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em Lutero: uma análise a partir da doutrina dos dois ... - UEM

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Revista Brasileira de História <strong>da</strong>s Religiões. ANPUH, Ano II, n. 5, Set. 2009 - ISSN 1983-2850http://www.dhi.u<strong>em</strong>.br/gtreligiao_____________________________________________________________________________<strong>da</strong> teologia escolástica, que afirmava que o Sermão do Monte era apenas um conselho para osperfeitos, porém posteriormente o perfeito papa quis tomar para si também a espa<strong>da</strong> <strong>da</strong>autori<strong>da</strong>de civil, com a qual não poderia coadunar-se de acordo com Rm 12.19. 6<strong>Lutero</strong> fun<strong>da</strong>mentou o direito secular e o uso <strong>da</strong> espa<strong>da</strong> por parte <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de civil<strong>em</strong> Rm 13.1-2 e 1Pe 2.13s. Este direito foi instituído por Deus desde a criação, comocomprova o uso <strong>da</strong> espa<strong>da</strong> <strong>em</strong> Gn 9.6, b<strong>em</strong> como confirma a Lei de Moises <strong>em</strong> Ex 21.14.João Batista permite aos sol<strong>da</strong><strong>dos</strong> que continu<strong>em</strong> usando sua autori<strong>da</strong>de civil, mas s<strong>em</strong> abusardela (Lc 3.14). Caso o uso <strong>da</strong> espa<strong>da</strong>, entendi<strong>da</strong> como o direito <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de <strong>em</strong> sentenciar,decretar e punir os ci<strong>da</strong>dãos, não fosse instituído por Deus os textos bíblicos teriamcondenado estes atos e ordenado que os cristãos se afastass<strong>em</strong> <strong>da</strong> autori<strong>da</strong>de civil. Entretanto“é a vontade de Deus que a espa<strong>da</strong> e o direito secular sejam usa<strong>dos</strong> para castigar os maus eproteger os pie<strong>dos</strong>os”. 7As afirmações de Mt 5.38ss, Rm 12.19, Mt 5.44 e 1Pe 3.9 são duras e contradiz<strong>em</strong> oargumento anterior, e dão a entender que cristãos não pod<strong>em</strong> ter a espa<strong>da</strong> t<strong>em</strong>poral. Este é omotivo pelo qual os escolásticos entend<strong>em</strong> tais passagens como conselhos evangélicos paraperfeitos. Entretanto, para <strong>Lutero</strong>, as Palavras de Cristo permanec<strong>em</strong> váli<strong>da</strong>s, de <strong>uma</strong> formageral, para to<strong>da</strong>s as pessoas. 8<strong>Lutero</strong> propõe dividir as pessoas <strong>em</strong> <strong>dois</strong> reinos: um é o Reino de Deus, composto porto<strong>dos</strong> os ver<strong>da</strong>deiros crentes, e o outro é o reino do mundo, composto pelas d<strong>em</strong>ais pessoas.No Reino de Deus Jesus Cristo é o Rei e Senhor (Sl 2.6, Jo 18.36s, Mt 4.17, Mt 6.33). O queensina, mantém e governa este Reino é o Evangelho do Reino. O Espírito Santo que habita nocoração de ca<strong>da</strong> crente ensina e efetua que ninguém faça o mal, mas que to<strong>dos</strong> façam o b<strong>em</strong>,se sujeit<strong>em</strong> ao sofrimento e as injustiças de boa vontade. Para os que estão no Reino de Deusnão é necessário a espa<strong>da</strong> ou o direito secular, e se to<strong>dos</strong> foss<strong>em</strong> ver<strong>da</strong>deiros cristãos não serianecessário governantes, n<strong>em</strong> mesmo lei (1Tm 1.9), pois o justo faz por si mesmo aquilo que alei exige, já o injusto não faz na<strong>da</strong>. Como nenhum ser h<strong>uma</strong>no é justo e cristão por naturezaDeus os combate com a Lei para que não pratiqu<strong>em</strong> a mal<strong>da</strong>de conforme sua natureza6 LUTERO. Martinho. Da Autori<strong>da</strong>de Secular, até que ponto se lhe deve obediência. In: Obras Seleciona<strong>da</strong>s,vol. 6. 1ª Ed. São Leopoldo: Sino<strong>da</strong>l / Porto Alegre: Concórdia, 1996, p. 80-81.7 LUTERO, op. cit., p. 82-83.8 LUTERO, op. cit., p. 84.243

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