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Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

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cidades recentemente fundadas [...] que asinstituições pós-medievais criaram umaordem rigorosa e lógica inteiramenteprópria” (MUMFORD, 1991, p. 376-378).Em síntese, aconteceu uma lenta eininterrupta etapa de modificaçõesestruturais que afetou todos os aspectos davida urbana européia simultaneamente aum processo de renovação e adaptação dospadrões medievais ao novo contexto.Em parte, este panorama detransformações foi estimulado pelapropagação das idéias do movimentoHumanista que, de maneira gradativa, seconsolidou como o alicerce da concepção deuma nova mentalidade intelectual eartística. No âmbito cultural, amaterialização do advento dos temposmodernos aconteceu na Itália ainda noséculo XV com a eclosão do Renascimento.Conforme LAMAS (1992, p. 167) e MORRIS(1992, p. 175), enquanto na História doUrbanismo, o período Renascentista seestende do início do século XV ao final doXVIII, por toda a Época Moderna, na Históriada Arquitetura, considerando apenas osaspectos cultural e estético, não asdiferenças cronológicas e as particularidadesem cada país ou região, este é dividido emquatro momentos distintos:•Primeiro Renascimento:restrito à Itália (1420-1500);•Renascimento Tardio: (1500-1600);•Barroco: (de 1600 aaproximadamente 1765) e;•Rococó e Neoclássico: (1750-1900).Assim como no Humanismo,um dos princípios básicos doRenascimento era a busca nos valores, naprodução cultural e nas ruínas urbanas daAntiguidade Clássica por respostas paraos questionamentos e também pormodelos passíveis de serem adaptados ouincorporados à nova situação. De acordocom PEREIRA LEITE (1994, p. 17), a novaconjuntura ideológica em eclosão erapropícia à formação de uma “atitudecapaz de influenciar a organização doespaço, ligada, não mais às relações dohomem com seu entorno imediato, mas,principalmente, às relações do homemcom o universo como um todo”.Entretanto, apesar dastransformações ideológicas, sócioeconômicase culturais, bem como dodesenvolvimento de teorias, desenhos etratados urbanísticos, no plano dasrealizações concretas, as construçõesurbanas do início deste período detransição foram insignificantes secomparadas às arquitetônicas oucenográficas. Isto levou alguns autores,entre os quais MUMFORD (1991), aafirmar que não existe propriamente umacidade renascentista. Segundo SERRA(1987, p. 17), “há, contudo uma idéiaclara de como ela deveria ser e,principalmente, de como não deveria ser”.Em outras palavras, uma das maiorespeculiaridades desta fase é que “o espaçourbano persegue, uma idéia formalcontida no desenho, e se comprometemais com o ‘projeto’, com um momentoabstrato da criação anterior à construção”(BRANDÃO, 1991, p. 60).Neste universo em que adimensão intelectual estabeleceu adistinção entre a produção do arquiteto e ado artesão, o emprego dos paradigmas epreceitos da Antiguidade Clássica foiincondicional, “o desenho de arquitectura,as teorias estéticas e os princípios deurbanismo irão obedecer a idéiassemelhantes – sendo a principal o desejode ordem e disciplina geométrica” (LAMAS,1992, p. 168). Entre as relíquias clássicasutilizadas como fonte de inspiração para asutópicas tentativas de concepção da cidadeideal renascentista, os fragmentos da obrade Vitruvio descobertos em 1412 epublicados em 1521, “adquiriram umsignificado cultural e místico” (LAMAS,1992, p. 167), tornando-se referênciaobrigatória para os tratadistas.Assim sendo, aliada àspreocupações militares com segurança edefesa, sobressaiu-se como requisitobásico para a definição do desenho da45

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