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agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCO4.2 O senso comum e o imaginário <strong>sobre</strong> o <strong>índio</strong>Entre outras formas de expressão cultural, a cin<strong>em</strong>atografia brasileirase baseou <strong>na</strong> literatura indigenista, trazendo heróis para a tela, <strong>em</strong>ostrando as curiosidades de um Brasil desconhecido. Segundo SôniaMaria Ramires de Almeida (1985), "há ainda filmes pretensamenteeducativos, revestidos de um didatismo preconceituoso, herdado deinterpretações precárias da história" (ALMEIDA, 1985; 55). A violênciaatribuída ao <strong>índio</strong>, pelo cin<strong>em</strong>a, decorre da compreensão de que elepossui o que Sônia Almeida define como "maldade <strong>na</strong>tural". No cin<strong>em</strong>a- mesmo nos documentários - vigora a plasticidade das cores, dançase rituais, com cantos tribais, uma exaltação a uma cultura desti<strong>na</strong>da adesaparecer, registro de debates entre lideranças indíge<strong>na</strong>s que secaracterizam como uma denúncia e reflexões <strong>sobre</strong> a exploração do<strong>índio</strong>, <strong>na</strong> condição de segmento social margi<strong>na</strong>lizado e objeto deentidades protecionistas. Veja a análise de Almeida <strong>sobre</strong> o filme"República Guarani", de Sílvio Back:"As interpretações do passado histórico nos falamde hoje, da função de uma determi<strong>na</strong>dahistoriografia que pretende guardar <strong>em</strong> vitrinesfragmentos da vida, tombando igualment<strong>em</strong>onumentos e seres humanos. Cristalizandoimagens mudas de seres conde<strong>na</strong>dos a ser<strong>em</strong>objetos da história e não seus agentes" (ALMEIDA,1985; 68) [destaque nosso].Também uma análise de livros didáticos <strong>sobre</strong> a História do Brasilpermite uma compreensão histórica <strong>sobre</strong> o senso comum estabelecido<strong>sobre</strong> o <strong>índio</strong> <strong>na</strong> sociedade. Segundo Dia<strong>na</strong> Luz Pessoa de Barros(2000), um dos probl<strong>em</strong>as <strong>na</strong> análise da imag<strong>em</strong> do <strong>índio</strong> nos livros ésaber quando começa a nossa história e se eles faz<strong>em</strong> parte dela. Emsua análise, fica claro que a presença do <strong>índio</strong> antes de 1500 é tratadacomo Pré-história do Brasil. O país somente passou a ter história com110

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