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agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCOdomi<strong>na</strong>ção, ou seja, da ideologia domi<strong>na</strong>nte. Enfatizando o livre<strong>discurso</strong>, ele defende a comunicação como uma força atuante noterreno da crítica à ideologia, rompendo com o consenso existente, eassumindo um compromisso com a verdade, através da validaçãoconsensual. De acordo com Gomes, a imprensa ocuparia um lugarestratégico como instituição e instrumento da esfera pública. Existiriauma vinculação entre <strong>mídia</strong> e público, só havendo de fato a imprensaquando a transmissão regular de informações fosse acessível a todos,independente de classe ou segmento social. Associada à idéia deopinião pública, a imprensa seria instrumento de legitimação dedecisões políticas perante o fórum público. Entretanto, Gomes destacaque, há muito, a esfera pública não existe do modo concebido porHabermas. “Criou-se a ilusão de que a esfera pública moder<strong>na</strong> ter-seiamantido <strong>na</strong>s nossas sociedades, quando <strong>na</strong> verdade ela há muitodeixou de existir enquanto tal, conservando-se ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> aparência deuma pseudo-esfera pública, ence<strong>na</strong>da, fictícia, cuja característicamaior parece consistir <strong>em</strong> ser domi<strong>na</strong>da pela comunicação e cultura d<strong>em</strong>assas” (GOMES, W., 1998: 162).O projeto i<strong>na</strong>cabado do Iluminismo – que deveria, entre outras coisas,ter consolidado a esfera pública – permitiu que a imprensa (vistainicialmente como um "instrumento privilegiado da esfera pública"GOMES, W., 1998: 164) – se tor<strong>na</strong>sse não <strong>em</strong> um meio de debate dosvários <strong>discurso</strong>s presentes <strong>na</strong> sociedade, mas <strong>em</strong> "um meio decirculação de opiniões estabelecidas às quais se espera uma adesão, omais amplamente possível, de um público reduzido a uma massachamada de t<strong>em</strong>pos <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos a agir plebiscitariamente" (GOMES,W., 1998: 164), situação essa corroborada <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos eleitorais ou <strong>em</strong>momentos de crise econômica. O que se conclui é que a esfera pública,tal como é pensada inicialmente por Habermas, já não existe, <strong>em</strong>boratenha sido inspiradora <strong>na</strong> constituição de vários mecanismos dad<strong>em</strong>ocracia moder<strong>na</strong>, como o voto universal, a liberdade de opinião, ogoverno parlamentar. Para Gomes:26

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