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As causas das misérias humanas

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EspecialAS CAUSAS DAS MIATRAVÉS DA LEI DAS REENCARNAÇÕES E DE CAUSA E EFEITO, COMPREENDEMOS QUE, NAConviver com as desgraças e misérias que assolamo ambiente de nosso planeta tem sido difícilpara todos. É muito comum, mesmo para algunsespíritas, que têm a possibilidade de estudar a vi<strong>das</strong>ob um enfoque mais amplo, vacilar um pouco na esperançadiante de fatos muito tristes e deprimentes.Entretanto, se consolidarmos e interiorizarmos oentendimento da doutrina, certamente ela ocuparáo espaço que lhe está destinado, de ser a alavanca24do progresso da humanidade terrena, o consoladorprometido por Jesus, pois é um fato incontestávelpara todos que estudam seriamente que o Espiritismotraz os fundamentos para a compreensão <strong>das</strong> misérias<strong>humanas</strong>. Ele não traz em seu bojo doutrináriotodos os conceitos da vida humana, mas, certamente,traz a medida precisa dos que são necessáriospara a regeneração da condição humana na Terra,a qual será alcançada somente a partir da compre-


SÉRIAS HUMANASREALIDADE, NOSSOS SOFRIMENTOS ENCONTRAM JUSTIFICATIVA NAS VIDAS PASSADASensão de nossas dores e do fortalecimento de nossafé na justiça e bondade de Deus, nosso Pai.Atualmente, vemos pessoas revolta<strong>das</strong> com a vidaque levam, dizendo que são vítimas de injustiças.Você acredita que existam pessoas injustiça<strong>das</strong>aqui na Terra?Ricardo Bicudo – Essa injustiça tem que ser vista sobdois aspectos. Sob a ótica humana, vemos injustiçaem todo canto do planeta. No entanto, quando buscamosuma compreensão da vida envolvendo a lei <strong>das</strong>reencarnações e de causa e efeito, passamos a compreenderque, na realidade, nossos sofrimentos encontramjustificativa nas vi<strong>das</strong> passa<strong>das</strong>. Podemos dizerque existem pessoas e situações injustas, mas sabemosque não existe injustiça perante a lei de Deus.Podemos afirmar que pessoas de nossas relações25


EspecialA SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS MATERIAIS QUE O HOMEMENFRENTA NA SOCIEDADE NÃO PASSA NECESSARIAMENTEPELA MUDANÇA DE SISTEMAS POLÍTICOS, MAS POR UMAREFORMA E TRANSFORMAÇÃO MORAL DAS PESSOASque nunca sofreram misérias são considera<strong>das</strong>como espíritos elevados, já que as atribulações davida são provações para espíritos endividados?Ricardo Bicudo – De forma nenhuma. Não sabemoso que a vida nos reserva até que haja o desligamentofinal de nosso espírito, até o termo final de nossaencarnação. Não esqueçamos também de que temoso livre-arbítrio em determina<strong>das</strong> oportunidades devida para programarmos aquela existência. Às vezes,em sua misericórdia, Deus permite que passemos umavida inteira “perdendo nosso tempo” para que vivamosesta experiência. Ao voltarmos, percebemos quefizemos a escolha errada. Com relação ao espírito superior,ele não sofre, mas sua vida é sempre marcadapor atividades úteis à sociedade em que vive.Jesus nos disse que “é necessário vir o escândalo,mas ai daquele por quem este vier”. Devemos entender,então, que o erro e o mal são necessáriosao mundo, ou seja, que só o mal é capaz de agirpara fazer certas criaturas evoluirem?Ricardo Bicudo – <strong>As</strong> novas versões do evangelho jánão mencionam mais que o escândalo é necessário,mas sim inevitável, o que nos dá uma interpretaçãobastante diferente e bem de acordo com o que nosensina a doutrina espírita acerca do nível evolutivode nosso planeta, no qual ainda predomina o sentimentomaléfico em seus habitantes. O mal nunca éinstrumento para o progresso, mas sim o sofrimentoque lhe é decorrente. Infelizmente, esse tem sido ocaminho escolhido pela maioria da humanidade.A depuração de nosso espirito advém, em maiorgrau, da dor e do sofrimento? É necessário sofrerpara evoluir?Ricardo Bicudo – A depuração de nosso espírito parao progresso pode vir pela compreensão <strong>das</strong> leis deDeus, sem que necessitemos sofrer para isso. O sofrimento,por ser característica de uma imperfeição doespírito, mostra uma necessidade de aprendizado. OEspiritismo nos ensina que o sofrimento tem a duraçãonecessária para sua compreensão. Infelizmente,não nos esforçamos suficientemente pela compreensão<strong>das</strong> leis e tomamos o caminho do sofrimento.26Diante <strong>das</strong> misériasque presenciamos emnosso meio, muitasvezes nos conformamospassivamente,justificando uma atitudenula e acreditandoque “nada pode serfeito contra o carma”.Como espíritas, qual éa nossa obrigação diantedo próximo quesofre? Qual é a melhoratitude que podemostomar, não obstantesabermos ser necessáriotal sofrimento, sobretudoem casos depessoas que insistemna prática do mal?Ricardo Bicudo – O homemtem um impulsonatural de buscar a felicidadee deve tentar sair sempre da passividadepara solucionar sua vida. Caso não consiga esta solução,ainda que continue tentando sem desanimar, istoé um indício de que este sofrimento faz parte da suaprogramação de vida, devendo não se revoltar e procurarcaminhar com resignação, pois não conhecemosa vontade de Deus. Com relação ao próximo que sofre,Jesus nos ensinou que devemos sempre apoiá-lo,em qualquer situação, com to<strong>das</strong> as nossas possibilidadesde ajuda, sem julgamentos de quaisquer natureza.Deus ajuda o homem através do próprio homeme, muitas vezes, coloca a solução daquele irmãoem nossas mãos.Podemos acreditar que nossa miséria é fruto somentede vi<strong>das</strong> passa<strong>das</strong> ou também temos resgatesnesta mesma encarnação?Ricardo Bicudo – Em O Evangelho Segundo o Espiritismo,Kardec discorre sobre as <strong>causas</strong> atuais e anteriores<strong>das</strong> aflições, ressaltando que boa parte delasresulta de nossa imprevidência e incúria, ou seja,


O MAL NUNCA É INSTRUMENTO PARA O PROGRESSO,MAS SIM O SOFRIMENTO QUE LHE É DECORRENTE.INFELIZMENTE, ESSE TEM SIDO O CAMINHO ESCOLHIDOPELA MAIORIA DA HUMANIDADEde nossas várias imperfeiçõesque se manifestamno dia-a-dia.Dentre as misérias pelasquais passa a humanidade,qual é a quemais assola o homem:a miséria moral ou amiséria material? Equal caridade tem maispeso para aliviá-las: amoral ou a material?Ricardo Bicudo – À luzda mensagem de Jesus,penso que a solução dosproblemas materiaisque o homem enfrentana sociedade, como afome, o desempregoetc., não passa necessariamentepela mudançade sistemas políticos,mas por uma reforma e transformação moral <strong>das</strong> pessoas.Entendo, portanto, que as misérias morais dahumanidade trazem as misérias materiais como conseqüência.Com relação à caridade material ou moral,essa deve ser particularizada em função da necessidadede momento daquele que é alvo de nossaação. Se ele estiver com fome, é preciso oferecer umprato de comida antes de dar o evangelho.Como o espírita deve se portar diante da misériade um irmão se este não deseja encontrar o caminhoda paz e do amor? Como suportar a dor que nosabate por aqueles que sofrem, pelos quais nada ouquase nada podemos fazer?Ricardo Bicudo – Primeiramente, é preciso buscara compreensão do outro em suas limitações e possibilidadesde compreender a vida em sua verdadeiraintencionalidade. Em segundo lugar, buscara compaixão, pois nem todos conseguem perceberque a mensagem de amor e perdão de Jesus é aforma de libertar nossas almas sofri<strong>das</strong> e de caminharpara a paz e o amor. Quando não percebemosuma maneira ostensiva de auxiliar o irmão atravésde uma ação direta, o recurso da oração será sempreuma ajuda valiosa.Se a vida material é necessária para o nosso aprendizadoe evolução, por que isso se dá com tanta lutae tanto sofrimento?Ricardo Bicudo – Santo Agostinho nos disse algo queé importantíssimo para que possamos entender o ambientedo planeta em que vivemos como sendo aindade expiação e prova. Explicou que este é um localde exílio para espíritos ainda obstinados no mal,rebeldes à lei de Deus e que vieram aqui para aprenderatravés dos contrastes que encontram: o bem eo mal, a luz e a sombra, a saúde e a doença. Sendoassim, por meio destes contrastes, precisamos lutarcontra os nossos vícios e perceber o caminho de voltapara a harmonia com a lei divina.Vemos populações sofrendo com todo tipo de miséria,notadamente a fome, como um verdadeirocarma coletivo e esses sofrimentos, muitas vezes,são imputados por governantes inescrupulosos. Dianteda lei de causa e efeito, podemos consideraresses governantes como justiceiros?Ricardo Bicudo – Voltamos à questão do mal necessário,mas que, na realidade, devemos entendercomo inevitável. A justiça divina não necessita de governantesinescrupulosos para agir. Todos serão educadospara a lei de Deus sem que, para tanto, Eleprecise lançar mão de um de seus filhos para a práticado mal.Por que a Terra é vista como um grande hospitalpara a miséria humana?Ricardo Bicudo – Vista como um hospital, a Terra ésemelhante ao que fala nossa doutrina, pois, na grandemaioria, somos doentes da alma, mas também podemosentendê-la como uma grande escola ou mesmouma penitenciária. No entanto, não estamosabandonados pela misericórdia de Deus e convivemoscom os médicos e professores que necessitamos paraconduzir nosso aprendizado neste plano.27

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