Relatorio Consolidado DRADS Piracicaba - Secretaria de ...

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1. INTRODUÇÃOToda criança ou adolescente tem direito à convivência familiar e comunitária. Estedireito <strong>de</strong>ve ser assegurado pela família, socieda<strong>de</strong> ou pelo Estado, conforme<strong>de</strong>termina o artigo 227 da Constituição Fe<strong>de</strong>ral promulgada em 1988. Este direito éreafirmado no artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente, estatuto este quechega a <strong>de</strong>dicar um capítulo inteiro (Capítulo III – Do Direito à Convivência Familiar eComunitária) ao tema.Em 2006, o CONANDA e o CNAS aprovaram o Plano Nacional <strong>de</strong> Promoção, Proteção eDefesa do Direito <strong>de</strong> Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária(PNCFC) com o objetivo <strong>de</strong> normatizar e orientar as ações e políticas públicas <strong>de</strong>proteção à infância e adolescência. Neste mesmo ano, o documento <strong>de</strong> Diretrizes dasNações Unidas sobre Emprego e Condições A<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> Cuidados Alternativos comCrianças foi discutido por especialistas governamentais e não-governamentais a partir<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda do Comitê <strong>de</strong> Direitos da Criança da ONU 1 .Em 2009, após período <strong>de</strong> consulta popular 2 , o CONANDA e o CNAS coor<strong>de</strong>naram aelaboração <strong>de</strong> um Guia <strong>de</strong> Orientações Técnicas para Serviços <strong>de</strong> Acolhimento paraCrianças e Adolescentes. Estes documentos, planos e legislações acabaram por formarum arcabouço normativo que busca imprimir uma nova orientação às políticas <strong>de</strong>proteção à criança e ao adolescente. Outro importante documento editado pelo CNASem 2009 é a Tipificação Nacional <strong>de</strong> Serviços Socioassistenciais, que trata dos serviçosbásicos que integram o Sistema Único <strong>de</strong> Assistência Social (SUAS), inclusive oacolhimento institucional <strong>de</strong> crianças e adolescentes. Ainda em 2009, a Lei 12.010alterou o ECA, tornando-o mais próximo das concepções a favor da convivênciafamiliar e comunitária.A ênfase nesta questão é <strong>de</strong>corrente da importância que a convivência familiar ecomunitária tem para o <strong>de</strong>senvolvimento da criança e do adolescente. Diversosestudos <strong>de</strong> psicologia referentes ao <strong>de</strong>senvolvimento humano vêm <strong>de</strong>monstrando,1 Em junho <strong>de</strong> 2009, a 11ª Sessão do Conselho <strong>de</strong> Direitos Humanos da ONU aprovou o Projeto <strong>de</strong>resolução sobre as Diretrizes para Cuidados Alternativos para Crianças, que <strong>de</strong>verá seguir para aprovaçãona Assembléia Geral da ONU.2 Em fevereiro <strong>de</strong> 2008 foi disponibilizada, no site do Ministério da Justiça (que abriga a página doCONANDA), uma versão para consulta pública. A partir das sugestões e críticas recebidas, foi realizadauma revisão do documento que ganhou sua versão final em junho <strong>de</strong> 2009.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.3


formais, como o compartilhamento dos cuidados, a <strong>de</strong>núncia a situações <strong>de</strong> violações<strong>de</strong> direitos e a organização <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda.Enten<strong>de</strong>-se, então, que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento <strong>de</strong> situações adversas vai<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> condições pessoais e sociais. E que a missão do Sistema <strong>de</strong> Garantia <strong>de</strong>Direitos <strong>de</strong> Crianças e Adolescentes é trabalhar para que as famílias que tenhamviolado os direitos <strong>de</strong> seus filhos consigam melhorar sua dinâmica interna, fortalecer eampliar seus fatores protetivos e garantir o acesso à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção social local.Como <strong>de</strong>staca o Plano Nacional <strong>de</strong> Proteção, Promoção e Defesa do Direito <strong>de</strong> Criançase Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária,“A família é, ainda, dotada <strong>de</strong> autonomia, competências e geradora <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s:novas possibilida<strong>de</strong>s, recursos e habilida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>senvolvidos frente aos <strong>de</strong>safios quese interpõem em cada etapa <strong>de</strong> seu ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Como seus membros,está em constante evolução: seus papéis e organização estão em contínuatransformação. Este ponto é <strong>de</strong> fundamental importância para se compreen<strong>de</strong>r oinvestimento no fortalecimento e no resgate dos vínculos familiares em situação <strong>de</strong>vulnerabilida<strong>de</strong>, pois cada família, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua singularida<strong>de</strong>, é potencialmente capaz<strong>de</strong> se reorganizar diante <strong>de</strong> suas dificulda<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios, <strong>de</strong> maximizar as suascapacida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> transformar suas crenças e práticas para consolidar novas formas <strong>de</strong>organização” (CONANDA/CNAS,2006: 30).Portanto, tanto o ambiente familiar quanto a convivência comunitária são <strong>de</strong>cisivospara o bem estar e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação futura <strong>de</strong> crianças e adolescentes.Entretanto, não se po<strong>de</strong> ignorar que mesmo a família po<strong>de</strong> ser um lócus <strong>de</strong> violação <strong>de</strong>direitos <strong>de</strong> crianças e adolescentes. Estudos brasileiros sobre violência contra crianças(Argenti e Silveira, 2004), violência contra a mulher (Coelho e Carlotto, 2007; Tavarese Pereira, 2007) e violência sexual (Rosa, 2007; Azambuja, 2006) apontam que estasgraves violações ocorrem também no seio da própria família.No caso <strong>de</strong> violação <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> crianças e adolescentes, cabe a adoção <strong>de</strong> medidaprotetiva <strong>de</strong> afastamento da criança ou adolescente da sua família. Esta medida,segundo o ECA, <strong>de</strong>ve ser excepcional e provisória – e <strong>de</strong>ve vir acompanhada <strong>de</strong> açõesque permitam o fortalecimento da família <strong>de</strong> origem para, rapidamente, conseguir areinserção familiar da criança ou adolescente.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.6


O objetivo <strong>de</strong>ste texto é analisar os serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional quefuncionam na área <strong>de</strong> abrangência da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>. São 21 serviços espalhadospor 13 municípios, a partir da perspectiva <strong>de</strong> que estes serviços estão se reorientandona busca <strong>de</strong> ter uma ação prioritariamente voltada para a promoção da convivênciafamiliar e comunitária.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.7


2. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIOO Governo do estado <strong>de</strong> São Paulo coor<strong>de</strong>na as ações <strong>de</strong> assistência social por meio<strong>de</strong> Diretorias Regionais <strong>de</strong> Assistência e Desenvolvimento Social (<strong>DRADS</strong>). A regiãoabrangida pela <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong> engloba 27 municípios que, juntos, contam comquase 1,5 milhão <strong>de</strong> habitantes, o que correspon<strong>de</strong> a 3,5% da população total doestado. Esta população está bastante concentrada nos três maiores municípios daregião: <strong>Piracicaba</strong>, Limeira e Rio Claro juntos respon<strong>de</strong>m por 57,8% da população <strong>de</strong>toda a região.A proporção <strong>de</strong> crianças e adolescentes varia, <strong>de</strong> município a município. Em Águas <strong>de</strong>São Pedro, apenas 23,1% da população tem menos <strong>de</strong> 19 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> em 2011; poroutro lado, em Conchal (33,4%) e Ipeúna (33,5%) são alcançados os maiores pesos<strong>de</strong> crianças e adolescentes no total da população.O peso econômico da região é um pouco menor do que o peso populacional. Em 2009,os 27 municípios apresentaram um PIB <strong>de</strong> 31.729,65 milhões <strong>de</strong> reais. Istocorrespon<strong>de</strong> a 2,9% do PIB estadual daquele mesmo ano. Também é evi<strong>de</strong>nte, pelosdados municipais, que a concentração <strong>de</strong> riqueza na região é mais acentuada do que aconcentração <strong>de</strong> habitantes: <strong>Piracicaba</strong>, Limeira e Rio Claro produzem 62,6% dariqueza total da região.Por outro lado, a divisão das riquezas municipais pelo número <strong>de</strong> habitantes traz umquadro diferente. Apenas 4 municípios da região apresentam um PIB per capitasuperior a 26.202,22 (PIB per capita estadual em 2009): Cor<strong>de</strong>irópolis, Elias Fausto,Rio das Pedras e Iracemápolis. O município com o 5º maior PIB per capita é<strong>Piracicaba</strong>, com R$ 26.030,62 anuais; Rio Claro fica na 6ª posição (R$ 23.570,31); eLimera ocupa o 9º lugar (R$ 20.428,38).O aspecto negativo é o fato <strong>de</strong> 23 municípios da região terem um PIB per capitainferior à media estadual.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.8


Tabela 01População dos municípios e proporção <strong>de</strong> crianças e adolescentes no total dapopulação, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2011.População Proporção da população com 19 anos ou menosAraras 120.291 27,8%Conchal 25.479 33,4%Cor<strong>de</strong>irópolis 21.435 29,9%Iracemápolis 20.499 28,9%Leme 92.841 31,1%Limeira 278.661 28,5%Pirassununga 70.584 27,8%Santa Cruz da Conceição 4.049 27,9%Águas <strong>de</strong> São Pedro 2.798 23,1%Capivari 49.288 31,5%Charqueada 15.289 31,4%Elias Fausto 15.961 32,0%Mombuca 3.282 32,9%<strong>Piracicaba</strong> 368.029 28,2%Rafard 8.635 29,5%Rio das Pedras 30.123 31,4%Saltinho 7.187 26,1%Santa Maria da Serra 5.486 32,9%São Pedro 32.039 29,1%Analândia 4.365 30,5%Brotas 21.848 30,8%Corumbataí 3.882 31,2%Ipeúna 6.200 33,5%Itirapina 15.798 27,5%Rio Claro 188.019 27,4%Santa Gertru<strong>de</strong>s 22.256 32,2%Torrinha 9.378 27,1%TOTAL DA REGIÃO 1.443.702ESTADO DE SÃO PAULO 41.692.668 29,5%Fonte: Fundação SEADE.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.9


Tabela 02Produto Interno Bruto municipal e PIB per capita municipal, Municípios da <strong>DRADS</strong><strong>Piracicaba</strong>, 2009.PIB (Em milhões <strong>de</strong> reaiscorrentes)PIB per Capita (Em reaiscorrentes)Araras 2.407,40 21.022,57Conchal 369,01 15.070,78Cor<strong>de</strong>irópolis 1.366,10 65.931,43Iracemápolis 520,7 26.431,69Leme 1.338,84 15.044,04Limeira 5.752,29 20.428,38Pirassununga 1.306,20 18.276,15Santa Cruz da Conceição 56,05 13.492,73Águas <strong>de</strong> São Pedro 50,88 19.472,08Capivari 884,42 19.089,11Charqueada 165,58 10.735,79Elias Fausto 528,14 34.491,85Mombuca 32,03 9.229,16<strong>Piracicaba</strong> 9.601,21 26.030,62Rafard 116,35 13.911,08Rio das Pedras 929,61 32.643,11Saltinho 107,21 14.996,62Santa Maria da Serra 72,65 12.272,61São Pedro 348,3 11.030,96Analândia 70,82 15.537,93Brotas 349,53 15.444,61Corumbataí 90,41 21.848,35Ipeúna 114,84 20.178,77Itirapina 170,25 11.481,16Rio Claro 4.522,81 23.570,31Santa Gertru<strong>de</strong>s 368,87 17.541,86Torrinha 89,15 9.608,27TOTAL 31.729,65Fonte: Fundação SEADE.Para ajudar a organizar as discrepâncias entre potencial econômico e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000 o estado <strong>de</strong> São Paulo conta com o Índice Paulista <strong>de</strong>Responsabilida<strong>de</strong> Social (IPRS). O IPRS busca expressar “o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoAUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.10


social e econômico dos municípios paulistas” 8 . O IPRS é um índice multidimensional,conforme explicado pela Fundação SEADE:O IPRS é composto <strong>de</strong> quatro indicadores: três sintéticos setoriais, que mensuram ascondições atuais <strong>de</strong> um município em termos <strong>de</strong> renda, escolarida<strong>de</strong> e longevida<strong>de</strong>,permitindo o or<strong>de</strong>namento dos 645 municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo segundo cadauma <strong>de</strong>ssas dimensões; e uma tipologia constituída <strong>de</strong> cinco grupos, <strong>de</strong>nominadaGrupos do IPRS, que resume a situação dos municípios segundo os três eixosconsi<strong>de</strong>rados, sem, no entanto, or<strong>de</strong>ná-los.A tipologia construída para o IPRS é composta por 5 grupos, que vão das melhorescondições socioeconômicas (Grupo 1) às piores (Grupo 5). Os 27 municípios da <strong>DRADS</strong><strong>Piracicaba</strong> se distribuem pelos Grupos do IPRS conforme o quadro a seguir.O interessante nesta distribuição é que ela se concentra nos grupos 1, 2 (melhores) e5 (o pior). Há relativamente menos municípios classificados nos grupos intermediários3 e 4. Outro fator interessante é que a distribuição dos municípios pelos grupos nãoguardam relação com a existência ou não <strong>de</strong> melhores ou piores condiçõessocioeconômicas.A existência <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional <strong>de</strong> crianças e adolescentespo<strong>de</strong> ser mais bem entendida a partir da classificação dos municípios por portepopulacional e por nível <strong>de</strong> gestão do SUAS, conforme os quadros 02 e 03 mostram.Dos 27 municípios analisados, 15 são <strong>de</strong> Pequeno Porte I, ou seja, são municípios compopulação inferior a 20 mil habitantes. Destes, apenas Elias Fausto conta com umserviço <strong>de</strong> acolhimento institucional <strong>de</strong> crianças e adolescentes 9 . Os <strong>de</strong>mais municípios– todos contam com pelo menos um serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional – são <strong>de</strong>portes populacionais maiores.8IPRS 2008: Principais Resultados. Disponível em:http://www.sea<strong>de</strong>.gov.br/projetos/iprs/ajuda/2008/principais_result_2010.pdf9 No caso <strong>de</strong> Elias Fausto, a pressão da Vara da Infância e Juventu<strong>de</strong> pela existência do serviço foifundamental para esta exceção.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.11


Quadro 01Distribuição dos municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong> pelos grupos do IPRS, 2008.Grupo IPRSGrupo 1 - Municípios com nível elevado <strong>de</strong> riqueza e bons níveis nosindicadores sociaisGrupo 2 - Municípios que, embora com níveis <strong>de</strong> riqueza elevados,não exibem bons indicadores sociaisGrupo 3 - Municípios com nível <strong>de</strong> riqueza baixo, mas com bonsindicadores nas <strong>de</strong>mais dimensõesGrupo 4 - Municípios que apresentam baixos níveis <strong>de</strong> riqueza e nívelintermediário <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> e/ou escolarida<strong>de</strong>Grupo 5 - Municípios mais <strong>de</strong>sfavorecidos, tanto em riqueza com nosindicadores sociaisFonte: Fundação SEADE.MunicípiosÁguas <strong>de</strong> São PedroAnalândiaArarasIracemápolisLimeiraRio ClaroRio das PedrasSaltinhoCapivariCor<strong>de</strong>irópolisElias Fausto<strong>Piracicaba</strong>PirassunungaRafardSão PedroIpeúnaSanta Gertru<strong>de</strong>sBrotasCorumbataíSanta Maria da SerraCharqueadaConchalItapiraLemeMombucaSanta Cruz da ConceiçãoTorrinhaAUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.12


Mapa 01Municípios com serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional <strong>de</strong> crianças e adolescentes,Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2011.Fonte: <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>.Os dados da Tabela 03 mostram que os municípios <strong>de</strong> Limeira, <strong>Piracicaba</strong> e Rio Claro –os mais populosos e <strong>de</strong> maior PIB da região – são os que contam com maior número<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional. Juntos, os três municípios também acolhemcom 54,6% do total <strong>de</strong> crianças e adolescentes nesta situação na região. Nos <strong>de</strong>maismunicípios, se <strong>de</strong>staca Leme, que tem menos <strong>de</strong> 5% do total <strong>de</strong> serviços e mais <strong>de</strong>10% do total <strong>de</strong> acolhidos.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.14


3. PERFIL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES EMACOLHIMENTO INSTITUCIONAL NA REGIÃO DA <strong>DRADS</strong>PIRACICABAOs vinte e um serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional pesquisados na região da <strong>DRADS</strong><strong>Piracicaba</strong> mantinham, entre fevereiro e março <strong>de</strong> 2012, 469 crianças e adolescentesem situação <strong>de</strong> acolhimento. Este grupo estava distribuído <strong>de</strong> maneira muito uniformeno que diz respeito à faixa etária e ao sexo. Do total, 55,4% são do sexo masculino e44,6% pertencem ao sexo feminino, conforme vemos na Tabela 04.Tabela 04Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional na região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>,segundo sexo e ida<strong>de</strong>, 2012.Ida<strong>de</strong> completa Masculino Feminino TOTAL0 anos 16 13 291 ano 11 12 232 anos 17 7 243 anos 11 11 224 anos 12 8 205 anos 10 4 146 anos 12 12 247 anos 15 8 238 anos 13 9 229 anos 14 12 2610 anos 15 18 3311 anos 13 14 2712 anos 30 20 5013 anos 18 16 3414 anos 14 15 2915 anos 14 8 2216 anos 15 12 2717 anos 10 10 20Total 260 209 469Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.16


Gráfico 01Número <strong>de</strong> Crianças e Adolescentes em acolhimento institucional na região da <strong>DRADS</strong><strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong>, segundo sexo e faixa etária, 2012.7060504030201000 A 3 ANOS 4 A 6 ANOS 7 A 9 ANOS 10 A 12 ANOS 13 A 15 ANOS 16 A 17 ANOSMasculinoFemininoFonte: NEPP, Pesquisa <strong>de</strong> Campo, março <strong>de</strong> 2009.Com relação à distribuição por faixa etária, o Gráfico 1 mostra que a primeira infância(0 a 3 anos) e as faixas etárias entre 10 e 15 anos são as que apresentam maiornúmero <strong>de</strong> acolhimentos.Com relação à distribuição por gênero, po<strong>de</strong>mos observar no gráfico que em todas asfaixas etárias, a presença <strong>de</strong> meninos é maior do que <strong>de</strong> meninas.Este perfil médio <strong>de</strong> sexo e ida<strong>de</strong> das crianças e adolescentes acolhidos na região da<strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, porém, não reflete as especificida<strong>de</strong>s observadas entre cada serviço<strong>de</strong> acolhimento institucional. Especificamente em dois municípios, os serviços <strong>de</strong>acolhimento ainda trabalham com uma clientela muito <strong>de</strong>finida:• Em Araras há dois serviços em funcionamento. Um é voltado somente para opúblico feminino e o outro é voltado para o masculino;• Em Limeira, há segmentação por sexo e por ida<strong>de</strong> – um serviço aten<strong>de</strong> apenasao sexo feminino, outra é voltada para crianças do sexo masculino e a terceiraé para adolescentes do sexo masculino (nos casos <strong>de</strong> adolescentes do sexoAUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.17


feminino, elas po<strong>de</strong>m ser encaminhadas para acolhimento na Casa <strong>de</strong> Proteçãoa Mulheres Vítima <strong>de</strong> violência Doméstica);• Em Brotas, o serviço não acolhe adolescentes acima <strong>de</strong> 12 anos;• Em <strong>Piracicaba</strong>, há um serviço <strong>de</strong> acolhimento que não aten<strong>de</strong> a adolescentescom ida<strong>de</strong> superior a 13 anos;• Em Pirassununga, um serviço não aten<strong>de</strong> a maiores <strong>de</strong> 14 anos.Estas especializações contrariam o documento “Orientações Técnicas para os serviços<strong>de</strong> acolhimento para crianças e adolescentes”, editado em 2009 pelo CNAS e peloCONANDA, já que estes limites levam à separação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> irmãos. O Guia <strong>de</strong>Orientações diz expressamente que:“Crianças e adolescentes com vínculos <strong>de</strong> parentesco (irmãos, primos, etc.) não <strong>de</strong>vemser separados ao serem encaminhados para o serviço <strong>de</strong> acolhimento, salvo se isso forcontrário ao seu <strong>de</strong>sejo ou interesses ou se houver claro risco <strong>de</strong> abuso, tendo em vistao melhor interesse da criança e do adolescente” (CONANDA/CNAS, 2009: 46).Esta situação também contraria o que está <strong>de</strong>terminado no Plano Nacional <strong>de</strong>Promoção, Proteção e Defesa do Direito <strong>de</strong> Crianças e Adolescentes à ConvivênciaFamiliar e Comunitária (PNCFC), que <strong>de</strong>staca que os serviços <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional <strong>de</strong>vem “aten<strong>de</strong>r ambos os sexos e diferentes ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crianças eadolescentes, a fim <strong>de</strong> preservar o vínculo entre grupos <strong>de</strong> irmãos” (2006: pág. 41).Realmente, as preocupações do PNCFC e do Guia <strong>de</strong> Orientações são pertinentes, poisquando questionado aos serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional sobre quais os motivosque levariam à dissolução <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> irmãos, a faixa etária ou o sexo <strong>de</strong> um dosirmãos são os motivos mais indicados. Fora este motivo, apenas a falta <strong>de</strong> vagas nainstituição é apontado como razão relevante para esta separação. O fator positivo,porém, é o fato <strong>de</strong> mais da meta<strong>de</strong> dos serviços não separarem grupos <strong>de</strong> irmãos emhipótese alguma.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.18


Tabela 05Motivos que levam o serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional a separar grupos <strong>de</strong> irmãos,segundo número <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional que os adotam, Municípiosda <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Motivos para a separação <strong>de</strong>grupos <strong>de</strong> irmãosFalta <strong>de</strong> vaga na instituição; 19,0%Um dos irmãos está fora da faixa etária atendida; 28,6%Um dos irmãos fora do sexo atendido; 23,8%Incompatibilida<strong>de</strong> com o grupo abrigado ou com osmonitores; 4,8%Não havia vínculos anteriores (um dos irmãos nasceuapós o abrigamento); 4,8%Não separa irmãos. 57,1%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.Obs: O somatório das respostas supera 100% pois era possível assinalar mais <strong>de</strong> uma resposta.No tocante à <strong>de</strong>ficiências físicas ou mentais, menos <strong>de</strong> 17% dos usuários dos serviços<strong>de</strong> acolhimento institucional da região apresentavam alguma <strong>de</strong>ficiência. Segundo osresponsáveis pelos serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional, 83,7% dos acolhidos nãoeram portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência. Dentre as crianças ou adolescentes com alguma<strong>de</strong>ficiência, quase três quartos (73,8%) apresentava alguma <strong>de</strong>ficiênciamental/intelectual. Outros 12% <strong>de</strong> acolhidos com <strong>de</strong>ficiência apresentam <strong>de</strong>ficiênciaauditiva e quase 10% das crianças com <strong>de</strong>ficiência acolhidas possuem <strong>de</strong>ficiênciasmúltiplas.Tabela 06Proporção <strong>de</strong> crianças e adolescentes acolhidos, segundo condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência,Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência % do total <strong>de</strong> acolhidos % <strong>de</strong> acolhidos com <strong>de</strong>ficiênciaVisual 0,0% 0,0%Auditiva 1,9% 11,9%Física 0,8% 4,8%Mental / Intelectual 12,0% 73,8%Múltipla 1,6% 9,5%Não tem <strong>de</strong>ficiência 83,7%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.19


Outra questão preconizada pelo PNCFC é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento personalizado,o que exige que o número <strong>de</strong> acolhidos seja pequeno em cada instituição. No PlanoNacional não há uma <strong>de</strong>finição sobre qual número máximo <strong>de</strong> crianças e adolescentesseria a<strong>de</strong>quado. Já no Guia <strong>de</strong> Orientações Técnicas para os serviços <strong>de</strong> acolhimentopara crianças e adolescentes está <strong>de</strong>stacado que o número máximo <strong>de</strong> usuários é <strong>de</strong>20 crianças ou adolescentes por serviço.Gráfico 02Distribuição dos serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional, segundo número <strong>de</strong> usuários,Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.76543210De 01 a 10 De 11 a 20 De 21 a 30 De 31 a 40 Mais <strong>de</strong> 40Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.O Gráfico 02 mostra que apenas 12 serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional aten<strong>de</strong>m àexigência do Guia <strong>de</strong> Orientações. Isto correspon<strong>de</strong> a 57% dos serviços <strong>de</strong>acolhimento institucional pesquisados. Os <strong>de</strong>mais serviços <strong>de</strong> acolhimento institucionalsão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, com um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> crianças e/ou adolescentes acolhidos,inclusive com duas instituições ultrapassando o número <strong>de</strong> 50 usuários.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.20


Além da dificulda<strong>de</strong> em manter um atendimento mais individualizado quando se trata<strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, temos mais um complicador nestes casos. O Guia <strong>de</strong>Orientações Técnicas do CONANDA e CNAS preconiza que:“O espaço físico do serviço <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong>ve ser aconchegante e seguro, compadrões arquitetônicos semelhantes ao <strong>de</strong> residências, organizado <strong>de</strong> modo a favorecera privacida<strong>de</strong>, a interação das crianças/adolescentes e a exploração do ambiente. (...)Recomenda-se que, em cada quarto sejam acolhidas até 4 (quatro)crianças/adolescentes. Esse número não <strong>de</strong>verá ser superior a 6 (seis)crianças/adolescentes por quarto” (página 11).Além do óbvio <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> manter um espaço físico que tenha um padrão semelhante auma residência quando se <strong>de</strong>ve provi<strong>de</strong>nciar um refeitório ou um quarto <strong>de</strong> estudospara um número elevado <strong>de</strong> crianças e adolescentes, há uma <strong>de</strong>terminação objetivasobre o número <strong>de</strong> crianças/adolescentes alojados no mesmo quarto. Quanto maior onúmero <strong>de</strong> crianças ou adolescentes acolhidas, maior a estrutura física necessária parase aten<strong>de</strong>r a esta <strong>de</strong>terminação.Cerca <strong>de</strong> 1/3 dos 21 serviços <strong>de</strong> acolhimento da região foram projetados para umacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento inferior ao máximo indicado <strong>de</strong> 20 vagas. Outro terço tema capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> 20 crianças ou adolescentes. Por fim, há um últimoterço <strong>de</strong> serviços que está planejado para aten<strong>de</strong>r a um número <strong>de</strong> crianças eadolescentes superior ao máximo preconizado no Guia <strong>de</strong> Orientação para os Serviços<strong>de</strong> Acolhimento. Interessante <strong>de</strong>stacar que existem 06 serviços <strong>de</strong> acolhimento queestão com uma lotação superior à sua capacida<strong>de</strong> planejada – e isto não muda àmedida em que esta capacida<strong>de</strong> é aumentada, conforme o gráfico a seguir.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.21


Gráfico 03Percentual <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> acolhimento institucionais, segundo grau <strong>de</strong> ocupação eporte da instituição, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.Motivos do AcolhimentoOs motivos que mais se <strong>de</strong>stacam junto aos serviços <strong>de</strong> acolhimento para oafastamento <strong>de</strong> crianças ou adolescentes do convívio familiar são: Violência Domésticae Negligência (que são citados por mais <strong>de</strong> 80% dos serviços) e Droga<strong>de</strong>pendência dospais (este motivo foi citado por todos os serviços). Outros três motivos, com menorfrequência, também são citados: abandono por parte dos pais, abuso sexual e o fatodos pais ou responsáveis estarem presos são citados por cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> dosserviços.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.22


Tabela 07Motivos <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> crianças e adolescentes mais freqüentemente apontadosnas instituições da região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Motivo do Ingresso %Abandono pelos pais ou responsáveis 52,4%Abuso sexual praticado pelos pais ou por responsáveis 42,9%Ausência dos pais ou responsável por doença 9,5%Órfão (morte dos pais ou responsável) 33,3%Pais ou responsáveis <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos/alcoolistas 100,0%Pais ou responsáveis <strong>de</strong>tidos (presidiários) 47,6%Pais ou responsáveis com <strong>de</strong>ficiência 19,0%Pais ou responsáveis sem condições para cuidar <strong>de</strong> criança e/ou adolescentecom <strong>de</strong>ficiência mental23,8%Pais ou responsáveis sem condições para cuidar <strong>de</strong> criança e/ou adolescente<strong>de</strong>ficiência física9,5%Pais ou responsáveis sem condições para cuidar <strong>de</strong> criança e/ou adolescenteportador <strong>de</strong> HIV4,8%Pais ou responsáveis sem condições para cuidar <strong>de</strong> criança e/ou adolescente<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte químico23,8%Submetido à exploração sexual comercial 9,5%Submetido à exploração no trabalho, tráfico e/ou mendicância. 33,3%Violência Doméstica (maus tratos físicos e/ou psicológicos praticados pelos paisou responsáveis).81,0%Negligência 85,7%Transtorno Mental dos responsáveis 33,3%Outros. Especificar: 9,5%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.Muitos serviços afirmam que um acolhimento po<strong>de</strong> ter mais <strong>de</strong> um motivo. Nestesentido, concordamos com o que foi observado por Cavalcante, Magalhães e Pontes(2007a) que, pesquisando crianças e adolescentes acolhidos no Município <strong>de</strong> Belém(PA), afirmam que “(...) verificou-se que a existência <strong>de</strong> crianças que apresentaramdois (28,57%), três (10,80%) e até quatro ou mais problemas (1,04%) <strong>de</strong> or<strong>de</strong>msócio-familiar como justificativa para a sua permanência no serviço <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional” (página 26).A Tabela 07, com os motivos pelos quais os acolhidos foram afastados <strong>de</strong> suasfamílias, dá uma idéia da dimensão do <strong>de</strong>safio para se conseguir resultados notrabalho junto à família <strong>de</strong> origem para que ela possa receber <strong>de</strong> volta seus filhos. Apresença na família <strong>de</strong> uma ou <strong>de</strong> mais situações <strong>de</strong> violência doméstica, <strong>de</strong> transtornoAUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.23


mental, <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência química, <strong>de</strong> alcoolismo, <strong>de</strong> abuso sexual, <strong>de</strong> envolvimento como tráfico, entre outros, formam um rol <strong>de</strong> problemas que:1. Não são possíveis <strong>de</strong> serem tratados apenas no âmbito da assistência social.Há, portanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ação intersetorial;2. Não são questões que possam ser equacionadas em curto espaço <strong>de</strong> tempo.Neste sentido, não há tempo a ser <strong>de</strong>sperdiçado no trabalho com as famílias. Chama aatenção que mesmo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se preencher a Guia <strong>de</strong> Acolhimento paraque crianças ou adolescentes sejam encaminhados para um serviço <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional, ainda é pouco frequente que o motivo que levou ao acolhimento sejainformado oficialmente pelo Po<strong>de</strong>r Judiciário. Na tabela 08 fica claro que, em 10% doscasos, esta informação não ocorre <strong>de</strong> jeito algum. Em outros 10%, ela po<strong>de</strong> atéocorrer, mas é rara.Se esta situação é observada para a simples informação do motivo que levou aoafastamento do convívio familiar, o que esperar <strong>de</strong> informações sobre um trabalhosocial <strong>de</strong> apoio à família anterior ao acolhimento? O afastamento da criança ouadolescente é uma medida drástica, que <strong>de</strong>ve ser adotada apenas após o esgotamentodas <strong>de</strong>mais alternativas. Isto pressupõe que, antes da <strong>de</strong>cisão do acolhimento, houveum trabalho social prévio <strong>de</strong> acompanhamento da família. Apesar <strong>de</strong>sta sequêncianecessária para se cumprir a legislação, apenas em 24% dos casos é informado aoserviço <strong>de</strong> acolhimento sobre a existência <strong>de</strong> algum trabalho prévio <strong>de</strong>acompanhamento das famílias.Tabela 08Freqüência <strong>de</strong> informação sobre motivo <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> crianças e adolescentes esobre a existência <strong>de</strong> estudo social anterior, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Vara da Infância e Juventu<strong>de</strong> informa omotivo do acolhimento?VIJ informa a existência <strong>de</strong> trabalhosocial anterior?Sim 52,4% 23,8%Sim, às Vezes 28,6% 38,1%Não, às vezes 9,5% 9,5%Não 9,5% 28,6%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.24


Qual o efeito mais imediato <strong>de</strong>sta falha <strong>de</strong> comunicação entre os atores do Sistema <strong>de</strong>Garantia <strong>de</strong> Direitos da Criança? O serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional acaba poriniciar o trabalho com família sem qualquer informação. É necessário refazer odiagnóstico, tentar promover ações que po<strong>de</strong>m já ter sido executadas (sem alcançar oobjetivo esperado), enfim, a falta <strong>de</strong> informação implica em um re-trabalho por partedas instituições <strong>de</strong> acolhimento que se reflete em um tempo <strong>de</strong> acolhimento maior.Esta situação ocorre num contexto em que 47% das crianças e adolescentes acolhidosmantêm vínculos com a família <strong>de</strong> origem. Há ainda 20% <strong>de</strong> acolhidos cujas famílias<strong>de</strong> origem estão i<strong>de</strong>ntificadas, apesar <strong>de</strong> não manterem contato. Apenas 19,1% dascrianças e adolescentes acolhidos não mantêm nenhuma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vínculo coma família <strong>de</strong> origem, seja por <strong>de</strong>cisão judicial, seja pela falta <strong>de</strong> localização <strong>de</strong>stasfamílias ou pelo falecimento dos pais.Tabela 09Número <strong>de</strong> crianças e adolescentes acolhidos, segundo situação do vínculo com afamília <strong>de</strong> origem, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Situação FamiliarProporção <strong>de</strong>Crianças/AdolescentesCom vínculo com a família <strong>de</strong> origem 46,9%Sem vínculo com a família <strong>de</strong> origem, pois emborai<strong>de</strong>ntificada, não mantém contato regular19,5%Sem vínculo temporário com a família <strong>de</strong> origem por<strong>de</strong>cisão judicialSem vínculo com a família <strong>de</strong> origem por<strong>de</strong>saparecimento14,2%2,1%Sem vínculo, pois são órfãos. 3,6%Sem vínculo com a família por conta <strong>de</strong> <strong>de</strong>stituiçãodo po<strong>de</strong>r familiar13,4%Sem informação 0,4%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.Fluxo e Tempo <strong>de</strong> Acolhimento e <strong>de</strong> Retorno à FamíliaNa região da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong>, a via preferencial para o <strong>de</strong>sacolhimento é oretorno da criança ou adolescente à convivência familiar ou comunitária. Dos 321AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.25


<strong>de</strong>sacolhimentos observados em 2011, 57,9% se <strong>de</strong>u por conta do retorno ao convíviocom a família <strong>de</strong> origem; e outros 28,7% por encaminhamento para convívio com umafamília substituta.Quando analisamos à parte o encaminhamento à família substituta, vemos que aGuarda é a forma jurídica mais comum, com quase o dobro <strong>de</strong> ocorrências em relaçãoà Adoção (e ainda há a inexistência <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> Tutela).Tabela 10Número <strong>de</strong> crianças e adolescentes <strong>de</strong>sligados do serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional,segundo motivo, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2011.MotivoO adolescente apresentou condições a<strong>de</strong>quadas à vidain<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteA família <strong>de</strong> origem/extensa estava preparada parareassumir a criança e/ou adolescenteA criança e/ou adolescente passou a ser atendido poroutro programa ou entida<strong>de</strong>O adolescente foi <strong>de</strong>sabrigado por ter alcançado amaiorida<strong>de</strong>Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Desabrigamentos21861910% %0,6% 0,9%57,9% 81,2%5,9% 8,3%3,1% 4,4%Outros. Quais? 12 3,7% 5,2%0,0% 229Encaminhamento a família substituta, via GUARDA 60 18,7% 65,2%Encaminhamento a família substituta, via TUTELA 0 0,0% 0,0%Encaminhamento a família substituta, via ADOÇÃO 32 10,0% 34,8%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.O elevado percentual <strong>de</strong> usuários que retornam à convivência familiar não significa,entretanto, que a medida protetiva possa ter se encerrado <strong>de</strong> maneira satisfatória.Pouco mais <strong>de</strong> 08% <strong>de</strong> crianças e adolescentes que voltaram para a família <strong>de</strong> origemou para uma família substituta voltaram à situação <strong>de</strong> acolhimento institucional <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> um tempo. A re-institucionalização nos dois casos po<strong>de</strong> significar que faltou umacompanhamento mais intenso à criança e ao adolescente junto às suas famílias queas ajudassem a superar momentos <strong>de</strong> crise e/ou que, ou ainda, que o trabalhorealizado no período <strong>de</strong> acolhimento não tenha sido aprofundado o suficiente para umaavaliação correta da situação. De qualquer forma, em ambos os casos, esta re-AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.26


institucionalização promove danos adicionais às crianças e adolescentes que já seencontram em condições tão vulneráveis.Além <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>sligamentos, em 2011, houve evasão <strong>de</strong> 65 crianças ou adolescentes, oque respon<strong>de</strong> por 20,3% do total <strong>de</strong> crianças ou adolescentes cujo acolhimento foicessado no ano.* * *As próximas duas tabelas trazem informações referentes aos meses <strong>de</strong> fevereiro emarço <strong>de</strong> 2012, e não mais referentes ao ano <strong>de</strong> 2011. Elas levantam o tempo <strong>de</strong>acolhimento das crianças e adolescentes que, no mês da pesquisa <strong>de</strong> campo, estavamem acolhimento institucional. A Tabela 11 traz os dados absolutos <strong>de</strong> usuários e atabela seguinte traz os percentuais relativos a cada situação.Segundo o Guia <strong>de</strong> Orientações Técnicas para os serviços <strong>de</strong> acolhimento para criançase adolescentes, <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar:Acolhimento emergencial: com duração <strong>de</strong> até um mês;Acolhimento <strong>de</strong> curta permanência: até seis meses;Acolhimento <strong>de</strong> média permanência: até dois anos; eAcolhimento <strong>de</strong> longa permanência: superior a dois anos.Com base nos dados e nesta tipologia, observamos que 7% dos usuários <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong> acolhimento institucional na região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong> já estão em acolhimento<strong>de</strong> longa duração. Com percentual um pouco menor aparece os acolhimentos <strong>de</strong> médiaduração (27,1% do total <strong>de</strong> crianças e adolescentes) e os <strong>de</strong> curta duração (23% dototal). Cerca <strong>de</strong> 5% do total <strong>de</strong> usuários ainda estão em situação <strong>de</strong> acolhimentoemergencial.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.27


Tabela 11Número <strong>de</strong> crianças e adolescentes acolhidos, por tempo <strong>de</strong> acolhimento, por ida<strong>de</strong>,Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Faixa etáriaTempo <strong>de</strong> abrigamentoMenos <strong>de</strong> 1mês1 mesesa 6meses7 mesesa 1 ano2 anos a5 anos6 anos a10 anosMais <strong>de</strong>10 anos0 anos 2 19 11 --- --- ---1 ano 1 8 12 --- --- ---2 anos 1 7 9 9 --- ---3 anos 1 8 9 7 --- ---4 anos --- 7 10 4 --- ---5 anos 1 2 10 3 --- ---6 anos --- 6 8 9 2 ---7 anos 1 2 10 4 2 ---8 anos --- 5 8 8 3 ---9 anos 1 5 9 7 3 ---10 anos 2 2 11 18 0 ---11 anos 3 3 10 11 1 ---12 anos 2 7 15 14 7 ---13 anos 2 5 12 8 7 114 anos 2 6 9 10 2 ---15 anos 4 2 10 4 2 116 anos 1 7 6 8 2 417 anos 3 1 4 3 2 1Total 27 102 173 127 33 7Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.De qualquer forma, 7% dos acolhidos estão nesta situação por um prazo superior a 2anos <strong>de</strong> acolhimento – o que é consi<strong>de</strong>rado excessivo pelo Guia <strong>de</strong> OrientaçõesTécnicas do CONANDA/CNAS:“Todos os esforços <strong>de</strong>vem ser empreendidos para que, em um período inferior a dois anos,seja viabilizada a reintegração familiar – para família nuclear ou extensa, em seus diversosarranjos – ou, na sua impossibilida<strong>de</strong>, o encaminhamento para família substituta. Apermanência <strong>de</strong> crianças e adolescentes em serviço <strong>de</strong> acolhimento por período superior adois anos <strong>de</strong>verá ter caráter extremamente excepcional, e estar fundamentada em umaAUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.28


avaliação criteriosa acerca <strong>de</strong> sua necessida<strong>de</strong> pelos diversos órgãos que acompanham ocaso” (CONANDA/CNAS, 2009: 19).Portanto, os dados levantados na região da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong> novamente nosremetem à importância do trabalho realizado junto às crianças e aos adolescentes e àssuas famílias. Certamente, no elevado percentual <strong>de</strong> usuários em situação <strong>de</strong>acolhimento <strong>de</strong> longa duração nem todos os casos se enquadram no caráter“extremamente excepcional” previsto na normatização do serviço.Tabela 12Proporção <strong>de</strong> crianças e adolescentes acolhidos, por tempo <strong>de</strong> acolhimento, por ida<strong>de</strong>,Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Faixa etáriaTempo <strong>de</strong> abrigamentoMenos <strong>de</strong> 1mês1 mesesa 6meses7 mesesa 1 ano2 anos a5 anos6 anos a10 anosMais <strong>de</strong>10 anos0 anos 0,4% 4,1% 2,3% --- --- ---1 ano 0,2% 1,7% 2,6% --- --- ---2 anos 0,2% 1,5% 1,9% 1,9% --- ---3 anos 0,2% 1,7% 1,9% 1,5% --- ---4 anos --- 1,5% 2,1% 0,9% --- ---5 anos 0,2% 0,4% 2,1% 0,6% --- ---6 anos --- 1,3% 1,7% 1,9% 0,4% ---7 anos 0,2% 0,4% 2,1% 0,9% 0,4% ---8 anos --- 1,1% 1,7% 1,7% 0,6% ---9 anos 0,2% 1,1% 1,9% 1,5% 0,6% ---10 anos 0,4% 0,4% 2,3% 3,8% --- ---11 anos 0,6% 0,6% 2,1% 2,3% 0,2% ---12 anos 0,4% 1,5% 3,2% 3,0% 1,5% ---13 anos 0,4% 1,1% 2,6% 1,7% 1,5% 0,2%14 anos 0,4% 1,3% 1,9% 2,1% 0,4% ---15 anos 0,9% 0,4% 2,1% 0,9% 0,4% 0,2%16 anos 0,2% 1,5% 1,3% 1,7% 0,4% 0,9%17 anos 0,6% 0,2% 0,9% 0,6% 0,4% 0,2%Total 5,8% 21,7% 36,9% 27,1% 7,0% 1,5%Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.29


Por fim, há duas situações particularmente preocupantes que merecem <strong>de</strong>staque. Aprimeira refere-se à precocida<strong>de</strong> do acolhimento institucional observada para umaparcela consi<strong>de</strong>ráveis das crianças e adolescentes. Os campos marcados em amareloindicam as crianças cujo tempo <strong>de</strong> acolhimento cobre toda ou quase toda a sua vida.São crianças que, praticamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu nascimento encontram-se fora do convíviofamiliar. Se houve convivência com a família <strong>de</strong> origem, ela foi muito curta. Sãocrianças, portanto, que estão quase sua vida inteira nesta situação.Nos serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional da região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, encontramos77 crianças nesta situação. Boa parte <strong>de</strong>stas crianças tem ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> até 3 anos, o quetraz fortes agravantes para esta situação, pois estudiosos do <strong>de</strong>senvolvimento humanoapontam que a fase até 3 anos é <strong>de</strong>cisiva para o bom <strong>de</strong>senvolvimento intelectual,físico e emocional da criança. Segundo Cavalcante, Magalhães e Pontes (2007a), aspesquisas atuais indicam que:“(...) o período que vai da concepção até os 3 anos é propício à aquisição <strong>de</strong> competênciascognitivas e habilida<strong>de</strong>s sociais. Em razão disso, o afastamento da família e a permanênciada criança em instituição que ofereça pouco estímulo físico e social à formação da mente,po<strong>de</strong>m limitar os notáveis avanços <strong>de</strong>senvolvimentais nessa fase da vida” (página 22).O segundo grupo que vive uma situação particularmente dolorosa é o que experimentaum acolhimento institucional <strong>de</strong> longíssima duração, isto é, há mais <strong>de</strong> seis anos. Estegrupo está marcado <strong>de</strong> roxo nas tabelas acima. Quase 18 adolescentes acolhidos estãonesta situação. Boa parte <strong>de</strong>stes usuários já chegou a adolescência (ou está às suasportas) tendo passado gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua vida na instituição. Pior, a perspectiva éque eles passem a adolescência (com suas bruscas mudanças <strong>de</strong> expectativas, <strong>de</strong>comportamento, <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> conduta sexual, <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> pertencimento a umgrupo <strong>de</strong> pessoas semelhantes, etc.) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma instituição, com limitessignificativos à sua convivência comunitária.Estes são, portanto, dois grupos particularmente <strong>de</strong>licados na questão <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional e que <strong>de</strong>veriam ser pensados com maior cuidado pelos formuladores <strong>de</strong>políticas públicas.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.30


4. RECURSOS HUMANOS DOS SERVIÇOS DE ACOLHIMENTOINSTITUCIONAL NA REGIÃO DA <strong>DRADS</strong> PIRACICABAO Guia <strong>de</strong> Orientações Técnicas para Serviços <strong>de</strong> Acolhimento para Crianças eAdolescentes, entre outros parâmetros, <strong>de</strong>fine as condições <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional que estão <strong>de</strong>ntro dos princípios preconizados pelo Estatuto da Criança edo Adolescente, pelo Plano Nacional <strong>de</strong> Promoção, Proteção e Garantia do Direito àConvivência Familiar e Comunitária <strong>de</strong> Crianças e Adolescentes, pela Política Nacional<strong>de</strong> Assistência Social e pelo Documento <strong>de</strong> Diretrizes das Nações Unidas sobreEmprego e Condições A<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> Cuidados Alternativos com Crianças.Além <strong>de</strong> indicar os princípios <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> serviço e as orientações metodológicas que<strong>de</strong>vem ser adotadas, o Guia traz um conjunto <strong>de</strong> parâmetros para o funcionamento <strong>de</strong>Serviços <strong>de</strong> Acolhimento Institucional, Casas-Lares, Serviços <strong>de</strong> Acolhimento Familiar eRepúblicas. Além da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> acolhimento, os parâmetrosdiscutem o público-alvo, o número máximo <strong>de</strong> atendidos por equipamento e aspectosfísicos (localização preferencial e infra-estrutura mínima) e <strong>de</strong> recursos humanosmínimos.No caso <strong>de</strong> uma equipe profissional mínima da entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acolhimento institucional, oGuia prevê a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver, pelo menos:Um coor<strong>de</strong>nador com nível superior e experiência em função congênere;Uma equipe técnica composta <strong>de</strong> dois profissionais <strong>de</strong> nível superior (segundoos parâmetros estabelecidos pela NOB-RH/SUAS, um assistente social e umpsicólogo) para aten<strong>de</strong>r a até 20 crianças e adolescentes;Uma equipe <strong>de</strong> educadores / cuidadores, com 1 profissional <strong>de</strong> nível médiopara aten<strong>de</strong>r a até 10 crianças ou adolescentes por turno;Uma equipe <strong>de</strong> auxiliares <strong>de</strong> cuidador / educador composta por 1 profissional<strong>de</strong> nível fundamental para cada grupo <strong>de</strong> até 10 crianças e adolescentes, porturno.Como se po<strong>de</strong> ver, esta equipe mínima não contempla uma série <strong>de</strong> serviços queprecisam ser exercidos, tais como ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cozinha, <strong>de</strong> segurança,AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.31


administrativas, entre outras. A intenção dos Conselhos envolvidos nesta normatizaçãoparece ser que <strong>de</strong>stacar a importância do trabalho direto com as crianças eadolescentes institucionalizados e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma equipe técnica especializadavoltada a uma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s ligadas a nova visão do acolhimento institucional.São exemplos <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s:Articulação com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços (coor<strong>de</strong>nador e equipe técnica);Articulação com o Sistema <strong>de</strong> Garantia <strong>de</strong> Direitos (coor<strong>de</strong>nador e equipetécnica);Elaboração do Projeto Político Pedagógico do serviço (coor<strong>de</strong>nador e equipetécnica);Acompanhamento psicossocial dos usuários e suas respectivas famílias, comvistas à reinserção familiar (equipe técnica);Mediação, em parceria com o educador/cuidador <strong>de</strong> referência, do processo <strong>de</strong>aproximação e fortalecimento ou construção do vínculo com a família <strong>de</strong> origemou adotiva, quando for o caso (equipe técnica).* * *Os 21 serviços <strong>de</strong> acolhimento institucional <strong>de</strong> crianças e adolescentes dos municípiosda região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong> contavam, em fevereiro e março <strong>de</strong> 2012, com 551profissionais, <strong>de</strong> diversas formações, para executar suas ativida<strong>de</strong>s. Destes, 461 (84%)são contratados e 90 (16%) são voluntários.Como na região existiam 469 crianças e adolescentes acolhidos, a proporção é <strong>de</strong> 0,85acolhido por profissional – ou seja, há mais <strong>de</strong> um profissional, contratado ouvoluntário, por criança ou adolescente acolhido. Contanto apenas os contratados, aproporção sobe para 1,02 acolhidos por profissional contratado 10 .10 Importante <strong>de</strong>stacar as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se trabalhar com números médios. Neste caso, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>recursos humanos para cuidar das crianças varia muito em função das faixas etárias atendidas.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.32


Tabela 13Número <strong>de</strong> profissionais contratados e voluntários que trabalham nos serviços <strong>de</strong>acolhimento institucional, segundo área profissional, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong><strong>Piracicaba</strong>, 2012.Área ProfissionalNúmero <strong>de</strong>ProfissionaisContratadosNúmero <strong>de</strong>ProfissionaisVoluntáriosAdministrador/Gerente/Coor<strong>de</strong>nador 24 2Advogado 0 3Assistente Social 28 0Auxiliar Administrativo (Secretária, Digitador,14 2Office-boy, Telefonista)Auxiliar <strong>de</strong> Serviços Gerais (faxineiro, zelador,46 1jardineiro, auxiliar <strong>de</strong> limpeza)Captador <strong>de</strong> recursos 5 1Contador 2 5Coor<strong>de</strong>nador Técnico 9 1Cozinheiro 25 1Dentista 1 7Educador/Cuidador 224 2Enfermeiro 0 1Estagiário 15 30Fisioterapeuta 1 2Fonoaudiólogo 1 2Médico Clínico 0 7Médico Pediatra 0 8Médico Psiquiatra 2 0Motorista 11 2Nutricionista 1 2Pai/Mãe Social 6 0Pedagogo 5 0Professor <strong>de</strong> Educação Física 1 1Professor <strong>de</strong> Ensino Regular 0 0Professor <strong>de</strong> Reforço Escolar 0 2Psicólogo 28 8Recreacionista/Recreador 0 0Segurança/Vigia 5 0Técnico em Enfermagem 3 0Terapeuta Ocupacional 2 0Outros – Especifique 2 0TOTAL 461 90Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.33


Apesar do elevado número <strong>de</strong> profissionais, a distribuição do quadro funcional porativida<strong>de</strong>s mostra uma série <strong>de</strong> problemas que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados. OsEducadores/Cuidadores somam 224 profissionais contratados e 2 voluntários. Istocorrespon<strong>de</strong> a 41% do total <strong>de</strong> profissionais envolvidos com os serviços <strong>de</strong>acolhimento institucional da região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>. Estes profissionais, além daresponsabilida<strong>de</strong> pelo cuidado com as crianças e adolescentes durante os dias úteis dasemana são, em muitos casos, também responsáveis pelos serviços <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional em finais <strong>de</strong> semana, feriados e no período noturno.A relação entre Abrigados e Cuidadores, que segundo o Guia <strong>de</strong> Orientações <strong>de</strong>ve ser<strong>de</strong> 1 cuidador e 1 auxiliar <strong>de</strong> cuidador para cada grupo <strong>de</strong> 10 acolhidos, por turno,varia bastante entre os municípios. A tabela a seguir traz as proporções para cadamunicípio, com dados que variam <strong>de</strong> 1,1 criança por cuidador, em Brotas, a 3,0 emAraras e em Rio das Pedras. Vale <strong>de</strong>stacar que estes números são absolutos, ou sejanão levam em consi<strong>de</strong>ração o número <strong>de</strong> cuidadores por turno. Deve-se consi<strong>de</strong>rarque são três ou quatro turnos diários (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da carga horária dos cuidadores)mais os turnos <strong>de</strong> final <strong>de</strong> semana.Tabela 14Número <strong>de</strong> cuidadores e proporção <strong>de</strong> acolhidos por cuidadores nos serviços <strong>de</strong>acolhimento institucional, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.MunicípioCuidadores(A)Crianças e Adolescentes acolhidos (B)Nº <strong>de</strong> Acolhidos porCuidadorAraras 13 39 3,0Brotas 7 8 1,1Capivari 9 16 1,8Conchal 6 9 1,5Cor<strong>de</strong>irópolis 13 17 1,3Elias Fausto 7 8 1,1Leme 12 50 4,2Limeira 43 103 2,4<strong>Piracicaba</strong> 54 96 1,8Pirassununga 15 42 2,8Rio Claro 32 61 1,9Rio das Pedras 4 12 3,0São Pedro 9 15 1,7TOTAL 224 476 2,1Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> campo, fevereiro e março <strong>de</strong> 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.34


Outro grupo que possui um elevado número <strong>de</strong> funcionários é formado por ações <strong>de</strong>apoio operacional. São os Auxiliares <strong>de</strong> Serviços Gerais (faxineiros, zeladores,jardineiros, auxiliares <strong>de</strong> limpeza), com 46 contratados e 1 voluntário, ou seja, 10% dototal <strong>de</strong> trabalhadores contratados; as Cozinheiras (26 no total, sendo uma voluntária),os Motoristas (14, dos quais 2 voluntários), os Auxiliares Administrativos, como officeboys,telefonistas e secretárias (16, sendo 2 voluntários) e os Seguranças e Vigias (5,todos contratados). Este grupo <strong>de</strong> funções correspon<strong>de</strong> a 22% do total da equipe dosserviços <strong>de</strong> acolhimento institucional.Outro grupo <strong>de</strong> profissionais importantes sé ligado às áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação. Nãose trata <strong>de</strong> um grupo numeroso, pois somando entre profissionais contratados evoluntários os 22 profissionais ligados a estas áreas respon<strong>de</strong>m por menos <strong>de</strong> 4% dototal <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong>stes serviços. Dentre os voluntários, porém, este grupo éexpressivo, respon<strong>de</strong>ndo por mais <strong>de</strong> 13% dos voluntários. Grupo mais expressivo doque este, só os estagiários que representam 1/3 do total <strong>de</strong> voluntários – a abrangemdiversas áreas, inclusive algumas ligadas a saú<strong>de</strong> e educação.Já com relação à equipe técnica, que vimos ter um papel <strong>de</strong>cisivo, há uma boapresença <strong>de</strong> profissionais nos serviços. Todos contam com, pelo menos, um assistentesocial, apenas 1 serviço não conta com psicólogo na sua equipe técnica, e 3 serviçosnão contam com uma coor<strong>de</strong>nação exclusiva (a assistente social ou psicólogo“acumula” as funções <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nador). Importante <strong>de</strong>stacar que o acúmulo <strong>de</strong> duasfunções – administrativa e técnica – compromete seriamente o trabalho com asfamílias, pois as atribuições <strong>de</strong> um coor<strong>de</strong>nador serão, com certeza, priorizadas emfunção das <strong>de</strong>mandas urgentes e diárias que exige o pleno funcionamento <strong>de</strong> umabrigo. No total, a equipe técnica correspon<strong>de</strong> a 12,2% do total <strong>de</strong> trabalhadorescontratados.Porém, mesmo quando o serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional conta com um assistentesocial e um psicólogo em seu quadro, <strong>de</strong>vemos atentar para o número <strong>de</strong> crianças eadolescentes atendidos. Pelo Guia <strong>de</strong> Orientações Técnicas para Serviços <strong>de</strong>Acolhimento para Crianças e Adolescentes, uma dupla <strong>de</strong> profissionais está apta atrabalhar com até 20 crianças ou adolescentes. Em média, há 1 assistente social paracada grupo <strong>de</strong> 16 crianças ou adolescentes em acolhimento institucional. Entre ospsicólogos contratados, a situação é idêntica. Mas há ainda 8 psicólogos voluntáriosatuando junto a estes serviços, o que ajuda a tornar esta média ainda mais favorável.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.35


É importante <strong>de</strong>stacar que o apoio do Governo Estadual, por meio do programaFortalecendo Laços, foi fundamental para se conseguir completar as equipes técnicasconforme preconizado nas orientações técnicas.5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COM VISTAS ÀREINTEGRAÇÃO FAMILIARO Plano Nacional <strong>de</strong> Convivência Familiar e Comunitária preconiza que, quando o afastamentodo convívio familiar é necessário como medida protetiva, <strong>de</strong>vem ser postos em ação planos eprogramas <strong>de</strong> apoio sócio-familiar, com vistas ao fortalecimento da família, a partir <strong>de</strong> suasingularida<strong>de</strong> e valorizando sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formular soluções para os problemasenfrentados, sempre com apoio técnico-institucional do Po<strong>de</strong>r Público. Para o Plano Nacional,estes programas <strong>de</strong>vem contemplar as seguintes dimensões (CONANDA/CNAS, 2006):Superação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong>s sociais <strong>de</strong>correntes da pobreza e privação;Fortalecimento <strong>de</strong> vínculos familiares e <strong>de</strong> pertencimento social fragilizados;Acesso a informação com relação às <strong>de</strong>mandas individuais e coletivas;Orientação da família e, especialmente dos pais, quanto aos cuidados a seremdispensados a crianças e adolescentes;Superação <strong>de</strong> conflitos relacionais e/ou transgeracionais, rompendo o ciclo <strong>de</strong>violência intrafamiliar;Integração sócio-comunitária da família; eOrientação jurídica, se necessária.De forma mais específica, quando a criança ou adolescente é retirado <strong>de</strong> sua família <strong>de</strong>origem e encaminhado para um serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional, há uma série <strong>de</strong>ações que <strong>de</strong>verá ser executada pelo serviço <strong>de</strong> acolhimento institucional no sentido <strong>de</strong>procurar este fortalecimento da família <strong>de</strong> origem. Segundo as “Orientações Técnicaspara os Serviços <strong>de</strong> Acolhimento para Crianças e Adolescentes”, editado peloCONANDA e CNAS em 2009, entre outras ações:AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.36


O serviço <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong>ve “proporcionar, <strong>de</strong> modo construtivo, aconscientização por parte da família <strong>de</strong> origem dos motivos que levaram àretirada da criança ou do adolescente e das conseqüências que <strong>de</strong>correm <strong>de</strong>stefato” (página 31);Deve ser elaborado um estudo psicossocial que subsidie um Plano <strong>de</strong>Atendimento à família;O trabalho com as famílias <strong>de</strong>ve incluir visitas domiciliares e entrevistas com afamília;Também <strong>de</strong>verão ser realizados Grupos <strong>de</strong> pais/mães/famílias;É necessário, também, o encaminhamento para a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços sociais local,segundo as <strong>de</strong>mandas i<strong>de</strong>ntificadas;Para organizar os encaminhamentos, são necessárias reuniões periódicas entrea equipe e os profissionais <strong>de</strong> outros serviços sociais envolvidos com oacompanhamento da família e com os atores do Sistema <strong>de</strong> Garantia <strong>de</strong>Direitos;O acompanhamento psicossocial <strong>de</strong>verá ser realizado <strong>de</strong> forma a contribuirpara mudança na dinâmica interna familiar;“Após a reintegração familiar é importante que período <strong>de</strong> adaptação mútuaentre criança/adolescente e família seja acompanhado por pelo menos seismeses, após os quais <strong>de</strong>verá avaliar-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua continuida<strong>de</strong>”(página 36).Seguindo os mesmo pressupostos, o Guia <strong>de</strong> 2009 estabelece que a convivênciacomunitária <strong>de</strong>ve ter papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque durante o período <strong>de</strong> acolhimento. Assim, asunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acolhimento não <strong>de</strong>vem oferecer serviços básicos nas suas <strong>de</strong>pendências,como atendimento à saú<strong>de</strong> ou escolar. Estes serviços <strong>de</strong>vem ser buscados na própriacomunida<strong>de</strong>, ou seja, as crianças em acolhimento institucional <strong>de</strong>vem freqüentar aescola do bairro, a UBS da vizinhança, e assim por diante. Dentro da mesma lógica,orienta-se para que não haja equipamentos esportivos nas unida<strong>de</strong>s institucionais, quesejam utilizadas quadras e espaços <strong>de</strong> esporte e lazer da comunida<strong>de</strong>.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.37


“Além <strong>de</strong> oportunizar o contato <strong>de</strong> crianças e adolescentes acolhidos com crianças eadolescentes da comunida<strong>de</strong>, essas medidas têm como objetivo propiciar o<strong>de</strong>senvolvimento da autonomia e da socialização dos mesmos. O acesso aos serviçosna re<strong>de</strong> local tem como objetivo, ainda, inserir a criança e o adolescente emativida<strong>de</strong>s que possam continuar a freqüentar após a reintegração familiar”(CONANDA/CNAS, 2009: 51).Dentre as ações levantadas na pesquisa, chama atenção positivamente a preocupaçãocom a elaboração dos Planos Individuais <strong>de</strong> Atendimento. Mais <strong>de</strong> 60% dos serviçosapontaram realizar o PIA para todas as crianças ou adolescentes que se encontram emacolhimento. A este percentual po<strong>de</strong> se somar mais 23,8% <strong>de</strong> serviços que realizam oPIA <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seus usuários. Isto <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong>stametodologia ainda recente, o que <strong>de</strong>manda maior esforço para a apreensão <strong>de</strong> seusfundamentos e <strong>de</strong> sua elaboração. Foi <strong>de</strong>stacado como muito positivo, por quase todosos serviços, uma capacitação oferecida pela <strong>DRADS</strong> em conjunto com a PrefeituraMunicipal <strong>de</strong> Rio Claro que discutia, entre outros assuntos, a elaboração do PIA.Quadro 04Número <strong>de</strong> serviços que elaboram o Plano Individual <strong>de</strong> Atendimento (PIA) para seusacolhidos, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Todos os acolhidos contam com PIA?Sim 13Não 3Alguns 5Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março, 2012.Tão importante quanto a elaboração do PIA, é o processo educativo que suaconstrução po<strong>de</strong> oferecer. Conforme vimos acima, há um expressivo contingente <strong>de</strong>serviços (quase ¼ do total) que ainda está apren<strong>de</strong>ndo como lidar com esteinstrumento. Mas também é importante incorporar a família do acolhido, além dopróprio, neste processo, para que se inicie uma reflexão sobre os <strong>de</strong>safios envolvidoscom a reinserção familiar.Com relação a este aspecto, é positivo o fato da maioria dos serviços incorporar oacolhido (80,9%) e a sua família (52,4%) neste processo.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.38


Quadro 05Número <strong>de</strong> serviços que elaboram o Plano Individual <strong>de</strong> Atendimento (PIA) emconjunto com crianças, adolescentes e suas famílias, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong><strong>Piracicaba</strong>, 2012.Criança ou adolescenteFamíliaSim 17 11Não 4 10Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março, 2012.Para a família ser apoiada e conseguir, num <strong>de</strong>terminado prazo, a volta <strong>de</strong> seuadolescente ou criança a seu convívio, é necessário o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma série<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que tenham o foco na família. A tabela a seguir aponta quais osprincipais serviços voltados para as famílias <strong>de</strong>senvolvidos pelos serviços <strong>de</strong>acolhimento.Destaca-se, na tabela, os serviços <strong>de</strong> atendimento individual pela equipe técnica, além<strong>de</strong> encaminhamento para serviços da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (especialmente para atendimentopsicológico). Por outro lado, ativida<strong>de</strong>s coletivas, como palestras ou grupos comfamílias, são as menos executadas.Tabela 15Ativida<strong>de</strong>s voltadas para a família <strong>de</strong>senvolvidas pelos serviços <strong>de</strong> acolhimentoinstitucional <strong>de</strong> crianças e adolescentes, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>, 2012.Ativida<strong>de</strong> DesenvolvidaNúmero <strong>de</strong> serviçosAtendimento <strong>de</strong> assistente social 19Entrevistas domiciliares com família <strong>de</strong> origem 19Entrevista domiciliar com família extensa 17Palestras 5Encaminhamentos p/ Atendimento psicológico 18Encaminhamentos p/ Assistência Jurídica 14Encaminhamentos p/ Apoio material 15Encaminhamentos p/ apoio financeiro 6Outros Encaminhamentos 8Grupos com Famílias 8Outras Ativida<strong>de</strong>s 2AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.39


Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março, 2012.No item em que analisamos os motivos que levam ao afastamento <strong>de</strong> crianças eadolescentes do convívio familiar, chegamos à conclusão <strong>de</strong> que os casos são bastantecomplexos, mutias vezes com <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> ações que extrapolam as possibilida<strong>de</strong>s daequipe técnica do serviço <strong>de</strong> acolhimento. Neste sentido, é interessante observar queexistem alguns parceiros preferenciais neste <strong>de</strong>safio. Conforme vemos na Tabela aseguir, a equipe técnica do Fórum é o parceiro mais constantes nas discussões <strong>de</strong> casoem re<strong>de</strong>, presente nas discussões <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 70% dos serviços. As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educaçãoe do CRAS e CREAS também participam das discussões junto à maioria dos serviços daregião.Como aspecto negativo, a baixa participação da família e do próprio acolhido nestasdiscussões, o que po<strong>de</strong>ria reforçar o processo educativo <strong>de</strong>scrito no processo <strong>de</strong>elaboração do PIA.Tabela 16Re<strong>de</strong> intersetorial voltada para a discussão <strong>de</strong> casos, Municípios da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>,2012.Integrantes da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Discussão <strong>de</strong> CasoNúmero <strong>de</strong> serviçosEquipe Técnica 21Cuidadores 10Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> 9Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação 12CRAS/CREAS 13Conselho Tutelar 9Equipe Técnica da VIJ 15Criança ou adolescente 7Família da criança ou adolescente 5Fonte: Pesquisa <strong>de</strong> Campo, fevereiro e março, 2012.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.40


6. CONSIDERAÇÕES FINAISO processo <strong>de</strong> reor<strong>de</strong>namento das instituições <strong>de</strong> acolhimentos se encontra numaetapa positiva na região da <strong>DRADS</strong> <strong>Piracicaba</strong>. Não se trata <strong>de</strong> tarefa simples, poisenvolve uma profunda reformulação <strong>de</strong> conceitos e práticas <strong>de</strong> trabalho. Assim, não é<strong>de</strong> se esperar que esta mudança ocorra <strong>de</strong> um momento a outro, sem dificulda<strong>de</strong>s.Mas o fato <strong>de</strong> todos os serviços <strong>de</strong> acolhimento contar com uma equipe técnica mínimae <strong>de</strong> todos terem a compreensão da importância <strong>de</strong> se trabalhar pela convivênciafamiliar e comunitária já po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um gran<strong>de</strong> avanço em relação aopanorama geral do país e do estado <strong>de</strong> São Paulo. Este avanço, porém, não <strong>de</strong>veobscurecer alguns <strong>de</strong>safios que ainda precisam ser pensados:• Existem 14 municípios da região da <strong>DRADS</strong> que não contam com serviços <strong>de</strong>acolhimento institucional <strong>de</strong> crianças e adolescentes. Uma parte da <strong>de</strong>manda<strong>de</strong>stes municípios é atendida por convênios com serviços <strong>de</strong> outros municípios;mas o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> outra parte da <strong>de</strong>manda é uma incógnita;• Ainda persistem na região instituições <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>atendimento superior ao preconizado nas orientações técnicas. Cabe <strong>de</strong>stacarque estas instituições com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vagas não implica,necessariamente, no atendimento da <strong>de</strong>manda existente – efetivamente, dos 7serviços que aten<strong>de</strong>m mais <strong>de</strong> 20 vagas, 2 estão trabalhando acima <strong>de</strong> suacapacida<strong>de</strong>. Ou seja, o investimento apenas em mais vagas se traduz noaumento da <strong>de</strong>manda. É fundamental investir no aprimoramento do trabalho,para diminuir o tempo <strong>de</strong> acolhimento <strong>de</strong> crianças e adolescentes;• A relação dos serviços com o Po<strong>de</strong>r Judiciário ainda é difícil, inclusive comomostra o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> encaminhamentos ou a leniência doJudiciário com as instituições fora dos parâmetros estabelecidos. O GovernoEstadual <strong>de</strong>veria enfrentar este <strong>de</strong>safio, pois no caso da região da <strong>DRADS</strong> <strong>de</strong><strong>Piracicaba</strong>, os municípios contam com pouca potência populacional (e porconsequência, pouco capital político) e poucos recursos;• As ações intersetoriais precisam ser incrementadas, em extensão e emintegrantes da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção social. Dado os <strong>de</strong>safios colocados para seconseguir a reintegração <strong>de</strong> crianças e adolescentes à convivência familiar ecomunitária, não haverá saí<strong>de</strong> fora da ação intersetorial;AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.41


• Foi reconhecido por diversos serviços um gran<strong>de</strong> investimento na formação,capacitação e apoio às equipes e aos serviços. Este investimento <strong>de</strong>ve tercontinuida<strong>de</strong>, pois, conforme já afirmamos, as mudanças necessárias para aimplementação <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> trabalho são muito profunda.AUTORIZAÇÃO DE FORNECIMENTO/SERVIÇOS Nº 3021/2011 – ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DOSSERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.42


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