13.07.2015 Views

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCOmais largamente representadas no <strong>discurso</strong> da <strong>mídia</strong>” (FAIRCLOUGH,2001: 143). Isso reforça o que já diss<strong>em</strong>os antes <strong>sobre</strong> o grau e nívelhierárquico dos indivíduos envolvidos num evento noticiável e mesmoa confiabilidade reservada às fontes institucio<strong>na</strong>is, <strong>em</strong> detrimento deoutras.Se há qu<strong>em</strong> tenha “autoridade” para falar, há os que estãodesautorizados, porque ocupam uma posição s<strong>em</strong> significância socialou política. Este espaço é ocupado por integrantes de segmentosmenos expressivos social e economicamente. Apesar da idéia inicial deHabermas de que o indivíduo deve se despir de condições sociaisprivilegiadas para expor seu <strong>discurso</strong> através dos meios decomunicação, o que se observa é que o sujeito s<strong>em</strong>pre fala de umdetermi<strong>na</strong>do lugar. Foucault (1996) destaca que o <strong>discurso</strong> segue umaord<strong>em</strong> que expressa exatamente de que posição fala este sujeito.Estratégias discursivas acabam por silenciar a voz de determi<strong>na</strong>dasfontes ou de marcá-las de modo a enfraquecer o seu <strong>discurso</strong>.Normalmente, quando opiniões de um outro são reproduzidas <strong>em</strong> umtexto, faz-se a escolha de palavras para construir o <strong>discurso</strong>. Emboraisso pareça uma atitude ingênua, nunca está livre da carga ideológicade qu<strong>em</strong> faz o texto, uma vez que esta seleção não é aleatória.Segundo Luiz Antônio Marcushi, "apresentar ou citar o pensamento dealguém implica, além de uma oferta de informação, também uma certatomada de posição diante do exposto" (MARCUSHI, 1991: 75). Eacrescenta: “é muito difícil informar s<strong>em</strong> manipular, por melhores quesejam as intenções” (MARCUSHI, 1991: 92). Esta seleção no <strong>discurso</strong>s<strong>em</strong>pre incorre num não-dizer, pois quando algo é escolhido, algo épreterido e deixado de lado no <strong>discurso</strong>. Segundo Eni Puccinelli Orlandi(2002a), este silêncio é constitutivo do <strong>discurso</strong>. Há, porém, o silêncioresultante da censura, aquilo que não se pode dizer dentro de umcontexto. De acordo com Orlandi (2002a),92

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!