13.07.2015 Views

Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

Assentamentos Humanos V.5 nº1 - Unimar

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

peculiaridades de diferentes culturas,formas de apropriação e uso, bem como,costumes e tradições dos mais remotosperíodos da História.Por sua vez, ao fornecerem ossubsídios sobre os mais diversos modos desociabilidade humana, estes estudos têmcapacitado os profissionais à “criar lugares”em vez de simplesmente “projetar espaços”.Apesar de vulgarmente empregados comosinônimos ambos os termos tem um sentidoindependente. Enquanto “projetar espaços”consiste num processo onde são priorizadosbasicamente os aspectos físico-funcionais,prestando-se atenção insuficiente àsatividades e experiências vivenciadas, “criarlugares” é uma arte, significa conceber umacondição de harmonia entre os elementosmorfológicos suficiente para estimular aconsolidação de laços emocionais afetivos, ouseja, de solidificar a identidade (SIME, 1986).Segundo ZEVI (1978, p.17),“o caráter essencial da arquitetura – o quefaz distingui-la de outras atividadesartísticas – está no fato de agir com umvocabulário tridimensional que inclui ohomem”. Este acredita que tudo que nãotem espaço interior não se constitui emArquitetura. É o que defende, ao afirmar quesua essência está condicionada à existênciae ao tipo do ambiente criado peladelimitação de planos (piso, teto e paredes),ao qual o homem dá sua realidade integral.Contudo, ele não quer dizer que aArquitetura seja definida unicamente peloespaço interno de um edifício, que o seuinvólucro, “o volume arquitetônico”, não sejaum dos elementos da experiência espacialarquitetônica. Ao contrário, no seu entender,em conjunto com os outros itens dapaisagem (pontes, monumentos, árvores,etc.), estes compõem os limites do espaçoexterior, ou seja, do espaço urbanístico. Emoutras palavras, “a experiência espacialprópria da arquitetura prolonga-se nacidade, nas ruas, nas praças, nos becos eparques, nos estádios e jardins, onde querque a obra do homem tenha limitado vazios,isto é, tenha criado espaços fechados”(ZEVI, 1978, p. 25).Como a produção do lugar estádiretamente relacionada à forma do serhumano se identificar com o meio físico edele se apropriar, é fato que o espaçoexerce um papel fundamental naArquitetura. Entretanto, seria um erroafirmar que a experiência arquitetônica selimita à relação do homem com o espaço,apesar de ser ele seu elemento vital. Sema atuação de outras categorias como aestética, a social e a tecnológica, não secompõem a Arquitetura e o Urbanismocomo grandes infra-estruturas dasociedade. No entender de CARON, apudCRICHYNO (1991, p. 21), ao se interagir,essas categorias que devem ser parte dabagagem cultural do Arquiteto, completamo amplo círculo de abrangência daArquitetura, pois,“o campo estético trabalha comquestões de forma e seusignificado, da teoria e dafilosofia da arquitetura. Ocampo social, com questões dahistória, da política e dosconceitos sociológicos. Otecnológico, com questõesinstrumentais das ciênciasexatas encaminhadas ao mundoconstruído”.Isto significa que aArquitetura materializa todas asminúcias e peculiaridades do estágiocultural e de desenvolvimentotecnológico da coletividade que aconcebeu. Segundo HERSKOVITZ apudSERRA (1987, p. 55) “toda sociedadedesenvolve uma cultura material e umatecnologia destinada a extrair do espaçonatural os recursos para o atendimentode suas necessidades”. Além de sedistinguir como a “chave dainterpretação correcta e global dacidade como estrutura espacial”(LAMAS, 1992, p. 41), se caracterizanum fenômeno cultural que participa doprocesso de organização da sociedade eda produção da paisagem. SUBIRATS(apud SILVA, 1994, p. 181), afirma que,35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!