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Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

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A CIDADE E SEUS ESPAÇOSNos últimos séculos, a cidade foisubmetida a um ritmo muito rápido detransformações, evidentes tanto no planofísico como econômico, social, cultural eambiental. Nas últimas décadas, ocontraste com a paisagem é imenso,caracterizando-se por uma enormemobilidade das populações e dos bens deconsumo, pela rapidez e continuidade daconstrução, pela falta de planejamento doespaço público e de melhoria da qualidadeda vida urbana. A cidade atual vive umadiversidade de problemas cuja origem estáassociada à crise que invade a sociedade,atingida por migrações vindas das zonasrurais para as cidades maiores ou doscentros urbanos para as periferias.As sociedades periféricas possuemoutra fisionomia urbana, onde a maioria deseus habitantes não é cidadã, mas“residente”. Essa população, de formadiferente dos habitantes das áreas centrais,nunca pode usufruir serviços sociaisamplos. Os que podem comprar os bens eserviços se consideram cidadãos, a maioriaque não pode entrar nesse mercado, quesubstitui o espaço público, aprende asobreviver nesta selva urbana.A garantia da mobilidade socialatravés do acesso universal aos benspúblicos, de viver dignamente, ter acessoa saúde, educação, transporte,segurança e lazer, mostra-se comocondição para que uma sociedade sejademocrática, no sentido de favorecer oexercício da cidadania. A paisagemurbana destas sociedades chama aatenção, no seu aspecto mais geral, porseu caráter quase homogêneo.As diversas formas de descobrir acidade permitem articular e multiplicarpossibilidades de troca, proporcionandooportunidades de integração e socialização.Elas representam um espaço de liberdade ede civilidade para os cidadãos, pois odespertar da consciência da cidade significapreservar sua história, sua cultura, seupatrimônio, sua paisagem, além dareconquista do espaço público para usocoletivo, da constituição de redes deespaços verdes e abertos, pressupondorecuperação e revalorização das áreasurbanas marginalizadas, degradadas emono- funcionais. Significa, ainda, arevitalização do uso do sistema detransportes coletivos, das infraestruturasurbanas, da qualidade estética, doselementos de referência do ambiente, daidentidade dos lugares, da criação dascondições de segurança, do reforço doslaços locais, da compatibilização e parceriade interesses públicos e privados.Garantir a qualidade de vida aoscidadãos e o desenvolvimento sustentáveldo território são as principais funções dacidade. Uma ação eficaz, buscando o bemestar, exige uma nova definição dos papéis,dos atores, dos objetivos, das estratégias edos meios necessários para assegurar osseus fins. Para isso, uma das tarefas dapopulação é refletir e participar nasdecisões sobre o se que se pretende aoslugares que em que se habita.A questão do espaço público vemsendo debatida, desde os anos 60, porespecialistas de diversas áreas. Ao mesmotempo novos tipos de espaços semiprivadosou semi-públicos aparecem comoo cenário da vida urbana familiar eprofissional como os shoppings, os espaçosde lazer de condomínios privados, entreoutros. Pode-se dizer que, em grandeparte, a preocupação com a perda devitalidade dos espaços públicos tradicionaisdeu-se paralelamente a uma crítica àspropostas do urbanismo modernista esobretudo à utilização do zoneamentocomo instrumento de racionalização doespaço urbano.Na década de 60, escritos como osde Kevin LYNCH e de Jane JACOBS85

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