surgimento das grandes aglomerações esuas periferias, a continuidade de leituraformal foi interrompida e o espaço públicoperde o status de protagonista paraconverter-se em residual e disforme.Nestes locais, a cidade perde sua utilidadee sua capacidade educadora.Algumas cidades têm realizadograndes esforços de reurbanização emuitas voltaram-se à recomposição formaldo espaço público, sendo que apreocupação de alguns projetos aplicamse,com sucesso, em áreas periféricas.Outro ponto é o caso das intervençõesmuito bem sucedidas, ou até mais radicais,nas regiões centrais. Isso se deve ao fatoque as periferias não podem sermelhoradas apenas com intervençõesatuais que, apesar de importantes, devemestar associadas à recomposição física deruas, praças, instalação de infra-estruturae serviços e potencialização dasidentidades de bairro. No âmbitourbanístico é fundamental unir a periferiaao centro, estabelecendo umacontinuidade residencial e comercialpossível. Só assim se conseguirá que ohabitante das periferias se beneficie daurbanidade. “Para que a cidade seja útil eeducadora deve ser uma continuidade naqual se possam impor princípios deigualdade” BOHIGAS.A cidade não é só o espaço (urbs),mas também o conjunto de pessoas quevivem em comunidade (civitas), portanto acidade ideal é aquela que otimiza asoportunidades de contato, que aposta nadiversidade, na mistura funcional e socialalém de multiplicar os espaços de encontro.A cidade costuma aparecer como lugar dasoportunidades, das iniciativas e dasliberdades tanto individuais quanto coletivas,além de ser o lugar da privacidade e daparticipação política. A cidade, que deveriaser o local a que todos teriam direitos, nãooferece todos os meios para que issoaconteça, pois nem todos podem utilizarsuas oportunidades de formação,informação, trabalho e cultura. É necessário,antes de tudo, a discussão dos valores queorientam as ações, os objetivos e modelos devida urbana propor à cidadania.Se a política é pedagogia, comoalguns colocam, e a cidade é política,parece possível comentar a dimensãopedagógica do urbanismo, “tratando aestratégia urbana como um grande projetoeducativo” BOHIGAS.CONSIDERAÇÕES FINAISA cidade democrática deve levar emconta todas as pessoas que a integram. Aparticipação cidadã na organização doterritório, na concepção e gestão dosespaços públicos é sinal de identidade nomodelo de cidade que deve ser entendidacomo cidade de encontro e civismo. Acidade é um produto cultural bastantecomplexo e carregado de significadosrecebidos através da história, quediariamente é construída e destruída portodos. Esta complexidade não ocorre pelaconcentração de pessoas, nem pelo volumede suas atividades econômicas, mas porsuas possibilidades de intercambio.È o espaço da participação cidadãque promove demandas e propostas, alémde deveres e responsabilidades para ofereceralternativas, criticar, conduzir programase projetos sociais, culturais e de desenvolvimentocomunitário. JORDI comentaque a responsabilidade de fazer cidadaniatambém pertence aos profissionais dourbanismo, pois sua ética e técnica, aliadasao conhecimento dos avanços do urbanismo,das experiências contemporâneas, epor sua criatividade, devem elaborar edefender propostas com convicção. “Lareinvención de la ciudad ciudadana, delespacio público constructor-ordenador deciudad y del urbanismo como productor desentido no es monopolio de nadie” BORJA.De modo inventivo, os espaços deconvivência social devem transformar-se92
em espaços preferenciais de intervençãosocial e ação cultural. É preciso, portanto,encontrar as metodologias de intervençãono espaço público, não apenas com oobjetivo de preencher os espaços vazios dacidade, mas buscando uma coerência queesteja acima de uma simples justaposiçãode funções urbanas. A cidade deve serrepensada de forma global, sem esquecerque a intervenção no espaço público ésempre pontual e que é de sumaimportância deixar claro que os espaçospúblicos foram pensados de formaintegrada, em harmonia uns com os outros.BIBLIOGRAFIAARENDT, Hannah. As esferas pública e privada.In: A Condição Humana. 5 ed. Rio deJaneiro: Forense Universitária, 1991.BOHIGAS, Oriol. La función educativadel espacio urbano. Barcelona: CuadernoCentral n. 47, 1997.BORJA, Jordi. Espacio público y cidadanía:la dialéctica entre la condición urbana y elstatus político. Barcelona: Centre deCultura Contemporània,1997GUERRA, Abílio. Três questões sobreurbanismo (editorial) inhttp://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq005/bases/00tex.aspHARVEY, David. Condição Pós- Moderna.6 ed. São Paulo: Loyola, 1996.JACOBS, Jane. Morte e vida de grandescidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. SãoPaulo; Martins Fontes, 1985.RELPH, Eduard. A Paisagem UrbanaModerna. Lisboa: Edições 70, 1990.SANTOS, Ana C. G; DEL RIO, Vicente. Aoutra urbanidade: A construção dacidade pós-moderna e o caso da Barrada Tijuca. In: Anais do V Seminário deHistória da Cidade e do Urbanismo.Campinas: PUC Campinas, 1998.BRANDÃO, Carlos Antônio Leite. Espaçourbano, mobilização social e qualidadede vida: a cidade como lugar dodiálogo. Conferência. Belo Horizonte:SLU/Prefeitura Municipal de Belo Horizonte,1999.DAVIS, Mike. A renovação urbana e oespírito pós-moderno. In: Espaço &Debates, n.27, 1989.ELLIN, Nan. Postmodern Urbanism.Oxford: Blackwell Publishers ltd., 1996.GHIRARDO, Diane. Architecture after modernism.Singapore: CSGraphics, 1996.93
- Page 4 and 5:
Correspondência e artigos para pub
- Page 7:
SUMÁRIO11Esio Glacy de Oliveira61S
- Page 10 and 11:
A verdadeira arquitetura é aquelaq
- Page 12 and 13:
14interno, buscou aproximar o verde
- Page 15 and 16:
DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO P
- Page 17 and 18:
Toda e qualquer construção, refor
- Page 19 and 20:
a legislação urbana à nível mun
- Page 21 and 22:
vernos (federal, estadual e municip
- Page 23 and 24:
ANÁLISE ERGONÔMICA DO MANUSEIO DA
- Page 25 and 26:
É importante salientar que após o
- Page 27 and 28:
Opinião dos entrevistados, sobre o
- Page 29 and 30:
lagem contém, como acabar com a vi
- Page 31 and 32:
A ESTRUTURA MORFOLÓGICA DA CIDADE
- Page 33 and 34:
peculiaridades de diferentes cultur
- Page 35 and 36:
q u a l q u e r e s p a ç ointenci
- Page 37 and 38:
O TRAÇADO DA CIDADE E AORGANIZAÇ
- Page 39 and 40: menos sistemática e rigorosa nas
- Page 41 and 42: a um período marcado por uma séri
- Page 43 and 44: cidades recentemente fundadas [...]
- Page 45 and 46: espaço da cidade adquiriu uma nova
- Page 47 and 48: de áreas verdes. Em síntese, a no
- Page 49: uma definição de arquitetura. Por
- Page 52 and 53: apontaram novas atividades no ambie
- Page 54 and 55: necessidades, funções e atividade
- Page 56 and 57: seu uso é bastante expressivo. Vá
- Page 58 and 59: habitação social à circulação
- Page 60 and 61: mainly, in the concepts related to
- Page 62 and 63: A digitalização está colocadaape
- Page 64 and 65: vista determina a mudança radical
- Page 66 and 67: intermediário. Baseado em modelos
- Page 68 and 69: BIBLIOGRAFIADUARTE, Fábio. Arquite
- Page 70 and 71: transformações latentes e suasrep
- Page 72 and 73: Urbanismo, reafirmando no cotidiano
- Page 74 and 75: d e A r q u i t e t u r a ,localiza
- Page 76 and 77: medida que não esquece a visão am
- Page 78 and 79: ELABORAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS EEN
- Page 80 and 81: EPUSP-Civil : Um exercício deMetod
- Page 82 and 83: partir do qual se procura tecer uma
- Page 84 and 85: levantaram a questão da necessidad
- Page 86 and 87: germinada, intrínseca à própria
- Page 88 and 89: ealidades urbanas, principalmente a
- Page 93 and 94: ELEMENTOS PARA UM ORDENAMENTO TERRI
- Page 95 and 96: monitoramento, sua poluição. Lix
- Page 97 and 98: diversos tipos, assim, pode-se prop
- Page 101: Sobre a RevistaFormato:210 x 270mmM