vista determina a mudança radical dapercepção do mundo, ajustando as técnicasinfográficas a um reajuste do real e daforma de representação da cidade e dosedifícios.Uma outra maneira deavaliarmos o impacto da virtualização naArquitetura é assistirmos a uma produçãoda realidade sensível, na qual aspercepções diretas e mediatizadas seconfundem, para construir umarepresentação instantânea do espaçoarquitetônico. Esta observação direta podeainda ser chamada por um tipo deteleobservação do ambiente, transferindoseu resultado para o suporte digital. Aquelavisão euclidiana (um único ponto de vista)passa agora necessariamente por umdiluição espacial, onde um meta-conjuntode percepções se desmaterializam. Oespaço subverte-se a uma espécie deteleconquista das aparências e deredirecionamento espacial. Os novosveículos de comunicação e informaçãoultrapassam o modo tradicional de ação,produzindo a “videoperformance” datransmissão de imagens e representaçãoinstantânea dos dados. Como resultadodesta súbita mudança de visão, desapareceo componente dimensional volumétrico eemerge a transparência como forma dereorganização espacial.A Arquitetura, consciente ouinconscientemente, passa por um processode fratura morfológica, diante de umasociedade informacional em constantemudança. A propriedade da transmissãoeletrônica, ao mesmo tempo em que criauma transparência dos objetosconstrutivos e renova as aparências físicasdos materiais , também altera aconfiguração morfológica da Arquitetura.Hoje, tratamos muito mais de estabeleceruma interface virtual, do que nosdeslocarmos espacialmente nos ambientes.Esta “desconstrução” dos elementosarquitetônicos pode ser notada nas grandesestruturas metálicas dos edifícios,valorizando muitas vezes o aspecto dovidro, concedendo a ele imagem detransparência e fluidez natural.O GRUPO ARCHIGRAMNo começo da década de 70,o grupo denominado Archigram 1 começavaa antever o potencial que a tecnologia dainformação exerceria sobre a Arquitetura,nas suas mais variadas situações. Em1967, o Archigram montou uma exposiçãoem Londres, com propostas nadaconvencionais , onde o tema era “Viverem 1990”, e propunham uma casa em quetudo pudesse ser reduzido, ampliado,transformado de mil maneiras, onde osafazeres domésticos seriam função de umrobô e os materiais empregados em suaconstrução seriam diferentes dos usuais,indo desde partes de avião até perfis dealumínio. Mais de trinta anos depois, já nocomeço do século 21, ainda não vemosrealizadas por completo todas as previsõesanunciadas pelo Archigram mas, comcerteza, a tecnologia tem ocupado cadavez mais tempo e espaço na Arquitetura.Archigram procurou refletir sobre acidade através de seus mínimos detalhes,apresentando soluções inusitadas ecriativas, sempre implantando atecnologia a serviço destes ideais. A noçãode movimento na cidade, para o grupo, eraexplicada como os fluxos de alta, médias ebaixas velocidades do tráfego deautomóveis, de pessoas e carros quecompõem a vida urbana.O processo de comunicaçãona cidade também desempenhava um papelextremamente importante nas idéias que ogrupo difundia. As redes de comunicaçãorepresentavam a principal estrutura urbana.Conforme estes postulados, Archigramcolocava em cheque o formato urbanotradicional das cidades, contrapondo-se àimensa rede de satélites que circundam aTerra, e disponibilizava um permanentecontato com centros comuns de distribuiçãoinstantânea de informações.O grupo também pesquisouexperimentos em alguns equipamentos quecomporiam as unidades habitacionais66
projetadas. Entre eles, destacavam-serobôs, que eram programados paraexecutar diversas funções dentro da casa.Um dos elementos arquitetônicos da casaera uma parede de serviços, conectada auma rede metropolitana de serviçostelemáticos, que, a qualquer momento,poderia ser acessada pelos moradores.Essa idéia concretizava a oportunidade deum ambiente intercambiavel e mutável,através da inserção de serviços deinformação e comunicação dentro docontexto da cidade. Neste sentido, osobjetos arquitetônicos eram colocadoscomo interface informacional entre amáquina/homem, resultandoprofundas transformações espaciais.Outro traço importanteproposto pelo grupo Archigram,direcionava a possibilidade da criação demalhas informacionais que conectassem aspequenas cidades do interior às grandesmetrópoles. Esta grande rede decomunicação e informação, já vislumbradapor este grupo, colocava em atividade TVs,sistemas audiovisuais, máquinas deentretenimento e jogos de iluminação, emum grande ambiente conectivo. Com isso, acidade seria uma grande teia de troca deinformações, mediada pelos novos meiosda tecnologia da informação e dacomunicação. Neste sentido, o grupoArchigram foi extremamente revelador einovador, trazendo a discussão deidentificar como a tecnologia de informaçãopoderia transformar o ambiente construído,de forma atuante e concreta.Trata-se aí de umacontecimento importante para a Arquitetura,afetando basicamente seus princípiosorganizativos de espaço e colocando para asubstância arquitetônica novos pólosrepresentativos da essência da construção. AArquitetura, a partir de então, não se remetemais aos conceitos construtivosconservadores de paredes, tetos e coberturas,mas se apoia num ambiente carregado devirtualizações possíveis, repleto deinformações infográficas, tecnologiascomputacionais e interfacesmultidirecionais.NOVAS POSSIBILIDADES EMREPRESENTAÇÃO GRÁFICAUm exemplo bastante vivodas novas possibilidades em representaçãográfica é a utilização da informática nosprojetos auxiliados por computador(CAD) ea fabricação auxiliada porcomputador(CAM). Normalmente sãoprodutos realizados em softwares deauxílio de computador, como o AutoCad, eposteriormente texturizados e animadosem outros softwares , como o 3D Studio,entre outros. Hoje, um fato extremamentecomum, é encontrarmos publicações arespeito da “Arquitetura virtual”. Nosescritórios de Arquitetura, a invasão doscomputadores foi realmente muito grande.O abandono de algumas etapas naconcepção dos projetos, foi de grande valiapara diminuir o tempo considerável nodesenvolvimento projetual. Maquetesvirtuais são produzidas de formarelativamente simples, possibilitando aintervenção dos clientes e usuários comimagens digitais. Na fabricação auxiliadapor computador, a redução drástica dosciclos de “concepção-fabricação” écomprovada por todos aqueles queoptaram por estes sistemas.A ferramenta de simulaçãono computador, na área da Arquitetura,vêm propiciando a sintetização de umasérie de imagens e percursos do objetoarquitetônico antes impossível de se fazer.A simulação é o passo seguinte; com ela,conseguimos aplicar as variações aosmodelos, colocando sob diferentes pontosde vista e diferentes possibilidades decondições “físicas”, as infinitaspotencialidades do modelo virtual. Comisso, podemos entender a simulação dasimagens sintéticas, não só como imagensfinais e acabadas, mas como uma “teia” deimensas correlações e extrapolações queo objeto pode adquirir.O universo virtual e sintéticonão está além ou aquém do mundo “real”,mas estabelecido em um universo67
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