partir do qual se procura tecer umadiscussão crítica sobre a dimensão culturale sobre a condição urbana, surgem trêstemas fundamentais: ambiente urbano,patrimônio urbano e espaço público, quebuscam sustentar um conjunto dereflexões sobre “cidadania urbana”.O presente artigo trabalha umconjunto diversificado de reflexões sobre: aimportância do espaço público comoelemento que estrutura a vida social dacidade, estimula a cultura urbana e criacidadania; o projeto urbano comoconstrutor de cidades que responde àsnecessidades atuais, e a cidadania, suaimportância e a humanização que elaestimula quando se manifesta em gestoscívicos planejados, nas diferentes escalas enos acontecimentos espontâneos, criandouma rica diversidade de vida urbana.As cidades continuam sendo ospólos demográficos contemporâneos, porfacilitar o trabalho, além de servirem aodesenvolvimento cultural. São centros decomunicação, aprendizado e complexosempreendimentos comerciais, além deabrigar enorme concentração de famílias,polarizar e condensar energia física,intelectual e criativa. Representam lugaresde uma vasta diversidade de atividades efunções tais como: exibições,apresentações, bares, catedrais, lojas,teatros, museus, entre outras. Aarquitetura em sua configuração urbanadeve contribuir para favorecer as relaçõessociais, a conexão do diverso, além depermitir que os diferentes usos mantenhamuma continuidade e que tornem possível asensação de fazer parte de algo maior.Atualmente, a qualidade do espaçopúblico é condição fundamental para aaquisição da cidadania. O espaço públicoexerce funções urbanísticas, sócio-culturais epolíticas. No nível da cidade apresentafunções como: promover ligação, darcontinuidade aos diversos territórios urbanose proporcionar uma imagem de identidade emonumentalidade. Na escala do bairro é olugar da vida social e da relação entreedificações, pessoas e atividades.O espaço público, acessível epolivalente, pode atender a populações etempos diversos. Atualmente, faltamespaços públicos de refúgio, detransgressão, além de espaços de festa ede manifestação. O espaço público deve sero lugar do convívio e da tolerância, damesma forma que deve ser o lugar doconflito e das diferenças. Na mesmaintensidade que a família e a escola, osespaços públicos são considerados lugaresde aprendizagem da vida social, dedescobrir os outros, do sentido da vida.A cidade e o território são espaçosque contêm o tempo e o lugar dospatrimônios: natural e cultural. Reconheceros patrimônios, a paisagem, a arquitetura,a história, as manifestações sociais, aspessoas e as atividades que se seguem, fazparte do processo de aquisição dacidadania, da construção das identidadespessoais e coletivas.Descobrir e conhecer a cidade emsuas múltiplas dimensões significaconhecer-se e conhecer os outros, assumirsecomo indivíduo e membro de diversosgrupos. Passa a perceber-se como múltiploenquanto identidade e pertencimento, oque auxilia no melhor entendimento dadiversidade da sociedade contemporânea.Viver a dialética local-global éfundamental para a inclusão, quando seassumem as identidades de proximidadee as relações, se obtêm os meios paraexercer a cidadania e interpretar omundo. No espaço público os valores eas culturas se encontram, podendoconviver e se relacionar. Os direitosculturais dos cidadãos devem garantirtanto a preservação e odesenvolvimento das identidadesindividuais e coletivas, quanto asrelações entre elas.84
A CIDADE E SEUS ESPAÇOSNos últimos séculos, a cidade foisubmetida a um ritmo muito rápido detransformações, evidentes tanto no planofísico como econômico, social, cultural eambiental. Nas últimas décadas, ocontraste com a paisagem é imenso,caracterizando-se por uma enormemobilidade das populações e dos bens deconsumo, pela rapidez e continuidade daconstrução, pela falta de planejamento doespaço público e de melhoria da qualidadeda vida urbana. A cidade atual vive umadiversidade de problemas cuja origem estáassociada à crise que invade a sociedade,atingida por migrações vindas das zonasrurais para as cidades maiores ou doscentros urbanos para as periferias.As sociedades periféricas possuemoutra fisionomia urbana, onde a maioria deseus habitantes não é cidadã, mas“residente”. Essa população, de formadiferente dos habitantes das áreas centrais,nunca pode usufruir serviços sociaisamplos. Os que podem comprar os bens eserviços se consideram cidadãos, a maioriaque não pode entrar nesse mercado, quesubstitui o espaço público, aprende asobreviver nesta selva urbana.A garantia da mobilidade socialatravés do acesso universal aos benspúblicos, de viver dignamente, ter acessoa saúde, educação, transporte,segurança e lazer, mostra-se comocondição para que uma sociedade sejademocrática, no sentido de favorecer oexercício da cidadania. A paisagemurbana destas sociedades chama aatenção, no seu aspecto mais geral, porseu caráter quase homogêneo.As diversas formas de descobrir acidade permitem articular e multiplicarpossibilidades de troca, proporcionandooportunidades de integração e socialização.Elas representam um espaço de liberdade ede civilidade para os cidadãos, pois odespertar da consciência da cidade significapreservar sua história, sua cultura, seupatrimônio, sua paisagem, além dareconquista do espaço público para usocoletivo, da constituição de redes deespaços verdes e abertos, pressupondorecuperação e revalorização das áreasurbanas marginalizadas, degradadas emono- funcionais. Significa, ainda, arevitalização do uso do sistema detransportes coletivos, das infraestruturasurbanas, da qualidade estética, doselementos de referência do ambiente, daidentidade dos lugares, da criação dascondições de segurança, do reforço doslaços locais, da compatibilização e parceriade interesses públicos e privados.Garantir a qualidade de vida aoscidadãos e o desenvolvimento sustentáveldo território são as principais funções dacidade. Uma ação eficaz, buscando o bemestar, exige uma nova definição dos papéis,dos atores, dos objetivos, das estratégias edos meios necessários para assegurar osseus fins. Para isso, uma das tarefas dapopulação é refletir e participar nasdecisões sobre o se que se pretende aoslugares que em que se habita.A questão do espaço público vemsendo debatida, desde os anos 60, porespecialistas de diversas áreas. Ao mesmotempo novos tipos de espaços semiprivadosou semi-públicos aparecem comoo cenário da vida urbana familiar eprofissional como os shoppings, os espaçosde lazer de condomínios privados, entreoutros. Pode-se dizer que, em grandeparte, a preocupação com a perda devitalidade dos espaços públicos tradicionaisdeu-se paralelamente a uma crítica àspropostas do urbanismo modernista esobretudo à utilização do zoneamentocomo instrumento de racionalização doespaço urbano.Na década de 60, escritos como osde Kevin LYNCH e de Jane JACOBS85
- Page 4 and 5:
Correspondência e artigos para pub
- Page 7:
SUMÁRIO11Esio Glacy de Oliveira61S
- Page 10 and 11:
A verdadeira arquitetura é aquelaq
- Page 12 and 13:
14interno, buscou aproximar o verde
- Page 15 and 16:
DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO P
- Page 17 and 18:
Toda e qualquer construção, refor
- Page 19 and 20:
a legislação urbana à nível mun
- Page 21 and 22:
vernos (federal, estadual e municip
- Page 23 and 24:
ANÁLISE ERGONÔMICA DO MANUSEIO DA
- Page 25 and 26:
É importante salientar que após o
- Page 27 and 28:
Opinião dos entrevistados, sobre o
- Page 29 and 30:
lagem contém, como acabar com a vi
- Page 31 and 32: A ESTRUTURA MORFOLÓGICA DA CIDADE
- Page 33 and 34: peculiaridades de diferentes cultur
- Page 35 and 36: q u a l q u e r e s p a ç ointenci
- Page 37 and 38: O TRAÇADO DA CIDADE E AORGANIZAÇ
- Page 39 and 40: menos sistemática e rigorosa nas
- Page 41 and 42: a um período marcado por uma séri
- Page 43 and 44: cidades recentemente fundadas [...]
- Page 45 and 46: espaço da cidade adquiriu uma nova
- Page 47 and 48: de áreas verdes. Em síntese, a no
- Page 49: uma definição de arquitetura. Por
- Page 52 and 53: apontaram novas atividades no ambie
- Page 54 and 55: necessidades, funções e atividade
- Page 56 and 57: seu uso é bastante expressivo. Vá
- Page 58 and 59: habitação social à circulação
- Page 60 and 61: mainly, in the concepts related to
- Page 62 and 63: A digitalização está colocadaape
- Page 64 and 65: vista determina a mudança radical
- Page 66 and 67: intermediário. Baseado em modelos
- Page 68 and 69: BIBLIOGRAFIADUARTE, Fábio. Arquite
- Page 70 and 71: transformações latentes e suasrep
- Page 72 and 73: Urbanismo, reafirmando no cotidiano
- Page 74 and 75: d e A r q u i t e t u r a ,localiza
- Page 76 and 77: medida que não esquece a visão am
- Page 78 and 79: ELABORAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS EEN
- Page 80 and 81: EPUSP-Civil : Um exercício deMetod
- Page 84 and 85: levantaram a questão da necessidad
- Page 86 and 87: germinada, intrínseca à própria
- Page 88 and 89: ealidades urbanas, principalmente a
- Page 90 and 91: surgimento das grandes aglomeraçõ
- Page 93 and 94: ELEMENTOS PARA UM ORDENAMENTO TERRI
- Page 95 and 96: monitoramento, sua poluição. Lix
- Page 97 and 98: diversos tipos, assim, pode-se prop
- Page 101: Sobre a RevistaFormato:210 x 270mmM