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MELISSA RODRIGUES DE ALMEIDA A RELAÇÃO ENTRE A ...

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28OLIVEIRA (2005) complementa essa reflexão apontando que a relaçãoentre o indivíduo e o gênero humano é mediada pela relação entre o indivíduo e asociedade e mostra queo gênero humano tem se tornado cada vez mais livre e universal, mas essaliberdade e universalidade não se têm verificado na vida da grande maioriados homens singulares. Quer dizer, hoje já existem objetivações genéricas(objetivações do gênero humano) que resolveriam grandes problemas dahumanidade, mas a estrutura da sociedade em que vivemos não permite quea grande maioria dos indivíduos tenha acesso a elas. Nesse sentido, essesindivíduos estão alienados frente a esses produtos da atividade humana.(OLIVEIRA, 2005, p. 31)A partir dessa reflexão observa-se que sob relações em que imperam apropriedade privada dos meios de produção e relações sociais de assalariamento,que é o caso de nossa atual sociedade - a sociedade capitalista, o processo dehumanização constitui-se ainda como um processo de alienação. Através damediação da propriedade privada, segundo o argumento de Marx, o lugar de todosos sentidos humanos passa a ser ocupado pela alienação de todos os sentidos esubstituído pelo sentido do ter. Pelas palavras do autor:A propriedade privada nos fez tão cretinos e unilaterais que um objetosomente é o nosso [objeto] se o temos, portanto, quando existe para nóscomo capital ou é por nós imediatamente possuído, comido, bebido, trazidoem nosso corpo, habitado por nós etc., enfim, usado. Embora a propriedadeprivada apreenda todas estas efetivações imediatas da própria possenovamente apenas como meios de vida, e a vida, à qual servem de meio é avida da propriedade privada: trabalho e capitalização. [grifos no original](MARX, 2004, p. 108).Nessa passagem, Marx ressalta que, com a mediação da propriedadeprivada, os seres humanos só sentem que um objeto é seu através do sentido daposse e que esse meio é o da ‘vida da propriedade privada’. Sob essas relações, oshomens têm sua ‘essência’ 14 empobrecida, o que quer dizer que os indivíduos nãopodem se apropriar da riqueza da vida genérica. Então, pela mediação do sentido doter em todos os aspectos da vida, formam-se seres ‘mutilados’, que estãoimpossibilitados de acessar os produtos da humanidade, especialmente por conta damediação da propriedade privada. Temos assim uma vida individual cada vez maissocialidade concreta do indivíduo não possibilita necessariamente a objetivação plena desse homemenquanto ser genérico, isto é, pertencente ao gênero humano.”14 É importante notar que ao falar em ‘essência’, Marx não se refere a uma essência a priori, estáticae imutável, mas histórica, que está em relação com a genericidade.

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