13.07.2015 Views

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCOSob a tutela da Fu<strong>na</strong>i, os <strong>índio</strong>s foram orientados a abando<strong>na</strong>rcondutas consideradas “desviantes” segundo os códigos domi<strong>na</strong>ntes.Levado pelo tutor a ingressar no mundo civilizado, o indíge<strong>na</strong> éconsiderado como “portador de uma cultura primitiva, incapaz por sisó de aprender ou adaptar-se às condições de uma cultura superior”(SOUZA, 1998: 51). Assim, no aspecto exótico, qualquer iniciativa dosindíge<strong>na</strong>s que fuja do esperado para a "civilização" – mesmo queesteja ass<strong>em</strong>elhada ao comportamento dos brancos – pauta aimprensa, mas, pelo que se observa, s<strong>em</strong> qualquer profundidade deanálise <strong>sobre</strong> o fato <strong>em</strong> si.De acordo com Silva (2000), um silêncio oficial aconteceu no País apartir da segunda metade do século XIX com relação aos povosindíge<strong>na</strong>s no Nordeste. "Fundamentou esse silêncio a idéia deassimilação que influenciou as reflexões históricas e os primeirosestudos antropológicos regio<strong>na</strong>is que afirmavam o desaparecimentodos indíge<strong>na</strong>s no processo de miscige<strong>na</strong>ção racial, integração cultural edispersão no conjunto da população" (SILVA, 2000; 111). Gilda MariaLins de Araújo e Mary Francisca do Careno (2000) alertam que a lutados antropólogos e indigenistas s<strong>em</strong>pre foi pela defesa de que o <strong>índio</strong>seria aquele que se assume como <strong>índio</strong>, aceitando assim o processo<strong>na</strong>tural da dinâmica cultural que aproxima a etnia indíge<strong>na</strong> da branca.Sobre o senso comum <strong>sobre</strong> o <strong>índio</strong>, Silva ressalta:"Apesar de conhecidos como caboclos no sensocomum da sociedade nos lugares onde existiramantigos aldeamentos e ter<strong>em</strong> essa caboclizaçãojustificada <strong>em</strong> diversos estudos regio<strong>na</strong>is, apermanência indíge<strong>na</strong> pôs <strong>em</strong> dúvidaconceitualizações preconceituosas, implodiu asteorias explicativas do desaparecimento,comprovando que o caboclo identificado comomestiço de orig<strong>em</strong> indíge<strong>na</strong>, é antes de tudo umaconstrução ideológica imposta no século XIX pelo112

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!