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Plano de Acção para o combate ao Estigma e HIV/SIDA em ... - unaids

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<strong>Plano</strong> <strong>de</strong> Acção<strong>para</strong> o <strong>combate</strong> <strong>ao</strong><strong>Estigma</strong> e<strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>*<strong>em</strong> ÁfricaConsulta Regional sobre o <strong>Estigma</strong> e <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> <strong>em</strong>África4 - 6 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2001, Dar-es-SalaamTeve lugar <strong>em</strong> Dar-es-Salaam, Tanzânia, <strong>de</strong> 4 - 6 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2001 um Encontrointitulado “<strong>Estigma</strong> e <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> <strong>em</strong> África: Formulando a Agenda <strong>de</strong> PesquisaOperacional”. Nela partici<strong>para</strong>m 80 pessoas representando organizações <strong>de</strong>pessoas vivendo com <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, médicos, enfermeiras, investigadores,especialistas <strong>em</strong> comunicação, trabalhadores da comunida<strong>de</strong>, organizaçõesbaseadas na fé e as agências da ONU <strong>de</strong> 15 países, principalmente da ÁfricaOriental e Austral.Esta publicação é um produto dos trabalhos da UNAIDS, Health & Development Networks (HDN), e da SwedishInternational Development Agency. O conteudo <strong>de</strong>sta publicação baseia-se num Encontro <strong>de</strong> Consulta Regional sobreo <strong>Estigma</strong> e <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> <strong>em</strong> África realizado <strong>de</strong> 4 a 6 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2001. Os pontos <strong>de</strong> vista aqui expressos, não sãonecessáriamente o reflexo das organizações acima mencionadas.Para mais informação sobre a Consulta ou cópias <strong>de</strong>ste documento, consultar a Equipa Interregional <strong>para</strong> a ÁfricaOriental e Austral, PO Box 6541, Pretoria 0001, South Africa, tel 27 12 338 5304, fax 27 12 338 5310, o<strong>unaids</strong>@un.org.za, www.<strong>unaids</strong>.org ou visitar o en<strong>de</strong>reço http://www.hdnet.org.Nov<strong>em</strong>bro 2001* Portugal: VIH/<strong>SIDA</strong>, Brasil: <strong>HIV</strong>/AIDS, Mozambique: <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>


Contexto <strong>para</strong> AcçãoOs participantes <strong>de</strong>sta consulta regional sobre o estigma e o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> <strong>em</strong> África,constataram que, duma maneira ou doutra, todos nos viv<strong>em</strong>os ou estamos afectados pelaepe<strong>de</strong>mia. Reconhec<strong>em</strong>os também que o estigma – caracterizado pelo silêncio, receio,discriminação e recusa – alimenta a propagação do <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>. Isso <strong>de</strong>turpa a prevenção,os cuidados e a assistência; faz aumentar também o impacto da epi<strong>de</strong>mia nos individuos,nas famílias, nas comunida<strong>de</strong>s e nos países.Por estas razões, o estigma <strong>de</strong>ve ser urgent<strong>em</strong>ente confrontado. Esta comunicação<strong>de</strong>screve o contexto no qual ocorre o estigma contra pessoas com <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, e recomendamétodos <strong>de</strong> o <strong>combate</strong>r.<strong>Estigma</strong> e discriminaçãoNo contexto do <strong>SIDA</strong>, o estigma po<strong>de</strong> ser simplesmente <strong>de</strong>finido como i<strong>de</strong>ias negativassobre uma pessoa ou grupo, baseado numa posição preconcebida. As “diferençasin<strong>de</strong>sejadas” e as “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>turpadas” que o estigma relativo <strong>ao</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> causa, nãosurg<strong>em</strong> naturalmente, são criados pelos indivíduos e pelas comunida<strong>de</strong>s. O estigmarelacionado com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> é construído sobre preconceitos anteriores e reforça-os.Favorece e reforça as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais – especialmente <strong>de</strong> género, sexualida<strong>de</strong> eraça. O estigma relacionado com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> <strong>de</strong>riva também da sua associação com muitasfunções el<strong>em</strong>entares da experiência humana: sexo, sangue, doença e morte. Ele estátambém associado com o comportamento individual que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado ilegal ouproibido pela religião ou por ensinamentos retrógrados, tais como relações sexuais antesou fora do casamento, no sexo comercial, homens que têm relações sexuais com homens,e o uso <strong>de</strong> droga intravenosa.A discriminação relacionada com o <strong>HIV</strong> é uma consequência resultante do estigma. El<strong>ao</strong>corre quando se faz uma diferenciação duma pessoa, que resulta no seu tratamentoinjusto e <strong>de</strong>sleal, com base no seu estatuto actual ou presumido <strong>de</strong> infecção pelo <strong>HIV</strong>, oua sua pertença ou sendo suposto <strong>de</strong> pertencer a um <strong>de</strong>terminado grupo. A discriminaçãoe o estigma relacionado com o <strong>HIV</strong> está amplamente diss<strong>em</strong>inada. Em África, tal comonoutras partes do mundo, tal estigma resulta na rejecção, na negação e no <strong>de</strong>scrédito, epor conseguinte conduz à discriminação que frequent<strong>em</strong>ente e inevitavelmente conduz àviolação dos direitos humanos – particularmente no que se refer a mulheres e crianças.Li<strong>de</strong>rançaOs lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> todas as camadas – não só os governantes, mas também os lí<strong>de</strong>res religiosose tradicionais – têm uma responsabilida<strong>de</strong> b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> criar uma socieda<strong>de</strong> maisaberta, livre <strong>de</strong> preconceitos, do silencio ou recusa sobre a epi<strong>de</strong>mia.Criar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> discussões francas e abertas sobre <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> é uma forma <strong>para</strong> oslí<strong>de</strong>res po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> vigorosamente encorajar atitu<strong>de</strong>s e respostas <strong>de</strong> apoio a todos os queviv<strong>em</strong> ou que estão afectados pela epi<strong>de</strong>mia. Em particular, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> reconhecer que tantopessoalmente como profissionalmente viv<strong>em</strong> ou estão afectados com a epe<strong>de</strong>mia tal1


como qualquer outra pessoa na socieda<strong>de</strong>. A experiência pelo mundo mostra-nos que oslí<strong>de</strong>res po<strong>de</strong>m fazer a mudança através <strong>de</strong> conversa aberta e sensível que seja seguidapela acção.Pessoas vivendo com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>O envolvimento activo das pessoas vivendo ou que estão afectadas com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> éfundamental <strong>para</strong> o <strong>combate</strong> <strong>ao</strong> estigma. Isto é uma lição crucial aprendida <strong>em</strong> todos ospaíses que foram b<strong>em</strong> sucedidos no confronto à epe<strong>de</strong>mia. Contudo, a responsabilida<strong>de</strong>não é apenas <strong>de</strong>les: todos os individuos e todos os sectores da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong> aceitara obrigação moral <strong>de</strong> <strong>combate</strong>r o estigma e <strong>de</strong> promover a abertura, a aceitação e asolidarieda<strong>de</strong>.Direitos humanosExist<strong>em</strong> instrumentos <strong>de</strong> direitos humanos (sobretudo convenções internacionais, tratados,pactos e legislação nacional) que confirmam que a discriminação contra às pessoasvivendo com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, ou aquelas que se pensam estar<strong>em</strong> infectadas, é uma violação<strong>ao</strong>s seus direitos humanos.Estes instrumentos fornec<strong>em</strong> também uma lista <strong>de</strong> mecanismos formais <strong>para</strong>monitorar e fazer valer os direitos relacionados com <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> e os direitos das pessoasvivendo com <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, <strong>de</strong> forma a corrigir essa discriminação. Contudo, <strong>para</strong> respon<strong>de</strong>rintegralmente <strong>ao</strong> probl<strong>em</strong>a do estigma e discriminação relativa <strong>ao</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, sãonecessárias estratégias compl<strong>em</strong>entares <strong>de</strong>ntro da família e das comunida<strong>de</strong>s, noscontextos <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> sa˙<strong>de</strong>, organizações religiosas e diversos meios <strong>de</strong> comunicaçãosocial, tanto <strong>para</strong> impedir que se form<strong>em</strong> pensamentos prejudiciais como <strong>para</strong> abordar oucorrigir a situação <strong>em</strong> que o estigma leva à discriminação, consequências negativas ounegação <strong>de</strong> direitos ou <strong>de</strong> serviços.As seguintes recomendações surg<strong>em</strong> do reconhecimento que tais estratégiascompl<strong>em</strong>entares são necessárias, e propõ<strong>em</strong>-se meios práticos <strong>para</strong> a sua impl<strong>em</strong>entaçãodas mesmas.Recomendações <strong>de</strong> acçãoO estigma e a famíliaO estigma no seio da família, ou direccionado à família afectada, é a forma mais subtil e<strong>de</strong>bilitada do estigma e a mais difícil <strong>de</strong> enfrentar. Restringindo uma comunicação abertae franca, o estigma torna difícil um <strong>de</strong>poimento na família; s<strong>em</strong> <strong>de</strong>poimentos, é impossívela prevenção e os cuidados. As famílias e as comunida<strong>de</strong>s – as duas estão intimamenteligadas no contexto Africano-<strong>de</strong>verão portanto ser ajudadas na prevenção do estigma, oque por sua vez facilita o papel das pessoas que os prestam cuidados. Isto tambémestimula a auto-estima das pessoas vivendo com <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> e nas suas carreiras, evitandociclos viciosos do auto-estigma.2


A consulta priorizou as seguintes respostas chaves <strong>ao</strong> estigma <strong>de</strong>ntro das famílias e dascomunida<strong>de</strong>s:• Realizar uma pesquisa sobre o <strong>de</strong>poimento e o estigma no seio do agregado familiare das comunida<strong>de</strong>s e usar os resultados <strong>para</strong> <strong>de</strong>finir acções <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> aberturae aceitação.• Promover aconselhamento e educação sobre as habilida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> a vida <strong>para</strong> ajudar ascrianças infectadas ou afectadas pelo <strong>HIV</strong> fazer<strong>em</strong> face <strong>ao</strong> estigma.• Assegurar que um “pacote” essencial <strong>de</strong> serviços incluindo o aconselhamento e testesvoluntários (ATV) e cuidados <strong>de</strong> acompanhamento estejam disponíveis: isto permitirá<strong>ao</strong>s indivíduos <strong>de</strong> saber<strong>em</strong> o seu estado <strong>de</strong> seropositivida<strong>de</strong> e proporcionará ajuda natomada da <strong>de</strong>cisão <strong>em</strong> <strong>de</strong>por<strong>em</strong> à família.• Aumentar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> que as famílias e as comunida<strong>de</strong>s possam ter acessoas intervenções ( por ex., a prevenção da transmissão <strong>de</strong> mãe <strong>para</strong> filho, serviços <strong>de</strong>cuidados e apoio, etc.) à medida que eles tornam-se disponíveis , ou façam com queas autorida<strong>de</strong>s tornass<strong>em</strong> responsáveis pela não existência.O estigma no contexto <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Os individuos que trabalham nas “linhas <strong>de</strong> frente” dos cuidados e prevenção do <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>,têm uma responsabilida<strong>de</strong> e oportunida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> ultrapassar o estigma no domínio dassuas profissões e locais <strong>de</strong> trabalho. Os seus códigos profissionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>ontologia e <strong>de</strong>conduta, a sua autorida<strong>de</strong> social e profissional, e a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> actuar como educadorese como mo<strong>de</strong>los no seio da comunida<strong>de</strong>, tudo isto os coloca sob uma obrigação ética <strong>de</strong>ser<strong>em</strong> os “agentes <strong>de</strong> mudança” <strong>para</strong> a redução do estigma. Infelizmente, a experiência t<strong>em</strong>nosmostrado que as instituições <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os individuos às vezes perpetuam oestigma, estigmatizando e discriminando indivíduos, apesar dos seus códigos profissionais.Também, os trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que são (ou que são supostos a ser) <strong>HIV</strong>-positivos po<strong>de</strong>mser discriminados pelos colegas e pela sua comunida<strong>de</strong>.A consulta priorizou as seguintes respostas chaves no contexto dos cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>:• Aumentar proporcionalmente as provisões dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que são “favoráveis”as pessoas vivendo com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, incluindo os serviços <strong>de</strong> “ATV”, <strong>de</strong> cuidados e <strong>de</strong>apoio.• Desenvolver sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> altas e referenciais que especificamenteevitam a estigmatização dos pacientes.• Assegurar códigos <strong>de</strong> ética e <strong>de</strong> conduta profissional <strong>para</strong> os serviços <strong>de</strong> cuidados <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> sejam apropriados e utilizados, proporcionar os meios suficientes no caso <strong>de</strong>violação <strong>de</strong>stes códigos, e que a sua aplicação <strong>ao</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> seja ensinada através <strong>de</strong>currículo <strong>de</strong> formação profissional.• Encorajar um treinamento prático incluindo mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> relativo <strong>ao</strong> <strong>HIV</strong> atodos os trabalhadores nos centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Promover o “ATV”, cuidados e apoio <strong>ao</strong>s trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Estabelecer e proporcionar financiamento a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong> cuidados compreensivos do<strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> no âmbito dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existentes.3


O estigma e o sector religiosoO sector religioso (igrejas, mesquitas, escolas religiosas, grupos leigos, ONGs religiosas,grupos ecuménicos, etc.) têm uma gran<strong>de</strong> influência <strong>em</strong> África e no resto do mundo.Portanto, eles têm a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a prevenção e <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciarcuidados, conforto, e ajuda espiritual <strong>ao</strong>s individuos e às comunida<strong>de</strong>s que estãoinfectadas ou afectadas com o <strong>HIV</strong>. Em particular, os lí<strong>de</strong>res religiosos <strong>de</strong>v<strong>em</strong><strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar um papel activo na diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> mensagens preventivas nãodiscriminatórias e não estigmatizantes, e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar o <strong>combate</strong> contra o estigma on<strong>de</strong> querque ocorra.A consulta priorizou as seguintes nas respostas chaves <strong>para</strong> o sector religioso:• Assegurar que os lí<strong>de</strong>res religiosos sejam competentes <strong>em</strong> relação <strong>ao</strong> <strong>SIDA</strong>, através dainclusão <strong>de</strong> assuntos relacionados com o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> incluindo capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>aconselhamento nos seus cursos <strong>de</strong> orientação antes e no <strong>em</strong>prego,• Integrar programas <strong>de</strong> apoio e <strong>de</strong> cuidados compreensivos e nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>educação e serviços incluindo habilida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> a vida baseados na família, grupos <strong>de</strong>apoio <strong>para</strong> as pessoas infectadas e afectadas, e apoio <strong>para</strong> os órfãos.• I<strong>de</strong>ntificar a linguag<strong>em</strong> e doutrinas religiosas que sejam estigmatizantes, e promoveruma linguag<strong>em</strong> cuidadosa e não con<strong>de</strong>nadora.• Promover valores humanitários e espirituais <strong>de</strong> compaixão <strong>ao</strong>s grupos marginalizadose estigmatizados.O estigma e a comunicaçãoEnquanto que os meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massas – tais como a rádio, a TV, imprensa,e a Internet – po<strong>de</strong>m involuntariamente promover o estigma, eles também po<strong>de</strong>m actuarcomo um instrumento po<strong>de</strong>roso <strong>para</strong> a redução do estigma. Dado o seu potencial <strong>de</strong>formar atitu<strong>de</strong>s, valores e percepções dum vasto número <strong>de</strong> pessoas, os comunicadorestêm a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar mensagens precisas sobre o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, <strong>de</strong> informarcorrectamente, e duma maneira sensível e não estigmatizante.A consulta priorizou as seguintes respostas chaves <strong>ao</strong>s meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massas:• Criar habilida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong>s nos jornalistas, editores, produtores, activistas do <strong>SIDA</strong>,comunicadores e <strong>ao</strong>s individuos que trabalham no domínio do <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>.• Fornecer recursos <strong>para</strong> uma comunicação contínua sobre o <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> que possa reduzirefectivamente o estigma.• Desenvolver padrões <strong>para</strong> os meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massas <strong>para</strong> reportar<strong>em</strong> sobreo <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, duma maneira não con<strong>de</strong>nadora e não estigmatizante.• Tornar os comunicadores (individuais e as suas organizações) responsáveis <strong>para</strong> queos padrões mencionados se mantenham, através <strong>de</strong> mecanismos amplos <strong>de</strong>monitorização <strong>de</strong>senvolvidos no país ou na região.4


ConclusãoPromover a esperança e a aceitação é a resposta chave <strong>ao</strong> estigma <strong>em</strong> todas as camadasda socieda<strong>de</strong>. Em contraste, não fazer algo contra o estigma só po<strong>de</strong> contribuir <strong>para</strong> umaumento do número <strong>de</strong> mortes, como também <strong>para</strong> a angústia e diminuição <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida <strong>para</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas. Todos aqueles com influência e autorida<strong>de</strong> têm umaresponsabilida<strong>de</strong> individual e colectiva na socieda<strong>de</strong>, <strong>para</strong> agir <strong>de</strong> modo a reduzir oestigma do <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong> <strong>de</strong>ntro da sua esfera <strong>de</strong> influência. A prestação <strong>de</strong> contas – baseadana transparência, honestida<strong>de</strong> e abertura – é uma componente chave na melhoria dosesforços <strong>de</strong> prevenção, cuidados e apoio <strong>ao</strong> <strong>HIV</strong>/<strong>SIDA</strong>, e <strong>em</strong> levar estes cuidados à maispessoas, numa base continua e sustentável. Claramente, é essencial que o estigma e adiscriminação sejam monitorados e que se saiba quando ocorr<strong>em</strong> casos <strong>de</strong> discriminação<strong>em</strong> qualquer das áreas <strong>de</strong>batidas nesta comunicação.Enquanto não eliminarmos completamente o estigma e a discriminação, asrecomendações contidas nesta comunicação contribuirão significativamente <strong>para</strong> asreduzir, e <strong>para</strong> construir o sentido <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e prestação <strong>de</strong> contas que são tão<strong>de</strong>senfreadamente necessários.5


A Equipa Interregional <strong>para</strong> aÁfrica Oriental e AustralPO Box 6541Pretoria0001South AfricaTel: 27 12 338 5304Fax: 27 12 338 5310Email: <strong>unaids</strong>@un.org.zaEn<strong>de</strong>reço: www.<strong>unaids</strong>.orgEsta publicação é também sobre http://www.hdnet.org

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