Pesquisa em Ortodontia: Bases para a ProduÃ§Ã£o e a ... - Dental Press

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evolver do tempo constituem limitaçõesdesse método 22 . Pode ser conduzido emestudos experimentais ou em levantamentos37 . Exemplo:ROSSATO, C.; MARTINS, D.R. Espaçamentoanterior na dentadura decídua e suarelação com o apinhamento na dentadurapermanente. Estudo longitudinal.Ortodontia, São Paulo, v.26, n.6, p.81-87,1993.• Estudo transversal: compreende arealização de um único exame numadeterminada pessoa ou população 37 .Apresenta a vantagem de ser mais rápido,menos dispendioso, possibilita recrutaruma amostra mais expressiva emtermos dimensionais, e pode ser repetidocom maior rapidez 22 . Contudo, comparadoao estudo longitudinal, é menospreciso, pois nem sempre os gruposcomparados são similares, o que denotauma variação da média e do desvio-padrãoobtidos. Exemplo:CAPELOZZA FILHO, L. et al. Avaliação docrescimento craniofacial em portadoresde fissuras transforame incisivo unilateral.Estudo transversal. R bras Cir, v.77,n.2, p.97-106, 1987.• Estudo semi-longitudinal: combinaos métodos longitudinal e transversal22 . Exemplo:SILVA, M. L. A. Estudo cefalométricosemilongitudinal (fases inicial, finalde tratamento e pós-contenção) dejovens brasileiras, leucodermas, tratadasortodonticamente, portadorasinicialmente de Classes I e II, divisão 1e comparadas com as de oclusão normal.Bauru, 1986. 102f. Dissertação(Mestrado)- Faculdade de Odontologia deBauru, Universidade de São Paulo, 1986.- Segundo a comparação dos dados:• Estudo inter-individual: a comparaçãoé realizada entre sujeitos(indivíduo ou animal) diferentes.Exemplo:OWMAN-MOLL et al. Effects of a doubledorthodontic force magnitude on toothmovement and root resorptions. Aninter-individual study in adolescents.Eur J Orthod, v.18, p.141-150, 1996.• Estudo intra-individual: o mesmosujeito serve como comparação do tratamentoinstituído. Isso pode ser realizadodando-se o exemplo de um dente,ao comparar um dente tratado como seu homólogo controle, ou avaliandoas diferenças antes e após o tratamentoinstituído no mesmo dente.Exemplo:OWMAN-MOLL et al. The effects of a fourfoldincreased orthodontic force magnitudeon tooth movement and rootresorptions. An intra-individual study inadolescents. Eur J Orthod, v.18, p.287-294, 1996.- Segundo o Local da Realização da Pesquisa:• Estudo in vitro (do latim: no vidro):expressão usada por bioquímicos ebiológos celulares, referindo-se a todareação fisiológica que se faz fora do organismo,ou mais especificamente emmeio de cultura 3 . Na odontologia incluia pesquisa realizada em células ou tecidosbucais transferidos para modelosartificiais que simulem a condição bucal23 . Pode ser citada no título comomostra a seguir :BURGER, E.H. et al. Mechanical stress andosteogenesis in vitro. J Bone Min Res,v.7, p.397S-401S, 1992.Estudo in vivo (do latim: em vida):expressão, que se refere, ao contrárioda anterior, ao estudo realizado no organismovivo ou na célula intacta 3 .Exemplo:BAER, M.J.; GAVAN, J.A. Symposium onbone growth as revealed by in vivomarkers. Am J Phys Anthropol, v. 29,p. 155, 1968.• Estudo in situ (do latim: no local,na situação): refere-se ao estudo realizadono local de origem ou de ocorrêncianatural. A hibridização in situ é umatécnica empregada em biologia molecularpara localização do DNA 1 . A identificaçãoda molécula marcada ocorreno seu local, ou melhor, na própria célulaou no tecido. Na odontologia, oemprego dessa expressão é mais específicoe, normalmente, aplicado à cavidadebucal ou dente. Exemplo:ARAÚJO, F.B. et al. Estudo in situ da cariogenicidadedo leite bovino: aspectosclínicos. Rev ABO Nac, v.6, n.2, p.103-106, 1998.- Segundo a Época de Coleta dos Dados:• Estudo retrospectivo: é aquele cujacoleta de dados é realizada antes doplanejamento da pesquisa, geralmente,como parte dos dados levantadosem ficha de registro do tratamento 27,37 ,ou como, dados da própria documentaçãoortodôntica. Em termos de planejamentometodológico, equivale àprópria pesquisa ex post facto. A extraçãoretrospectiva de informações,geralmente é mais pobre, quando comparadaa um estudo planejado, poispodem, no máximo, confirmar umaassociação, limitando-se ao estabelecimentode uma relação de causa e deefeito 41 . A seleção da amostra talvezseja o ponto vulnerável desse modelode pesquisa, por favorecer apenas casosde sucesso ou aqueles bem tratados.Este fato pode mascarar conclusões,inferindo alterações clínicas positivascom significância estatística aum determinado tratamento ortodôntico;entretanto, só se aplicam ao grupoestudado, ou a grupos similares,e não podem ser extrapolados para apopulação em geral, cuja variabilidadede padrões craniofaciais não permitea aplicação direta de dados 37,41 .Apesar disso, a maioria das pesquisasque avalia o efeito das medidasterapêuticas, em Ortodontia, alicerçasenesse modelo de pesquisa 37 . O fornecimentode dados limitados deveser avaliado sistemático e criteriosamente,mas pode ser válido desde quedevidamente contextualizado 41 .Exemplo:R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 89-105, jul./ago. 200094
SIMS, A.P.T.; STEPHENS, C.D. Attitudes ororthodontic postgraduates to MSc researchprojects- a retrospective survey. Br J Orthod,v. 20, p. 37-45, 1993.• Estudo prospectivo: apresenta dadoscoletados, após o planejamento dapesquisa 37 . Por isso, pode ser melhorplanejada e mais rica, em termos decoleta de dados. Avalia, com mais propriedade,a relação causa e efeito. Aindaassim, existe uma certa reservaquanto à forma casualizada, ou não,da seleção da amostra.- Segundo a amostra utilizada:• Estudo em animais: A evolução damedicina valeu-se de inúmeros experimentosem animais 27,36,45 . O empregodo modelo animal cresceu vertiginosamenteem todos os campos (básico,tecnológico e aplicado), instigadopelo desastre da talidomida 27,44 .Não menos diferente, foi a evoluçãoda Ortodontia enquanto ciência 36 . Oemprego de animais, em experimentosaplicados à Ortodontia, tem vislumbradohorizontes novos e maisseguros, sob a ótica biológica, o queresponde por uma parcela relativamenteexpressiva (11,4%) do montanteglobal das pesquisas realizadas emregime de pós-graduação ortodôntica33 . Alguns marcos da influência dosestudos em animais na Ortodontiasão apontados a seguir.SANDSTEDT, em 1904, foi o pioneiroem descrever, em cães, as reaçõesteciduais induzidas pela movimentaçãodentária. Comprovou o mecanismode remodelação óssea, duranteo tratamento ortodôntico. Orato, com propósito em pesquisas ortodônticas,foi pioneiramente utilizadoem 1954, por WALDO eROTHBLATT. A partir daí, despertouse,até os dias atuais, uma avalanchede pesquisas no campo da movimentaçãodentária induzida. Não obstante,a expansão rápida da maxila, apesarde ser um procedimento primeiramenteutilizado em seres humanos, sófoi acatada pela comunidade científica,após os estudos realizados emporcos pelo ortodontista americanoHAAS 16 . Da mesmo forma foi a cirurgiaortognática na maxila. Com estudorealizado em macacos, BELL, em1975, assegurou a viabilidadevascular da osteotomia total da maxilado tipo Le Fort I. Assim, essa técnicacirúrgica ganhou sustentação científicae credibilidade para ser realizada,com segurança, em seres humanos.Não se pode também renegara importância dos estudos clássicosrealizados em macacos, publicadospor McNAMARA a respeito da respostaortopédica da mandíbula, na décadade 1970.Em Ortodontia, os estudos em animaisparticipam das seguintes linhasde pesquisa: 1- biopatologia óssea; 2-movimentação dentária induzida; 3-crescimento craniofacial pré-natalnormal e anormal (teratologia); 4-crescimento craniofacial pós-natal(mecanismo e padrão); 5- etiopatogênesedas más-oclusões; 6- avaliaçãode novas técnicas cirúrgicas, ortodônticase ortopédicas; 7- implantescomo elemento de ancoragem; 8- articulaçãotêmporomandibular; 9- biomateriais.A utilização de animais em experimentosoferece algumas vantagenspeculiares, como: a possibilidade deum melhor controle local; uma menordiversidade genética em se tratandode ninhadas; a facilidade deobtenção de ninhadas (no caso particularde roedores); um númeromaior de repetições (com exceção deprimatas não-humanos), a análisemicroscópica de áreas maisabrangentes e de menor restriçãobioética.Existem critérios para a seleção domodelo animal a ser utilizado. A escolhado animal apropriado para experimentos,em Ortodontia, é uma decisãofundamental para a extrapolaçãodos resultados obtidos em sereshumanos. Muito embora, o modeloanimal mais apropriado deve ser sempreaplicado com uma certa reserva ecom senso de discernimento. Para tanto,é imprescindível o conhecimento defisiologia e de morfologia dos animaisem estudo, visando a correta interpretaçãodos resultados e de suaaplicabilidade.Estudos toxicológicos sugeremque o modelo animal deve ser baseadoem similaridades fisiológicas33 . Por isso, o grupo animal selecionado,para o vasto campo de estudoda biologia craniofacial e bucal,restringe-se aos mamíferos (camundongo,rato, coelho, porco,gato, cão e primata não-humano) 33 .Dentre os citados, a preferência recaisob o primata não-humano,pela sua maior aproximaçãofilogenética com os seres humanos.No entanto, devido à dificuldade erestrição de seu uso, torna-se viávelo uso de outros mamíferos, dependendodo objetivo do estudo.Além do critério fisiológico efilogenético, incluem-se ponderaçõesda anatomia comparada e dopadrão de crescimento craniofacialregional 33 (fig. 1).Para SIEGEL e MOONEY, a escolha domodelo animal deve se basear na hipótesedo estudo a ser testada. Confirmamque a manipulação dos tecidos craniofaciaispode ser realizada em mamíferosde forma geral. Isto inclui, preferencialmente,os animais de laboratório, porterem menor porte e serem de fácil manejo.Entretanto, a possibilidade detransferência de dados para seres humanosseria inviável, caso o estudo visassea observação do padrão de crescimentocraniofacial. Para esse fim, é necessáriaa utilização de um modelo animal filogeneticamentemais próximo, como oscarnívoros e primatas não-humanos.Para esses autores 33 , os estudos, com maiorexigência quanto à escolha do modeloexperimental animal, seriam aquelesque envolvessem a manipulação do padrãocraniofacial regional. A anatomiacraniofacial, o grau de deflexão da basedo crânio e os vetores de crescimento damaxila e da mandíbula deverão serequiparáveis ao modelo de estudo. Apesarda afinidade filogenética estar intimamenterelacionada à afinidade do padrãode crescimento regional, ela é oR Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 5, n. 4, p. 89-105, jul./ago. 200095
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