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Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

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espaço da cidade adquiriu uma novadinâmica. Como reflexo e símbolo do podercentralizado, “a cidade passa a ser olhada,sobretudo como espaço político, como umcentro de decisão poderoso, de grandeimportância estratégica” (FERRARI, 1991, p.225). A recém criada Capital se transformanuma “condensação localizada dosinstrumentos políticos exigidos pelo Estado”(GOITIA, 1996, p. 129).A diversidade em relação àsetapas anteriores acontece, sobretudo nogênero de tratamento dado a um de seusprincipais elementos morfológicos, aArquitetura. Neste período em que noplano das realizações concretas, ospreceitos renascentistas de composiçãoatingem um amplo sentido de unidade é,especialmente por meio da valorização euso da perspectiva, que o princípiobarroco de “criar uma cidade como obrade arte da percepção visual imediata”(GOITIA, 1996, p. 135), confere aArquitetura o “status” de monumento.Deste modo, esta se converte num dosprincipais artefatos estruturadores daforma e paisagem da cidade. Estatendência dos monumentos quesimbolizam o poder, ou seja, dos edifíciospossuidores de valor e significação social,política ou religiosa ostentarem cuidadono desenho e organização das fachadas eserem posicionados ao redor de umapraça, fechando um eixo de perspectivamonumental dominou “todo o períodoclássico até à urbanística formal do séculoXX, mergulhando ainda no MovimentoModerno” (LAMAS, 1992, p. 184).Ao longo do Renascimentoos espaços verdes, antes restritos aambientes fechados, foram incorporadosà paisagem da cidade, começando a fazerparte do grupo de elementos morfológicosde composição urbana. Ambientes como orecinto arborizado, o parque, o jardim opasseio e a alameda, passaram aconstituir uma nova categoria tipológica,propícia ao lazer e práticas sociais(FERRARI, 1991, LAMAS, 1992, GOITIA,1996). Outro elemento morfológico que,nesta época, assumiu configurações nomínimo semelhantes às contemporâneasfoi o quarteirão. Este“torna-se uma figuraplanialtimétrica delimitada porvias e que se subdivide em lotese edificações – cumprindo adivisão fundiária do solo – eorganização geométrica doespaço urbano. O quarteirão vaiassumir formas, dimensões evolumes diferentes,c o n s o a n t e o s e uposicionamento na estruturaurbana. [...] Nas cidades novasde colonização anglo-saxônica efrancesa na América do Norte,ou de colonização portuguesa eespanhola na América do Sul, oquarteirão é aí um elemento daquadrícula repetível com amesma geometria e dimensão –seguindo a tradição de Mileto. Éuma unidade-base elementarque, por repetição e extensão,formará a cidade” (LAMAS,1992, p. 188).Em síntese, foi noRenascimento que os princípios básicos dedesenho e composição estrutural da formaurbana fundamentados em elementosmorfológicos como o quarteirão, o lote, omonumento, o edifício, a rua e a praça,adquiriram os contornos que perduramaté os dias atuais.A CIDADE E A NOVA DINÂMICAIMPOSTA PELA REVOLUÇÃO INDUSTRIALCom o brusco rompimentona ordem econômica esocial que aconteceu simultaneamenteao “colapso da tradição humanista, quedominava o pensamento europeu”(PEREIRA LEITE, 1994, p. 43), apaisagem da urbana ainda viveu o últimoe possivelmente o mais contundentemomento de transformação sucedido atéentão. O espaço da cidade se tornou palcopara o desenvolvimento de estruturas47

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