13.07.2015 Views

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCOunificação majoritária do conjunto das vozes queinterfere no resultado textual fi<strong>na</strong>l (MARIANI, 1998,apud FELIPPI, 1999: 09). A <strong>mídia</strong> funcio<strong>na</strong> comoel<strong>em</strong>ento fundamental <strong>na</strong> representação ereprodução dos ‘consensos de significação’resultantes das heg<strong>em</strong>onias políticas ou, aocontrário, pode participar de sua dissolução”(FELIPPI, 1999:09).No <strong>discurso</strong> jor<strong>na</strong>lístico, o sujeito-autor do texto não é o sujeito quefala no texto. Ele reproduz o <strong>discurso</strong> do outro e faz escolhas <strong>sobre</strong>que partes deste <strong>discurso</strong> irá relatar. Isso o transforma também <strong>em</strong>sujeito presente e ativo, uma vez que esta seleção é fundada <strong>em</strong> suaprópria prática discursiva 5 . As condições citadas anteriormente nocapítulo 2 como características do processo produtivo da notícia –classificação das interferências de ord<strong>em</strong> pessoal, social, ideológica,cultural e histórica; fases da formação do <strong>agenda</strong>-setting; critérios denoticiabilidade; e formas de credibilidade – constitu<strong>em</strong>-se <strong>em</strong>el<strong>em</strong>entos de uma determi<strong>na</strong>da formação discursiva. Essa formaçãodiscursiva, que interdita e/ou favorece o que pode ser dito e comodeve ser dito, é parte da formação ideológica do jor<strong>na</strong>lista, sujeitoautordo texto jor<strong>na</strong>lístico. Miquel Rodrigo Alsi<strong>na</strong> (1989) afirma ser<strong>em</strong>os jor<strong>na</strong>listas “construtores da realidade de seu entorno” (ALSINA,1989: 15) [tradução nossa]. Para Felippi:“Noticiar é tor<strong>na</strong>r acontecimentos visíveisdetermi<strong>na</strong>ndo um sentido e impedindo que sentidosindesejáveis circul<strong>em</strong>. O <strong>discurso</strong> jor<strong>na</strong>lístico é umamodalidade de <strong>discurso</strong> <strong>sobre</strong>, falar <strong>sobre</strong>.Discursos <strong>sobre</strong> atuam <strong>na</strong> institucio<strong>na</strong>lização desentidos, causam efeito de linearidade e5 Para Foucault (1971), prática discursiva é “um conjunto de regras anônimas, históricas, s<strong>em</strong>predetermi<strong>na</strong>das no t<strong>em</strong>po e no espaço, que definiram, <strong>em</strong> uma época dada, e para umadetermi<strong>na</strong>da área social, econômica, geográfica ou lingüística, as condições de exercício dafunção enunciativa”. (FOUCAULT, 1971: 147).99

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!