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sexualidade e gênero na adolescência: uma perspectiva educacional

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Referencial Teóricocontraceptivos, por isso seu maior conhecimento, embora o conhecimento não seja traduzido em usoefetivo. Por sua vez, o maior conhecimento de doenças sexualmente transmissíveis pelos homenspode ser explicado pelo fato de que <strong>uma</strong> parte da atividade sexual dos mesmos seja exercida noespaço da "rua".Destaca-se que <strong>na</strong> sociedade brasileira, enquanto <strong>na</strong> esfera pública – ingresso no mercado detrabalho e participação política – o questio<strong>na</strong>mento dos valores tradicio<strong>na</strong>is se faz de forma maisexplícita e as mulheres já se encontram em posições mais igualitárias, no âmbito do privado, os novosvalores sobre o masculino e feminino ainda são obscuros. No campo da <strong>sexualidade</strong> e da reprodução,as mulheres ainda têm pouco poder de decisão, <strong>uma</strong> vez que a relação é fortemente marcada pelasassimetrias de poder entre os sexos, persistindo a postura hierarquizante e tradicio<strong>na</strong>l. SegundoAfonso (2001, p.225):(...) as representações de gênero entre os adolescentes mostram <strong>uma</strong> geração dividida entreo discurso igualitário e o tradicio<strong>na</strong>l, onde há maior tendência para se defender oigualitarismo em proposições gerais e restringi-lo em proposições particulares (...). Enquantoa postura igualitária tende a ser majoritária – e mais homogênea – quando se trata deproposições gerais relativas à esfera pública, a esfera da família continua sendo objeto dedisputa (...). A não-coerência entre as posições igualitárias (ou mesmo entre as posiçõestradicio<strong>na</strong>is) mostra <strong>uma</strong> geração dividida entre dois discursos e tentando soluções decompromisso entre eles.A persistência de valores tradicio<strong>na</strong>is no que diz respeito à superioridade do homem emrelação à mulher, principalmente no âmbito da <strong>sexualidade</strong>, faz com que as mulheres ainda seencontrem em posição de submissão em relação ao sexo oposto. Esta falta de poder estende-semuitas vezes às questões ligadas à anticoncepção, <strong>na</strong> qual as mulheres têm poucas possibilidades dediscutir e decidir com seus parceiros o uso ou o não uso de um método contraceptivo, bem como qualmétodo utilizar e quando interromper o seu uso. Na maioria das sociedades, as questões ligadas àreprodução são vistas como sendo, exclusivamente, da esfera femini<strong>na</strong>. Dificultando, assim, que oshomens ass<strong>uma</strong>m responsabilidades no que se refere à contracepção.Desser (1996) conclui que a percepção da adolescência como um período de trânsito para <strong>uma</strong>vida adulta – com maior responsabilidade e maior liberdade – é consensual entre as adolescentes.Para as mesmas, a identidade de mulher adulta é formada pelo padrão da "mulher independente" eprofissio<strong>na</strong>lizada. Tal projeto seria alcançado via do estudo formal e da profissio<strong>na</strong>lização. No entanto,vale destacar que, se por um lado a aspiração é consensual, a efetiva possibilidade irá variar segundoo nível sócio-econômico e ambiente cultural no qual está inserida a adolescente. Tal fato pode serilustrado a partir da conclusão dos estudos de Desser (1996, p.24):(...) diferentemente das adolescentes dos estratos médios para quem este projeto estárelativamente assegurado, as adolescentes dos estratos operários têm que alocar grandeparte de suas energias para assegurá–lo, o que é tanto mais difícil quanto mais precárias as43

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