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em Lutero: uma análise a partir da doutrina dos dois ... - UEM

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Revista Brasileira de História <strong>da</strong>s Religiões. ANPUH, Ano II, n. 5, Set. 2009 - ISSN 1983-2850http://www.dhi.u<strong>em</strong>.br/gtreligiao_____________________________________________________________________________submete a ela pagando impostos, honrando os príncipes, e fazendo aquilo que for útil. 13 Ocristão não deve obediência por necessi<strong>da</strong>de, n<strong>em</strong> faz obras por necessi<strong>da</strong>de, mas tudo émotivado pelo amor ao próximo. Entre si os cristãos não precisam de autori<strong>da</strong>de secular,porém por amor ao próximo o cristão se sujeita ao regime <strong>da</strong> espa<strong>da</strong>. 14Não só o cristão deve se submeter à espa<strong>da</strong>, mas se necessário também deveria ocupara função de autori<strong>da</strong>de civil. Nesta tarefa não há um proveito para o cristão, mas para opróximo. Não há probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> o cristão assumir a função de autori<strong>da</strong>de civil, pois se ela é boacriação de Deus (Rm 13.1, 4) pode-se usar dela de forma cristã (1Tm 4.4). Se a autori<strong>da</strong>de éconstituí<strong>da</strong> por Deus então não deve ser reserva<strong>da</strong> só para gentios, pois se é serviço especial aDeus então compete mais aos cristãos, do que a outros, fazer uso dela. Porém não se devefazer uso <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de <strong>em</strong> benefício próprio, pois quando se trata do mal feito a si, deve-seaceitá-lo, porém quando se trata do mal feito a outro, deve-se procurar justiça. 15b) Na segun<strong>da</strong> parte do escrito <strong>Lutero</strong> analisa o alcance <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de secular. As leisdo regime secular abrang<strong>em</strong> somente coisas materiais e não pod<strong>em</strong> legislar sobre assuntos defé pessoal. Não há Palavra de Deus n<strong>uma</strong> lei que imponha a fé a alguém, pois Deus deseja quea fé se fun<strong>da</strong>mente somente na Sua Palavra (Mt 16.18, Jo 10,27). Também não se podeordenar que se creia <strong>em</strong> pais <strong>da</strong> igreja ou concílios, pois não se sabe se são Palavra de Deus(1Pe 4.11). Crer ou não crer <strong>em</strong> algo é assunto pessoal e não traz prejuízo para a autori<strong>da</strong>desecular, sendo ain<strong>da</strong> que a fé é obra exclusiva do Espírito Santo, não podendo ser ordena<strong>da</strong>por homens. Este t<strong>em</strong> sido o erro <strong>dos</strong> príncipes e do Imperador, afirma <strong>Lutero</strong>, pois seusjuízos só pod<strong>em</strong> ser <strong>em</strong>iti<strong>dos</strong> a respeito de assuntos que consigam ver, reconhecer, modificare julgar, e este não é o caso nos assuntos de fé. 16Para <strong>Lutero</strong> Deus deseja exterminar as autori<strong>da</strong>des, e lhes perverteu a mente. Osbispos e o Papa deveriam pregar a Palavra, mas t<strong>em</strong> apenas governado bens e posses. De igualforma os príncipes deveriam governar o povo externamente, porém não o faz<strong>em</strong>. O que t<strong>em</strong>feito é explorar o povo com altas taxas e impostos. Em Romanos 13 Paulo não fala que sedeve obediência a autori<strong>da</strong>de <strong>em</strong> questões de fé, mas a ca<strong>da</strong> qual o que é devido, à autori<strong>da</strong>desecular coisas externas e materiais, pois já na criação Deus atribui ao ser h<strong>uma</strong>no o regimeexterno (Gn 1.26). A limitação do poder secular está <strong>em</strong> que se deve obedecer mais a Deus do13 LUTERO, op. cit., p. 88.14 Ibid., p. 89.15 Ibid., p. 90-96.16 Ibid., p. 97-99.245

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