13.07.2015 Views

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCODe acordo com Pêcheux (1990), no momento <strong>em</strong> que o <strong>discurso</strong>ocorre, <strong>em</strong> seu acontecimento, é que se dá o sentido, que seestabelece <strong>na</strong> enunciação e não no enunciado. Ou seja, o sujeito fala apartir de uma determi<strong>na</strong>da posição social, de um lugar que ocupa.Assim, mesmo repetindo o <strong>discurso</strong> já dito, um novo valor pode seragregado. É o que ocorre, por ex<strong>em</strong>plo, nos meios de comunicaçãoquando um texto jor<strong>na</strong>lístico é produzido: ele deverá ter a marca doautor, a marca da <strong>em</strong>presa <strong>na</strong> qual trabalha o jor<strong>na</strong>lista e poderádefender um <strong>discurso</strong> já dito, trazendo a ele uma atualização, umrevigoramento, a partir da posição ocupada pelo(s) sujeito(s) quefala(m).Esta concepção de sujeito ativo pressupõe que o indivíduo fazescolhas, <strong>em</strong>bora seja ele mesmo afetado pelo <strong>discurso</strong>. Para Possenti,“a presença do outro não é suficiente para apagar a do eu, é ape<strong>na</strong>ssuficiente para mostrar que o eu não está só” (POSSENTI, 2002:64/65). O a<strong>na</strong>lista de <strong>discurso</strong> americano Norman Fairclough (2001)considera um equívoco a visão de que o sujeito é ape<strong>na</strong>s efeito do<strong>discurso</strong> e afirma que a potencialidade do indivíduo <strong>em</strong> fazer escolhasdiscursivas e de mudar as condições de assujeitamento sãonegligenciadas.Na hora de ler/ouvir um enunciado, porém, o leitor/ouvinte não sabe,<strong>em</strong> tese, <strong>em</strong> que formação discursiva se alinha o texto determi<strong>na</strong>do,<strong>em</strong>bora haja indícios, gramaticais, inclusive, que apontam <strong>em</strong> quedireção ideológica o <strong>discurso</strong> caminha. No momento de redizer, acriação acontece <strong>na</strong>s escolhas das citações, dos verbos, dos adjetivos,muitas vezes ancorando o novo <strong>em</strong> algo já conhecido. Como jádiss<strong>em</strong>os, a escolha do que se diz está marcada histórica, ideológica eestruturalmente, não sendo um ato de total liberdade, masdependente do repertório do autor e de sua inscrição social (ou <strong>em</strong>que formação discursiva e grupo social se insere).90

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!