <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba 05 (Canindé/Piauí), principalmenterio Piauí, e com a Sub-bacia Parnaíba 04 (Itaueiras),não apresentou registro <strong>da</strong> classe agricultura mecaniza<strong>da</strong> nos<strong>do</strong>is anos analisa<strong>do</strong>s. Neste território se localiza o espaço relativoao ecótono entre os biomas Cerra<strong>do</strong> e Caatinga e osfatores e<strong>da</strong>fo-climáticos são considera<strong>do</strong>s como impeditivospara o desenvolvimento <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> soja.A ativi<strong>da</strong>de agropecuária que aparece como a segun<strong>da</strong>em importância, com crescimento de cerca de 29% entreos anos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s, apresentou, no Piauí, um crescimentosignificativo, de 30%, entre os <strong>do</strong>is anos, enquanto o Maranhãoobteve crescimento de apenas 23%, mesmo consideran<strong>do</strong>-seque nesse Esta<strong>do</strong> há uma rede hídrica bem maisapropria<strong>da</strong> para esta ativi<strong>da</strong>de. Nos vales <strong>do</strong>s rios Piauí eItaueiras houve o maior crescimento no perío<strong>do</strong>, com quase50%, sen<strong>do</strong> a ativi<strong>da</strong>de que mais cresceu neste perío<strong>do</strong>.A agricultura irriga<strong>da</strong>, com 10,6% de avanço entre os<strong>do</strong>is anos, é uma ativi<strong>da</strong>de relevante na macror<strong>região</strong>. Estaativi<strong>da</strong>de vem se concentran<strong>do</strong> mais na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Tabuleiro<strong>do</strong> Alto Parnaíba, provavelmente em função <strong>da</strong> maior disponibili<strong>da</strong>dehídrica.Chamou a atenção o decréscimo <strong>da</strong> vegetação de mataciliarno perío<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>, cerca de 3,6%, com uma diminuiçãode 16.063ha, ocorren<strong>do</strong> mais fortemente no Piauí,com 6,3%, contra 2,49% no Maranhão. O desmatamento<strong>da</strong> mata ciliar pode provocar o assoreamento <strong>do</strong>s rios, lagose reservatórios existentes nas Sub-bacias.As principais conseqüências sobre os recursos hídricos<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des relaciona<strong>da</strong>s ao uso <strong>do</strong> solo na Sub-bacia <strong>do</strong>Alto Parnaíba (Balsas, Alto Parnaíba, Gurguéia e Itaueiras)estão relaciona<strong>da</strong>s ao cultivo <strong>da</strong> soja e à agropecuária. Estasativi<strong>da</strong>des, exigem o desmatamento e o uso de agrotóxicos efertilizantes. Os solos desmata<strong>do</strong>s, principalmente os NeossolosQuartzarênicos, ficam mais frágeis e, juntamente comos escoamentos superficiais, tornam-se susceptíveis à erosãoe carreamento de sedimentos para os rios e reservatórios, aumentan<strong>do</strong>o risco de inun<strong>da</strong>ção e diminuin<strong>do</strong> a capaci<strong>da</strong>dede armazenamento de água nos lagos e reservatórios.As partículas de solo, quan<strong>do</strong> argilosos, como é o caso <strong>do</strong>tipo de solo pre<strong>do</strong>minante na <strong>região</strong> adsorvem nutrientes emetais pesa<strong>do</strong>s presentes na composição de alguns fertilizantese agrotóxicos. Através <strong>do</strong> escoamento superficial osmetais adsorvi<strong>do</strong>s são carrea<strong>do</strong>s aos corpos de água, ondeficam disponíveis à biota, entran<strong>do</strong> na cadeia alimentar e seacumulan<strong>do</strong> nos organismos, poden<strong>do</strong> provocar, a longoprazo, <strong>do</strong>enças decorrentes <strong>do</strong> excesso de metais. Quantoaos fertilizantes, estes são ricos em nutrientes e são carrea<strong>do</strong>s,como os metais, aos corpos de água, provocan<strong>do</strong> aumento<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de biológica e, em alguns casos, a eutrofização<strong>do</strong> ambiente aquático.Na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Alto Parnaíba existem áreas em processo dedesertificação causa<strong>da</strong>, principalmente, pela ação antrópica,como o sobrepastoreio, a mineração, o desmatamentogeneraliza<strong>do</strong> e a agricultura inadequa<strong>da</strong>. O principal núcleode desertificação no Piauí é o de Gilbués (Quadro 36), pertencenteao bioma Cerra<strong>do</strong>, indica<strong>do</strong> na Figura 39.109


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaA área indica<strong>da</strong> no Quadro 36 é a área total <strong>do</strong>s Municípiospertencentes ao núcleo, não significan<strong>do</strong> que to<strong>da</strong> estaárea esteja desertifica<strong>da</strong>. No Quadro 34, pode-se observarque a área com solo exposto, a qual poderia indicar áreasem processo de desertificação, é de apenas 95.879ha, corresponden<strong>do</strong>a 958,79Km 2 , bem menor que o total <strong>da</strong> área<strong>do</strong>s três Municípios.Quadro 36 - Núcleo de desertificação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaMunicípio Área <strong>do</strong> Município (Km 2 ) População – 2000 (hab.)Gilbués 3.475 10.229Barreiras <strong>do</strong> Piauí 1.955 3.098Monte Alegre <strong>do</strong> Piauí 2.264 10.230Núcleo de Gilbués 7.694 23.557Fonte: IBGE (2004, p. 69)110


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica111Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 39 - Uso <strong>da</strong> terra no Cerra<strong>do</strong>, em 2003, na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, segun<strong>do</strong> Codevasf (2005c)


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba112Médio ParnaíbaO Médio Parnaíba, constituí<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Sub-bacias Parnaíba05 (Piauí/Canindé) e Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), está inseri<strong>do</strong>no bioma Caatinga e no ecótono Amazônia-Caatinga.Segun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995) os plantios na Sub-bacia <strong>do</strong>Canindé/PI, <strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong>, são realiza<strong>do</strong>s após a queima<strong>da</strong><strong>da</strong> vegetação, sem a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s tocos e sem qualquerpreocupação conservacionista. O modelo comum consiste<strong>do</strong> plantio no ano e a mu<strong>da</strong>nça no ano seguinte para áreavizinha, porque o solo é excessivamente pobre e não oferecebons resulta<strong>do</strong>s com utilização segui<strong>da</strong>. Geralmente oagricultor deixa a terra em pousio durante 7 ou 8 anos. Osmorros são muito procura<strong>do</strong>s para o plantio de milho e atéde arroz, expon<strong>do</strong>-se totalmente o solo ao processo erosivo.É bastante utiliza<strong>do</strong> o adubo orgânico animal nas culturasde quintais, particularmente para adubação de hortaliçasou pequenos pomares frutíferos.Na Figura 40, pode-se observar agricultura irriga<strong>da</strong>, comprojetos de irrigação na Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé)e a ocorrência de agropecuária na Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), próximo aos Municípios de Regeneração, CampoMaior e Ararendá. Uma grande concentração de Municípioscom mais de 40 mil habitantes próximos a Teresina e umagrande concentração de vilas e povoa<strong>do</strong>s próximos a Crateúsdemonstram a tendência de urbanização nestas regiões.A presença de rebanhos animais no pasto conduz forçosamenteà compactação <strong>do</strong>s solos elevan<strong>do</strong> o potencial erosivohídrico. Durante o perío<strong>do</strong> chuvoso, os solos já compacta<strong>do</strong>sdurante a estiagem, possuem reduzi<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>dede absorção <strong>da</strong> água e esta passa a escoar sobre a superfície,carrean<strong>do</strong> o material solto e provocan<strong>do</strong> escavações, geran<strong>do</strong>sulcos que podem se transformar nas famosas vossorocas,inutilizan<strong>do</strong> o solo. Este fenômeno é mais freqüentesobre os Latossolos, comum na <strong>região</strong>.Os roça<strong>do</strong>s feitos pelos agricultores não levam em conta a inclinação<strong>da</strong>s terras e os plantios são feitos em fileiras que seguema inclinação <strong>da</strong>s terras; as culturas em geral não cobrem e nãoprotegem suficientemente os solos. A ausência <strong>do</strong> traça<strong>do</strong> decurvas de nível amplia o potencial erosivo; e por último, masnão menos importante: o agricultor não aplica insumos ou recursosfinanceiros que signifiquem tecnologia para a produçãoou para a conservação <strong>do</strong>s solos. Têm-se, portanto, excepcionaiscondições para a manutenção de um extraordinário e fatal processode degra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s solos, particularmente no Semi-ári<strong>do</strong>.Ain<strong>da</strong>, conforme Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), em projeto realiza<strong>do</strong>pela COMDEPI, em 1992, para uma barragem sobre o rioCanindé, no Município de Conceição <strong>do</strong> Canindé, revelouque na área <strong>do</strong> eixo <strong>da</strong> barragem a profundi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> leitoarenoso (sedimentos trazi<strong>do</strong>s para o rio) apresentava 14mde profundi<strong>da</strong>de. Esse leito arenoso estende-se por dezenasde quilômetros numa evidente demonstração de que o rioserve de depósito para um grande volume de sedimentostransporta<strong>do</strong>s pelas enxurra<strong>da</strong>s, favoreci<strong>da</strong>s pela concentração<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvoso em apenas três a quatro meses<strong>do</strong> ano e a torrenciali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s chuvas.A <strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong> apresenta um eleva<strong>do</strong> potencial deerosão que aumenta à proporção que os desmatamentos sãorealiza<strong>do</strong>s, seja para objetivos de produção agrícola, seja peloextrativismo madeireiro. E esse potencial de erosão foi submeti<strong>do</strong>à prova dentro <strong>do</strong> processo de desenvolvimento <strong>da</strong>agricultura e <strong>da</strong> pecuária, e os resulta<strong>do</strong>s estão claramentedemonstra<strong>do</strong>s no leito <strong>do</strong> rio Canindé, onde repousa uma cama<strong>da</strong>de, pelo menos, 14 metros de sedimentos transporta<strong>do</strong>s,e pelas dezenas de grandes bancos de areia deposita<strong>do</strong>sno leito <strong>do</strong> rio Parnaíba, desde Amarante, onde desemboca orio Canindé, até o litoral. Essa particulari<strong>da</strong>de de leito toma<strong>do</strong>por profun<strong>do</strong>s estratos arenosos não está presente apenasno rio Canindé, mas também no rio Piauí e no seu tributáriorio São Lourenço, no Município de São Raimun<strong>do</strong> Nonato.Segun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), na Sub-bacia <strong>do</strong> Poti planta-secana de açúcar em alguns talvegues úmi<strong>do</strong>s, na <strong>região</strong> deCastelo <strong>do</strong> Piauí, mandioca, feijão e milho. São pequenosplantios de subsistência e desprovi<strong>do</strong>s de tecnologias maisavança<strong>da</strong>s. Existe a pecuária extensiva, com pouco extrativismovegetal, no que se destaca a exploração de lenha.A exemplo <strong>do</strong> que acontece nas outras Sub-bacias, nesta osolo sofre desmatamento e fica absolutamente exposto àsintempéries. O carreamento de sóli<strong>do</strong>s pelas águas de enxurra<strong>da</strong>sé intenso no perío<strong>do</strong> chuvoso.Nos setores centro e oeste, à exceção <strong>do</strong> Município deTeresina, ocorrem extensas áreas de solos arenosos, soltos,muito permeáveis, impróprios para a agricultura tradicionalprodutora de grãos, recobertos pela vegetação <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>.No leste, registra-se vegetação arbóreo-arbustiva com ocorrênciade gramíneas de porte homogêneo, pobre, resultante<strong>do</strong>s solos de má quali<strong>da</strong>de para a vi<strong>da</strong> vegetal.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica113Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 40 - Uso <strong>da</strong> terra no Médio Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba114Baixo ParnaíbaO Baixo Parnaíba é constituí<strong>do</strong>, principalmente, pelorio Longá e pelo rio Parnaíba. Conforme Ari<strong>da</strong>s/PI (1995)a Bacia <strong>do</strong> rio Longá é muito boa para a agricultura emfunção <strong>do</strong>s solos e pluviometria favoráveis. A agriculturaacompanha as margens <strong>do</strong>s rios Jenipapo, Piracuruca e opróprio Longá, em Buriti <strong>do</strong>s Lopes. Ocorrem nesta <strong>região</strong>muitas lagoas rasas e de substrato argiloso que favorece aprática <strong>da</strong> rizicultura nas vazantes, com excelentes resulta<strong>do</strong>sde produtivi<strong>da</strong>de. Em Piripiri desenvolve-se projetosde irrigação federal (DNOCS) a jusante <strong>do</strong> açude Caldeirão,e em proprie<strong>da</strong>des diversas é comum a prática <strong>da</strong> irrigaçãode culturas nobres, principalmente melancia. Nos trechosúmi<strong>do</strong>s é extraí<strong>da</strong> a amên<strong>do</strong>a <strong>do</strong> Babaçu para produção deóleo. Entre Teresina e União pre<strong>do</strong>minam as plantações decana-de-açúcar.A Figura 41 apresenta o uso <strong>do</strong> solo <strong>da</strong> Sub-bacia, representa<strong>do</strong>pela cobertura vegetal e projetos de irrigação.Observa-se nesta figura áreas de agropecuária próximo àconfluência <strong>do</strong> rio Longá com o rio Piracuruca. Tambémse verifica forte urbanização nas proximi<strong>da</strong>des de Teresina,Parnaíba e Tianguá, com ci<strong>da</strong>des com mais de 40 mil habitantese muitas vilas e povoa<strong>do</strong>s.Em Ari<strong>da</strong>s/PI (1995) é cita<strong>do</strong> um relatório executa<strong>do</strong>pela Petrobrás sobre a navegabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> rio Parnaíba, ondese concluiu que a ativi<strong>da</strong>de que mais contribui para o assoreamento<strong>do</strong> rio Parnaíba, prejudican<strong>do</strong> a navegação, éa prática <strong>da</strong> agricultura de vazante. As terras são férteis,constituí<strong>da</strong>s por aluviões, e nelas as culturas respondemcom maior vigor e melhores produtivi<strong>da</strong>des. São, portanto,muito procura<strong>da</strong>s pelos agricultores para instalarem as suasativi<strong>da</strong>des.Conforme o <strong>do</strong>cumento “Projeto-Piloto ZoneamentoEcológico-Econômico <strong>do</strong> Baixo Rio Parnaíba”, desenvolvi<strong>do</strong>pela Secretaria de Políticas Públicas para o DesenvolvimentoSustentável <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente (MMA,2005), os principais recursos explora<strong>do</strong>s na área <strong>do</strong> Delta<strong>do</strong> Parnaíba são:Recursos Marinhos: transporte marítimo de cargas, pessoase turistas na <strong>região</strong> deltáica; pesca extrativa de camarão,nota<strong>da</strong>mente industrial, valen<strong>do</strong>-se de barcos motoriza<strong>do</strong>sequipa<strong>do</strong>s para o arrasto; pesca artesanal, com currais e canoasequipa<strong>da</strong>s com redes e/ou anzóis. A diminuição <strong>do</strong>sestoques pesqueiros na área carece de pesquisa para balizarum programa de gestão específico, destacan<strong>do</strong>-se estu<strong>do</strong>srelativos à localização e movimentação <strong>do</strong>s cardumes, reprodução,alimentação de espécies ameaça<strong>da</strong>s, além de levantamentode <strong>da</strong><strong>do</strong>s limnológicos e oceanográficos.Recursos <strong>do</strong> Mangue: captura de caranguejos que utilizaa mão-de-obra de centenas de pessoas que ali permanecemdurante to<strong>da</strong> a semana, só retornan<strong>do</strong> para suas casas aofinal de semana. A produção diária está em torno de 20 cor<strong>da</strong>s(de 4 caranguejos) e é transporta<strong>da</strong> em barcos ou canoaspara o Porto <strong>do</strong>s Tatus, no Município de Ilha Grande. Ali,é embarca<strong>da</strong> em caminhões para Fortaleza, merca<strong>do</strong> quaseexclusivo para as 18 tonela<strong>da</strong>s produzi<strong>da</strong>s semanalmente.O ganho de um cata<strong>do</strong>r de caranguejo varia de 1,5 a 3,5 saláriosmínimos, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> deman<strong>da</strong>. Durante o transporteaté Fortaleza, estima-se em 40% a mortali<strong>da</strong>de devi<strong>do</strong>às condições inadequa<strong>da</strong>s. A que<strong>da</strong> <strong>da</strong> produção homem/dia e <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s caranguejos captura<strong>do</strong>s justificam-sepelo desmatamento <strong>do</strong> mangue e pela sobrecaptura.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica115Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 41 - Uso <strong>da</strong> terra <strong>da</strong> Sub-bacia Baixo Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba116Carcinicultura: pratica<strong>da</strong> em faixas marginais aos manguezais,consistin<strong>do</strong> de grandes extensões planas, praticamentedesprovi<strong>da</strong>s de vegetação, conheci<strong>da</strong>s regionalmente comoApiacás, Apicuns ou Salga<strong>do</strong>s. Áreas atingi<strong>da</strong>s pelas marés altas,tornaram-se atraentes para a instalação de projetos destina<strong>do</strong>sà carcinicultura. Esta ativi<strong>da</strong>de foi inicia<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de1980 e absorveu to<strong>do</strong> o ciclo reprodutivo e de desenvolvimento<strong>do</strong> camarão, atrain<strong>do</strong> empresários interessa<strong>do</strong>s em investirna ativi<strong>da</strong>de, provocan<strong>do</strong> valorização <strong>da</strong>s áreas de salga<strong>do</strong>.Enquanto próximo a Chaval, o mangue passa diretamentepara o salga<strong>do</strong> de uma forma brusca, no Piauí, em várioslocais, esta passagem é transicional, aparecen<strong>do</strong> manchasde Mangue-bolota (Conocarpus erectus) e Carnaúba (Coperniciaprunifera) atrofia<strong>da</strong>. As cercas instala<strong>da</strong>s na maioria<strong>da</strong>s áreas de salga<strong>do</strong>s sinalizam a destinação para futurosempreendimentos. A espécie mais utiliza<strong>da</strong> atualmentena <strong>região</strong> é Penaeus vannamei, cuja produtivi<strong>da</strong>de chega a2.000kg/ha/ano. A criação exige um eficiente manejo em to<strong>da</strong>sas fases de produção com controle constante <strong>do</strong>s índicesfísico-químicos <strong>da</strong> água e uso de ração balancea<strong>da</strong>, servi<strong>da</strong>várias vezes ao dia. A limitação atual aos empreendimentosresulta <strong>do</strong> insuficiente suprimento de energia, indispensávelao funcionamento <strong>do</strong> sistema de bombeamento.Recursos Turísticos: ativi<strong>da</strong>de com potencial de desenvolvimento,embora ain<strong>da</strong> em fase incipiente. A grande varie<strong>da</strong>dede atrativos naturais dá à <strong>região</strong> potencial para o ecoturismo,desde o Delta <strong>do</strong> Parnaíba até os Lençóis Maranhenses. A históricaci<strong>da</strong>de de Parnaíba constitui o principal portal para oturismo no Delta e nos Lençóis, por deter a mais completarede de serviços <strong>da</strong> <strong>região</strong>, inclusive agências de turismo comvínculos com opera<strong>do</strong>ras nacionais.A Lagoa <strong>do</strong> Portinho, situa<strong>da</strong> entre os Municípios de Parnaíbae Luís Correia, com 8Km de extensão, constitui um cenárioque mistura ambientes aquáticos e eólicos, com dunas ecarnaúbas. Bares e restaurantes procuram aproveitar o fluxoturístico, embora alguns estabelecimentos já tenham si<strong>do</strong> soterra<strong>do</strong>spelas dunas. O uso <strong>do</strong> solo às margens <strong>da</strong> lagoa estámu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente, de pequenas proprie<strong>da</strong>des rurais parachácaras turísticas, ten<strong>do</strong> como conseqüência a abertura degrandes clareiras na vegetação natural, principalmente os carnaubais,para edificação, fican<strong>do</strong> o mangue de Botão (connocarpussp.) como divisor natural entre o ecossistema aquáticoe terrestre. Estas áreas desmata<strong>da</strong>s passam a ser explora<strong>da</strong>s porempreendimentos de carcinicultura.Mais ao interior, as praias <strong>do</strong> rio Longá são atrativos naturais,capazes de atender as necessi<strong>da</strong>des de lazer <strong>da</strong> população locale de regiões próximas. Entretanto, o maior potencial turísticoreside no patrimônio arqueológico, principalmente nos Municípiosde Buriti <strong>do</strong>s Lopes, Caxingó e Bom Princípio.Agricultura Tradicional: feita para subsistência, com nenhumaou pouca tecnologia, poden<strong>do</strong>-se encontrar, pontualmente,algumas áreas diferencia<strong>da</strong>s. As ativi<strong>da</strong>des produtivas sãofortemente influencia<strong>da</strong>s pela proximi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> rio Parnaíba. Aspopulações residentes nas suas proximi<strong>da</strong>des tendem a depender<strong>da</strong> pesca ou <strong>da</strong> rizicultura para seu sustento. O Parnaíba éo único rio que apresenta condições de barramento em váriostrechos e vazões contrastantes a jusante, com repiquetes, sobretu<strong>do</strong>após a construção <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Boa Esperança. Emépoca de cheias, a água inun<strong>da</strong> as margens, enche inúmeraslagoas e provoca, por vezes, desbarrancamentos.As variações periódicas de vazões que controlam os níveisde ocupação influenciam sensivelmente as proprie<strong>da</strong>des,aptidões <strong>do</strong>s solos e aproveitamento agrícola varian<strong>do</strong> nodecurso <strong>do</strong> ano. As cotas médias <strong>do</strong> nível <strong>da</strong>s águas variamentre 10 e 12 metros e inviabilizam a proteção <strong>da</strong>s aluviões.O assoreamento <strong>do</strong> leito torna-se ca<strong>da</strong> vez mais ameaça<strong>do</strong>rpara a navegabili<strong>da</strong>de, segun<strong>do</strong> medi<strong>da</strong>s batimétricas efetua<strong>da</strong>snos anos 2000/2001, pela Semar <strong>do</strong> Piauí, nos trechosà montante <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Luzilândia.O Censo Agropecuário de 1996 revelou que 70% <strong>do</strong>s estabelecimentosagropecuários de Magalhães de Almei<strong>da</strong> possuíamuma área menor que 10 ha, o que comprova a pre<strong>do</strong>minânciade pequenos produtores na <strong>região</strong>. No mesmo ano, o principalproduto agrícola foi a mandioca com 2.783t colhi<strong>da</strong>s.Rizicultura e Pesca: as lagoas interiores localizam-seprincipalmente às margens <strong>do</strong> rio Parnaíba e entre este e orio Longá. A rizicultura desponta como a única cultura tradicionalde ciclo curto de significa<strong>do</strong> na <strong>região</strong>. Basicamente,é feita em lagoas marginais ao rio Parnaíba e em áreastoma<strong>da</strong>s ao mangue. A grande quanti<strong>da</strong>de de lagoas margean<strong>do</strong>o rio Parnaíba entre os Municípios de Buriti <strong>do</strong>s Lopes,Magalhães de Almei<strong>da</strong> e Joaquim Pires cria o ambientepropício para a cultura de arroz irriga<strong>do</strong> por inun<strong>da</strong>ção noperío<strong>do</strong> de seca <strong>do</strong> rio, de julho a dezembro.A Bacia <strong>do</strong> Rio Longá é uma faixa de terra abrangi<strong>da</strong> pelosMunicípios de Buriti <strong>do</strong>s Lopes e Caxingó. O rio Longá é oafluente mais importante <strong>da</strong> margem direita <strong>do</strong> rio Parnaíbano seu baixo curso. Exerce papel importante na reprodução


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográficade diversas espécies de peixes, principalmente por ser o riomais profun<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>região</strong>, de águas calmas e com as margensain<strong>da</strong> relativamente preserva<strong>da</strong>s.Diversas lagoas marginais destacam-se por sua importânciaecológica (berçário de diversas espécies de peixes) e econômicas(rizicultura). Dentre elas, a lagoa Grande de Buriti<strong>do</strong>s Lopes é a de maior significa<strong>do</strong>. Esta lagoa de grandesdimensões é o sustentáculo econômico <strong>do</strong> Município deBuriti <strong>do</strong>s Lopes, pela produção de arroz cultiva<strong>do</strong> na épocade baixa precipitação, quan<strong>do</strong> atinge cotas de vazantes.Parte <strong>da</strong>s margens <strong>da</strong> lagoa pertence ao Esta<strong>do</strong> e parte aparticulares. A floresta que existia nessas margens foi totalmentedizima<strong>da</strong>, restan<strong>do</strong> um solo lateriza<strong>do</strong>. A exploração<strong>da</strong> lagoa é realiza<strong>da</strong> por 600 famílias liga<strong>da</strong>s à associaçãode produtores e por <strong>do</strong>is médios produtores. A produçãomédia alcança quatro tonela<strong>da</strong>s por hectare, chegan<strong>do</strong> aoito no centro <strong>da</strong> lagoa, embora esta área só seja passível deexploração na época de grandes secas.A importância social e econômica <strong>da</strong>s lagoas requer umadiscussão entre os órgãos ambientais e as comuni<strong>da</strong>des locaispara dirimir os conflitos de uso existentes, o uso dedefensivos agrícolas e as construções <strong>da</strong>s barragens.Além <strong>da</strong> rizicultura, a cultura de subsistência, complementa<strong>da</strong>pela pecuária bovina extensiva, são as principais ocupações<strong>da</strong> mão-de-obra na área. O extrativismo vegetal, principalmentede Carnaúba e Buriti, exerce papel complementar. Aativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> apicultura começa a ser desenvolvi<strong>da</strong> pelos pesca<strong>do</strong>rescomo complementação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> familiar. To<strong>da</strong> a produçãopesqueira <strong>da</strong> lagoa é compra<strong>da</strong> no próprio Município poratravessa<strong>do</strong>res que a escoam para Teresina e para o Ceará.Pecuária Extensiva, Agricultura de Subsistência e ExtrativismoVegetal: afastan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> rio Parnaíba, a agricultura desubsistência complementa<strong>da</strong> pela pecuária extensiva, constituia ativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>minante. A cultura <strong>do</strong> caju desempenha papelrelevante em alguns Municípios costeiros, a exemplo de Barroquinha.A a<strong>da</strong>ptação <strong>do</strong> cajueiro à <strong>região</strong> recomen<strong>da</strong> o incentivoao plantio, principalmente nas áreas de dunas como formade auxiliar na fixação <strong>da</strong>s mesmas.Embora distribuí<strong>da</strong> de maneira difusa pela <strong>região</strong>, a pecuáriaextensiva pre<strong>do</strong>mina na faixa de terras situa<strong>da</strong> entreos Tabuleiros Costeiros Orientais e os Tabuleiros Interioranos,dispon<strong>do</strong>-se em arco e ocupan<strong>do</strong> territórios <strong>do</strong>s Municípiosde Bom Princípio (PI) e Chaval (CE) e parte dela estáconti<strong>da</strong> na APA <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Ibiapaba. A pecuária apresentaboas perspectivas de desenvolvimento nesta faixa, exigin<strong>do</strong>melhoria <strong>do</strong>s plantéis e manejo mais tecnifica<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> emvista um aumento <strong>da</strong> produção de leite.Mais ao sul, ain<strong>da</strong> no Piauí, a principal ativi<strong>da</strong>de econômicaé a agricultura de subsistência, normalmente complementa<strong>da</strong>pela pecuária bovina extensiva, com reduzi<strong>do</strong>s plantéis. Issoocorre também nas áreas de planície, pois se excluin<strong>do</strong> a rizicultura,a agricultura de subsistência e uma incipiente pecuáriatornam-se a alternativa. O extrativismo vegetal, principalmente<strong>da</strong> Carnaúba (Copernicia cerifera), atua como fator complementarà pequena ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> população. A produção agrícola,incluin<strong>do</strong> a extrativista, é escoa<strong>da</strong> para Buriti <strong>do</strong>s Lopes, utilizan<strong>do</strong>ro<strong>do</strong>vias de pavimentação primária bem conserva<strong>da</strong>s.Projetos de Irrigação e Perímetro Irriga<strong>do</strong>: <strong>do</strong>is grandesprojetos de irrigação existem na área e há anos não conseguementrar em pleno funcionamento. O Projeto Distrito de Irrigação<strong>do</strong>s Tabuleiros Litorâneos <strong>do</strong> Piauí e o Projeto Distrito deIrrigação Tabuleiros de São Bernar<strong>do</strong>, de responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>Governo Federal, vêm passan<strong>do</strong> por diversos órgãos e, atualmente,encontram-se sob a responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> DNOCS. Osdistritos irriga<strong>do</strong>s são, em curto prazo, a alternativa de indução<strong>do</strong> desenvolvimento na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Baixo Parnaíba, crian<strong>do</strong>empregos diretos e indiretos, geran<strong>do</strong> tecnologia, produzin<strong>do</strong>excedentes que beneficiarão outros setores econômicos.O Distrito de Irrigação <strong>do</strong> Piauí apresenta condições privilegia<strong>da</strong>spara a produção de frutas em qualquer época <strong>do</strong> ano,com clima tropical de janeiro a junho e semi-ári<strong>do</strong> de julho adezembro. Os solos são típicos <strong>do</strong>s Tabuleiros Costeiros, compre<strong>do</strong>minância de Latossolos Amarelos e Neossolos Quartzarênicos,com excelente drenagem, boa profundi<strong>da</strong>de e topografiaplana a levemente ondula<strong>da</strong>. A água é capta<strong>da</strong> no rioParnaíba por um canal de aproximação de 1.340m de extensãoe 40m de largura. O Projeto tem uma área total de 10 milhectares, sen<strong>do</strong> 7.943ha destina<strong>do</strong>s à irrigação. A concepçãooriginal prevê a emancipação <strong>do</strong> projeto com a gestão sen<strong>do</strong>exerci<strong>da</strong> por intermédio <strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s.O Distrito de Irrigação Tabuleiros São Bernar<strong>do</strong> localizaseà margem esquer<strong>da</strong> <strong>do</strong> rio Parnaíba, Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão,nos Municípios de Araioses e Magalhães de Almei<strong>da</strong>. A áreatotal <strong>do</strong> projeto é de 25 mil hectares irrigáveis, estan<strong>do</strong> aprimeira etapa concluí<strong>da</strong> com 5.351ha e que beneficiará diretamente359 famílias de colonos e técnicos proprietários,além de 37 empresários. A iniciativa priva<strong>da</strong> funcionarácomo propulsora <strong>do</strong> processo, fican<strong>do</strong> a seu cargo a gestão117


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba<strong>do</strong> projeto. A exploração agrícola estará centra<strong>da</strong> em culturasde alta densi<strong>da</strong>de de ven<strong>da</strong>, especialmente as frutíferas.A Figura 42 apresenta uma síntese <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> terra nasSub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.118Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 42 - Uso <strong>da</strong> terra na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica4.4 | Evolução SocioculturalContextualização históricaNa história de desenvolvimento <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba, algumas ci<strong>da</strong>des se destacam por sua importância, aci<strong>da</strong>de de Parnaíba, como pólo exporta<strong>do</strong>r, a ci<strong>da</strong>de de Oeiras,antiga capital <strong>do</strong> Piauí e eixo de integração no interior nordestinopara a comercialização e transporte <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> e a atual capital,Teresina, por aproximar o Litoral <strong>do</strong> Interior. A seguir descreve-seo contexto histórico de desenvolvimento <strong>da</strong> <strong>região</strong>.To<strong>da</strong>s as informações aqui coloca<strong>da</strong>s foram extraí<strong>da</strong>s <strong>do</strong><strong>do</strong>cumento Ari<strong>da</strong>s/PI (1995) e <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento ZoneamentoEcológico Econômico <strong>do</strong> Baixo Parnaíba – Primeira aproximação,MMA (2005).Conforme Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), a exploração <strong>da</strong> Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba é tão antiga quanto as ativi<strong>da</strong>desextrativistas que remontam <strong>do</strong> século XVII. Os primeirosnúcleos de povoamento foram implanta<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> momentoem que fazendeiros baianos e pernambucanos ultrapassaramas suas fronteiras em busca de água e pasto paraos rebanhos nos Alto Rio Gurguéia e Alto Rio Piauí. Muitosvaqueiros, acompanhan<strong>do</strong> o rebanho, desbravavam pequenasáreas de terra para plantio de culturas necessárias ao seusustento. Começou, neste momento, a ocupação <strong>da</strong>s terrase a exploração <strong>do</strong>s recursos naturais <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Durante dezenas de anos foi este o cenário <strong>da</strong> exploração<strong>do</strong>s recursos naturais <strong>do</strong> Piauí: grandes criatórios bovinosno sistema extensivo. A permanência deste cenário era fortaleci<strong>da</strong>por inúmeras razões, como a grande extensão territorial<strong>da</strong> Província, a ausência de estra<strong>da</strong>s, dificul<strong>da</strong>des detransportes e a própria ausência de comércio interno, marca<strong>do</strong>pela rarefação populacional e ain<strong>da</strong> pelo fato de que abase monetária estava concentra<strong>da</strong> em poucas mãos.No litoral, a vi<strong>da</strong> não chegava a ser muito diferente <strong>da</strong>quelaencontra<strong>da</strong> no centro sul e su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Piauí. O principalnúcleo urbano se desenvolvia, a partir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> metade <strong>do</strong>século XVIII, sob a liderança de imigrantes. Muni<strong>do</strong>s de informações,os imigrantes interessavam-se igualmente pelo criatórioanimal para a produção de carne de sol, e deram início àutilização <strong>do</strong> rio Parnaíba como meio de transporte.Conforme MMA (2005), embora a pecuária nordestina sedesenvolvesse como ativi<strong>da</strong>de complementar à monoculturacanavieira (FURTADO, 1971), a Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba detinha uma posição central na economia sertaneja,estrutura<strong>da</strong> naquela época em torno <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s dega<strong>do</strong>, suplantan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os seus concorrentes, nota<strong>da</strong>menteo Ceará, no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> colonial de carne seca,em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVIII.Essa importância adquiri<strong>da</strong> na economia regional é explica<strong>da</strong>,em grande parte, pela posição estratégica que o territóriopiauiense ocupava nos “caminhos” naturais de comercialização<strong>do</strong> ga<strong>do</strong>, articulan<strong>do</strong> as regiões mais distantes<strong>do</strong> interior nordestino, onde sobressaía a posição central deOeiras, primeira capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí. A partir destaci<strong>da</strong>de eram feitas ligações em várias direções penetran<strong>do</strong>,a oeste, tanto em território maranhense, pelo Vale <strong>do</strong> Itapecuru,como, em litoral piauiense, pelo Parnaíba. Em senti<strong>do</strong>oposto, partiam três grandes linhas de comunicação que sedirigiam para leste (Ceará), sudeste (Vale <strong>do</strong> Rio São Francisco)e sul antes de se bifurcarem, em ramais secundários,alargan<strong>do</strong> a área alcança<strong>da</strong> pelos caminhos terrestres, entãoexistentes, no interior <strong>do</strong> Piauí.Se a ci<strong>da</strong>de de Oeiras centralizava as articulações lesteoesteque ligavam o Piauí ao interior nordestino, manten<strong>do</strong>sua posição hegemônica no perío<strong>do</strong> de expansão <strong>da</strong> pecuáriabovina e <strong>do</strong> comércio de carne seca, a Vila de Parnaíbaconsoli<strong>da</strong>va, também, seu crescimento a partir dessa ativi<strong>da</strong>de,desempenhan<strong>do</strong> papel de produtor de charque e deentreposto de exportação, onde foi cria<strong>da</strong>, em 1817, umaalfândega, visan<strong>do</strong> a agilização <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de exportaçãopara outros portos <strong>do</strong> país e exterior.O crescimento e a afirmação inicial de Parnaíba devemse,preponderantemente, à sua condição/função de porta deentra<strong>da</strong> e, principalmente, de saí<strong>da</strong>, <strong>do</strong> grande eixo de penetração<strong>do</strong> interior constituí<strong>do</strong> pelo rio Parnaíba.Em termos geopolíticos, a escolha de uma nova capital,em 1852, numa <strong>região</strong> central <strong>da</strong>quela remota província <strong>do</strong>Império, significou, também, a tentativa de consoli<strong>da</strong>r umauni<strong>da</strong>de político-administrativa cuja integração territorialestava, ain<strong>da</strong>, em grande parte, a ser construí<strong>da</strong>. To<strong>da</strong> aburocracia pública – incluin<strong>do</strong> segmentos militares e religiosos– e a mão-de-obra escrava foram desloca<strong>da</strong>s para a119


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba120construção <strong>da</strong> nova capital (Teresina), confirman<strong>do</strong>, peloesvaziamento político, o declínio <strong>da</strong> pecuária sertaneja.Já em Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), como decorrência de crises nomerca<strong>do</strong> <strong>da</strong> carne, passou-se a explorar mais intensamenteoutras alternativas de riquezas naturais, como a cera de carnaúba,sementes de babaçu, nozes de tucum, borracha demaniçoba, entre outros, que se negociava com o exterior.Ao contrário <strong>da</strong> pecuária, a história <strong>da</strong> agricultura piauienseé bem recente, ela ain<strong>da</strong> está se estruturan<strong>do</strong>. As áreas deagricultura se desenvolveram mais intensamente nas regiõessob <strong>do</strong>mínio climático <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong>, como na micro<strong>região</strong><strong>do</strong>s Baixões Agrícolas Piauienses (Picos e outros) e AltosPiauí e Canindé, nos quais as isoietas médias variam de 500a 750mm/ano. Em 1960, as áreas de lavoura no Piauí estavamestima<strong>da</strong>s em 442 mil hectares, <strong>do</strong>s quais 215 milhectares situavam-se nas duas menciona<strong>da</strong>s microrregiões,o que correspondia a 48,6% <strong>da</strong>s áreas de lavoura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Em 1980, houvera uma ampliação <strong>da</strong> mesma área total para755,6 mil hectares <strong>do</strong>s quais 294 mil hectares concentravam-senaquelas microrregiões, corresponden<strong>do</strong> a 38,9%(ARIDAS/PI, 1995).A agricultura irriga<strong>da</strong> foi introduzi<strong>da</strong> no Piauí, conformeAri<strong>da</strong>s/PI (1995), a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1970 com aintrodução de projetos de irrigação promovi<strong>do</strong>s pelo DepartamentoNacional de Obras Contra as Secas (DNOCS),quan<strong>do</strong> surgiram os primeiros perímetros de irrigação: Caldeirão(Piripiri), Lagoas (Luzilândia), Morro <strong>do</strong>s Cavalos(Simplício Mendes) e as áreas de irrigação no vale <strong>do</strong> Gurguéia(Cristino Castro), inician<strong>do</strong>-se assim um processo demodernização <strong>da</strong> agricultura. No entanto, a irrigação não sedesenvolveu nesta <strong>região</strong> e a agricultura primitiva, basicamentede subsistência, ocupa a quase totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s terrasenvolvi<strong>da</strong>s na produção agrícola.Segun<strong>do</strong> MMA (2005), a economia regional era basea<strong>da</strong> emativi<strong>da</strong>des agroextrativistas, que se adensavam ao longo <strong>do</strong>svales fluviais, aí se destacan<strong>do</strong> a lavoura comercial de arrozvolta<strong>da</strong>, preferentemente, para o merca<strong>do</strong> nordestino. Já nosertão, o segmento ga<strong>do</strong>-algodão-lavouras alimentares caracterizavao uso <strong>da</strong> terra, forman<strong>do</strong>, de acor<strong>do</strong> com Silva (1977),a típica combinação agrária sertaneja que traçou, no binômiolatifúndio-minifúndio, seu padrão fundiário característico.A hegemonia <strong>da</strong> navegação fluvial nas ligações entre ointerior e o litoral piauiense vai sen<strong>do</strong> supera<strong>da</strong> causan<strong>do</strong> oredirecionamento <strong>do</strong>s fluxos e <strong>da</strong>s comunicações, ca<strong>da</strong> vezmais, a favor <strong>da</strong> capital e <strong>da</strong> afirmação de sua centrali<strong>da</strong>desobre o espaço e as relações econômicas estabeleci<strong>da</strong>s noesta<strong>do</strong> e na <strong>região</strong>. A opção a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pelo Governo Federalpelo transporte ro<strong>do</strong>viário inviabilizou, assim, o corre<strong>do</strong>rfluvial <strong>do</strong> Parnaíba cujo assoreamento progressivo provocava,inclusive, o encarecimento <strong>do</strong> frete ao tornar váriostrechos <strong>do</strong> rio de difícil navegabili<strong>da</strong>de.Conforme MMA (2005), o Nordeste Ocidental tinha, até1969, seu sistema elétrico dependente de velhas usinas termelétricas,fican<strong>do</strong> as mesmas, muitas vezes, sem operarpor falta de combustível devi<strong>do</strong> à enorme dependência quetinham <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> irregular de navios aos portos <strong>da</strong> <strong>região</strong>.O potencial instala<strong>do</strong> de 43MW até o final <strong>do</strong>s anos sessentarevela a precarie<strong>da</strong>de no fornecimento de energia ao Maranhãoe Piauí. A entra<strong>da</strong> em operação <strong>da</strong> Usina PresidenteCastelo Branco, geran<strong>do</strong> energia a partir <strong>da</strong> Barragem deBoa Esperança, no rio Parnaíba, representou, para a economiaregional, a superação de um enorme obstáculo à suainserção no merca<strong>do</strong> nacional.Suas linhas de transmissão foram inicialmente estendi<strong>da</strong>sa São Luís e Teresina, ci<strong>da</strong>des que mais se ressentiam <strong>da</strong>falta de eletrici<strong>da</strong>de, e, posteriormente, elas se estenderampara alcançar Parnaíba e Fortaleza através <strong>da</strong>s subestaçõesde Piripiri e Sobral.A ativi<strong>da</strong>de extrativista <strong>da</strong> carnaúba e babaçu, <strong>do</strong>minanteem grandes extensões <strong>do</strong> Piauí e Maranhão, foi o fator responsávelpelo desenvolvimento de alguma ativi<strong>da</strong>de industrialem ci<strong>da</strong>des como Caxias (MA) e Parnaíba, além de São Luís eTeresina. Cabe observar que a produção regional de babaçu,proveniente <strong>do</strong>s vales <strong>do</strong> Mearim e Pin<strong>da</strong>ré, no Maranhão, e<strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Parnaíba, que se destinava ao porto de Fortaleza,onde se concentravam as fábricas de óleo e as firmas exporta<strong>do</strong>ras,era transporta<strong>da</strong>, através <strong>da</strong> BR-316, até Teresina, <strong>da</strong>íseguin<strong>do</strong> pelas BR-343 e BR-222 até aquele porto.A produção <strong>do</strong> arroz tomava o mesmo rumo, isto é, a BR-316, até a capital piauiense, e as BR-343 e BR-222 até o merca<strong>do</strong>cearense, no qual se destacam as ci<strong>da</strong>des de Sobral eFortaleza ou, continuan<strong>do</strong> pela BR-316, até o nó ro<strong>do</strong>viário


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográficade Picos, para onde convergem outros fluxos provenientes dePresidente Dutra e Pastos Bons (MA), seguin<strong>do</strong> de Picos parao norte ou para o sul em direção à Região Sudeste.A preponderância de um extrativismo decadente e deuma agricultura de subsistência, alia<strong>da</strong> ao baixo poderaquisitivo de grande parte <strong>da</strong> população, não permitiu, naárea <strong>do</strong> Delta e <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Parnaíba, a consoli<strong>da</strong>ção de umademan<strong>da</strong> expressiva de ativi<strong>da</strong>des comerciais e de serviços,nem tampouco de centros urbanos com equipamentos efunções significativas.Nesse contexto, um número significativo de pequenoscentros regionais e sub-regionais ficou sob a influência <strong>do</strong>s<strong>do</strong>is principais focos de polarização – os centros sub-metropolitanosde Teresina e São Luís – integra<strong>do</strong>s à rede urbana<strong>da</strong> metrópole de Fortaleza. O papel desempenha<strong>do</strong>por essas ci<strong>da</strong>des no processo de ocupação e estruturaçãoeconômica <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Maranhão e Piauí, assim comoas funções administrativas inerentes à condição de capitale de núcleos <strong>da</strong>s mais importantes ativi<strong>da</strong>des econômicasregionais, respondem pela força de coman<strong>do</strong> sobre o uso deseus territórios estaduais.Crescimento demográfico e situação socialPara analisar o crescimento e a situação social <strong>da</strong> populaçãoresidente nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong>Parnaíba foram utiliza<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s em PNRH(2005) e em Codevasf (2005d).Com base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s em PNRH (2005), obteve-sea relação entre a população Urbana e Rural, com relaçãoao total para ca<strong>da</strong> Sub-bacia. No Quadro 37 é possívelobservar os valores obti<strong>do</strong>s e na Figura 43 são apresenta<strong>do</strong>sos mesmos valores em forma gráfica.O maior contingente populacional encontra-se na SubbaciaParnaíba 06, bem como o maior percentual de urbanização.Nesta Sub-bacia encontra-se o Município de Teresina,que representa 46,8% de sua população total e 19,3%<strong>da</strong> população total <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba. Valeressaltar, também, que é na Sub-bacia 06 que se encontramos Municípios mais populosos <strong>da</strong> <strong>região</strong>, além de Teresina.Destacam-se os Municípios de Timon, no Maranhão, e Parnaíba,no Piauí.121Quadro 37 - Distribuição <strong>da</strong> população <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub-baciasPopulação (hab.)*Área (Km 2 )Sub 1 Sub 2 Total Urbana RuralTU(%)D (hab./Km 2 )Parnaíba 01 25.590 118.966 85.520 33.446 71,9 4,6Alto ParnaíbaParnaíba 02 59.032 110.929 60.495 50.433 54,5 1,9Parnaíba 03 52.297 183.631 92.718 90.913 50,5 3,5Parnaíba 04 14.726 102.862 68.502 34.360 66,6 7,0Médio ParnaíbaParnaíba 05 75.193 627.517 274.583 352.934 43,8 8,3Parnaíba 06 62.143 1.508.039 1.134.679 373.360 75,2 24,3Baixo Parnaíba Parnaíba 07 42.821 1.053.171 569.877 483.294 54,1 24,6TU: Taxa de Urbanização D: Densi<strong>da</strong>de Populacional*: Bases <strong>do</strong> Censo IBGE (2000)


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba1600000Habitantes1400000120000010000008000006000004000002000000PopulaçãoTotal (2000)PopulaçãoUrbana (2000)PopulaçãoRural (2000)PARNAÍBA 01 PARNAÍBA 02 PARNAÍBA 03 PARNAÍBA 04 PARNAÍBA 05 PARNAÍBA 06 PARNAÍBA 07Sub-baciaFonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 43 - Distribuição <strong>da</strong> população na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba122A Sub-bacia Parnaíba 01 (Balsas), apesar de ter a menorquanti<strong>da</strong>de de habitantes, apresenta a segun<strong>da</strong> maior taxade urbanização. Isto se deve ao crescimento <strong>do</strong> Municípiode Balsas que apresentou entre 1991 e 2000 uma taxa decrescimento de 4,9hab./ano, uma <strong>da</strong>s maiores <strong>da</strong> <strong>região</strong>, emfunção, principalmente, <strong>do</strong> crescimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de agrícolamecaniza<strong>da</strong> relaciona<strong>da</strong> com a produção de soja. Nestaci<strong>da</strong>de, conforme Codevasf (2005), já vem apresentan<strong>do</strong>formação de uma <strong>região</strong> metropolitana com a populaçãomigrante de outras regiões próximas que buscam alternativasde emprego na agricultura e não obtém sucesso.A Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) apresenta o menoríndice de urbanização e a maioria <strong>da</strong> população vive na zonarural. Esta Sub-bacia é representa<strong>da</strong> pelos rios Piauí e Canindé,localiza<strong>da</strong>, quase que inteiramente, na porção semi-ári<strong>da</strong>,com características de escassez de água, apresentan<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>smenores disponibili<strong>da</strong>des de água superficial (7,9m 3 /s) e subterrânea(9,76m 3 /s). Na Figura 44, é apresenta<strong>da</strong> a distribuição<strong>da</strong> população na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.O Quadro 38 apresenta os <strong>da</strong><strong>do</strong>s populacionais <strong>do</strong>s principaisMunicípios de ca<strong>da</strong> Sub-bacia. Observa-se que os Municípiosmais populosos encontram-se nas Sub-bacias Parnaíba06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba). Ostrês Municípios mais populosos <strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba 04(Itaueiras) respondem por 74,4% <strong>da</strong> população <strong>da</strong> Sub-baciaenquanto que nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba 05 (Piauí/Canindé)e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba), respondem por 20,7% e22, 4% respectivamente, de sua população total.Para analisar outros índices indicativos de crescimento <strong>da</strong>população e situação social em ca<strong>da</strong> Sub-bacia foram utiliza<strong>do</strong>sos <strong>da</strong><strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s em Codevasf (2005d).Uma análise <strong>da</strong> distribuição de ren<strong>da</strong> na Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba pode ser feita por meio <strong>do</strong> índice de Gini e de L deTheil. O índice de Gini, cria<strong>do</strong> pelo matemático Conra<strong>do</strong> Gini,mede o grau de concentração de ren<strong>da</strong>, por comparação entreos 20% mais ricos e os 20% mais pobres e o seu valor varia de0 a 1, quanto mais próximo de 1 maior é a desigual<strong>da</strong>de nadistribuição de ren<strong>da</strong>. O índice L de Theil mede a desigual<strong>da</strong>de<strong>da</strong> distribuição de indivíduos segun<strong>do</strong> a distribuição deren<strong>da</strong> per capita e pode variar de zero a infinito. Quanto maispróximo de zero melhor é a distribuição de ren<strong>da</strong>. Segun<strong>do</strong> oAtlas <strong>do</strong> Desenvolvimento Humano de 2003 (PNUD), o Esta<strong>do</strong>mais desigual <strong>do</strong> Brasil passou a ser Alagoas, cujo índice deGini aumentou de 0,63 para 0,69; o Esta<strong>do</strong> menos desigualcontinua sen<strong>do</strong> Santa Catarina, apesar de uma pequena elevaçãono índice de Gini de 0,55 para 0,56.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaNas Sub-bacias estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, o índice de Gini variou de0,49 (1991) a 0,67 (2000) e o índice de L de Theil varioude 0,43 (1991) a 0,68 (2000). A Sub-bacia Parnaíba 01,representa<strong>da</strong> pelo rio Balsas, apresentou a maior desigual<strong>da</strong>dena distribuição, justamente a que teve o maior taxade crescimento populacional (Figura 45) e o maior crescimento<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> per capita (Figura 46). Isso é reflexo <strong>do</strong>crescimento desordena<strong>do</strong> de produção de soja no Cerra<strong>do</strong>Maranhense. Só no Município de Balsas, o índice de Ginipassou de 0,56 em 1991, para 0,72 em 2000.123Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 44 - Distribuição <strong>da</strong> população na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba1,61,41,210,80,60,40,20Parnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Taxa de crescimento anual Índice de Gini, 1991 Índice de Gini, 2000Índice L de Theil, 1991 Índice L de Theil, 2000Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 45 - Representação gráfica <strong>da</strong> variação <strong>do</strong>s índices representativos <strong>da</strong> desigual<strong>da</strong>de <strong>da</strong> distribuição de ren<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> Sub-bacia124 Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 46 - Variação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> per capita em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaDe maneira geral, a distribuição de ren<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s asSub-bacias piorou entre 1991 e 2000, tendência verifica<strong>da</strong>na maioria <strong>do</strong>s Municípios brasileiros, conforme Atlas <strong>do</strong>Desenvolvimento Humano de 2003 (PNUD), apesar <strong>do</strong> aumento<strong>da</strong> ren<strong>da</strong> per capita.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 38 - Principais Municípios localiza<strong>do</strong>s nas Sub-bacias de nível 2 (Sub 2) <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaPopulação IBGE (2000)Sub 2 População Município UF 1r Total Rural Urbana2PM/PB(%)Parnaíba 01 118.966 Balsas MA 0,998 60.139 9.995 50.144 50,6Parnaíba 01 São Raimun<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Mangabeiras MA 0,886 14.284 4.564 9.720 12,0Parnaíba 01 Riachão MA 0,287 12.921 3.245 9.676 10,9Total 87.344 17.804 69.540 73,4Parnaíba 02 110.929 Uruçuí PI 0,949 16.708 5.596 11.112 15,1Parnaíba 02 Pastos Bons MA 0,358 11.413 2.253 9.160 10,3Parnaíba 02 Alto Parnaíba MA 0,991 10.137 4.099 6.038 9,1Total 38.259 11.949 26.310 34,5Parnaíba 03 183.631 Corrente PI 0,999 23.220 10.668 12.552 12,6Parnaíba 03 Bom Jesus PI 0,740 11.768 3.668 8.100 6,4Parnaíba 03 Monte Alegre <strong>do</strong> Piauí PI 0,961 9.933 7.261 2.672 5,4Total 44.921 21.597 23.324 24,5Parnaíba 04 102.862 Floriano PI 0,919 53.949 7.265 46.684 52,4Parnaíba 04 Barão de Grajaú MA 0,685 12.999 5.112 7.887 12,6125Parnaíba 04 Itaueira PI 0,860 9.614 4.489 5.125 9,3Total 76.562 16.866 59.696 74,4Parnaíba 05 627.517 Picos PI 1,000 68.974 16.427 52.547 11,0Parnaíba 05 Oeiras PI 1,000 33.906 14.277 19.629 5,4Parnaíba 05 São Raimun<strong>do</strong> Nonato PI 1,000 26.890 9.688 17.202 4,3Total 129.770 40.392 89.378 20,7Parnaíba 06 1.508.039 Teresina PI 0,729 705.106 27.636 677.470 46,8Parnaíba 06 Timon MA 0,529 121.858 8.792 113.066 8,1Parnaíba 06 Crateús CE 1,000 70.898 23.349 47.549 4,7Total 897.863 59.778 838.085 59,5Parnaíba 07 1.053.171 Parnaíba PI 0,979 132.131 7.143 124.988 12,5Parnaíba 07 Piripiri PI 1,000 60.154 16.617 43.537 5,7Parnaíba 07 Campo Maior PI 1,000 43.126 11.198 31.928 4,1Total 235.411 34.958 2.00.453 22,41r: razão entre a área <strong>do</strong> Município pertencente à Sub-bacia e a área total <strong>do</strong> Município2PM/PB (%): Relação percentual <strong>da</strong> população <strong>do</strong> Município com a população <strong>da</strong> Sub-bacia


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba126O IDH, cria<strong>do</strong> pela ONU no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990,tem si<strong>do</strong> calcula<strong>do</strong> anualmente para diversos países. Foiidealiza<strong>do</strong> para servir como a base empírica <strong>do</strong>s Relatóriosde desenvolvimento humano, responsáveis por monitorar oprocesso de desenvolvimento mundial ao longo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>de 1990 de maneira que o progresso humano passasse a sermedi<strong>do</strong> não mais simplesmente pelo critério econômico <strong>da</strong>ren<strong>da</strong> per capita, mas pela ponderação de fatores que defato ampliam as oportuni<strong>da</strong>des de escolha <strong>da</strong>s pessoas noseu cotidiano. O IDH consiste na análise de três dimensõesbásicas:• Longevi<strong>da</strong>de;• Educação;• Ren<strong>da</strong>.As possibili<strong>da</strong>des de uma vi<strong>da</strong> longa e saudável (longevi<strong>da</strong>de)e de acesso ao conhecimento (educação) estão embuti<strong>da</strong>sno índice com peso igual ao <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>. O pressuposto é o de quea riqueza em si não necessariamente expande as escolhas <strong>da</strong>spessoas. O que é decisivo é o uso que se faz <strong>da</strong> riqueza.Esses índices variam de 0 a 1, sen<strong>do</strong> 1 a posição correspondenteaos melhores valores. No caso <strong>do</strong> IDH, o 0representa nenhum desenvolvimento humano; países comIDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considera<strong>do</strong>baixo; os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considera<strong>do</strong>sde médio desenvolvimento humano; e aquelescom IDH igual ou superior a 0,800 têm o desenvolvimentohumano considera<strong>do</strong> alto.Para avaliar o desenvolvimento humano na Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba, determinou-se, com base no IDH <strong>do</strong>sMunicípios em 1991 e 2000, o valor médio para ca<strong>da</strong> Subbacia,com o objetivo de avaliar a melhoria na quali<strong>da</strong>de devi<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> Sub-bacia. A Figura 47 mostra a evolução <strong>do</strong>síndices associa<strong>do</strong>s à educação, longevi<strong>da</strong>de e ren<strong>da</strong>.De maneira geral, em to<strong>da</strong>s as Sub-bacias houve umacréscimo <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> no perío<strong>do</strong> 1991 a 2000.Verifica-se no entanto que o melhor desempenho foi naeducação, isto com certeza reflete os investimentos que vemsen<strong>do</strong> feito nesta área no Brasil, desde a déca<strong>da</strong> de 1990,principalmente nas regiões mais carentes <strong>do</strong> país.As Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas), Parnaíba 02 (AltoParnaíba) e Parnaíba 03 (Gurguéia) apresentaram o melhordesempenho em relação às outras Sub-bacias no quesitoeducação, refletin<strong>do</strong> o desenvolvimento promovi<strong>do</strong> pelaagricultura mecaniza<strong>da</strong>, principalmente, a soja, que exigemão de obra mais especializa<strong>da</strong>. Verifica-se, também, queSub-bacias com índices considera<strong>do</strong>s baixos, como a Parnaíba05 (Piauí/Canindé) e Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), tiveramum aumento considera<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> a terdesenvolvimento médio.Quanto à longevi<strong>da</strong>de, permanece na situação de médiodesenvolvimento. Quanto à ren<strong>da</strong>, to<strong>da</strong>s as Subbaciassão considera<strong>da</strong>s com baixo desenvolvimento ecom pouca mu<strong>da</strong>nça no perío<strong>do</strong>, destacan<strong>do</strong>-se apenasa Sub-bacia Parnaíba 04 (Itaueiras), com crescimento noperío<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> de 0,5.Com relação ao IDH Municipal, verifica-se, como mostra aFigura 48, que to<strong>da</strong>s as Sub-bacias passaram <strong>da</strong> categoria baixodesenvolvimento para desenvolvimento humano médio.Um outro parâmetro que pode refletir a falta de investimentopriva<strong>do</strong> na <strong>região</strong> é o percentual <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoasorigina<strong>da</strong>s de transferências governamentais através deprogramas específicos. Observa-se na Figura 49 aumentodeste percentual, entre 1991 e 2000, enquanto que o percentualoriun<strong>do</strong> <strong>do</strong> rendimento <strong>do</strong> trabalho diminuiu.A maior dependência <strong>da</strong>s transferências governamentaispode indicar a falta de investimentos em infra-estrutura básica,como saúde, educação e segurança, que permitam quea economia regional se desenvolva, tanto na esfera socialquanto cultural, através de investimentos priva<strong>do</strong>s. A infraestruturahídrica, neste caso, principalmente para o setorsemi-ári<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>região</strong> é de fun<strong>da</strong>mental importância paraimpulsionar a economia local, propician<strong>do</strong> condições parao desenvolvimento <strong>da</strong> agricultura e <strong>da</strong> agroindústria.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica 127 Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 47 - Índice de Desenvolvimento Humano para a educação, longevi<strong>da</strong>de e ren<strong>da</strong>, para a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba0,70,60,50,40,30,20,10Parnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, 1991Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, 2000Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)128Figura 48 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal para a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba100806040200Parnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Percentual <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> proveniente de rendimentos <strong>do</strong> trabalho, 1991Percentual <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> proveniente de rendimentos <strong>do</strong> trabalho, 2000Percentual <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> proveniente de transferências governamentais, 1991Percentual <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> proveniente de transferências governamentais, 2000Percentual de pessoas com mais de 50% <strong>da</strong> sua ren<strong>da</strong> proveniente de transferências governamentais, 1991Percentual de pessoas com mais de 50% <strong>da</strong> sua ren<strong>da</strong> proveniente de transferências governamentais, 2000Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 49 - Percentuais de ren<strong>da</strong> oriun<strong>do</strong>s de transferências governamentais e <strong>do</strong> rendimento <strong>do</strong> trabalho na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaSetores <strong>da</strong> economiaAs ativi<strong>da</strong>des produtivas em destaque na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíbasão a pecuária, agricultura, aqüicultura, extrativismovegetal e mineral, produção de leite e mel e as indústriasextrativistas e de transformação. A seguir descreve-se a situaçãodestas ativi<strong>da</strong>des nas Sub-bacias <strong>da</strong> <strong>região</strong>.PecuáriaAtivi<strong>da</strong>de tradicional na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.Com base em <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Planap/Codevasf relativos àpecuária (IBGE, 2002) determinou-se os valores médiosde efetivo de rebanho para ca<strong>da</strong> Sub-bacia. O Quadro39 apresenta os valores obti<strong>do</strong>s; a Figura 50 apresenta avisualização gráfica desses valores.Observa-se que o maior quantitativo de rebanho éde galinhas/frangos, principalmente nas Sub-baciasParnaíba 05 (Piauí/Canindé), Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba)e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba). Outro rebanhoé o de ovinos e caprinos, destacan<strong>do</strong>-se na Sub-baciaParnaíba 06 (Poti/Parnaíba), destacan<strong>do</strong> o Municípiode Teresina, como o maior produtor. Nas Sub-baciasParnaíba 01 (Balsas), Parnaíba 02 (Alto Parnaíba),Parnaíba 03 (Gurguéia) e Parnaíba 04 (Itaueiras) existempouca ativi<strong>da</strong>de pecuária, com alguma produçãode bovinos, galinhas e frangos.Na Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) destacamsea criação de ovinos/caprinos, asininos e muares, commaior criação no Município de Dom Inocêncio (PI) e acriação de bovinos, no Município de Oeiras, enquanto naSub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) destacam-se aprodução de suínos, no Município de Barras (PI), bubalinos,em Araioses (MA), eqüinos, em Campo Maior (PI),e a produção de ovos, em Parnaíba (PI).Quadro 39 - Efetivo de rebanho (cabeças) nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub-bacias129RebanhoAlto ParnaíbaMédio ParnaíbaBaixoParnaíbaParnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Bovinos 200.994 176.479 351.184 76.878 543.830 534.886 496.252Suinos 23.003 24.648 57.804 41.696 414.201 379.165 696.463Bubalinos 59 24 41 0 27 78 790Eqüinos 5.517 6.217 23.412 7.784 48.635 29.803 50.803Asininos 7.217 8.120 18.548 9.363 96.208 50.689 46.884Muares 3.917 4.399 4.197 1.228 16.156 11.627 10.133Galinhas /Frangos 254.359 375.324 536.029 414.111 1.924.469 4.242.415 3.797.178Ovinos/Caprinos 23.669 32.625 131.051 76.688 1.358.485 985.686 728.862Ovos (mil dúzias) 351 545 1.144 1.273 3.005 7.087 8.347


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 50 - Demonstração gráfica <strong>do</strong> efetivo de rebanho nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba130AgriculturaCom <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Planap/Codevasf (IBGE, CENSO AGRO-PECUÁRIO, 1995) determinou-se os valores médios paraca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>do</strong> Parnaíba <strong>da</strong>s áreas, em hectare, com lavouraspermanentes e temporárias, pastagens naturais e artificiais,matas naturais e planta<strong>da</strong>s e lavouras em descansoe produtivas não utiliza<strong>da</strong>s. O Quadro 40 apresenta os valoresmédios, enquanto a Figura 51 os mostra graficamente.Quadro 40 - Áreas planta<strong>da</strong>s, em hectares, nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2Lavouraspermanentes etemporáriasPastagens naturais eartificiaisMatas naturais eplanta<strong>da</strong>sLavouras em descansoe produtivas nãoutiliza<strong>da</strong>sParnaíba 01 8.418,28 53.062,99 33.427,18 52.790,71Alto ParnaíbaParnaíba 02 7.774,60 36.189,77 43.429,28 45.242,23Parnaíba 03 2.907,89 25.185,74 41.072,45 26.217,78Parnaíba 04 5.637,03 16.018,97 40.328,79 20.149,39Médio ParnaíbaParnaíba 05 6.127,00 15.140,98 20.312,88 10.208,21Parnaíba 06 4.472,26 15.939,38 17.666,69 14.928,75Baixo Parnaíba Parnaíba 07 4.721,66 15.531,24 20.834,38 19.165,17


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 51 - Áreas planta<strong>da</strong>s, em hectares, nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaObserva-se que as maiores áreas com lavouras permanentese temporárias encontram-se nas Sub-bacias Parnaíba01 (Balsas) e Parnaíba 02 (Alto Parnaíba). Isso sedeve, principalmente, ao cultivo <strong>da</strong> soja que pre<strong>do</strong>minanesta <strong>região</strong> de Cerra<strong>do</strong>.Com informações <strong>do</strong> Planap/Codevasf (LevantamentoSistemático <strong>da</strong> Produção Agrícola – IBGE/Ci<strong>da</strong>des – RelatórioGeral – 2003), obteve-se <strong>da</strong><strong>do</strong>s referentes às diversaslavouras. Entre as lavouras permanentes destacam-se as lavourasde Banana, nas Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas) eParnaíba 04 (Itaueiras), nos Municípios de Balsas e Itaueiras,e as lavouras de Caju, nas Sub-bacias Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 05 (Piauí/Canindé), conforme se podeobservar nas Figuras 52 e 53.131


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba132Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 52 - Lavouras permanentes de banana na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica133Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 53 - Lavouras permanentes de caju na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaEntre as lavouras temporárias destacam-se as lavourasde arroz, cultiva<strong>do</strong> nas lagoas e de sequeiro, canade-açúcar,cultiva<strong>da</strong> próximo ao Município de Teresinae soja, cultiva<strong>da</strong> na <strong>região</strong> de Cerra<strong>do</strong>. No Quadro 41apresentam-se as principais culturas temporárias e osMunicípios com maior área planta<strong>da</strong>. Nas Figuras 54, 55e 56 é possível ver a distribuição espacial destas lavorasna Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.134Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 54 - Lavouras temporárias de arroz na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica135Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 55 - Lavouras temporárias de cana-de-açúcar na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba136Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 56 - Lavouras temporária de soja na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 41 - Principais lavouras temporárias existentes na Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2/Lavoura Município Produção (t) Área Planta<strong>da</strong> (ha)Algodão HerbáceoAlto Parnaíba Parnaíba 01 Balsas 562Alto Parnaíba Parnaíba 02 Tasso Fragoso 7.342Médio Parnaíba Parnaíba 05 Betânia <strong>do</strong> Piauí 1.828Médio Parnaíba Parnaíba 06 Crateús 500ArrozAlto Parnaíba Parnaíba 01 Balsas 20.136 8493Alto Parnaíba Parnaíba 02 Uruçuí 22.337 19.309Alto Parnaíba Parnaíba 03 Bom Jesus 14.688 10.129Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Buriti <strong>do</strong>s Lopes 5.152 1.360Cana-de-açúcarBaixo Parnaíba Parnaíba 07 União 160.560 2.496Ibiapina 190.000 3.800FavaAlto Parnaíba Parnaíba 03 Bom Jesus 20 18Alto Parnaíba Parnaíba 02 Santa Filomena 42 29Médio Parnaíba Parnaíba 06 Palmeiras 29 32FeijãoMédio Parnaíba Parnaíba 06 Crateús 3.843 16.217Alto Parnaíba Parnaíba 03 Bom Jesus 1.342 2.013MandiocaBaixo Parnaíba Parnaíba 07 Cocal 21.200 2.650Médio Parnaíba Parnaíba 05 São Raimun<strong>do</strong> Nonato 10.500 700MelanciaAlto Parnaíba Parnaíba 04 Canto <strong>do</strong> Buriti 640 20Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Parnaíba 4.480 140MilhoAlto Parnaíba Parnaíba 02 Tasso Fragoso 25.669 4.879Médio Parnaíba Parnaíba 06 Crateus 18.332 20.347Alto Parnaíba Parnaíba 01 Balsas 14.364 3.323SojaAlto Parnaíba Parnaíba 01 Balsas 162.714 70.563Alto Parnaíba Parnaíba 02 Tasso Fragoso 130.307 55.201Alto Parnaíba Parnaíba 03 Bom Jesus 16.848 6.777Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Brejo 270 180TomateMédio Parnaíba Parnaíba 05 Picos 900 30Médio Parnaíba Parnaíba 06 Croata 4.500 90Baixo Parnaíba Parnaíba 07 Ibiapina 4.200 70137Fonte: Da<strong>do</strong>s de Produção Agrícola Municipal <strong>do</strong> IBGE (2001)


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaProdução de mel e leiteCom base nos <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Planap/Codevasf determinou-se osvalores médios <strong>da</strong> produção de mel e leite para as Sub-bacias<strong>do</strong> Parnaíba. Observa-se nas Figuras 57 e 58 que a Sub-baciacom a maior produção de mel é a Parnaíba 05 (Piauí/Canindé)e a Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) é a Sub-bacia com a maior produçãode leite. As duas bacias estão inseri<strong>da</strong>s na <strong>região</strong> semiári<strong>da</strong>.Destacam-se as ci<strong>da</strong>des de Picos, com uma produçãode 324.691Kg de mel, Itainópolis, com 166.986Kg e CampoGrande <strong>do</strong> Piauí, com uma produção de 181.205Kg de mel,to<strong>da</strong>s na Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé), enquantoque os Municípios de Crateús e Independência, na Sub-baciaParnaíba 06, produzem 6.122x10 3 L de leite e 5.533x10 3 L deleite, respectivamente.138Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 57 - Produção de leite nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba800000700000600000500000400000300000200000Fonte:100000Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 58 - Produção de leite nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba0Parnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Carvão (t) - 2002 Lenha (m 3 ) - 2002 Tora (m 3 ) - 2002


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaExtrativismo vegetalOutra ativi<strong>da</strong>de de relevância na <strong>região</strong> é o extrativismo vegetal,principalmente para a fabricação de óleos. Dentro destaativi<strong>da</strong>de destaca-se a extração <strong>da</strong> cera <strong>da</strong> carnaúba, que ocorreem Municípios <strong>da</strong> <strong>região</strong> <strong>do</strong> litoral, como Parnaíba, na Subbacia<strong>do</strong> Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba). Já o extrativismo desubstâncias aromáticas, medicinais, tóxicas e corantes é maisforte nas Sub-bacias Parnaíba 02 (Alto Parnaíba), Parnaíba 03(Gurguéia) e Parnaíba 04 (Itaueiras), como pode ser observa<strong>do</strong>na Figura 59 e no Quadro 42.Quadro 42 - Extrativismo vegetal nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2 CP BA FC A CC FB UParnaíba 01 (Balsas) 0 29 0 165 0 0 0Alto ParnaíbaParnaíba 02 (Alto Parnaíba) 0 115 0 344 0 0 0Parnaíba 03 (Gurguéia) 66 27 0 344 0 0 2Parnaíba 04 (Itaueiras) 295 50 0 270 0 0 0Médio ParnaíbaParnaíba 05 (Piauí/Canindé) 1.295 36 0 26 0 0 99Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) 1.211 1.211 18 14 0 0 0Baixo Parnaíba Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) 7.294 7.447 14 17 29 1 0Fonte: Planap/Codevasf139CP: Carnaúba pó CC: Cera de Carnaúba FC: Fibra <strong>da</strong> Carnaúba BA: Babaçu (amên<strong>do</strong>a) A: Aromáticos FB: Fibra <strong>do</strong> Buriti U: Umbu (frutos) Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 59 - Extrativismo vegetal nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaQuanto à exploração <strong>da</strong> madeira na <strong>região</strong> o principal usoé para a lenha, que pre<strong>do</strong>mina nas Sub-bacias Parnaíba 05(Canindé/Piauí), com uso para carvão na Sub-bacia Parnaíba07 (Longá/Parnaíba), como mostra a Figura 60.8000007000006000005000004000003000002000001000001400Parnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Carvão (t) - 2002 Lenha (m 3 ) - 2002 Tora (m 3 ) - 2002Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 60 - Extração de madeira nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaIndústria extrativista e de transformaçãoA indústria na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba ain<strong>da</strong> é muito insipiente.Conforme <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE, forneci<strong>do</strong>s pelo Planap/Codevasf, em 2002, o Piauí possuía 661 uni<strong>da</strong>des industriais,sen<strong>do</strong> dez extrativistas e 651 de transformação. Entreas uni<strong>da</strong>des industriais extrativistas destaca-se a extração deminerais não-metálicos, com dez uni<strong>da</strong>des.As uni<strong>da</strong>des industriais de transformação, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Piauí, dividem-se entre a indústria alimentícia, com 204uni<strong>da</strong>des, confecção de vestuário, fabricação de produtosfeitos com minerais não metálicos e fabricação de móveis.Algumas indústrias apesar de não possuírem muitas uni<strong>da</strong>destêm um alto potencial polui<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s recursos naturais,como a indústria <strong>do</strong> couro, indústria de produtos químicos,fabrica de papel e celulose, fabricação de coque entre outras,como mostra o Quadro 43.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 43 - Indústrias extrativistas e de transformação existentes no Piauí em 2002IndústriaNúmero de Uni<strong>da</strong>desIndústrias extrativistas 10Extração de carvão mineral -Extração de petróleo e serviços correlatos -Extração de minerais metálicos -Extração de minerais não-metálicos 10Indústrias de transformação 651Fabricação de produtos alimentícios e bebi<strong>da</strong>s 204Fabricação de produtos <strong>do</strong> fumo 1Fabricação de produtos têxteis 13Confecção de artigos <strong>do</strong> vestuário e acessórios 93Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calça<strong>do</strong>s 9Fabricação de produtos de madeira 18Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 7Edição, impressão e reprodução de gravações 44Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool 1Fabricação de produtos químicos 30Fabricação de artigos de borracha e plástico 15Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 90Metalurgia básica -Fabricação de produtos de metal – inclusive máquinas e equipamentos 47Fabricação de máquinas e equipamentos 6Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática 3Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 3Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações 1Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão eópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógiosFabricação e montagem de veículos automotores, reboques e carrocerias 8Fabricação de outros equipamentos de transporte 4Fabricação de móveis e indústrias diversas 47Reciclagem -Total 6614141Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria, Pesquisa Industrial Anual – Empresa (2001-2002)Consideran<strong>do</strong> a existência destas indústrias na <strong>região</strong>, énecessário identificá-las espacialmente de forma a visualizaros possíveis pontos de despejo de resíduos industriaise buscar junto aos órgãos fiscaliza<strong>do</strong>res a forma de tratamentoe destino final <strong>do</strong>s resíduos destas indústrias. NasFiguras 61 e 62 é apresenta<strong>da</strong> a distribuição espacial <strong>da</strong>sindústrias extrativistas e de transformação nas Sub-bacias<strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba142Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 61 - Uni<strong>da</strong>des de indústrias extrativistas na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica143Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 62 - Uni<strong>da</strong>des de indústrias de transformação na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba144Aqüicultura e pescaApesar <strong>do</strong> potencial de aqüicultura na <strong>região</strong> são poucasas uni<strong>da</strong>des relativas a esta ativi<strong>da</strong>de. Ela se concentra,principalmente, na <strong>região</strong> litorânea com a exploração <strong>da</strong>carcinocultura, cata de caranguejo e pesca marinha. Algumasuni<strong>da</strong>des de pesca em água <strong>do</strong>ce são encontra<strong>da</strong>s emlagoas e açudes no interior <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Infra-estrutura de serviços públicosA infra-estrutura de serviços públicos na <strong>região</strong> aqui considera<strong>da</strong>é, basicamente, de serviços de abastecimento deágua, energia elétrica, coleta, tratamento e disposição deresíduos sóli<strong>do</strong>s, coleta e tratamento de esgotos <strong>do</strong>mésticose serviços de saúde. Não foi considera<strong>da</strong>, nesta análise, aquanti<strong>da</strong>de de escolas, uma vez que na análise <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>resde desenvolvimento humano está embuti<strong>do</strong> esteconceito através <strong>do</strong> IDH Educação.Com base em <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Planap/Codevasf determinou-sea evolução quanto ao saneamento básico em to<strong>da</strong>s as Subbacias<strong>da</strong> <strong>região</strong>. Na Figura 63 observa-se o crescimento <strong>do</strong>sserviços urbanos de abastecimento de água, energia elétricae coleta de lixo. Verifica-se um aumento, no perío<strong>do</strong> 1991a 2000, em to<strong>do</strong>s os serviços desta natureza, em to<strong>da</strong>s asSub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba.No entanto, alguns percentuais ain<strong>da</strong> continuam baixos.Por exemplo, na Sub-bacia Parnaíba 05, o percentual de pessoasviven<strong>do</strong> em residências com água encana<strong>da</strong> em 2000 éde aproxima<strong>da</strong>mente 30%, mas nesta Bacia a população ruralpre<strong>do</strong>mina. Em to<strong>da</strong>s as Sub-bacias este percentual não ultrapassaos 40% e em Sub-bacias mais urbaniza<strong>da</strong>s, como aParnaíba 06 (Poti/Parnaíba), apresenta percentual próximo a35%, destacan<strong>do</strong> aí o Município de Teresina, que possuía umpercentual de 78% em 2000. Isto revela a concentração <strong>do</strong>sserviços de distribuição de água trata<strong>da</strong> nas regiões urbanas.O serviço que mais cresceu no perío<strong>do</strong> foi o de distribuiçãode energia elétrica aos <strong>do</strong>micílios. Observa-se quesaltou de percentuais próximos a 35% em 1991 a percentuaisentre 60% a 70% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios em 2000, revelan<strong>do</strong>o crescimento econômico <strong>da</strong> <strong>região</strong>. Os serviços de coletade lixo também aumentaram, mas continuam com índicesbaixos, em torno de 30 a 40% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios. Vale ressaltarque apesar <strong>da</strong> existência de coleta de lixo <strong>do</strong>miciliar não hádestinação adequa<strong>da</strong> <strong>do</strong> lixo.Muitas ci<strong>da</strong>des, apesar de coletarem o lixo, despejam-oem lixões”, sem qualquer critério e com muita freqüência emlocais próximo a nascentes de rios e riachos. O aumento naprodução de lixo nas zonas rurais em função <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nçanos hábitos <strong>da</strong> população e na maior disponibili<strong>da</strong>de de bense artigos de consumo que se utilizam de materiais plásticos emetálicos, é um fato preocupante, pois não existe a consciênciana população <strong>do</strong>s impactos resultantes <strong>do</strong> acúmulo destesmateriais no ambiente em que elas vivem, sen<strong>do</strong> dispostosem terrenos baldios e em riachos.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica80Percentual de pessoas quevivem em <strong>do</strong>micílios comágua encana<strong>da</strong>, 199170Percentual de pessoas que60vivem em <strong>do</strong>micílios comágua encana<strong>da</strong>, 200050Percentual de pessoas quevivem em <strong>do</strong>micílios com40energia elétrica, 1991Percentual de pessoas que30vivem em <strong>do</strong>micílios comenergia elétrica, 200020Percentual de pessoas que10vivem em <strong>do</strong>micíliosurbanos com serviço decoleta de lixo, 19910Parnaíba01Parnaíba02Parnaíba03Parnaíba04Parnaíba05Parnaíba06Parnaíba07Percentual de pessoas quevivem em <strong>do</strong>micíliosurbanos com serviço decoleta de lixo, 2000145Fonte: Censo IBGE (1991 e 2000)Figura 63 - Percentual de pessoas que vivem em <strong>do</strong>micílios com serviços de água encana<strong>da</strong>, energia elétrica e coleta de lixoQuanto aos serviços de coleta, tratamento e disposição deesgotos sanitários, observa-se, na Figura 64, um aumento,no perío<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s serviços de coleta de esgoto nas Sub-baciasmais urbaniza<strong>da</strong>s. Em to<strong>da</strong>s as Sub-bacias houve um aumentona quanti<strong>da</strong>de de fossas sépticas, indican<strong>do</strong> maiorpreocupação com a contaminação <strong>do</strong> lençol freático, pois amaioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des com menos de cinco mil habitantes <strong>da</strong>Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba são abasteci<strong>da</strong>s com águasprovenientes <strong>do</strong>s aqüíferos subterrâneos.A quase totali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s Municípios não possui qualquersistema de tratamento de esgotos – são despeja<strong>do</strong>s nos rios elagoas. Este é um fato preocupante nas Sub-bacias com taxasde crescimento populacional mais eleva<strong>da</strong>s, como é o caso <strong>da</strong>Sub-bacia Parnaíba 01 (Balsas), cujos esgotos acabam no rioBalsas e este no rio Parnaíba, poden<strong>do</strong>, em médio prazo, saturara capaci<strong>da</strong>de de suporte destes rios, tornan<strong>do</strong>-os inadequa<strong>do</strong>spara o uso humano e animal.Nas Figuras 65, 66 e 67 são apresenta<strong>da</strong>s a distribuiçãoespacial <strong>do</strong>s serviços de abastecimento de água, esgoto ecoleta de lixo nas Sub-bacias <strong>da</strong> <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba.Quanto aos serviços de saúde, este ain<strong>da</strong> é muito precário nasSub-bacias. Na Figura 68 pode-se observar o número de médicosresidentes para ca<strong>da</strong> mil habitantes e que esta quanti<strong>da</strong>de não passade um, enquanto que os índices relativos à mortali<strong>da</strong>de infantile morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças parasitárias e infecciosas continuam altos(Quadro 44 e Figura 69).A morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças parasitárias ou infecciosaspode ser um indicativo <strong>da</strong> carência de serviços básicos desaneamento, pois é através <strong>da</strong> água que se adquirem muitasdestas <strong>do</strong>enças, como a hepatite, cólera, esquistossomose emuitas infecções <strong>do</strong> trato intestinal, provoca<strong>da</strong>s por vírus ebactérias. Na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, o índice deincidência de morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças infecciosas e parasitáriasvaria entre 6 a 67%, com maior incidência na Sub-bacia


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíbade nível 1 Baixo Parnaíba, onde se concentra a maior parte<strong>da</strong> população e os sistemas de coleta e tratamento de esgotoe lixo são muito precários.Outro índice alto de morbi<strong>da</strong>de é por <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> sistemacirculatório (Figura 70), observa<strong>do</strong> em quase to<strong>do</strong>sos Municípios brasileiros. Na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba, o índicevaria entre 7 a 75%, conforme <strong>da</strong><strong>do</strong>s de 2002, com maioresíndices ocorren<strong>do</strong> na Sub-bacia de nível 1 Alto Parnaíba,com índices entre 20 e 30%. Esta é a <strong>região</strong> cuja ativi<strong>da</strong>deprincipal é a agricultura de sequeiro e ocorre a utilizaçãointensa de insumos agrícolas, poden<strong>do</strong> a morbi<strong>da</strong>de estarrelaciona<strong>da</strong> ao manuseio inadequa<strong>do</strong> desses produtos.146 Fonte: Censo IBGE (1991 e 2000)Figura 64 - Quanti<strong>da</strong>de de <strong>do</strong>micílios conforme o tipo de destino final <strong>do</strong>s esgotos sanitários


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica147Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 65 - Domicílios com sistema de abastecimento de água na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba148Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 66 - Domicílios com instalação sanitária e coleta de esgoto na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica149Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 67 - Domicílios com coleta de lixo na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba Figura 68 - Número de médicos residentes para ca<strong>da</strong> mil habitantes nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba150


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica151Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 69 - Morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças parasitárias e infecciosas em 2002


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba152Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 70 - Morbi<strong>da</strong>de por <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> sistema circulatório em 2002


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 44 - Alguns indica<strong>do</strong>res <strong>da</strong> situação <strong>do</strong>s serviços de saúde nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaAlto Parnaíba Médio Parnaíba Baixo ParnaíbaIndica<strong>do</strong>rParnaíba 01 Parnaíba 02 Parnaíba 03 Parnaíba 04 Parnaíba 05 Parnaíba 06 Parnaíba 07Esperança de vi<strong>da</strong> ao nascer,1991Esperança de vi<strong>da</strong> ao nascer,2000Mortali<strong>da</strong>de até um ano,1991Mortali<strong>da</strong>de até um ano,200059,2 59,2 59,6 60,9 57,8 59,9 57,762,5 63,0 63,1 65,1 61,3 64,0 61,174,6 72,3 68,3 62,5 77,5 67,7 82,851,6 50,2 50,4 42,7 57,1 48,2 61,4Número de médicos 16,7 6,0 246,3 22,4 9,7 11,5 20,0Número de médicosresidentes/Mil habitantes0,8 0,8 0,9 0,9 1,0 1,0 0,7Número de leitos 274,6 222,8 368,1 286,8 1.707,5 4.133,7 3.420,4Número de leitos /Milhabitantes2,4 1,6 1,6 2,2 1,6 1,6 1,2Nasci<strong>do</strong>s vivos 446,0 2.320,0 3.664,0 138,0 507,0Taxa de Natali<strong>da</strong>de (%) 1,9 1,6 1,4 1,6 1,0 1,0 1,4Estabelecimento de saúde 71,0 70,0 153,0 89,0 576,0 886,0 726,0Hab./estabelecimento desaúde2.111,4 2.079,2 1.747,1 1.605,2 1.454,0 2.120,31534.5 | Desenvolvimento Econômico Regional e os Usos<strong>da</strong> ÁguaSegun<strong>do</strong> Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), a exploração <strong>da</strong>s águas noPiauí tem como destinação principal o atendimento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>deshumanas e animais. São usa<strong>do</strong>s os rios perenes,os açudes, as lagoas e, quan<strong>do</strong> distantes de mananciais desuperfície, as águas subterrâneas.Ain<strong>da</strong> em Ari<strong>da</strong>s/PI (1995), as primeiras prospecções deágua de profundi<strong>da</strong>de foram realiza<strong>da</strong>s no ano de 1937,quan<strong>do</strong> as autori<strong>da</strong>des federais buscavam carvão mineralno Piauí e encontraram água. Com o desenvolvimento <strong>da</strong>scomuni<strong>da</strong>des houve um aumentou <strong>da</strong> busca por água subterrânea,principalmente a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1950. Essaprocura continuou nas déca<strong>da</strong>s seguintes e prossegue nosdias atuais, quase sempre pela iniciativa priva<strong>da</strong>.A exploração <strong>do</strong>s recursos hidrogeológicos sobrepõe-se àexploração <strong>da</strong>s águas de superfície por serem pontuais eapresentarem pequeno raio de atendimento. No Atlas <strong>do</strong>Abastecimento de Água no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí (Semar/ANA,2005), realiza<strong>do</strong> pela ANA em conjunto com a Semar (PI),foi verifica<strong>do</strong> que em 72% <strong>do</strong>s Municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> a populaçãoera menor que cinco mil habitantes e observaramque, na maioria destes Municípios, a água de abastecimentotinha origem subterrânea.Ain<strong>da</strong> em Semar/ANA (2005), realizou-se um estu<strong>do</strong> de campoem ca<strong>da</strong> Município sobre as condições <strong>do</strong>s poços utiliza<strong>do</strong>se verificou-se algumas irregulari<strong>da</strong>des em sua construção, com aausência de sistemas de proteção, a localização próxima às fossase lixões e o grau de atendimento, que se resumia às pessoas residentesna parte central <strong>do</strong> Município ou distrito, fican<strong>do</strong> algunsbairros desprovi<strong>do</strong>s de água e outros com excesso. Também verificou-seo problema de salinização <strong>da</strong> água em vários locais <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong>, principalmente na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cristalino.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaDeman<strong>da</strong>As deman<strong>da</strong>s foram dividi<strong>da</strong>s entre deman<strong>da</strong> urbanaatendi<strong>da</strong> por sistemas de abastecimento de água, deman<strong>da</strong>urbana não atendi<strong>da</strong>, deman<strong>da</strong> rural, dessedentação de animais,deman<strong>da</strong> industrial e deman<strong>da</strong> para a irrigação. Os<strong>da</strong><strong>do</strong>s foram forneci<strong>do</strong>s em PNRH (2005) e a meto<strong>do</strong>logiautiliza<strong>da</strong> está descrita em ANA (2005a).No Quadro 45 são apresenta<strong>do</strong>s os valores de deman<strong>da</strong>para ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.Quadro 45 - Deman<strong>da</strong>s de recursos hídricos por Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub-baciasDeman<strong>da</strong> (m 3 /s)Área(Km 2 )Sub 1 Sub 2 Urbana Rural Animal Industrial Irrigação TotalParnaíba 01 25.590 0,187 0,038 0,140 0,013 0,927 1,305Alto ParnaíbaParnaíba 02 59.032 0,155 0,068 0,202 0,000 0,068 0,493Parnaíba 03 52.297 0,219 0,133 0,484 0,001 0,574 1,411Parnaíba 04 14.726 0,167 0,031 0,071 0,007 0,211 0,487154Médio ParnaíbaParnaíba 05 75.193 0,608 0,283 0,659 0,036 0,941 2,527Parnaíba 06 62.143 4,084 0,378 0,580 0,490 2,067 7,600Baixo Parnaíba Parnaíba 07 42.821 1,275 0,456 0,536 0,091 4,437 6,795Total 6,695 1,387 2,673 0,638 9,225 20,617Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)As deman<strong>da</strong>s para água subterrâneas foram as mesmasconsidera<strong>da</strong>s para águas superficiais, ja que as deman<strong>da</strong>spodem ser supri<strong>da</strong>s por diferentes mananciais de água, tantosuperficiais ou subterrâneos, dependen<strong>do</strong> principalmente<strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong>de.Balanço entre deman<strong>da</strong> e disponibili<strong>da</strong>deessa relação não reflete a real disponibili<strong>da</strong>de hídrica, umavez que a vazão média não a representa. A ONU a<strong>do</strong>ta aseguinte classificação:• < 500m 3 /hab./ano – Situação de Escassez• 500 a 1700m 3 /hab./ano – Situação de Estresse• > 1.700m 3 /hab./ano – Situação ConfortávelÁguas superficiaisPara avaliar a disponibili<strong>da</strong>de hídrica, em termos populacionais,em ca<strong>da</strong> Sub-bacia foi utiliza<strong>da</strong> a relação entrevazão média e população proposta pela ONU, apresenta<strong>da</strong>na Figura 71 e Quadro 46. Segun<strong>do</strong> ANA (2005a, p. 12),


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 46 - Relação entre vazão média e população em ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaSub 1 Sub 2Deman<strong>da</strong> Total(m 3 /s)População Total(Censo 2000)Q(m 3 /s)Q/P(m 3 /hab./ano)Parnaíba 01 1,305 118.966 133,6 35.428Alto ParnaíbaParnaíba 02 0,493 130.021 308,3 74.778Parnaíba 03 1,411 238.687 68,7 9.073Parnaíba 04 0,487 102.862 19,3 5.929Médio ParnaíbaParnaíba 05 2,527 627.517 98,7 4.962Parnaíba 06 7,600 1.715.876 79,1 1.454Baixo Parnaíba Parnaíba 07 6,795 1.053.171 55,4 1.658Parnaíba 20,617 3.987.100 763,2 6.037Q: Vazão Média Anual; Q/P: Relação entre a Vazão Média Anual e a População1553500 1.000 1.700 4.000 10.000 m /hab./anoEscassez Estresse ConfortávelFonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 71 - Situação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba segun<strong>do</strong> a razão entre a vazão média e população


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba156De acor<strong>do</strong> com essa relação, quase to<strong>da</strong>s as Sub-bacias <strong>da</strong><strong>região</strong> <strong>do</strong> Parnaíba se apresentaram no grupo <strong>da</strong> situação Confortável(> 1.700 m 3 /hab./ano), com exceção <strong>da</strong> Sub-bacia Parnaíba06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba). Sãoas Sub-bacias mais populosas e, conforme esta relação, nestasSub-bacias a situação é de Estresse (entre 1.000 e 1.700 m 3 /hab./ano), sen<strong>do</strong> necessário ações de gerenciamento <strong>do</strong>s recursoshídricos para evitar problemas futuros.Para a análise <strong>da</strong> relação deman<strong>da</strong>/disponibili<strong>da</strong>de emca<strong>da</strong> Sub-bacia seguiu-se a meto<strong>do</strong>logia apresenta<strong>da</strong> emANA (2005a, p.12). Foram <strong>do</strong>is critérios de avaliações:(a) Relação entre a vazão retira<strong>da</strong> e a vazão média: estarelação, segun<strong>do</strong> ANA (2005a, p.12) é a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> peloEuropean Environment Agency e pelas Nações Uni<strong>da</strong>scom as seguintes classificações:• < 5% Excelente – Pouca ou nenhuma ativi<strong>da</strong>de degerenciamento é necessária, a água é considera<strong>da</strong>um bem livre;• a 10% Confortável – Pode ocorrer necessi<strong>da</strong>de degerenciamento para solução de problemas locais deabastecimento;• 10 a 20% Preocupante – A ativi<strong>da</strong>de de gerenciamentoé indispensável, exigin<strong>do</strong> a realização de investimentosmédios;• 20 a 40% Crítica – Exige intensa ativi<strong>da</strong>de de gerenciamentoe grandes investimentos;• > 40% Muito Crítica.(b) Relação entre a vazão de retira<strong>da</strong> e a disponibili<strong>da</strong>dehídrica: segun<strong>do</strong> ANA (2005a, p.13), reflete a realsituação <strong>da</strong> utilização <strong>do</strong>s recursos hídricos na BaciaHidrográfica. Considera as mesmas variações relaciona<strong>da</strong>sno segun<strong>do</strong> critério.O primeiro critério (Figura 72 e Quadro 47) mostra queto<strong>da</strong>s as Sub-bacias encontram-se na categoria Excelente, ouseja, to<strong>da</strong>s estão com um balanço entre a deman<strong>da</strong> e a vazãomédia acumula<strong>da</strong> abaixo de 5%, isto significa que não há necessi<strong>da</strong>dede ativi<strong>da</strong>des de gerenciamento e que a água é umbem livre. No entanto, as Sub-bacias Parnaíba 05 (Piauí/Canindé)e Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) apresentaram os maioresvalores. A Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) está to<strong>da</strong>inseri<strong>da</strong> em clima semi-ári<strong>do</strong> e suas vazões são muito baixas,quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong>s com outras Sub-bacias, enquanto que aSub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), apesar de vazões maisaltas, apresenta um grande contingente populacional.Vale salientar que no primeiro critério foi utiliza<strong>da</strong> a vazãomédia acumula<strong>da</strong>, determina<strong>da</strong> através de <strong>da</strong><strong>do</strong>s de postosfluviométricos, sem considerar as disponibili<strong>da</strong>des em lagose reservatórios e vazões regulariza<strong>da</strong>s. Já o segun<strong>do</strong> critério,considera a vazão com 95% de garantia <strong>do</strong> tempo adiciona<strong>da</strong><strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong>de anual em lagos e reservatórios e <strong>da</strong>svazões regulariza<strong>da</strong>s.O segun<strong>do</strong> critério (Figura 73 e Quadro 47) é mais realistae considera a disponibili<strong>da</strong>de hídrica <strong>da</strong>s Sub-bacias.Neste caso as Sub-bacias Parnaíba 03 (Gurguéia) e Parnaíba05 (Piauí/Canindé) se enquadram na situação Confortável,poden<strong>do</strong> haver necessi<strong>da</strong>de de gerenciamento para resolverproblemas locais de abastecimento de água. A Sub-baciaParnaíba 03 (Gurguéia) apresenta vazões muito baixas nosperío<strong>do</strong>s de estiagem.A Sub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) está totalmente na<strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong>, os rios são intermitentes e secam em anosmuito secos, no entanto é a Sub-bacia que possui a maiorquanti<strong>da</strong>de de reservatórios construí<strong>do</strong>s, aumentan<strong>do</strong> a disponibili<strong>da</strong>de.As outras Sub-bacias apresentam situação Excelentequanto ao balanço deman<strong>da</strong>/disponibili<strong>da</strong>de.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 47 - Balanço deman<strong>da</strong>/vazão média acumula<strong>da</strong> e deman<strong>da</strong>/disponibili<strong>da</strong>deSub 1 Sub 2Deman<strong>da</strong>Total (m 3 /s)Q(m 3 /s)Q acum(m 3 /s)Q disp(m 3 /s)Critério 1(%)Critério 2 (%)Parnaíba 01 1,305 133,6 133,6 65,3 0,98 2,0Alto ParnaíbaParnaíba 02 0,493 308,3 442,0 150,6 0,11 0,3Parnaíba 03 1,411 68,7 510,6 17,2 0,28 8,2Parnaíba 04 0,487 19,3 530,0 306,1 0,09 0,2Médio ParnaíbaParnaíba 05 2,527 98,7 98,7 27,8 2,56 9,1Parnaíba 06 7,600 79,1 707,8 320,2 1,07 2,4Baixo Parnaíba Parnaíba 07 6,795 55,4 763,2 314,7 0,89 2,2Parnaíba 20,617 763,2 1201,8 0,89 1,7Q: Vazão Média Anual; Q acum: Vazão Média Anual Acumula<strong>da</strong>; Q disp: Vazão Disponível (Quadro 24); Critério 1: Deman<strong>da</strong> Total/Vazão Média Anual Acumul<strong>da</strong>; Critério 2: Deman<strong>da</strong>Total/Disponibili<strong>da</strong>de HídricaNa Figura 74 é apresenta<strong>do</strong> o mapa <strong>do</strong> balanço entre ademan<strong>da</strong> e a vazão média acumula<strong>da</strong> na Região Hidrográfica<strong>do</strong> Parnaíba, conforme Critério 1, que, apesar de nãoser o melhor critério para representar este balanço, é o critérioa<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> no PNRH para to<strong>da</strong>s as Regiões Hidrográficasbrasileiras, com a possibili<strong>da</strong>de de avaliação <strong>do</strong> balanço demaneira mais ampla, para to<strong>do</strong> o País.157Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)5 % 1 0% 2 0% 4 0%Excelente Confortável Preocupante Crítica Muito CríticaFigura 72 - Situação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba segun<strong>do</strong> a razão entre a deman<strong>da</strong> e a vazão média acumula<strong>da</strong>


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba158Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)5 % 1 0% 2 0% 4 0%Excelente Confortável Preocupante Crítica Muito CríticaFigura 73 - Situação <strong>da</strong>s Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba conforme a relação Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica159Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 74 - Balanço entre deman<strong>da</strong> e vazão média acumula<strong>da</strong>


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaÁguas subterrâneasPara avaliar o balanço entre disponibili<strong>da</strong>de e deman<strong>da</strong><strong>da</strong>s águas subterrâneas, considerou-se que as deman<strong>da</strong>s estima<strong>da</strong>spara os diversos usos nas Sub-bacias seriam supri<strong>da</strong>spor águas subterrâneas. No Quadro 48, apresenta-se arelação entre a deman<strong>da</strong> total e a disponibili<strong>da</strong>de de águassubterrâneas nas Sub-bacias.Quadro 48 - Razão entre a deman<strong>da</strong> e a reserva explotável nas Sub-bacias <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaRazão entre deman<strong>da</strong> e reserva explotável (%)Urbana Rural Animal Industrial Irrigação TotalParnaíba 01 2,5 0,5 1,8 0,2 12,2 17,2Alto ParnaíbaParnaíba 02 0,4 0,2 0,5 0,0 0,2 1,3Parnaíba 03 0,7 0,4 1,5 0,0 1,8 4,3Parnaíba 04 4,8 0,9 2,1 0,2 6,1 14,1Médio ParnaíbaParnaíba 05 6,2 2,9 6,8 0,4 9,6 25,9Parnaíba 06 20,1 1,9 2,9 2,4 10,2 37,4Baixo Parnaíba Parnaíba 07 5,8 2,1 2,4 0,4 20,0 30,7160Parnaíba 5,0 1,0 2,0 0,5 6,8 15,3A Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) possui o maiorpercentual em relação às reservas explotáveis, principalmenteem relação à deman<strong>da</strong> urbana, sen<strong>do</strong> a Sub-baciamais populosa. Já a Sub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba)possui uma grande deman<strong>da</strong> de irrigação e consideran<strong>do</strong>apenas o manancial subterrâneo, esta deman<strong>da</strong> comprometeria20% <strong>da</strong> reserva explotável na Sub-bacia.Na Sub-bacia Parnaíba 01 (Balsas) a deman<strong>da</strong> para irrigaçãopode comprometer 12,2% <strong>da</strong>s reservas subterrâneas,se estas forem totalmente retiras <strong>do</strong> manancial subterrâneo.Por outro la<strong>do</strong> esta Sub-bacia possui um bompotencial de águas superficiais. Já a Sub-bacia Parnaíba03 (Gurguéia) possui pouca disponibili<strong>da</strong>de hídrica superficial,mas grande disponibili<strong>da</strong>de de águas subterrâneas,principalmente <strong>do</strong> Aqüífero Poti-Piauí e Urucuia-Area<strong>do</strong>, cuja deman<strong>da</strong> total atual corresponde a apenas4,3% <strong>da</strong>s reservas explotáveis.De maneira geral to<strong>da</strong>s as Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba podemgarantir suas deman<strong>da</strong>s atuais com águas subterrâneas. Noentanto, deve-se tomar cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, pois existe uma relaçãoentre as águas superficiais e subterrâneas e a explotação excessivade águas subterrâneas pode comprometer as águassuperficiais, pois muitos rios são alimenta<strong>do</strong>s, também,por aqüíferos. Na Figura 75 apresenta-se uma síntese <strong>do</strong>spercentuais de deman<strong>da</strong>s em relação à disponibili<strong>da</strong>des deágua subterrâneas (reserva explotável).


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica(%) Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 75 - Razão entre a deman<strong>da</strong> e reserva explotável nas Sub-bacias <strong>do</strong> ParnaíbaOs usos <strong>da</strong> águaOs recursos hídricos disponíveis podem, muitas vezes,ser um limitante ao desenvolvimento econômico de uma<strong>região</strong>. Isso não se verifica nas Sub-bacias <strong>do</strong> Parnaíba, poisexiste disponibili<strong>da</strong>de de água para as deman<strong>da</strong>s atuais. Noentanto, a água disponível não está bem distribuí<strong>da</strong> espacialmentena <strong>região</strong>, já que existem locais com difícil acessoà água, o que limita o desenvolvimento econômico.Alto ParnaíbaNas Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas), Parnaíba 02 (Alto Parnaíba)e Parnaíba 03 (Gurguéia) pre<strong>do</strong>mina a ativi<strong>da</strong>de de agricultura,devi<strong>do</strong> à boa disponibili<strong>da</strong>de de água. Nas Sub-baciasParnaíba 02 (Alto Parnaíba) e Parnaíba 03 (Gurguéia) são identifica<strong>da</strong>sáreas em processo de desertificação. É fun<strong>da</strong>mental,neste caso, a adequação <strong>da</strong>s práticas agrícolas aos tipos de solos,evitan<strong>do</strong> que os mesmos se tornem impróprios para o uso edeixan<strong>do</strong> para trás um passivo ambiental irrecuperável.Destaca-se na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, na sua metadeocidental mais próxima ao Maranhão, a produção de arroz,cultura tradicional nesta <strong>região</strong>. Essa ativi<strong>da</strong>de é, entre outras,uma <strong>da</strong>s que mais utilizam os recursos hídricos <strong>da</strong> <strong>região</strong>, sen<strong>do</strong>,naturalmente, mais acentua<strong>da</strong> onde a disponibili<strong>da</strong>de deágua é maior, principalmente nas lagoas e margens <strong>do</strong>s rios.O uso <strong>da</strong> água é pre<strong>do</strong>minantemente para o abastecimentohumano e animal, navegação e geração de energia elétricana Barragem Boa Esperança.Médio ParnaíbaAs Sub-bacias inseri<strong>da</strong>s na <strong>região</strong> semi-ári<strong>da</strong> e no cristalinosão as que têm os maiores problemas com a disponibili<strong>da</strong>dede recursos hídricos, tanto em quali<strong>da</strong>de (águassalobras) como em quanti<strong>da</strong>de. Neste quadro encontra-se aSub-bacia Parnaíba 05 (Piauí/Canindé), <strong>região</strong> onde a populaçãorural supera a urbana e as ativi<strong>da</strong>des produtivas sereduzem à pecuária, produção de mel e leite e alguma agriculturade subsistência são ativi<strong>da</strong>des que não deman<strong>da</strong>mmuita água. Mas, é nessa Sub-bacia que se encontra a maiorparte <strong>da</strong> infra-estrutura hídrica <strong>da</strong> <strong>região</strong>, com o seu aproveitamentona agricultura irriga<strong>da</strong>, cujo potencial é alto emfunção <strong>da</strong> boa quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s solos nela existentes.Nas proximi<strong>da</strong>des de Teresina (PI), Timon (MA) e Caxias(MA), na Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba), se concentrao maior contingente populacional e se destaca por possuir amelhor infra-estrutura de serviços públicos além <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>deindustrial e comercial e <strong>da</strong> produção de cana-de-açúcar. A água,neste caso, é usa<strong>da</strong> basicamente para as ativi<strong>da</strong>des industriais epara o abastecimento humano, além de ser utiliza<strong>da</strong> para despejode esgotos sanitários e navegação no rio Parnaíba.161


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaBaixo ParnaíbaNa Sub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba) se observam<strong>do</strong>is tipos de concentração <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des produtivas envolven<strong>do</strong>o uso <strong>da</strong> água:(a) Nas proximi<strong>da</strong>des de Parnaíba, na <strong>região</strong> litorâneaconcentram-se as ativi<strong>da</strong>des de extrativismo, pesca,cata de caranguejos e carcinocultura. Os usos <strong>da</strong>água nesta <strong>região</strong> são para o abastecimento humanoe animal, pesca nas lagoas, carcinocultura, riziculturae lançamento de efluentes e resíduos sóli<strong>do</strong>s. A ativi<strong>da</strong>deagrícola é insipiente, mas vale destacar a produçãode melancia em Parnaíba, a produção de sojaem Brejo e a produção de arroz em Buriti <strong>do</strong>s Lopes,fazen<strong>do</strong> uso <strong>da</strong> água <strong>da</strong>s Lagoas <strong>da</strong> <strong>região</strong>;(b) Na Serra <strong>da</strong> Ibiapaba, fronteira com o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Ceará, na Sub-bacia <strong>do</strong> Longá, onde pre<strong>do</strong>mina a ativi<strong>da</strong>deagrícola, destacan<strong>do</strong>-se o tomate e a cana-deaçúcar.Os usos <strong>da</strong> águas são para irrigação e para oabastecimento humano e animal.4.6 | Histórico <strong>do</strong>s Conflitos pelo Uso <strong>da</strong> ÁguaConflito de uso <strong>da</strong> água entre a navegação e a geração deenergia elétrica pode ser encontra<strong>do</strong> no rio Parnaíba com aBarragem Boa Esperança, opera<strong>da</strong> pela Chesf. Esta barragemtorna a navegação descontinua<strong>da</strong> para o transporte <strong>da</strong>produção agrícola ao longo <strong>do</strong> rio, sen<strong>do</strong> necessário a construçãode sistema de transposição de desnível, conformeaponta o estu<strong>do</strong> “A navegação interior e sua interface com osetor de recursos hídricos” (ANA, 2005d).Conflitos de usos nas lagoas marginais entre os rios Parnaíbae Longá foram aponta<strong>do</strong>s em MMA (2005). A riziculturanestas lagoas é uma <strong>da</strong>s principais ativi<strong>da</strong>des econômicase é feita basicamente nas margens <strong>do</strong> baixo Parnaíba enas lagoas marginais ao rio, entre os Municípios de Buriti<strong>do</strong>s Lopes, Magalhães de Almei<strong>da</strong> e Joaquim Pires.Muitas lagoas destacam-se por sua importância comoberçário de diversas espécies de peixes e pela rizicultura.Entre elas, a lagoa Grande de Buriti <strong>do</strong>s Lopes é a de maiorsignifica<strong>do</strong>, por ser um <strong>do</strong>s sustentáculos econômicos desteMunicípio por sua produção de arroz. No entanto esta ativi<strong>da</strong>devem sofren<strong>do</strong> uma quebra na produção em função<strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de controle <strong>do</strong> nível <strong>da</strong> lagoa que não é realiza<strong>do</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> a lagoa um berçário de espéciede peixes, esse controle prejudicaria a pesca local, além <strong>da</strong>utilizacão de insumos agrícolas no cultivo <strong>do</strong> arroz, geran<strong>do</strong>aí um conflito de uso <strong>do</strong>s recursos hídricos.A lagoa <strong>do</strong> Cajueiro, em Luzilândia, também apresentaconflitos de usos <strong>da</strong> água. Essa lagoa sustenta a economialocal com a ativi<strong>da</strong>de de pesca. No entanto, a margem <strong>da</strong>lagoa tem si<strong>do</strong> desmata<strong>da</strong> para a plantação de capim e arrozcom impactos negativos sobre a ativi<strong>da</strong>de de pesca.4.7 | A Implantação <strong>da</strong> Política de Recursos Hídricos e<strong>da</strong> Política AmbientalConsideran<strong>do</strong> que a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba estáinseri<strong>da</strong> nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí, Ceará e Maranhão, é necessárioanalisar a situação de implantação <strong>da</strong>s políticas de recursoshídricos e meio ambiente nos três Esta<strong>do</strong>s.162PiauíO Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, com maior representativi<strong>da</strong>de na <strong>região</strong>,teve sua lei de recursos hídricos promulga<strong>da</strong> em 17de agosto de 2000, a Lei Estadual n. o 5.165. Isso permitiuo início <strong>da</strong> implantação de um novo modelo de gestão <strong>do</strong>srecursos hídricos no Piauí, consideran<strong>do</strong> a Bacia <strong>hidrográfica</strong>como uni<strong>da</strong>de de gestão e o reconhecimento <strong>da</strong> gestãodescentraliza<strong>da</strong> e que a água é um bem finito, com valoreconômico. Os principais tópicos <strong>da</strong> lei são:a) Os planos de recursos hídricos, entre os quais o PlanoEstadual de Recursos Hídricos;b) O enquadramento <strong>do</strong>s cursos de água em classes deusos preponderantes;c) A outorga de direito e uso <strong>do</strong>s recursos hídricos;d) A cobrança pelo uso <strong>do</strong>s recursos hídricos;e) O sistema estadual de informações sobre os recursoshídricos;f) O fun<strong>do</strong> estadual <strong>do</strong>s recursos hídricos.Atualmente o governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> vem se empenhan<strong>do</strong> emregulamentar os instrumentos <strong>da</strong> lei por meio <strong>do</strong> incentivoao funcionamento <strong>do</strong> Conselho Estadual <strong>do</strong>s Recursos Hí-


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográficadricos (CERH) e de suas Câmaras Técnicas. Neste contexto,já foram regulamenta<strong>do</strong>s o sistema estadual de recursos hídricos,a outorga de direito e uso <strong>do</strong>s recursos hídricos e ofun<strong>do</strong> Estadual <strong>do</strong>s recursos hídricos.A Secretaria Estadual de <strong>Meio</strong> Ambiente e Recursos Hídricos<strong>do</strong> Piauí - Semar vem desenvolven<strong>do</strong> ações para capacitaro Esta<strong>do</strong> de infra-estrutura hídrica e melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas, além de implementar o programa deformação <strong>da</strong>s Comissões Gestoras de Reservatórios que visaa operação e manutenção <strong>da</strong>s principais barragens para seususos múltiplos. No Quadro 49 é apresenta<strong>da</strong> a situação <strong>da</strong>gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos no Piauí.Quadro 49 - Situação legal <strong>do</strong> sistema de gestão de recursos hídricos no PiauíLei/DecretoAçãoLei n.º 5.165, de 17 de agosto de2000Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Estadual deGerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providênciasDecreto n.º 10.880, de 24 desetembro de 2002Aprova o Regulamento <strong>do</strong> Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH/PIDecreto n.º 11.341, de 22 de marçode 2004Regulamenta a outorga preventiva de uso e outorga de direito de uso de recursos hídricos <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, nos termos <strong>da</strong> Lei n.º 5.165, de 17 de agosto de 2000163Resolução n.º 001, de 26 de outubrode 2004Estabelece procedimentos específicos para licenciamento e fiscalização de obras de perfuraçãode poços entre os rios Parnaíba e Poti, no perímetro urbano de TeresinaResolução n.º 002/2005, de 26 deabril de 2005Institui a Comissão Interinstitucional de Gestão de ReservatóriosResolução n.º 003/2005, de 26 deabril de 2005Institui a Comissão Gestora <strong>do</strong> Açude de BocainaResolução CERH n.º 004/2005, de26 de abril de 2005Dispõe sobre Critérios e Procedimentos Provisórios para Outorga Preventiva e Outorga deDireito de Uso de Recursos HídricosPortaria GAB. n.º 021/2004Normas e procedimentos técnicos para construção, recuperação e operação de poços paracaptação de águas subterrâneas


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaA Lei ambiental <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí foi cria<strong>da</strong> em 10 de julhode 1996, sob o n.º 4.854, e dispõe sobre a Política de <strong>Meio</strong>Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Nesta lei observa-se a preocupação coma conservação <strong>do</strong>s recursos hídricos, como se verifica em seucapítulo III, que trata <strong>da</strong> disposição <strong>do</strong>s esgotos sanitários e <strong>da</strong>coleta, transporte e disposição final <strong>do</strong> lixo.Ain<strong>da</strong> não foi cria<strong>do</strong> nenhum Comitê de Bacia na RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.CearáO Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará está bem avança<strong>do</strong> quanto à políticade recursos hídricos e com vários comitês de Bacia já implanta<strong>do</strong>s.Atualmente são oito Comitês estabeleci<strong>do</strong>s pordecretos estaduais. A Figura 76 mostra a situação de implantação<strong>do</strong>s Comitês de Bacia no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará.CoreaúLitoralComitê cria<strong>do</strong>em dezembro/2004AçaraúCuruMetropolitana164ParnaíbaBanabuiuBaixoJaguaribeMédio JaguaribeAlto JaguaribeSalga<strong>do</strong>Legen<strong>da</strong>Já existe Comitê de BaciaComitê em formaçãoComitê inexistenteFonte: SRH-CE (2005)Figura 76 - Situação <strong>do</strong>s Comitês de Bacia no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> CearáEm 1987, o Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará passou a a<strong>do</strong>taruma série de medi<strong>da</strong>s legais e programa<strong>da</strong>s para encaminhara solução, de forma planeja<strong>da</strong> e permanente, <strong>do</strong>sproblemas de escassez de recursos hídricos. Essas açõesculminaram na criação <strong>da</strong> Secretaria <strong>do</strong>s Recursos Hídricos– SRH, por meio <strong>da</strong> Lei n.º 11.036, de 1.º de abril de 1987.O objetivo é “promover o aproveitamento racional e integra<strong>do</strong><strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, coordenar, gerenciare operacionalizar estu<strong>do</strong>s, pesquisas, programas, projetose serviços tocantes a recursos hídricos, e promover a articulação<strong>do</strong>s órgãos e enti<strong>da</strong>des Estaduais <strong>do</strong> setor com osFederais e Municipais”.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaA partir <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> SRH-PI sucedeu-se um conjunto deleis e medi<strong>da</strong>s legais instituin<strong>do</strong> as políticas públicas estaduaisrelativas aos recursos hídricos, deven<strong>do</strong>-se destacar:a) Aprovação <strong>da</strong> Lei n.º 11.996, de 24 de julho de 1992,que dispôe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricose instituiu o Sistema Integra<strong>do</strong> de RecursosHídricos - SIGERH;b) Criação <strong>da</strong> Companhia de Gestão <strong>do</strong>s Recursos Hídricos<strong>do</strong> Ceará - COGERH, por meio através <strong>da</strong> Lein.º 12.217, de 18 de novembro de 1993;c) Aprovação <strong>da</strong> Lei n.º 12.245, de 30 de dezembro de1993 dispon<strong>do</strong> sobre o Fun<strong>do</strong> Estadual de RecursosHídricos - FUNORH.Além disto, foram edita<strong>do</strong>s diversos decretos regulamentan<strong>do</strong>vários dispositivos <strong>da</strong>s leis aprova<strong>da</strong>s. Uma <strong>da</strong>s providênciasmais importantes a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s pela SRH-PI foi a elaboração<strong>do</strong> Plano Estadual de Recursos Hídricos, que lançouas bases <strong>da</strong> política que foi a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> se propôs to<strong>do</strong>um aparato jurídico e institucional para o setor, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-lhenova forma, responsabili<strong>da</strong>de e meios. O plano promoveua integração <strong>do</strong>s órgãos Estaduais, Federais e Municipais,organizan<strong>do</strong>-os no Sistema Integra<strong>do</strong> de Recursos Hídricos- SIGERH, que congrega as instituições e os representantes<strong>do</strong>s usuários de água e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil.A Política Estadual de Recursos Hídricos elegeu como sua priori<strong>da</strong>demáxima a oferta de água, que, em qualquer circunstância,deve abastecer as populações humanas. A partir de sua implantação,esta tem si<strong>do</strong> uma meta ver<strong>da</strong>deiramente prioritária nas açõesestaduais e fun<strong>da</strong>menta os seguintes princípios:a) O gerenciamento <strong>do</strong>s Recursos Hídricos é feito de formaintegra<strong>da</strong>, isto é, uma mesma política rege to<strong>do</strong>s os órgãosa ela concerni<strong>do</strong>s, e em to<strong>do</strong> o território estadual;b) O gerenciamento é descentraliza<strong>do</strong>. A uni<strong>da</strong>de básicaa<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> para a gestão <strong>do</strong>s potenciais hídricos é a BaciaHidrográfica;c) A água é considera<strong>da</strong> como um recurso limita<strong>do</strong>, quedesempenha relevante papel no desenvolvimentoeconômico e social, com custos sempre crescentespara sua mobilização. Por isso, a cobrança pelo seuuso é entendi<strong>da</strong> como de fun<strong>da</strong>mental importânciapara a racionalização de sua utilização.A SRH-PI, para cumprir o seu papel de gestor <strong>do</strong>s recursoshídricos estaduais, dispõe de três enti<strong>da</strong>des vincula<strong>da</strong>sque se constituem nos seus principais instrumentos deação: a COGERH gerencia a oferta de água armazena<strong>da</strong> noscorpos superficiais e subterrâneos, sob o <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;a Superitendência de Obras Hidráulicas - SOHIDRA,autarquia que se encarrega <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s e projetos objetivan<strong>do</strong>o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos subterrâneose superficiais, além <strong>da</strong> execução de obras e serviços no campo<strong>da</strong> engenharia hidráulica; o FUNORH, que proporcionasuporte financeiro à Política Estadual <strong>do</strong> setor e demaisações deman<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>do</strong> SIGERH e é geri<strong>do</strong> pela SRH-PI como apoio <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará - BEC e <strong>do</strong> ConselhoEstadual <strong>do</strong>s Recursos Hídricos.MaranhãoA primeira lei Estadual <strong>do</strong> Maranhão referente aos recursos hídricos<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> foi a Lei n.º 7.052, de 22 de dezembro de 1997.Apesar de ter si<strong>do</strong> instituí<strong>da</strong> após a Lei Federal n.º 9.433/1997,essa lei não estava de acor<strong>do</strong> com a Lei Federal, sen<strong>do</strong>, então discuti<strong>da</strong>uma nova lei. Em 15 de junho de 2004 foi promulga<strong>da</strong> aLei n.º 8.149/2004, que dispõe sobre a Política Estadual de RecursosHídricos e o Sistema de Gerenciamento Integra<strong>do</strong> de RecursosHídricos. A Lei n.º 7.052, de 22 de dezembro de 1997, foi revoga<strong>da</strong>integralmente.Dentre os instrumentos <strong>da</strong> Política Estadual de RecursosHídricos previstos na nova legislação estadual, estão:a) Os Planos de Recursos Hídricos;b) Os Planos Diretores de Bacia Hidrográfica;c) O enquadramento <strong>do</strong>s corpos de água em classes, segun<strong>do</strong>os usos preponderantes <strong>da</strong> água;d) A outorga <strong>do</strong>s direitos de uso <strong>do</strong>s recursos hídricos e olicenciamento <strong>da</strong>s obras utiliza<strong>do</strong>ras destes recursos;e) A cobrança pelo uso de recursos hídricos;f) O Sistema Estadual de Informações sobre RecursosHídricos;g) Os programas destina<strong>do</strong>s à capacitação profissionalna área de recursos hídricos;h) As campanhas educativas visan<strong>do</strong> conscientizar asocie<strong>da</strong>de para a utilização racional <strong>do</strong>s recursos hídricos<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;165


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba166i) O Ca<strong>da</strong>stro Estadual de usuários de recursos hídricos;j) O Fun<strong>do</strong> Estadual de Recursos Hídricos e demaisFun<strong>do</strong>s;k) A aplicação de penali<strong>da</strong>des.A Lei Estadual, na Seção III, sobre “Outorga de direitode uso <strong>do</strong>s recursos hídricos”, parágrafo único, afirma que“os procedimentos operacionais e os prazos para efetivação<strong>do</strong>s direitos de outorga serão estabeleci<strong>do</strong>s em regulamentopróprio”. Sen<strong>do</strong> assim, como não houve ain<strong>da</strong> regulamentaçãodessa lei, não são emiti<strong>da</strong>s outorgas de recursos hídricosde <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão.Essa lei determina à Sema ser o órgão gestor de recursoshídricos, responsável, portanto, pelas ações de implantação<strong>do</strong>s instrumentos de gestão.As políticas de recursos hídricos <strong>do</strong>s três Esta<strong>do</strong>s integrantes<strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba são semelhantese suas leis seguem os princípios estabeleci<strong>do</strong>s na políticanacional de recursos hídricos. No entanto alguns Esta<strong>do</strong>sestão mais avança<strong>do</strong>s na implementação destas políticas.Nesta Região Hidrográfica existe apenas uma Bacia Hidrográfica,a <strong>do</strong> rio Parnaíba, cuja as ações de gestão são de responsabili<strong>da</strong>de<strong>da</strong> União. Algumas Sub-bacias <strong>do</strong> rio Parnaíbaestão localiza<strong>da</strong>s entre os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará e Piauí, como asSub-bacias <strong>do</strong>s rios Poti e Longá, enquanto outras, como aSub-bacia <strong>do</strong> rio Balsas encontra-se apenas no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhãoe <strong>do</strong> Gurguéia, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.Existem na <strong>região</strong> 12 outorgas concedi<strong>da</strong>s pela ANA epela SRH/MMA, sen<strong>do</strong> seis no rio Parnaíba, três no reservatórioBoa Esperança, uma no açude Petrônio Portela e duasno rio Camurupim. O Quadro 50 apresenta as outorgasconcedi<strong>da</strong>s até 12 de julho de 2005.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região HidrográficaQuadro 50 - Outorgas concedi<strong>da</strong>s atualmente na Região Hidrográfica <strong>do</strong> ParnaíbaNome Requerente Município UF Manancial Finali<strong>da</strong>de Enti<strong>da</strong>de 1 VencimentoAdão Carlos Souza <strong>do</strong>s Santos Gua<strong>da</strong>lupe PIReservatório BoaEsperançaIrrigação SRH/MMA 12.abr.2005Agropastoril Ga<strong>do</strong> Branco S/A Gua<strong>da</strong>lupe PIReservatório BoaEsperançaAqüicultura ANA 03.fev.2006Paulo Henrique de Araújo Lima Porto PI Rio Parnaíba Irrigação ANA 13.jun.2005SEVAP – Sem. <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> ParnaíbaS/AGua<strong>da</strong>lupePIReservatório BoaEsperançaIrrigação ANA 28.jul.2007Comvap Açúcar e Álcool Lt<strong>da</strong> União PI Rio Parnaíba Irrigação ANA 09.set.2009AMBEV – Teresina Teresina PI Rio Parnaíba Indústria ANA 27.dez.2014167Rio Bonito Agric. Irriga<strong>da</strong> S/A Floriano PI Rio Parnaíba Irrigação ANA 21.nov.2007Semar – PISão Raimun<strong>do</strong>NonatoPI Açude Petrônio Portela Abast. Público ANA 17.mai.2007Estrela Eng. Lt<strong>da</strong> Parnaíba PI Rio Parnaíba Aqüicultura ANA 17.jan.2008Northern Star <strong>do</strong> Brasil Lt<strong>da</strong> Cajueiro <strong>da</strong> Praia PI Rio Camurupim Aqüicultura ANA 13.dez.2009Northern Star <strong>do</strong> Brasil Lt<strong>da</strong> Cajueiro <strong>da</strong> Praia PI Rio Camurupim Aqüicultura ANA 13.dez.2009Comvap Açúcar e Álcool Lt<strong>da</strong> União PI Rio Parnaíba Irrigação ANA 24.nov.2009Fonte: Disponível em: A Figura 77, a seguir, sintetiza aspectos institucionais relaciona<strong>do</strong>saos recursos hídricos na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba168Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 77 - Aspectos institucionais relaciona<strong>do</strong>s aos recursos hídricos na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


5 | Análise de Conjuntura5.1 | Principais Problemas <strong>do</strong> Uso Hegemônico <strong>da</strong> ÁguaO conceito de usos múltiplos foi introduzi<strong>do</strong> no Brasilpor meio <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des e instituições de pesquisa.Atualmente a Lei Federal n.º 9.433/1997, que estabelecea Política Nacional de Recursos Hídricos, tem como umde seus princípios o uso múltiplo <strong>do</strong>s recursos hídricos.Este conceito tem si<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> nos planos de recursoshídricos de diversos Esta<strong>do</strong>s.No Brasil desenvolvimentista <strong>da</strong>s déca<strong>da</strong>s de 1960 e 1970,o conceito de usos múltiplos <strong>da</strong> água não era considera<strong>do</strong>nas ações de utilização <strong>do</strong>s recursos hídricos. Na busca deaumentar o parque industrial <strong>da</strong> nação foram construí<strong>da</strong>sdiversas barragens para garantir o fornecimento de energiaelétrica sem considerar o uso <strong>da</strong> água para o abastecimentohumano, irrigação, lazer, preservação <strong>da</strong> ambiente aquáticoou até mesmo o uso <strong>da</strong> terra nos locais de inun<strong>da</strong>ção.O conceito <strong>do</strong> uso para um objetivo único prevalecia no País,principalmente no setor de energia elétrica e de saneamento emais tarde a irrigação. To<strong>da</strong>s as ações relativas a estes setoreseram realiza<strong>da</strong>s de maneira individual. Por questões culturais epor falta de conhecimento os recursos hídricos eram considera<strong>do</strong>scomo abun<strong>da</strong>ntes e renováveis, sem valor econômico.Os reflexos <strong>do</strong> conceito de utilização <strong>da</strong> água para um únicofim podem ser percebi<strong>do</strong>s por: (i) <strong>da</strong> eutrofização de diversasbarragens utiliza<strong>da</strong>s para geração de energia elétrica, inviabilizan<strong>do</strong>-aspara o uso no abastecimento humano, aumentan<strong>do</strong>o custo com a produção de água potável por parte <strong>da</strong>s companhiasde distribuição de água; (ii) <strong>da</strong> salinização <strong>da</strong> água emreservatórios <strong>do</strong> Nordeste Semi-ári<strong>do</strong>, utiliza<strong>do</strong>s apenas parao abastecimento humano ou para a irrigação; (iii) <strong>da</strong> limitação<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de suporte <strong>do</strong>s rios e reservatórios que recebemesgotos <strong>do</strong>mésticos e industriais com o objetivo apenas de diluiçãoe depuração <strong>do</strong>s resíduos líqui<strong>do</strong>s.Na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, como em outrasregiões <strong>do</strong> País, também prevaleceu por muito tempoo conceito <strong>do</strong> uso exclusivo <strong>da</strong> água e alguns problemastêm si<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong>s em função disto, como porexemplo:a) A construção, pela Chesf, <strong>da</strong> Usina de Boa Esperança,em 1964, para geração de energia. Na épocanão houve a preocupação <strong>da</strong> companhia e de outrossetores <strong>da</strong> economia regional com a navegabili<strong>da</strong>de<strong>do</strong> rio Parnaíba. Atualmente se defronta como problema em função <strong>do</strong> escoamento <strong>da</strong> produçãode grãos na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>, pois a barragemsem um sistema de levantamento de desnível tornaa navegação interrompi<strong>da</strong> neste trecho <strong>do</strong> rio;b) A utilização <strong>da</strong> água para depuração <strong>do</strong>s esgotossem a preocupação com a sua utilização para oabastecimento humano e a dessedentação animal.c) O uso <strong>da</strong>s lagoas marginais ao rio Parnaíba para ocultivo de arroz. Não houve a preocupação com autilização <strong>da</strong> água <strong>da</strong>s lagoas, considera<strong>da</strong>s comoberçário de diversas espécies de peixe, para a pescae lazer, duas alternativas econômicas para os Municípios<strong>da</strong> <strong>região</strong>.Talvez o conceito <strong>do</strong> uso exclusivo ain<strong>da</strong> prevaleça porquestões culturais, mas a política de recursos hídricosmu<strong>do</strong>u e as ações governamentais relaciona<strong>da</strong>s aos recursoshídricos levam sempre em consideração os usosmúltiplos <strong>da</strong> água. No entanto, outras ações, principalmentena esfera educacional, são primordiais para ainternalização <strong>do</strong> conceito de uso múltiplo <strong>da</strong> água naeconomia regional.169


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba1705.2 | Principais Problemas e Conflitos pelo Uso <strong>da</strong> ÁguaCom base na análise sobre deman<strong>da</strong> e disponibili<strong>da</strong>dede recursos hídricos na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba,foram identifica<strong>da</strong>s algumas áreas preocupantes em relaçãoà deman<strong>da</strong> atual. A seguir são apresenta<strong>do</strong>s os principaisproblemas identifica<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s Sub-bacias.Parnaíba 01 (Rio Balsas)Esta Sub-bacia de <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão apresentauma situação excelente em termos de águas superficiaisconforme o critério Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de hídrica.Quanto às reservas subterrâneas, 17% <strong>da</strong>s reservas explotáveispodem garantir a deman<strong>da</strong> de água atual na <strong>região</strong>.Pre<strong>do</strong>minam os aqüíferos Cor<strong>da</strong>, Motuca e Poti-Piauí, comboa quali<strong>da</strong>de. A principal deman<strong>da</strong> é para a irrigação, segui<strong>da</strong><strong>da</strong> deman<strong>da</strong> urbana.Por outro la<strong>do</strong>, a Sub-bacia possui a maior taxa de crescimentopopulacional, poden<strong>do</strong> reverter esta situação de excelênciaem termos de quanti<strong>da</strong>de de água disponível. Problemascom o assoreamento <strong>da</strong> calha <strong>do</strong>s rios <strong>da</strong> Sub-baciadevi<strong>do</strong> à erosão em função <strong>do</strong> manejo inadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong> solose <strong>do</strong> transporte de fertilizantes e agrotóxicos provenientesde seu uso sem controle eficaz, são encontra<strong>do</strong>s nesta Subbaciaque possui como principal ativi<strong>da</strong>de a agricultura,como o cultivo <strong>da</strong> soja e <strong>do</strong> arroz. Conflitos entre usos <strong>da</strong>água na área agrícola com o seu uso para abastecimentohumano poderão surgir em função <strong>da</strong> degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> água na <strong>região</strong>.Parnaíba 02 (Alto Parnaíba)Sub-bacia de <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Maranhão e Piauí,apresenta situação excelente em termos de água superficiaise boa disponibili<strong>da</strong>de de águas subterrâneas, consideran<strong>do</strong>que 1,3% <strong>da</strong>s reservas explotáveis desta Sub-bacia garante ademan<strong>da</strong> atual. Por outro la<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong> que a principalativi<strong>da</strong>de econômica <strong>da</strong> <strong>região</strong> é a agricultura, principalmentea soja, e que existe a utilização de insumos agrícolas, e estes associa<strong>do</strong>sa práticas inadequa<strong>da</strong>s de uso <strong>do</strong> solo, podem ocorrerconflitos com a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água, limitan<strong>do</strong> o seu uso noabastecimento urbano. Nesta Bacia, está prevista a construçãode quatro barragens para geração de eletrici<strong>da</strong>de, as quais poderãoacentuar conflitos com a navegação.Parnaíba 03 (Rio Gurguéia)Sub-bacia complexa em termos ambientais devi<strong>do</strong> à presença<strong>do</strong>s biomas Caatinga e Cerra<strong>do</strong> e zonas de transição.Apresenta situação Confortável quan<strong>do</strong> ao critério <strong>da</strong> razãoentre Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de e excelente em termos deDeman<strong>da</strong>/Vazão Média Acumula<strong>da</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, nestaSub-bacia a disponibili<strong>da</strong>de de água subterrânea é boa eseria suficiente para atender a deman<strong>da</strong> atual.As principais deman<strong>da</strong>s de água são para a irrigação, dessedentaçãode animais e uso urbano. A população está bemdistribuí<strong>da</strong> na Sub-bacia, sen<strong>do</strong> que 24,5% vivem nos Municípiosde Corrente, Bom Jesus e Monte Alegre. A quali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> água é prejudica<strong>da</strong> pelo lançamento de esgotos <strong>do</strong>scentros urbanos. A principal ativi<strong>da</strong>de econômica é a agricultura,principalmente o cultivo de soja, feijão e arroz.Os problemas em potencial são as praticas inadequa<strong>da</strong>sde uso <strong>do</strong> solo na agricultura, desmatamento <strong>da</strong> mata ciliar,manejo de agrotóxicos e lançamentos de esgotos nos rios quepossuem baixas vazões. Existe nesta <strong>região</strong> uma grande concentraçãode poços construí<strong>do</strong>s para usos no abastecimentourbano e irrigação. A exploração <strong>do</strong>s aqüíferos é uma <strong>da</strong>sgrandes preocupações, pois existem muitos poços jorrantesaban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s e muitos mal construí<strong>do</strong>s, poden<strong>do</strong> comprometera quali<strong>da</strong>de e quanti<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas subterrâneas.Podem ocorrer problemas sérios de garantia de água,condicionan<strong>do</strong> o desenvolvimento econômico <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Problemas com processos de desertificação são observa<strong>do</strong>snesta Sub-bacia, onde se encontra um <strong>do</strong>s principais núcleos<strong>da</strong> Região Nordeste, o núcleo de Gilbués.Parnaíba 04 (Rio Itaueiras)Os biomas Caatinga, Cerra<strong>do</strong> e zona de transição estãopresentes, também, nesta Sub-bacia. É considera<strong>da</strong> Excelenteem termos de águas superficiais, segun<strong>do</strong> o critério Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>dee Deman<strong>da</strong>/Vazão Média Acumula<strong>da</strong>, emfunção <strong>da</strong> presença de um trecho <strong>do</strong> rio Parnaíba com vazãoregulariza<strong>da</strong> pela Barragem Boa Esperança. Também é a quepossui menor reserva explotável, com apenas 3,46m 3 /s, sen<strong>do</strong>que 14,1% <strong>da</strong>s reservas podem garantir a deman<strong>da</strong> total<strong>da</strong> Sub-bacia. As principais deman<strong>da</strong>s são para a irrigaçãosegui<strong>da</strong> <strong>do</strong> abastecimento urbano.No Município de Floriano vivem 52,4% <strong>da</strong> população <strong>da</strong>


5 | Análise de ConjunturaSub-bacia; 74,4% vivem nos três Municípios mais populosos.A principal ativi<strong>da</strong>de econômica é a produção de banana emelancia. É uma Sub-bacia sem muitos problemas de disponibili<strong>da</strong>dehídrica subterrânea e superficial em função <strong>da</strong>vazão regulariza<strong>da</strong> pelo reservatório Boa Esperança. No entanto,a Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Itaueiras possui uma <strong>da</strong>smenores vazões de estiagem <strong>da</strong> <strong>região</strong>. Como na Sub-bacia<strong>do</strong> Gurguéia, nesta também ocorre a exploração inadequa<strong>da</strong><strong>da</strong>s águas subterrâneas para fins de abastecimento urbanoe irrigação. Apesar de sua boa disponibili<strong>da</strong>de hídrica, essaSub-bacia não é bem distribuí<strong>da</strong> espacialmente.Parnaíba 05 (Rios Piauí/Canindé)Considera<strong>da</strong> como Confortável de acor<strong>do</strong> com o critérioDeman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de e Excelente em termos <strong>do</strong> balançoDeman<strong>da</strong>/Vazão Média Acumula<strong>da</strong>. Em termos deáguas subterrâneas, 25,9% <strong>da</strong>s reservas podem garantir ademan<strong>da</strong> total atual. A irrigação é a principal deman<strong>da</strong>,segui<strong>da</strong> <strong>do</strong> abastecimento urbano. Em função <strong>da</strong>s baixasvazões o oxigênio dissolvi<strong>do</strong> apresenta valores baixos devi<strong>do</strong>ao lançamento de esgotos, principalmente nos centrosurbanos como Oeiras e São Francisco <strong>do</strong> Piauí. Ocorre,também, grande exploração <strong>da</strong>s águas subterrâneas comfins de abastecimento urbano e irrigação.O bioma pre<strong>do</strong>minante é a Caatinga e o clima é semiári<strong>do</strong>.Nesta Sub-bacia existe um Corre<strong>do</strong>r Ecológico <strong>da</strong>Caatinga. É a Sub-bacia menos urbaniza<strong>da</strong> e as principaisativi<strong>da</strong>des econômicas são a pecuária e a produçãode mel e leite. Possue três projetos de irrigação e váriasadutoras e açudes construí<strong>do</strong>s e projeta<strong>do</strong>s. Tem umbom potencial para a agricultura irriga<strong>da</strong>; o solo é de boaquali<strong>da</strong>de para a agricultura. Os principais problemassão o lançamento de esgoto nos corpos de água que jápossuem uma vazão de estiagem muito baixa.Parnaíba 06 (Rios Poti/Parnaíba)Sub-bacia de <strong>do</strong>mínio federal por dividir espaço entreos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará, Piauí e Maranhão. Sua situação éconsidera<strong>da</strong> Excelente em termos de disponibili<strong>da</strong>de deáguas superficiais, de acor<strong>do</strong> com os critérios Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de e Deman<strong>da</strong>/Vazão Média Acumula<strong>da</strong>,em função, principalmente, <strong>da</strong> vazão regulariza<strong>da</strong> peloreservatório Boa Esperança, e 37,4% <strong>da</strong>s reservas subterrâneaspodem garantir a deman<strong>da</strong> total atual. As principaisdeman<strong>da</strong>s são para o abastecimento, pois é a Sub-baciamais populosa; 59,5% <strong>da</strong> população vivem em Teresina,Timon e Crateús. Apresenta a maior carga orgânica estima<strong>da</strong>por meio <strong>da</strong> DBO 5, de 72,54t de DBO/dia contrauma vazão de estiagem de 19,2 m 3 /s.Foram observa<strong>do</strong>s problemas com a salini<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água subterrâneana <strong>região</strong> de Croatá. O bioma pre<strong>do</strong>minante é a Caatingae possui duas reservas indígenas. A principal ativi<strong>da</strong>deeconômica <strong>da</strong> <strong>região</strong> é a indústria de transformação e extrativista,a agropecuária com a produção de galinhas e frangose a produção de mel e leite. Os principais problemas, apesar<strong>da</strong> excelente disponibili<strong>da</strong>de hídrica, que ocorre em função <strong>da</strong>existência de vários açudes e <strong>da</strong> vazão regulariza<strong>da</strong> pelo reservatórioBoa Esperança, são a falta de adutoras para a distribuição<strong>do</strong>s recursos disponíveis para to<strong>da</strong> a população residentena Sub-bacia e o lançamento de esgotos <strong>do</strong>mésticos nos riospróximos à Teresina e Crateús. Um projeto de transposiçãode águas <strong>do</strong> Poti para o Coreaú existente no Ceará pode gerarconflitos de uso nesta Sub-bacia.Parnaíba 07 (Rios Longá/Parnaíba)É considera<strong>da</strong> Excelente em termos de águas superficiais,de acor<strong>do</strong> com os critérios Deman<strong>da</strong>/Disponibili<strong>da</strong>de e Deman<strong>da</strong>/VazãoMédia Acumula<strong>da</strong> e 30,7% <strong>da</strong> reserva hídricasubterrânea garante a deman<strong>da</strong> total atual. A principaldeman<strong>da</strong> é para a irrigação segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> urbana. Acarga de DBO 5igual a 30,77t de DBO/dia é alta, compara<strong>da</strong>com as outras Sub-bacias. Os biomas pre<strong>do</strong>minantes sãoo Costeiro e o ecótono entre a Caatinga e a Amazônia. Emtorno de 22% <strong>da</strong> população <strong>da</strong> Sub-bacia vive em Parnaíba,Piripiri e Campo Maior. As principais ativi<strong>da</strong>des econômicassão a pecuária de frango e galinha, produção deleite, rizicultura, lavouras de melancias e tomate, além <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong>de de pesca, cata de caranguejo e carcinocultura nosetor litorâneo. O principal problema é conciliar a ativi<strong>da</strong>dede rizicultura com a pesca e o turismo e o lançamento decarga orgânica de origem nos esgotos sanitários, bem comoa carcinocultura com a conservação <strong>do</strong>s mangues existentes171


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíbano Delta <strong>do</strong> Parnaíba.Consideran<strong>do</strong> a divisão por Sub-bacias de nível 1, conclui-seque os principais problemas e conflitos pelo uso <strong>da</strong> água são:Alto Parnaíba• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água em função <strong>do</strong> usoinadequa<strong>do</strong> de insumos agrícolas;• Assoreamento <strong>do</strong>s cursos de água em função <strong>da</strong>s práticasinadequa<strong>da</strong>s de uso <strong>do</strong> solo;• Conflitos entre navegação e geração de energia elétrica;• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água em função <strong>do</strong> lançamentode efluentes <strong>do</strong>mésticos e práticas inadequa<strong>da</strong>sde disposição de lixo urbano;• Exploração inadequa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s aqüíferos <strong>da</strong> <strong>região</strong>.172Médio Parnaíba• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água em função <strong>do</strong> lançamentode efluentes <strong>do</strong>mésticos e práticas inadequa<strong>da</strong>sde disposição de lixo urbano;• Exploração inadequa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s aqüíferos <strong>da</strong> <strong>região</strong>;• Problemas com a salini<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas subterrâneas;• Má distribuição <strong>da</strong>s águas disponíveis, em termosquantitativos.Baixo Parnaíba• Conflito entre a rizicultura e a pesca;• Degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água em função <strong>do</strong> lançamentode efluentes <strong>do</strong>mésticos e práticas inadequa<strong>da</strong>sde disposição de lixo urbano;• Degra<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s mangues em função <strong>da</strong> carcinoculturasem controle.A Figura 78 apresenta um panorama <strong>do</strong>s principais problemase conflitos pelo uso <strong>da</strong> água. A Figura 79 mostra as condicionantespara o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos naRegião Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba.


4 | Caracterização e Análise Retrospectiva <strong>da</strong> Região Hidrográfica173Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 78 - Principais problemas e conflitos pelo uso <strong>da</strong> água na Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba174Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 79 - Condicionantes para o aproveitamento <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


5 | Análise de Conjuntura5.3 | Vocações Regionais e seus Reflexos sobre osRecursos HídricosA Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba possui uma característicapeculiar que é a transição entre os biomas Cerra<strong>do</strong>,Caatinga e Amazônia. Essa característica ambiental pode tersi<strong>do</strong> determinante sobre o tipo de povoamento e o desenvolvimentoeconômico <strong>da</strong> <strong>região</strong>. Associa<strong>do</strong> a isto vem oregime diferencia<strong>do</strong> de precipitação e escoamento nas Subbacias.Por um la<strong>do</strong>, encontram-se Sub-bacias com altopotencial hídrico e por outro, Bacias com baixíssimo potencial.As características de desenvolvimento econômico esocial também são diferentes entre estas Sub-bacias.Na esfera federal o principal projeto desenvolvi<strong>do</strong> na <strong>região</strong>é o Planap, executa<strong>do</strong> pela Codevasf. Em 6 de janeirode 2000, a Lei n. o 9.954 ampliou a área de atuação <strong>da</strong>Codevasf, ao incluir a Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba emsua área de atuação, passan<strong>do</strong> a Empresa a se denominarCompanhia de Desenvolvimento <strong>do</strong>s Vales <strong>do</strong> São Franciscoe <strong>do</strong> Parnaíba.Desta maneira, a Codevasf, em colaboração com os demaisórgãos públicos federais, estaduais ou municipais queatuam na área, deve elaborar os planos de desenvolvimentointegra<strong>do</strong> <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, indican<strong>do</strong> osprogramas e projetos prioritários, com relação às ativi<strong>da</strong>desque a própria lei prevê. Assim, foi cria<strong>do</strong> o programa denomina<strong>do</strong>Plano de Ação para o Desenvolvimento Integra<strong>do</strong><strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Rio Parnaíba – Planap, composto de:• um inventário de diagnósticos e estu<strong>do</strong>s técnicos realiza<strong>do</strong>spor diferentes instituições atuantes na Bacia;• um Plano de Curto Prazo, visan<strong>do</strong> definir estratégiaspara que as iniciativas de desenvolvimento parcialmenteimplanta<strong>da</strong>s, sem orientação e apoio bem defini<strong>do</strong>s,possam ser concluí<strong>da</strong>s de maneira a que ascomuni<strong>da</strong>des envolvi<strong>da</strong>s possam ter perspectivas dedesenvolvimento futuro; e• um Plano de Desenvolvimento com ações de médio elongo prazo, incluin<strong>do</strong> a elaboração <strong>do</strong> MacrozoneamentoEcológico-Econômico (MZEE) que é o instrumentode diagnóstico e planejamento, que contribuirápara melhorar os padrões de eficiência, eficácia edesempenho <strong>da</strong>s ações <strong>do</strong> governo, em parceria como setor priva<strong>do</strong>, na promoção <strong>do</strong> desenvolvimentosustentável.Outras instituições federais de atuação na <strong>região</strong> são oDNOCS, com projetos de irrigação, e o Banco <strong>do</strong> Nordeste,por meio de financiamento às ativi<strong>da</strong>des produtivas. Em2003, o Governo Federal implantou o programa Fome Zerono Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí.Programas como o Proágua, financia<strong>do</strong> pelo Banco Mundial,investem na construção de açudes e adutoras, além depropiciar o desenvolvimento de conhecimento <strong>do</strong>s recursoshídricos <strong>da</strong> <strong>região</strong>.Em função <strong>da</strong>s peculiari<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> Sub-bacia <strong>da</strong> RegiãoHidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, existem vocações diferencia<strong>da</strong>spara ca<strong>da</strong> uma delas (Figura 80). A seguir descreve-seas vocações de ca<strong>da</strong> Sub-bacia.Sub-bacia Parnaíba 01 (Rio Balsas)Possui uma vocação agrícola em função <strong>do</strong> alto potencialhídrico, <strong>da</strong>s altas precipitações pluviométricas e soloscaracterísticos de <strong>região</strong> de Cerra<strong>do</strong>, propícios para o cultivode soja e arroz de sequeiro. Observa-se nesta <strong>região</strong> umforte crescimento econômico em função <strong>do</strong> cultivo <strong>da</strong> soja,principalmente no Município de Balsas. No entanto é essenciala adequação <strong>da</strong>s práticas agrícolas e manejo <strong>do</strong> solopara evitar problemas com a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água e erosão.Sub-bacia Parnaíba 02 (Rio Alto Parnaíba)Muito semelhante à Sub-bacia Parnaíba 0, possui altoíndice pluviométrico e excelente disponibili<strong>da</strong>de hídrica,fazen<strong>do</strong> com que sua vocação principal seja a agricultura.Observa-se crescimento econômico no Município de AltoParnaíba, em função <strong>do</strong> cultivo <strong>da</strong> soja. As práticas agrícolase o manejo <strong>do</strong> solo devem ser revisa<strong>do</strong>s para evitar ocomprometimento <strong>do</strong>s corpos de água em relação ao assoreamentoe à sua quali<strong>da</strong>de.Sub-bacia Parnaíba 03 (Rio Gurguéia)Sua vocação principal é a agricultura com alta produtivi<strong>da</strong>deno cultivo <strong>da</strong> soja. É uma <strong>da</strong>s Sub-bacias mais explora<strong>da</strong>sem relação ao uso <strong>do</strong> solo. Há intensa destruição175


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba176<strong>da</strong> mata ciliar <strong>do</strong> rio Gurguéia, assim como muitos poçosjorrantes ao longo deste rio.Sub-bacia Parnaíba 04 (Rio Itaueiras)Também possui vocação agrícola e uso <strong>da</strong> irrigação na agricultura,com várias lagoas em que se pratica a rizicultura.Sub-bacia Parnaíba 05 (Rio Piauí/Canindé)Quase to<strong>da</strong> a Sub-bacia encontra-se inseri<strong>da</strong> na <strong>região</strong> declima semi-ári<strong>do</strong> e no bioma Caatinga. Possui uma vocaçãovolta<strong>da</strong> à pecuária, principalmente de criação de ovinos/caprinose galinhas/frango. As questões climáticas favorecemmais a pecuária <strong>do</strong> que a agricultura, ativi<strong>da</strong>de histórica dedesenvolvimento e povoamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí. É nestaSub-bacia que se encontra a antiga capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, oMunicípio de Oeiras, bem como os Municípios representativos,a exemplo de Picos e São Raimun<strong>do</strong> Nonato. Além <strong>da</strong>pecuária, desenvolvem-se a apicultura, a produção de leitee a agricultura irriga<strong>da</strong>.As vazões são baixas e as chuvas são concentra<strong>da</strong>s em trêsa quatro meses consecutivos durante o ano, levan<strong>do</strong> à construçãode obras hídricas para a garantia de água. Assim, éfun<strong>da</strong>mental a operação adequa<strong>da</strong> e racional <strong>da</strong> água armazena<strong>da</strong>de maneira a evitar problemas de salinização.Ibiapaba. Já na sua parte baixa, a vocação é a riziculturae o cultivo de soja, em desenvolvimento no Município deBrejo, considera<strong>do</strong> hoje a nova fronteira agrícola dentro <strong>da</strong><strong>região</strong>. Há, também, ativi<strong>da</strong>des de extrativismo vegetal, comoa exemplo <strong>da</strong> cera de carnaúba. Na parte litorânea, a vocaçãoé para as ativi<strong>da</strong>des de pesca, cata de caranguejo e turismo noDelta <strong>do</strong> Parnaíba, além <strong>da</strong> carcinocultura bem desenvolvi<strong>da</strong>na <strong>região</strong>, que abastece os merca<strong>do</strong>s de Fortaleza.Sub-bacia Parnaíba 06 (Rio Poti/Parnaíba)Esta Sub-bacia possui uma vocação mais agrícola em suaparte mais alta, principalmente na produção de leite, cultivode algodão e feijão, em Crateús e Croata. Já na sua partemais baixa, onde se encontram os Municípios mais populosos,como Teresina, Timon e Caxias, a vocação é mais para aindústria extrativista e de transformação, bem como a produçãode cana de açúcar. Essas ativi<strong>da</strong>des podem prejudicarprincipalmente a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s águas.Sub-bacia Parnaíba 07 (Rio Longá/Parnaíba)A Sub-bacia possui vocação para a produção de legumee verduras, em especial em sua parte alta, na Chapa<strong>da</strong> <strong>da</strong>


5 | Análise de Conjuntura177Fonte: Bases <strong>do</strong> PNRH (2005)Figura 80 - Vocações Regionais <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba


Foto: Banco de Imagens <strong>da</strong> Codevasf (Delta <strong>do</strong> Parnaíba, PI/MA)


6 | ConclusõesCaracterísticas GeraisA Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba possui característicasclimáticas peculiares, apresentan<strong>do</strong> clima semi-ári<strong>do</strong> emsua porção oriental, sub-úmi<strong>do</strong> em sua porção ocidental eúmi<strong>do</strong> na sua porção su<strong>do</strong>este. Esta peculiari<strong>da</strong>de influenciaa ocupação <strong>da</strong> <strong>região</strong> e as ativi<strong>da</strong>des econômicas <strong>da</strong> populaçãoresidente.A configuração espacial <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíbaé um reflexo de sua compartimentação geotectônicaque, por sua vez, controla os aspectos morfológicos, pe<strong>do</strong>lógicose a organização <strong>da</strong> drenagem. Encontra-se instala<strong>da</strong>em duas grandes uni<strong>da</strong>des estruturais: o escu<strong>do</strong> cristalino(cerca de 15% <strong>da</strong> área) e a Bacia Sedimentar <strong>do</strong> Parnaíba(85%), que propicia a ocorrência de aqüíferos.Processos de desertificação em esta<strong>do</strong> avança<strong>do</strong> são encontra<strong>do</strong>snesta <strong>região</strong>. O Município de Gilbués ao sul <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí é aponta<strong>do</strong> como um <strong>do</strong>s principais Núcleosde Desertificação <strong>do</strong> Nordeste Brasileiro. Nesta <strong>região</strong>as práticas de manejo <strong>do</strong> solo deverão se adequar em função<strong>da</strong> fragili<strong>da</strong>de deste ambiente, altamente susceptível àsações antrópicas.A quantificação <strong>da</strong> área desertifica<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> não está bemesclareci<strong>da</strong>. Estu<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong> pela Codevasf (2005c)mostra uma área de 958,79Km 2 , enquanto o IBGE (2004)aponta a área <strong>do</strong>s três Municípios <strong>do</strong> núcleo em 7.694Km 2 .Notícias em páginas de internet, relaciona<strong>da</strong>s à ONG’s ambientais,indicam uma área de 6.131Km 2 . Conclui-se, a partirdisso, ser fun<strong>da</strong>mental a determinação e o monitoramentodessa área para estimar a sua taxa de expansão e definirprogramas de recuperação e controle <strong>da</strong>s áreas degra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.São vários os açudes e adutoras em construção na <strong>região</strong>,projeta<strong>do</strong>s para garantir a oferta hídrica, principalmente noSemi-ári<strong>do</strong>. A Chesf prevê a construção de oito barragenspara a geração de energia elétrica, com fornecimento estima<strong>do</strong>em 817MW de energia para o Nordeste. Estas barragensestão projeta<strong>da</strong>s para serem construí<strong>da</strong>s nos rios Balsase Parnaíba, com alto potencial para navegabili<strong>da</strong>de.Características <strong>da</strong>s disponibili<strong>da</strong>des hídricasCom relação às características <strong>da</strong>s disponibili<strong>da</strong>des hídricas,observa-se que a distribuição espacial <strong>da</strong>s chuvas édiferencia<strong>da</strong> para as Sub-bacias de nível 1, pois quan<strong>do</strong> operío<strong>do</strong> chuvoso se inicia no Baixo Parnaíba, no Alto Parnaíbaestá no seu perío<strong>do</strong> final. Quanto às vazões, observa-seque, nas Sub-bacias <strong>do</strong> Alto Parnaíba, elas possuem poucavariabili<strong>da</strong>de sazonal, enquanto as <strong>do</strong> Médio e Baixo Parnaíbatêm grande variabili<strong>da</strong>de, apresentan<strong>do</strong>, em algunspostos fluviométricos, valores próximo a zero nos perío<strong>do</strong>ssecos, entre junho e dezembro.Consideran<strong>do</strong> as irregulari<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s vazões nos rios <strong>da</strong><strong>região</strong>, tanto temporal, como sazonal, pode-se dizer que avazão média anual não é um parâmetro confiável para estimara disponibili<strong>da</strong>de hídrica, sen<strong>do</strong> necessária utilizaçãode outras ferramentas.Para a determinação <strong>da</strong>s disponibili<strong>da</strong>des hídricas emca<strong>da</strong> Sub-bacia considerou-se a vazão com 95% de garantia,adiciona<strong>da</strong> <strong>da</strong>s vazões regulariza<strong>da</strong>s pelos reservatóriose <strong>da</strong>s vazões disponíveis para uso em lagos e reservatórios,quan<strong>do</strong> <strong>da</strong> existência <strong>da</strong> informação. Entre os <strong>da</strong><strong>do</strong>s disponíveissobre vazão regulariza<strong>da</strong> <strong>do</strong>s reservatórios <strong>da</strong> <strong>região</strong>estão os <strong>da</strong> Barragem Boa Esperança, no rio Parnaíba. EmAri<strong>da</strong>s/PI, foram encontra<strong>da</strong>s informações sobre a disponibili<strong>da</strong>dehídrica de algumas lagoas e reservatórios, relativasao volume anual utilizável. Essas informações, levanta<strong>da</strong>sem 1995, estão defaza<strong>da</strong>s. É preciso realizar um trabalhode atualização <strong>da</strong> quantificação destas reservas para ca<strong>da</strong>Sub-bacia <strong>da</strong> <strong>região</strong>.179


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba180Existem na <strong>região</strong> muitas lagoas e lagos que são utiliza<strong>do</strong>spela população para pesca e rizicultura. No entanto,informações quantitativas e qualitativas destes ambientesnão são disponíveis ou não existem. Estu<strong>do</strong>s abor<strong>da</strong>n<strong>do</strong>aspectos quantitativos e qualitativos destas lagoas e lagos,bem como sua relação com os aqüíferos locais, serão fun<strong>da</strong>mentaispara as ações de gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos.Um fator fun<strong>da</strong>mental para a <strong>região</strong> é a evaporação <strong>do</strong>scorpos de água e evapotranspiração <strong>da</strong>s superfícies de soloe vegetação, principalmente na porção semi-ári<strong>da</strong>, ondeseus valores são muito altos, mesmo compara<strong>do</strong>s com outrasregiões <strong>do</strong> Nordeste. As per<strong>da</strong>s por evapotranspiraçãosão em torno de 90% nesta <strong>região</strong>. O monitoramento <strong>da</strong>svariáveis ambientais, como Temperatura, Umi<strong>da</strong>de Relativa<strong>do</strong> Ar, Veloci<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s Ventos, Evaporação, entre outras,é fun<strong>da</strong>mental para melhorar a eficiência <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong>água na agricultura irriga<strong>da</strong>, bem como estimar a disponibili<strong>da</strong>dehídrica em Lagoas e Reservatórios.A <strong>região</strong> é rica em águas subterrâneas e suas deman<strong>da</strong>satuais podem ser supri<strong>da</strong>s totalmente com este recurso. Noentanto, vêm sen<strong>do</strong> explora<strong>da</strong> intensamente e de maneirainadequa<strong>da</strong> com a construção de poços por empresas desqualifica<strong>da</strong>stecnicamente. Isso ocorre, principalmente, nasSub-bacias Parnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 04 (Itaueiras)e Parnaíba 05 (Piauí/Canindé). A fiscalização é precária enão existem, ain<strong>da</strong>, ações concretas e efetivas de controledesta ativi<strong>da</strong>de na <strong>região</strong>.Em to<strong>da</strong> a <strong>região</strong>, a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água, tanto superficialcomo subterrânea, tem si<strong>do</strong> degra<strong>da</strong><strong>da</strong>, ou pela falta de saneamentobásico e/ou pela utilização inadequa<strong>da</strong> de agrotóxicose fertilizantes na agricultura. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s de quali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> água na <strong>região</strong> são muito escassos e não existe um sistemade monitoramento eficaz e contínuo para se avaliar asituação <strong>do</strong>s corpos hídricos, visan<strong>do</strong> o seu enquadramentoconforme Resolução <strong>do</strong> Conama n. o 357/2005.Ain<strong>da</strong> quanto à quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Alto Parnaíba,existe a necessi<strong>da</strong>de de uma avaliação sobre o graude poluição <strong>da</strong> água por agrotóxicos utiliza<strong>do</strong>s na agricultura,bem como de nutrientes como o fósforo e nitrogênioidentifican<strong>do</strong> qual a contribuição <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de agrícola parao aporte deste material aos corpos hídricos.Principais biomas e ecossistemasA Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba possui uma heterogenei<strong>da</strong>denatural em função <strong>do</strong>s biomas existentes, comáreas de Cerra<strong>do</strong>, Caatinga, Costeiro e transição entre Caatinga-Cerra<strong>do</strong>e Caatinga-Amazônia. A <strong>região</strong> é bem representa<strong>da</strong>em termos de Uni<strong>da</strong>des de Conservação, possuin<strong>do</strong>alguns Parques Nacionais, Estação Ecológica, Áreade Proteção Ambiental (APAs), Reservas Particulares e <strong>do</strong>isCorre<strong>do</strong>res Ecológicos (Caatinga e Jalapão). No entanto,existe deficiência de fiscalização e controle de desmatamentos,queima<strong>da</strong>s e invasões nestas áreas.Caracterização <strong>do</strong> solo, seu uso e ocupaçãoOs solos na <strong>região</strong> são os Latossolos, que apresentamboa fertili<strong>da</strong>de e são propícios para a agricultura. Os principaisusos são para a pecuária, agricultura e urbanização.O cultivo <strong>da</strong> soja no Cerra<strong>do</strong> vem se expandin<strong>do</strong> na <strong>região</strong>,representan<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s principais economias <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<strong>do</strong> Piauí e Maranhão. No entanto, algumas práticas inadequa<strong>da</strong>sde manejo <strong>do</strong> solo associa<strong>da</strong>s aos tipos de solos ecaracterísticas hidrológicas provocam erosão, ocasionan<strong>do</strong>o assoreamento <strong>do</strong>s cursos de água, observa<strong>do</strong> na calha <strong>do</strong>rio Parnaíba.Evolução socioculturalNa maioria <strong>do</strong>s Municípios <strong>da</strong> <strong>região</strong> a população está emtorno de 20 mil habitantes. Observa-se uma forte concentraçãopopulacional nas Sub-bacias Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba)e Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba), com destaque aosMunicípios de Teresina e Parnaíba, os mais populosos <strong>da</strong><strong>região</strong>. Em quase to<strong>da</strong>s as Sub-bacias, a população urbanasupera a população rural, sen<strong>do</strong> a única exceção a Sub-baciaParnaíba 05 (Piauí/Canindé).A Sub-bacia Parnaíba 01 (Balsas) apresenta a maior taxade crescimento entre 1991 e 2000, em especial no Municípiode Balsas, onde se concentra a riqueza gera<strong>da</strong> pelaativi<strong>da</strong>de agrícola na <strong>região</strong>, o que atrai migrantes em buscade oportuni<strong>da</strong>des de trabalho.O IDH <strong>da</strong> <strong>região</strong> aumentou entre 1991 e 2000, passan<strong>do</strong>de baixo desenvolvimento para desenvolvimento médio,indican<strong>do</strong> melhoria no grau de escolari<strong>da</strong>de e longevi<strong>da</strong>de.


7 | ConclusõesQuanto ao IDH Ren<strong>da</strong>, este permaneceu em baixo desenvolvimento.O índice de Gini, que mede a distribuição deren<strong>da</strong>, ao contrário <strong>do</strong> IDH, aumentou em to<strong>da</strong>s as Sub-bacias,indican<strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> concentração de ren<strong>da</strong>, apesar<strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> per capita <strong>da</strong> população.Outro fator preocupante é o aumento <strong>do</strong> percentual deren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas origina<strong>da</strong>s de transferências governamentaise diminuição <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> oriun<strong>da</strong> <strong>do</strong> rendimento <strong>do</strong>trabalho. Isto pode significar falta de investimentos priva<strong>do</strong>sna <strong>região</strong> e aumento <strong>do</strong> desemprego, demonstran<strong>do</strong> aforte dependência <strong>da</strong> <strong>região</strong> quanto aos repasses públicos.As principais ativi<strong>da</strong>des econômicas na <strong>região</strong> são a pecuária(ovinos, caprinos e aves), agricultura (arroz e soja),extrativismo vegetal (Carnaúba) e produção de leite e mel.A indústria é pouco representativa. No Alto Parnaíba seconcentram as ativi<strong>da</strong>des agrícolas, enquanto que a pecuáriae a produção de mel e leite pre<strong>do</strong>minam no Baixo eMédio Parnaíba.A ativi<strong>da</strong>de industrial está concentra<strong>da</strong> nas proximi<strong>da</strong>desde Teresina, entre as Sub-bacias 06 (Poti/Parnaíba) e Parnaíba07 (Longá/Parnaíba), apesar de algumas uni<strong>da</strong>des industriaisnas Sub-bacias Parnaíba 01 (Balsas) e Parnaíba 02(Alto Parnaíba). A ativi<strong>da</strong>de de carcinocultura se concentrano Baixo Parnaíba em regiões de mangues e apicuns. A riziculturaé comum na <strong>região</strong>, principalmente na sua porçãooeste, ao longo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. O extrativismo vegetalpre<strong>do</strong>mina na Sub-bacia Parnaíba 07 (Longá/Parnaíba),com a exploração <strong>da</strong> Carnaúba.Com relação aos serviços públicos, houve um crescimentoentre 1991 e 2000 em to<strong>da</strong>s as Sub-bacias, destacan<strong>do</strong>o crescimento <strong>do</strong>s serviços de fornecimento de energia elétrica.Apesar <strong>do</strong> crescimento, os índices continuam baixos,principalmente os de abastecimento de água, com percentuaisem torno de 40% de uni<strong>da</strong>des com rede de água, comexceção <strong>do</strong>s Municípios mais populosos, como Teresina eParnaíba. Os piores índices são os de coleta de esgoto, comvalores em torno de 9% de uni<strong>da</strong>des com coleta, à exceção<strong>da</strong> <strong>região</strong> de Crateús, no Ceará, onde os índices são de 16%a 27% de uni<strong>da</strong>des residenciais.Os serviços de coleta de lixo estão em torno de 15% deuni<strong>da</strong>des <strong>do</strong>miciliares atendi<strong>da</strong>s, em quase to<strong>da</strong> a RegiãoHidrográfica, com destaque aos Municípios polariza<strong>do</strong>rescomo Balsas, Picos, Floriano, Crateús, Parnaíba e Teresina,com índices em torno de 80%.No entanto, o fato de possuir coleta de esgoto ou lixo,não significa que estes estão sen<strong>do</strong> trata<strong>do</strong>s e dispostos adequa<strong>da</strong>mentena <strong>região</strong>, evitan<strong>do</strong> a contaminação <strong>do</strong>s corposde água. Ações institucionais são fun<strong>da</strong>mentais na <strong>região</strong>para a melhoria <strong>da</strong>s condições sanitárias, desde investimentosem sistemas de coleta e tratamento de resíduos líqui<strong>do</strong>se sóli<strong>do</strong>s até campanhas permanentes de conscientização.Um indicativo <strong>da</strong> precarie<strong>da</strong>de <strong>do</strong> saneamento básico é aocorrência de óbitos por <strong>do</strong>enças infecciosas e parasitárias,em função <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> água contamina<strong>da</strong> por vetores <strong>da</strong> hepatite,esquistossomose, cólera, entre outras. A <strong>região</strong> <strong>do</strong>Baixo Parnaíba apresenta os maiores índices de óbitos destanatureza. Ali se concentra o maior contingente populacional,mas os sistemas de coleta de esgotos e distribuição deágua são precários.Um aspecto que chama a atenção é a morbi<strong>da</strong>de por<strong>do</strong>enças <strong>do</strong> sistema circulatório que supera a maioria <strong>do</strong>scasos de óbitos na <strong>região</strong>, apresentan<strong>do</strong> o maior índice naSub-bacia <strong>do</strong> Alto Parnaíba. Este fato pode estar relaciona<strong>do</strong>ao manejo inadequa<strong>do</strong> de agrotóxicos pelos agricultores<strong>da</strong> <strong>região</strong>. No entanto, é uma hipótese que precisa ser investiga<strong>da</strong>com mais cui<strong>da</strong><strong>do</strong>.Desenvolvimento econômico regional e usos <strong>da</strong> águaAs principais deman<strong>da</strong>s de água na <strong>região</strong> são para o abastecimentohumano, irrigação e dessedentação de animais.De maneira geral a <strong>região</strong> possui boa disponibili<strong>da</strong>dehídrica, tanto superficial, como subterrânea, sen<strong>do</strong> suficientepara garantir a deman<strong>da</strong> atual. O balanço deman<strong>da</strong>e disponibili<strong>da</strong>de hídrica superficial aponta uma situaçãoExcelente em quase to<strong>da</strong>s as Sub-bacias, com exceção <strong>da</strong>sSub-bacias Parnaíba 03 (Gurguéia) e Parnaíba 05 (Piauí/Canindé),que apresentam condição Confortável. Quanto aocritério Deman<strong>da</strong>/Vazão Média Anual, to<strong>da</strong>s as Sub-baciasapresentam condição Excelente. O balanço deman<strong>da</strong> e disponibili<strong>da</strong>dede água subterrânea, aponta suficiência paragarantir as deman<strong>da</strong>s atuais.181


Caderno <strong>da</strong> Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba182Em to<strong>da</strong> a <strong>região</strong>, pre<strong>do</strong>minam os usos <strong>da</strong> água para fins<strong>do</strong>mésticos e lançamento de efluentes. No Alto Parnaíbaexiste também o uso <strong>da</strong> água para a navegação e para ageração de energia elétrica. No Médio Parnaíba, o uso empotencial é para a irrigação e a indústria, nas proximi<strong>da</strong>desde Teresina. Na Sub-bacia Baixo Parnaíba a água é utiliza<strong>da</strong>para a irrigação, pesca, carcinocultura e turismo.Histórico <strong>do</strong>s conflitos pelo uso <strong>da</strong> águaOs principais conflitos que existem na <strong>região</strong> são entre anavegação com a geração de energia elétrica no rio Parnaíbae a pesca com a rizicultura, nas lagoas. Neste caso, asações de gestão são suficientes para resolver os conflitos demaneira racional.A implantação <strong>da</strong> política de recursos hídricosTo<strong>do</strong>s os Esta<strong>do</strong>s integrantes <strong>da</strong> Região Hidrográfica jápossuem suas leis de recursos hídricos. Há situações emestágio mais avança<strong>do</strong>, com a criação de comitês de bacias esistemas de outorga implanta<strong>do</strong>s, como no Ceará. No Piauíe no Maranhão, há processos de implantação <strong>do</strong>s instrumentosde gestão.Sen<strong>do</strong> o rio Parnaíba de <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> União, a outorgavem sen<strong>do</strong> forneci<strong>da</strong> pela ANA. No Piauí, foi cria<strong>do</strong>o Comitê <strong>do</strong> Açude Bocaina como organismo colegia<strong>do</strong>local.Análise de conjunturaOs principais problemas com os usos exclusivos <strong>da</strong> águana <strong>região</strong> são a degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água pelo usoexclusivo de lançamento de efluentes e a dificul<strong>da</strong>de deimplantação de uma hidrovia em função <strong>da</strong> construção <strong>do</strong>reservatório Boa Esperança.Os principais conflitos e problemas com os usos <strong>da</strong> águasão a degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água devi<strong>do</strong> o lançamentode efluentes, além <strong>do</strong> manejo inadequa<strong>do</strong> de insumosagrícolas. O uso inadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong> solo provoca o assoreamento<strong>do</strong>s corpos de água, principalmente no rio Parnaíba.Existem conflitos entre a navegação e a geração de energiaelétrica e a exploração inadequa<strong>da</strong> <strong>do</strong>s aqüíferos, principalmentenas Sub-bacias Parnaíba 03 (Gurguéia), Parnaíba 04(Itaueiras) e Parnaíba 05 (Piauí/Canindé) e, nas lagoas, háconflitos entre rizicultores e pesca<strong>do</strong>res. A carcinoculturadegra<strong>da</strong> os mangues <strong>do</strong> Delta <strong>do</strong> Parnaíba.Alguns projetos e programas relaciona<strong>do</strong>s aos recursoshídricos estão em execução na <strong>região</strong>: Planap/Codevasf,Proágua, PAN-Brasil, Fome Zero, ZEE Baixo Parnaíba, entreoutros. No caso <strong>do</strong> Planap/Codevasf, é fun<strong>da</strong>mental a interseçãoentre as suas áreas de atuação com as Sub-bacias <strong>da</strong>Região Hidrográfica <strong>do</strong> Parnaíba, de forma a compatibilizaras ações de planejamento e gestão <strong>do</strong>s recursos hídricoscom as ações <strong>da</strong> Codevasf na <strong>região</strong>.No Alto Parnaíba, a vocação regional e os usos <strong>da</strong> água,voltam-se para a agricultura de sequeiro, ativi<strong>da</strong>de queutiliza a água precipita<strong>da</strong> e não depende de irrigação, apesarde existirem algumas proprie<strong>da</strong>des que utilizam destaprática. Mas a principal utilização <strong>da</strong> água para esta ativi<strong>da</strong>deé a navegação, nos rios Parnaíba e Balsas, para oescoamento <strong>da</strong>s safras de soja e arroz. O transporte hidroviáriodiminui os custos com o escoamento <strong>da</strong>s safras paraos portos <strong>da</strong> <strong>região</strong>.No Médio Parnaíba, a vocação principal é a pecuária,na Sub-bacia <strong>do</strong> Piauí Canindé, principalmente de ovinose caprinos, enquanto que na Sub-bacia Parnaíba 06 (Poti/Parnaíba) a vocação é para ativi<strong>da</strong>des industriais e extrativistas,na sua parte baixa, próximo à Teresina, e agrícola,com irrigação em sua parte alta, próximo a Crateús. Aagricultura irriga<strong>da</strong> é uma prática que vem crescen<strong>do</strong> nesta<strong>região</strong> em virtude <strong>da</strong>s baixas precipitações e solos com boafertili<strong>da</strong>de.No Baixo Parnaíba existem várias ativi<strong>da</strong>des, já que a Subbaciamais populosa. As ativi<strong>da</strong>des vão desde a agriculturairriga<strong>da</strong>, ativi<strong>da</strong>de industrial, extrativismo, pesca, turismo,rizicultura e carcinocultura. As ativi<strong>da</strong>des que mais utilizamágua são as de rizicultura, que ocorre nas lagoas, de carcinocultura,que utiliza os mangues <strong>do</strong> Delta <strong>do</strong> Parnaíba, e ade irrigação de hortaliças e frutas.Análise <strong>da</strong> lista de atores e variáveisAs cinco variáveis mais relevantes para a <strong>região</strong> são osEventos Hidrológicos Críticos, o Clima , Investimento em Infra-Estrutura,Enquadramento <strong>do</strong>s Corpos de água e a Exis-


7 | Conclusõestência de Planos de Recursos Hídricos, to<strong>do</strong>s com alto graude intensi<strong>da</strong>de, impacto e incertezas. Os eventos hidrológicoscríticos estão associa<strong>do</strong>s ao clima <strong>da</strong> <strong>região</strong>: ocorremsecas ou cheias, e seu impacto depende muito de infra-estruturahídrica existente e <strong>da</strong> forma de ocupação <strong>da</strong> terra,fatores extremamente importantes para a <strong>região</strong>.A infra-estrutura de saneamento básico na <strong>região</strong> é precáriae repercute sobre a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> água, sen<strong>do</strong> perceptívelpelos atores sociais, justifican<strong>do</strong> assim a relevância <strong>do</strong>enquadramento <strong>do</strong>s cursos de água. A existência de planosde recursos hídricos é considera<strong>da</strong> relevante, uma vez queeles traçarão as diretrizes para a infra-estrutura hídrica, parao enquadramento <strong>do</strong>s cursos de água e para a gestão <strong>do</strong>srecursos hídricos na <strong>região</strong>.Interessante notar, com relação aos atores sociais, a relevância<strong>do</strong>s Empresários <strong>do</strong> Ramo Imobiliário Ribeirinho eEstuarino, demonstran<strong>do</strong> novamente a preocupação coma ocupação <strong>da</strong> terra, principalmente nas margens <strong>do</strong>s riose na <strong>região</strong> <strong>do</strong> Delta <strong>do</strong> Parnaíba. Outros atores mais relevantessão as Empresas de Energia Elétrica, Empresários<strong>da</strong> Indústria <strong>do</strong> Turismo e os Infratores, com tendência deaumento <strong>da</strong> potência.183Questões prioritárias, programas e diretrizesDurante o Seminário Regional <strong>do</strong> Parnaíba foram defini<strong>da</strong>squestões prioritárias para a <strong>região</strong>, bem como programas ediretrizes. Com relação à gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos, houveuma grande preocupação com o fortalecimento institucional,principalmente com relação à capacitação <strong>do</strong>s recursoshumanos. Quanto ao meio ambiente, a maior preocupaçãofoi com os recursos hídricos subterrâneos, que vêm sofren<strong>do</strong>degra<strong>da</strong>ção, tanto em termos de quali<strong>da</strong>de, quanto de quanti<strong>da</strong>de.Também houve preocupação com o desmatamento<strong>da</strong> mata ciliar e <strong>do</strong> assoreamento <strong>do</strong>s rios e reservatórios. Jáem termos de usos múltiplos, a maior preocupação foi com osetor de saneamento, haja vista a precarie<strong>da</strong>de em que se encontraa coleta, tratamento e disposição final <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>se líqui<strong>do</strong>s na <strong>região</strong>. Para ca<strong>da</strong> questão prioritária foramtraça<strong>do</strong>s programas e diretrizes, base para o Plano Nacionalde Recursos Hídricos, e guia para as ações relaciona<strong>da</strong>s aosrecursos hídricos na <strong>região</strong>.


Foto: Banco de Imagens <strong>da</strong> Codevasf (Delta <strong>do</strong> Parnaíba, PI/MA)


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