Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar
Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar
A digitalização está colocadaapenas como um elemento importante emtodo este movimento maior que é avirtualização. Neste sentido, temos umadefinição de Lévy ( 1996, p. 70 ), quantoaos seus sujeitos mais importantes navirtualização do espaço e das coisas :A virtualização não é umad e s r e a l i z a ç ã o ( atransformação de um real emum conjunto de possíveis),mas uma mutação deidentidade, um deslocamentodo centro de gravidadeontológico do objetoconsiderado : em vez dese definir principalmente poratualidade (uma “solução”), aentidade passa a encontrar asua consistência essencialnum campo problemático.Virtualizar uma entidadequalquer consiste em descobriruma questão geral à qual elase relaciona, em fazer mutar aentidade em direção a essainterrogação e em redefinir aatualidade de partida comoresposta a uma questãoparticular.Os processos informáticosrepresentam, como técnica, o principalmeio de potencialização do virtual ou davirtualização. A informática permite avirtualização da inteligência, porque fazcom que ações complexas sejamdigitalizadas e reproduzidas. Podemosentão dizer que a digitalizaçãodesvincula a informação da sua mídiatradicional, desvinculando a“inteligência” da personalidade eeliminando o sujeito desterritorializado.Outro elementobastante importante, que conecta todosesses conceitos pertinentes ao processo devirtualização na sociedade, é ociberespaço. Como nos afirma Orciuoli(2000), a partir da popularização do termociberespaço, com a publicação da novelaciberpunk Neuromante , escrita por WilliamGibson em 1984, o sufixo ciber entrou novocabulário contemporâneo descrevendo-ocomo um universo entendido mais além deuma simples questão física, estabelecendointer-relações com as formas de condutada sociedade digital, que se convencionoualcunhar como ciberespaço. Segundodescreve Gibson, é o mundo criado enascido da justaposição entre a mentehumana e a cibernética. O artigo remontaaos princípios da cibernética, descrito porseu criador, Norbert Wiener. Kybernetes,em grego, significa timoneiro ougovernador, e foi aplicada pela primeiravez, em 1948, à teoria dos mecanismos decontrole da mensagem.O traço contundente desteciberespaço se refaz em todos os níveisculturais, artísticos, afetuais e econômicos.Sabemos que as alterações radicais nosmais diversos referenciais perceptivos eestéticos provêm de um fenômeno bastantecomplexo em que se insere a cibercultura.Neste sentido, Virilio (1993, p. 15)esclarece, de maneira clara e fecunda, arelação estreita que se estabelece entre ainformação e a Arquitetura dizendo :Definitivamente o debate emtorno da modernidade pareceparticipar de um fenômeno dedesrealização que atinge, deuma só vez, as disciplinas deexpressão, as formas derepresentação e deinformação. A atual polêmicaem relação ao midias, quesurge aqui e ali em função dedeterminados acontecimentospolíticos e de sua comunicaçãosocial, envolve igualmente aexpressão Arquitetura, quenão pode sera d e q u a d a m e n t edesvinculada do conjunto desistemas de comunicação, namedida em que está sempresofrendo a repercussão diretaou indireta dos diversos“meios de comunicação”(automóvel, audiovisual, etc.).64
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL EVIRTUALIDADENo final do século XIX ecomeço do século XX, os meios deprodução e representação tiveram papelfundamental de transformação naArquitetura. A invenção dos carros, aviõese sobretudo os trens, trouxeram para aArquitetura, um sentido de movimento evelocidade através de suas formasgeométricas. Nesse primeiro momento, aArquitetura tomaria conta da necessidadede se criar em mecanismos dedeterminação de percursos, roteiros eimagens em movimento. Ou seja, a idéiado movimento “real”, representado pelosmeios de transportes, foi crucial para que aArquitetura passasse por um processo detransformação. Este exemplo pode sermuito bem visualizado no desenho dacidade de Brasília, projeto dos arquitetosLúcio Costa e Oscar Nyemeier, onde acidade é símbolo da presença do carro,baseada em eixos de grande fluxo viário,apesar do projeto original estilizá-lo com afigura de um avião.O conceito de formaçãoespacial da cidade sofreu transformaçõesradicais nas últimas três décadas no que serefere à organização urbana como um todo.A cidade se estruturava como uma espéciede introversão urbana, onde seus limitesterritoriais eram bem definidos e claros;cada aglomeração urbana funcionava comoum polo centralizador e único, fazendo dacidade um espaço restrito e fechado; aforma arquitetural do prédio traduzia maisa personalidade individual do Arquiteto, doque uma sensação de conjunto espacial.Nesta perspectiva, a cidadedeixa de ser uma porta de entrada ou umarco do triunfo, para transformar-se em umsistema de audiência eletrônica, onde seususuários são menos habitantes , residentesprivilegiados, para se tornar em agentesdesmaterializados (usando o conceito deLévy). As tecnologias avançadas dociberespaço através de mutaçõessucessivas, organizam e reorganizam omeio urbano, dando a ele aspectos dedissolvente e interativo.Por outro lado, com ainterface da tela (televisão, computador,teleconfêrencia...), o que até então existiacomo elemento privado, passa agora aexpressar uma visibilidade face a face,desaparecendo as antigas confrontaçõesterritoriais, e o ato arquitetônico passa aestar desterritorializado, envolvido em umaaura eletrônica, desprovido de dimensõesespaciais e imerso no ciberespaço. Ousuário humano não pode mais considerara separação por barreiras físicas; hoje elaé resultante de um espaço urbanoparticipante de uma configuraçãoeletrônica, na qual o esquema do ponto devista visual e a trama da imagem digitalrenovam a noção de urbe. O esquema doespaço público/privado desaparece, dandolugar a uma nova relação arquitetural. Oque muda é uma nova planificação, muitasvezes imperceptível na interfacehomem/máquina, que toma lugar nasfachadas dos imóveis das cidades. Dessemodo, as informações, representadas nasuperfície da tela como imagens, não estãomais restritas a um espaço único, masestão sempre em permanente mutação eintercâmbio. Todas estas informações/imagens que temos disponíveis na tela,estão em constante processo develocidade, refletindo em cada espaçourbano, sua aplicabilidade espacial.Confrontam-se aí doisprocedimentos participativos queinfluenciam este processo. O primeiro, dizrespeito aos elementos físicos econstrutivos; o outro elemento, o imaterial,que representa as imagens e mensagensque não possuem qualquer localizaçãofísica ou estabilidade espacial. É este tipode abordagem subjetiva do imaterial, quemuitas vezes fica “escondido” por detrásdas aparências mais claras. Os eixos elimites das cidades, das muralhas, ruas,edifícios, que ora existem- enquantosuperfície/imagem e ora se apagam,sofrem constante manipulação no universoinformacional. A revisão deste ponto de65
- Page 12 and 13: 14interno, buscou aproximar o verde
- Page 15 and 16: DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO P
- Page 17 and 18: Toda e qualquer construção, refor
- Page 19 and 20: a legislação urbana à nível mun
- Page 21 and 22: vernos (federal, estadual e municip
- Page 23 and 24: ANÁLISE ERGONÔMICA DO MANUSEIO DA
- Page 25 and 26: É importante salientar que após o
- Page 27 and 28: Opinião dos entrevistados, sobre o
- Page 29 and 30: lagem contém, como acabar com a vi
- Page 31 and 32: A ESTRUTURA MORFOLÓGICA DA CIDADE
- Page 33 and 34: peculiaridades de diferentes cultur
- Page 35 and 36: q u a l q u e r e s p a ç ointenci
- Page 37 and 38: O TRAÇADO DA CIDADE E AORGANIZAÇ
- Page 39 and 40: menos sistemática e rigorosa nas
- Page 41 and 42: a um período marcado por uma séri
- Page 43 and 44: cidades recentemente fundadas [...]
- Page 45 and 46: espaço da cidade adquiriu uma nova
- Page 47 and 48: de áreas verdes. Em síntese, a no
- Page 49: uma definição de arquitetura. Por
- Page 52 and 53: apontaram novas atividades no ambie
- Page 54 and 55: necessidades, funções e atividade
- Page 56 and 57: seu uso é bastante expressivo. Vá
- Page 58 and 59: habitação social à circulação
- Page 60 and 61: mainly, in the concepts related to
- Page 64 and 65: vista determina a mudança radical
- Page 66 and 67: intermediário. Baseado em modelos
- Page 68 and 69: BIBLIOGRAFIADUARTE, Fábio. Arquite
- Page 70 and 71: transformações latentes e suasrep
- Page 72 and 73: Urbanismo, reafirmando no cotidiano
- Page 74 and 75: d e A r q u i t e t u r a ,localiza
- Page 76 and 77: medida que não esquece a visão am
- Page 78 and 79: ELABORAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS EEN
- Page 80 and 81: EPUSP-Civil : Um exercício deMetod
- Page 82 and 83: partir do qual se procura tecer uma
- Page 84 and 85: levantaram a questão da necessidad
- Page 86 and 87: germinada, intrínseca à própria
- Page 88 and 89: ealidades urbanas, principalmente a
- Page 90 and 91: surgimento das grandes aglomeraçõ
- Page 93 and 94: ELEMENTOS PARA UM ORDENAMENTO TERRI
- Page 95 and 96: monitoramento, sua poluição. Lix
- Page 97 and 98: diversos tipos, assim, pode-se prop
- Page 101: Sobre a RevistaFormato:210 x 270mmM
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL EVIRTUALIDADENo final do século XIX ecomeço do século XX, os meios deprodução e representação tiveram papelfundamental de transformação naArquitetura. A invenção dos carros, aviõese sobretudo os trens, trouxeram para aArquitetura, um sentido de movimento evelocidade através de suas formasgeométricas. Nesse primeiro momento, aArquitetura tomaria conta da necessidadede se criar em mecanismos dedeterminação de percursos, roteiros eimagens em movimento. Ou seja, a idéiado movimento “real”, representado pelosmeios de transportes, foi crucial para que aArquitetura passasse por um processo detransformação. Este exemplo pode sermuito bem visualizado no desenho dacidade de Brasília, projeto dos arquitetosLúcio Costa e Oscar Nyemeier, onde acidade é símbolo da presença do carro,baseada em eixos de grande fluxo viário,apesar do projeto original estilizá-lo com afigura de um avião.O conceito de formaçãoespacial da cidade sofreu transformaçõesradicais nas últimas três décadas no que serefere à organização urbana como um todo.A cidade se estruturava como uma espéciede introversão urbana, onde seus limitesterritoriais eram bem definidos e claros;cada aglomeração urbana funcionava comoum polo centralizador e único, fazendo dacidade um espaço restrito e fechado; aforma arquitetural do prédio traduzia maisa personalidade individual do Arquiteto, doque uma sensação de conjunto espacial.Nesta perspectiva, a cidadedeixa de ser uma porta de entrada ou umarco do triunfo, para transformar-se em umsistema de audiência eletrônica, onde seususuários são menos habitantes , residentesprivilegiados, para se tornar em agentesdesmaterializados (usando o conceito deLévy). As tecnologias avançadas dociberespaço através de mutaçõessucessivas, organizam e reorganizam omeio urbano, dando a ele aspectos dedissolvente e interativo.Por outro lado, com ainterface da tela (televisão, computador,teleconfêrencia...), o que até então existiacomo elemento privado, passa agora aexpressar uma visibilidade face a face,desaparecendo as antigas confrontaçõesterritoriais, e o ato arquitetônico passa aestar desterritorializado, envolvido em umaaura eletrônica, desprovido de dimensõesespaciais e imerso no ciberespaço. Ousuário humano não pode mais considerara separação por barreiras físicas; hoje elaé resultante de um espaço urbanoparticipante de uma configuraçãoeletrônica, na qual o esquema do ponto devista visual e a trama da imagem digitalrenovam a noção de urbe. O esquema doespaço público/privado desaparece, dandolugar a uma nova relação arquitetural. Oque muda é uma nova planificação, muitasvezes imperceptível na interfacehomem/máquina, que toma lugar nasfachadas dos imóveis das cidades. Dessemodo, as informações, representadas nasuperfície da tela como imagens, não estãomais restritas a um espaço único, masestão sempre em permanente mutação eintercâmbio. Todas estas informações/imagens que temos disponíveis na tela,estão em constante processo develocidade, refletindo em cada espaçourbano, sua aplicabilidade espacial.Confrontam-se aí doisprocedimentos participativos queinfluenciam este processo. O primeiro, dizrespeito aos elementos físicos econstrutivos; o outro elemento, o imaterial,que representa as imagens e mensagensque não possuem qualquer localizaçãofísica ou estabilidade espacial. É este tipode abordagem subjetiva do imaterial, quemuitas vezes fica “escondido” por detrásdas aparências mais claras. Os eixos elimites das cidades, das muralhas, ruas,edifícios, que ora existem- enquantosuperfície/imagem e ora se apagam,sofrem constante manipulação no universoinformacional. A revisão deste ponto de65