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agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCO2. Ambientalistas quer<strong>em</strong> de volta terras doadas para os <strong>índio</strong>s(JC, 04.08.2001) – reportag<strong>em</strong>Ambientalistas quer<strong>em</strong> o retorno de terras consideradas depreservação ambiental que foram transferidas para os <strong>índio</strong>s <strong>na</strong> Ilha doBa<strong>na</strong><strong>na</strong>l. Eles argumentam que os <strong>índio</strong>s têm reivindicado "com umafreqüência alarmante" o direito às terras definidas como unidades deconservação. A heterogeneidade discursiva é marcada pela presençade aspas, que r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> trechos do <strong>discurso</strong> relatado ao seu autor, epelo uso de verbos introdutores de opinião. Um trecho mostraclaramente qual a posição discursiva dos ambientalistas: "há umconflito constitucio<strong>na</strong>l <strong>em</strong> questão", pondera..."a Constituição diz queas unidades de conservação só pod<strong>em</strong> ser alteradas por lei e estatransferência foi feita por uma portaria do ministro José Gregori...masa Constituição também diz que os territórios tradicio<strong>na</strong>is indíge<strong>na</strong>spertenc<strong>em</strong> aos <strong>índio</strong>s, o que é muito vago. Por este artigo, todo oBrasil é terra indíge<strong>na</strong> e <strong>em</strong> breve poder<strong>em</strong>os ficar s<strong>em</strong> unidades deconservação". O verbo ponderar organiza o argumento dosambientalistas por um caminho que permite que eles façam suachamada contra a presença dos <strong>índio</strong>s nestas unidades de terra, s<strong>em</strong>,contudo, afirmar se a permanência de <strong>índio</strong>s pode ou não causar danosà <strong>na</strong>tureza, questão crucial a ser a<strong>na</strong>lisada, uma vez que, <strong>em</strong> geral, aforma de <strong>sobre</strong>vivência dos indíge<strong>na</strong>s é de subsistência, ou seja, nãoprejudica o meio ambiente e foi, inclusive, um argumento deindigenistas <strong>em</strong> favor da presença de <strong>índio</strong>s nestas áreas como formade garantir a preservação do meio ambiente no País. Além disso, háum não-dito carregado de ironia apresentado no texto: "...por esteartigo, todo o Brasil é terra indíge<strong>na</strong> e <strong>em</strong> breve poder<strong>em</strong>os ficar s<strong>em</strong>unidades de conservação". De fato, todo o País foi mesmo terraindíge<strong>na</strong>, mas a forma irônica como isso é tratado não é a<strong>na</strong>lisada <strong>na</strong>matéria. Em outro trecho, é ressaltada a onda de ocupação deunidades de conservação por <strong>índio</strong>s, mas não se fala no atrasohistórico da d<strong>em</strong>arcação das terras desti<strong>na</strong>das aos povos indíge<strong>na</strong>s noBrasil. A opinião dos <strong>índio</strong>s que receberam terras <strong>na</strong> Ilha do Ba<strong>na</strong><strong>na</strong>l151

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