Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

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13.07.2015 Views

ealidades urbanas, principalmente as queocorrem nas periferias da cidade existente,pretendem dar novos caminhos ao espaçopúblico: a mobilidade individualgeneralizada, a multiplicação e aespecialização de “novas centralidades” e aforça das distâncias que parecem impor-seàs tentativas de dar continuidade formal esimbólica aos espaços públicos.Os projetos urbanos somente seapresentarão como construtores de cidadese fizerem parte de uma política coerente,que se propõe a elevar a escala da cidadee articular a cidade existente. Isso requeralguns instrumentos: os planosestratégicos, de ordenação urbana,programa de grandes intervençõespensadas a partir de objetivos fixos, planossetoriais que possam integrar variasdimensões. Os projetos urbanos cidadãosdevem ser parte de um projeto de cidadedotado de legitimidade, de base legal, deacordo político e um consenso com osdiversos atores urbanos.Considerar os espaços públicos nosgrandes projetos urbanos apresenta-secomo fundamental para sua capacidade decriar de cidade e para tanto, BORJA citaalgumas razões:a. por que o espaço público é umimportante meio para facilitar amultifuncionalidade dos projetosurbanos, permitindo diversidadede usos no espaço e adaptabilidadeno tempo.b. o espaço público é o mecanismoque pode garantir a qualidade nasrelações de um projeto urbano, tantopara os usuários, como para orestante dos cidadãos, cujo potencialdeve ser confirmado pelo desenho,verificado e desenvolvido pelo uso.c. o espaço público é uma possívelresposta ao desafio de articular obairro, a cidade e a região. Acontinuidade dos grandes eixos deespaço público surge como condiçãode visibilidade e de acessibilidadepara aos diversos fragmentosurbanos e fator essencial deintegração cidadã.A nova ordem urbana faz-se para ecom os cidadãos, que direta ouindiretamente, se especializam ediversificam em vários domínios,contribuindo para ajudar a compreender esuperar as causas dos problemas e a sugerirsoluções que promovam o interesse comum.A cidade precisa renascer, se revitalizar,estar dirigida a todos os grupos sociais e, oespaço público, como lugar democrático eacessível a todos, surge como o lugar porexcelência para desenvolver os programasou edificar os equipamentos de carátersocial, cultural, e recreativo.A explicação pedagógica sobre a suaestratégia, em matéria de progressoeconômico, social, cultural ou ambiental, éum dever público. Só explicando e fazendocompreender os caminhos projetados parao futuro, suas ligações, assim como seusnovos papéis é que se tornará possível tera participação interessada de todos osatores e tornar-se mais humana. Tornar aatribuir à cidade o papel de integrar edinamizar, para que se possa desenvolverno território outro tipo de ofertas e decompetências é fornecer parte dasrespostas necessárias para preparar ocaminho do futuro desejado.As exigências do progresso, dacomplexidade das realizações urbanas,do aparecimento de novas atividades,do avanço de novas tecnologias,provocaram grandes mudanças nascidades, transformando-as emterritórios de máxima concentração deinformação e de objetos que dificultam asua compreensão. Portanto, asintervenções neste imenso territóriourbano, que mantenham a sua naturezaestrutural e aceitem as suas múltiplasfunções, devem ser feitas a partir do90

desenho dos espaços coletivos,garantindo uma qualidade urbana real.A cidade caracteriza-se pelos seusespaços coletivos, uma vez que asfachadas perderam a sua condição delimite entre o domínio privado e público,entre a intimidade e a terra de ninguém.Esta continuidade impõe a qualidade e oconforto do espaço público como uma dasexigências da própria cidadania, fato quedeve ser recíproco, pois o espaço públicodeve guiar-se pelos mesmos critériosadotados para os edifícios e estesinfluenciar-se pelo espaço público ondeestão inseridos.Para decidir as intervenções noespaço público é essencial a definiçãoprévia e criteriosa de prioridades que levamem consideração o futuro, o longo prazo, enão apenas resoluções imediatistas doproblema, com soluções encontradas natentativa de conceber espaços “abertos”,autônomos e reguláveis. Seria fundamentalretornar para a importância dos espaçospúblicos e para o significado de morar, dehabitar e de ter o prazer de se sentir emcasa, mesmo nos espaços públicos.A FUNÇÃO EDUCATIVA DOS ESPAÇOSURBANOSA cidade, segundo BOHIGAS, podeser vista como um sistema ecológico, deuma ecologia cultural ou social, emconstante e progressiva evolução. Para queo sistema funcione é fundamental que aparticipação humana seja controlada pordiversos graus de consciência coletiva. Éimportante que entre a cidade e seushabitantes ocorra um processo derealimentação, onde os cidadãostransformem a cidade a partir do coletivo eque possam interpretar a transformação dacidade como um exemplo para sua própriatransformação. Tanto deve ser vista porconter as funções reais como por incitarformas de vida orientadas por pressupostosmais ou menos programados, que sedefinem por uma idéia política da cidade, aqual deveria ser a do progressocomunitário, da liberdade e igualdade. Nadefinição das formas urbanas e suasligações existem três elementosfundamentais: a legibilidade, a identidadee a inovação cultural, que são veículos deconvivência e instrumentos educadores.Cidadania tem relação com aconquista da qualidade de vidapreservando a dignidade da vida, anatureza e o meio ambiente, formarcidadãos é formar indivíduos capazes departilhar a sociedade, suprindo suasnecessidades vitais, culturais, sociais epolíticas, contribuindo para a construção deuma nova ordem social. A implementaçãode uma política educacional orientada paraa formação da cidadania supõe mais do queuma dimensão instrumental, de previsão edestinação de recursos para viabilizarações concretas. Implica considerar, ainda,uma importante dimensão cultural, paraque se garanta o acesso ao conhecimento eaos valores relevantes e básicos numaorganização democrática.A escola não é a única fonte deformação de cidadania, o desenvolvimentodos indivíduos e da sociedade dependecada vez mais da qualidade e da igualdadede oportunidades educativas. Formarcidadãos supõe instituições onde se possaresgatar a subjetividade inter -relacionadacom a dimensão social do ser humano,onde a produção e comunicação doconhecimento ocorram através de práticasparticipativas e criativas.A forma urbana deve ser legível,interpretável e de fácil utilização por todos.Para isso deve estruturar-se com espaçose percursos compreensíveis onde ainformação e a acessibilidade sejammanejadas de forma coerente. Este tipo decompreensão do tecido urbano é muitoclaro nas cidades tradicionais. Alguns dosantigos povos conservam esta unidadeformal e continuam sendo magníficoscentros de vida coletiva, mas com o91

ealidades urbanas, principalmente as queocorrem nas periferias da cidade existente,pretendem dar novos caminhos ao espaçopúblico: a mobilidade individualgeneralizada, a multiplicação e aespecialização de “novas centralidades” e aforça das distâncias que parecem impor-seàs tentativas de dar continuidade formal esimbólica aos espaços públicos.Os projetos urbanos somente seapresentarão como construtores de cidadese fizerem parte de uma política coerente,que se propõe a elevar a escala da cidadee articular a cidade existente. Isso requeralguns instrumentos: os planosestratégicos, de ordenação urbana,programa de grandes intervençõespensadas a partir de objetivos fixos, planossetoriais que possam integrar variasdimensões. Os projetos urbanos cidadãosdevem ser parte de um projeto de cidadedotado de legitimidade, de base legal, deacordo político e um consenso com osdiversos atores urbanos.Considerar os espaços públicos nosgrandes projetos urbanos apresenta-secomo fundamental para sua capacidade decriar de cidade e para tanto, BORJA citaalgumas razões:a. por que o espaço público é umimportante meio para facilitar amultifuncionalidade dos projetosurbanos, permitindo diversidadede usos no espaço e adaptabilidadeno tempo.b. o espaço público é o mecanismoque pode garantir a qualidade nasrelações de um projeto urbano, tantopara os usuários, como para orestante dos cidadãos, cujo potencialdeve ser confirmado pelo desenho,verificado e desenvolvido pelo uso.c. o espaço público é uma possívelresposta ao desafio de articular obairro, a cidade e a região. Acontinuidade dos grandes eixos deespaço público surge como condiçãode visibilidade e de acessibilidadepara aos diversos fragmentosurbanos e fator essencial deintegração cidadã.A nova ordem urbana faz-se para ecom os cidadãos, que direta ouindiretamente, se especializam ediversificam em vários domínios,contribuindo para ajudar a compreender esuperar as causas dos problemas e a sugerirsoluções que promovam o interesse comum.A cidade precisa renascer, se revitalizar,estar dirigida a todos os grupos sociais e, oespaço público, como lugar democrático eacessível a todos, surge como o lugar porexcelência para desenvolver os programasou edificar os equipamentos de carátersocial, cultural, e recreativo.A explicação pedagógica sobre a suaestratégia, em matéria de progressoeconômico, social, cultural ou ambiental, éum dever público. Só explicando e fazendocompreender os caminhos projetados parao futuro, suas ligações, assim como seusnovos papéis é que se tornará possível tera participação interessada de todos osatores e tornar-se mais humana. Tornar aatribuir à cidade o papel de integrar edinamizar, para que se possa desenvolverno território outro tipo de ofertas e decompetências é fornecer parte dasrespostas necessárias para preparar ocaminho do futuro desejado.As exigências do progresso, dacomplexidade das realizações urbanas,do aparecimento de novas atividades,do avanço de novas tecnologias,provocaram grandes mudanças nascidades, transformando-as emterritórios de máxima concentração deinformação e de objetos que dificultam asua compreensão. Portanto, asintervenções neste imenso territóriourbano, que mantenham a sua naturezaestrutural e aceitem as suas múltiplasfunções, devem ser feitas a partir do90

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