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MELISSA RODRIGUES DE ALMEIDA A RELAÇÃO ENTRE A ...

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31Os seres humanos de nossa época conquistaram no decorrer do desenvolvimentohistórico, objetivações humanas que geram novas necessidades. Por exemplo, paracomer não basta a satisfação da fome. Comer de acordo com as conquistas do sergenérico de nossa época supõe sabor, cor, odor, utensílios. Ao satisfazer a fomecomendo sobras do lixo, quem o faz não está realizando sua humanidade, masaproxima-se de uma condição animal. Vêm nesse sentido os apontamentos deMARX (2004, p. 110), ao dizer que “Para o homem faminto não existe a formahumana da comida, mas somente a sua existência abstrata como alimento; poderiaela justamente existir muito bem na forma mais rudimentar, e não há como dizer emque esta atividade de se alimentar se distingue da atividade animal de alimentar-se.”Nessa passagem, além de destacar a aproximação do homem de uma condiçãoanimal, quando está impossibilitado de acessar o gênero humano, é possível tirarcomo conseqüência que, sob condições de alienação, quanto maior a riqueza social,ou seja, quanto mais desenvolvido o gênero humano; mais pobres são os indivíduos,já que não terão acesso a grande parte dessa riqueza, criando um imenso abismoentre a individualidade e o ser genérico.Sobre isso Vigotski 17 aponta que na organização capitalista da sociedade,Cada novo patamar de desenvolvimento das forças produtivas materiais dasociedade, alcançado à frente, não só fracassou em elevar a humanidadecomo um todo – e cada personalidade humana individual – para um nívelmais alto, como a reconduziu a uma degradação mais profunda dapersonalidade humana e de seu potencial crescimento omnilateral.O que faz com que os trabalhadores estejam impossibilitados de realizarplenamente as conquistas humanas, ou seja, de apropriar-se da genericidade, sãorelações sociais específicas, que subsumem a satisfação das necessidadeshumanas à lógica predominante destas relações. No caso da sociedade capitalista,há a subsunção de toda relação à reprodução ampliada do capital, ao processo devalorização do valor. No capitalismo, portanto, a humanização possível se dácircunscrita nos limites da condição de mercadoria da força de trabalho.Com essa reflexão, tínhamos por objetivo demonstrar que a alienação nãotem origem na consciência, mas na atividade material humana, que é a fonte da17 VIGOTSKI, L. S. A transformação socialista do homem.Disponível em: .Acesso em: 25/01/2007. (Trabalho original de 1930).

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