13.07.2015 Views

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

agenda e discurso sobre o índio na mídia em Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃOSUJEITOS SEM VOZ:AGENDA E DISCURSO SOBRE O ÍNDIO NA MÍDIA EM PERNAMBUCOPor outro lado, Darcy Ribeiro assim conceitua o <strong>índio</strong>:“Indíge<strong>na</strong> é no Brasil de hoje, essencialmente,aquela parcela da população que apresentaprobl<strong>em</strong>as de i<strong>na</strong>daptação à sociedade brasileira,<strong>em</strong> suas diversas variantes, motivados pelaconservação de costumes, hábitos ou meraslealdades que a vinculam a uma tradição précolombia<strong>na</strong>”(RIBEIRO, 1979: 254, apud VIEIRA,2000: 16).Obras recentes também traduz<strong>em</strong> uma imag<strong>em</strong> <strong>sobre</strong> o indíge<strong>na</strong>baseada <strong>na</strong> cultura ocidental capitalista. Expressões como “a enxadanunca se firmou <strong>na</strong> mão do <strong>índio</strong>”; “a mulher índia possuía umasexualidade bastante exaltada e libidinosa. Entregava-se a qualquerbranco”; e “os homens, muitas vezes, eram verdadeiros parasitas” sãodo texto de Inácio Rei<strong>na</strong>ldo Strieder publicado no ano 2000, onde fazuma releitura da obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala(STRIEDER, 2000: 79-82 in BRANDÃO, 2000). Em decorrência dodesprezo ao processo da dinâmica cultural, muitas obrasantropológicas faz<strong>em</strong> referência às comunidades indíge<strong>na</strong>s doNordeste pelo que foram do século XVI ao século XIX, e muitas vezess<strong>em</strong> qualquer compreensão do que era para os <strong>índio</strong>s a nudez, aexpressão da sexualidade ou o conceito de trabalho.Segundo Oliveira (1999), "tais povos e culturas passam a ser descritosape<strong>na</strong>s pelo que foram (ou pelo que supõe-se que eles foram) háséculos atrás, mas sabe-se <strong>na</strong>da (ou muito pouco) <strong>sobre</strong> o que elessão hoje <strong>em</strong> dia" (OLIVEIRA, 1999; 13). Mas qual é o senso comum<strong>sobre</strong> o <strong>índio</strong> que prevalece hoje? Para melhor focarmos a questão daimag<strong>em</strong> do indíge<strong>na</strong> para o branco <strong>na</strong> sociedade moder<strong>na</strong>, achamospertinente ao trabalho a discussão deste assunto, desenvolvida nopróximo tópico.109

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!